Micoses Profundas Flashcards

1
Q

Definição das micoses profundas

A
  • Doenças causadas por fungos que invadem a derme e/ou hipoderme e até órgãos internos.
  • Subcutâneas: se restritas à derme e hipoderme.
  • Sistêmicas: se disseminação hematogênica, atingindo outros órgãos
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2
Q

Principais características da esporotricose (agente etiológico, via de transmissão, população mais afetada)

A
  • Sporotrix shenkii, dimórfico;
  • Primariamente afeta a pele, por inoculação;
  • Eventualmente transmitida por vias áreas ou digestivas;
  • Clima tropical, subtropical, zona rural;
  • Predomina em jardineiros, agricultores, empalhadores;
  • Não há contágio inter-humano.
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3
Q

Etiopatogenia da esporotricose

A
  • S. shenkii: solo, vegetais, palhas, madeira
  • Inoculação pós-trauma
  • Gatos: reservatórios e portadores
  • Período de incubação: 3-12 semanas
  • Área traumatizada: bloqueio imune ou não (sem doença, forma localizada, disseminações)
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4
Q

Formas clínicas da esporotricose

A

• Cutânea localizada: boa resistência.
- Pápula, nódulo, tubérculo, placa verrucosa, com ou sem ulceração.
- Face é mais acometida. Pode ser de mucosa (conjuntiva, boca, faringe)
• Cutâneo-linfática: 75% dos casos.
- Cancro de inoculação e nódulo, goma.
- Progressão em trajeto linfático até cadeia ganglionar.
- Mais em extremidades superiores.
• Cutânea disseminada: lesões papulonodulares, gomas, lesões ulceradas.
- Disseminação via hematogênica.
- Mais em imunodeprimidos. Ingestão ou inalação (primária) ou precedida de lesão cutânea (secundária).
• Formas extra-cutâneas e visceral: depende da resistência imune.
- Ossos, pulmões, articulações, testículos, SNC, rins, fígado, baço, pâncreas, glândula mamária, tireoide.

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5
Q

Diagnóstico diferencial da esporotricose

A
  • Lesões verrucosas: PLECT (paracoccidioidomicose, leishmaniose, esporotricose, cromomicose, tuberculose cutânea) ou neoplasias;
  • Leishmaniose: úlcera grande e linfangite pequena, ao contrário da esporotricose = “regra de Azulay”.
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6
Q

Diagnóstico da esporotricose

A
  • Exame direto: difícil ser positivo. Gram+
  • Cultural: Sabouraud, cresce entre 3-14 dias.
  • Histopatologia: granuloma, raros fungos em forma de charutos ou arredondados
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7
Q

Tratamento da esporotricose

A
  • Iodeto de potássio em solução saturada: 2-4g dia, por 4-8 semanas e manutenção 1-2 meses após cura clínica;
  • Itraconazol 100-200mg/dia;
  • Anfotericina B;
  • Criocirurgia
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8
Q

Evolução e prognóstico da esporotricose

A
  • Com o tratamento, na grande maioria dos casos: cura completa;
  • Pode haver cura espontânea;
  • Gravidade: formas sistêmicas, imunodeprimidos
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9
Q

Cromomicose

A
  • Infecção crônica, derme e hipoderme;
  • Fungos demáceos, “corpos fumagóides” - “fungos negros”;
  • Não precisa corar;
  • Fonsecaea pedrosoi, Fonsecaea compacta, Cladosporium carrionii, Phialophora verrucosa.
  • Regiões tropicais e subtropicais;
  • Área rural.
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10
Q

Etiopatogenia da cromomicose

A
  • Fungos habitam o solo/vegetais: ferimentos;
  • Agricultores;
  • Propagação por contiguidade;
  • Raro acometimento linfonodal e excepcional disseminação hematogênica;
  • Estado geral bom
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11
Q

Quadro clínico da cromomicose

A
  • Período de incubação: 1-2 meses
  • Membros inferiores: pápula ou nódulo, placa vegetante verrucosa ou condilomatosa, crescimento contínuo;
  • Placa infiltrada, circinada e bordas delimitadas;
  • Complicações: infecção bacteriana secundária, linfedema, elefantíase, pode desenvolver CEC sobre a lesão.
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12
Q

Diagnóstico da cromomicose

A
  • Micológico direto: corpos escleróticos ou fumagóides isolados ou agrupados;
  • Cultural: Sabouraud, Mycosel – crescimento lento, colônias escuras, preta-acizentadas;
  • Histopatologia: granuloma, microabscessos, corpos fumagóides
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13
Q

