Hanseníase Flashcards

1
Q

Definição, agente causador e transmissão da Hanseníase

A

• Doença infecciosa crônica;
• Agente etiológico: Mycobacterium leprae (BAAR; vida intracelular obrigatória; glicolípideo fenólico-1/PGL-1)
• Transmissão aérea (como TB)
- Pessoa infectada com formas bacilíferas;
- Alta infectividade;
- Baixa patogenicidade (diferente da TB);
- Incubação prolongada (2 a 7 anos) (divisão binária a cada 14 dias).

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2
Q

Tecidos alvo da hanseníase

A

Pele + Nervo periférico (deformidades e incapacidades)

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3
Q

Epidemiologia da Hanseníase (prevalência entre sexos e regiões com maior prevalência)

A
• Prevalência igual em ambos sexos;
• Forma Virchowiana predomina em homens 
(2:1);
• Predileção por nervos – deformidades e 
incapacidades.

• Norte, nordeste