Tratamento da cromomicose

A
Formas localizadas:
• Cirurgia
• Criocirurgia com nitrogênio líquido
• Termoterapia
• Laser de CO2

Formas extensas:
• Itraconazol 200-400mg/dia
• Flucitosina 150mg/kg/dia
• Anfotericina B 1mg/Kg/dia (total: 1750mg) associada com flucitosina em casos resistentes e graves

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14
Q

Paracoccidioidomicose

A
  • Paracoccidioides brasiliensis, descrita por Lutz, SP-Brasil, em 1908;
  • Fungo dimórfico, infecção aguda que pode evoluir para cronicidade;
  • Zona rural;
  • América do Sul e Central;
  • Forma aguda e subagudas: crianças, jovens;
  • Forma crônica: homens adultos
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15
Q

Etiopatogenia da paracoccidioidomicose

A
  • Vegetais, solo: forma miceliana
  • Contágio: respiratório, digestivo, cutâneo-mucoso.
  • Disseminação hematogênica e contiguidade
  • Gravidade proporcional ao estado imunológico
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16
Q

Classificação da paracoccidioidomicose

A
Formas clínicas Sampaio:
• Tegumentar (cutâneo e/ou mucosa)
• Linfonodular
• Visceral
• Mista
17
Q

Forma tegumentar - mucosa da paracoccidioidomicose

A
  • Estomatite moriforme (Aguiar Pupo)
  • Lesões infiltrativas, vegetantes, ulcerativas
  • Sialorreia
  • Localização: gengivas, mucosas jugais, palato, língua, assoalho bucal, faringe, laringe, traqueia.
18
Q

Forma tegumentar - cutânea da paracoccidioidomicose

A
  • Lesões polimorfas, diferentes estágios: pápulas, nódulos, placas, pústulas, úlceras vegetações.
  • Granulação moriforme
  • Linfonodomegalia
  • 80% associada a doença pulmonar
  • Pode ocorrer mal-estado geral
19
Q

Forma linfonodular da paracoccidioidomicose

A
  • Primária ou secundária
  • Região cervical e submandibular
  • Tumefação, endurecimento, dor.
  • Amolecimento, aderência, fistulização, ulceração, pus caseoso
  • Região intra-abdominal: massas tumorais simuladoras de neoplasias/TBC.
20
Q

Forma visceral da paracoccidioidomicose

A
  • Pulmões 50-90% - alterações em “asa de borboleta” no Rx de tórax;
  • Associado à TBC - 12%.
  • Outros: generalização (fungemia), trato gastrointestinal, fígado, baço, suprarrenais, SNC, trato geniturinário, músculos, coração, globo ocular.
  • Formas juvenis: adenopatias, fígado, baço, lise de ossos
21
Q

Forma cicatricial da paracoccidioidomicose

A
  • Complicações pós-tratamento: fibrose tecidual.
  • Cor pulmonale
  • Doença de Addison
  • Microstomia
22
Q

Paracoccidioidomicose em imunideprimidos

A

• Mais frequentemente: formas graves e multifocais, com acometimento do sistema retículo-endotelial

23
Q

Diagnóstico da paracoccidioidomicose

A
  • Micológico direto: a fresco ou Giemsa (esfregaço): cél. arredondadas, membrana com duplo contorno, gemulação única ou múltipla.
  • Cultural: ágar-sangue 37ºC, 15-20 dias, cerebriforme creme ou Sabouraud 25ºC, 20 dias.
  • Histopatologia: fungo por PAS ou prata
  • Imunologia: sorologias com anticorpos.
24
Q

Tratamento da paracoccidioidomicose

A
  • Sulfonamidas: sulfametoxazol + trimetropim. Usar até completar 1 ano de sorologia negativa
  • Opções VO: itraconazol 200mg/dia, cetoconazol 400mg/dia
  • Fluconazol 400-800mg/dia EV: se SNC acometido
  • Anfotericina B: casos extensos, graves
  • Corticoesteroides: diminuem a fibrose cicatricial
25
Q

Evolução e prognóstico da paracoccidioidomicose

A
  • Pode ocorrer cura espontânea
  • Após instalação da doença, depende da forma e da imunidade: pode ocorrer curso progressivo e grave
  • Formas graves, antes das sulfas: alta mortalidade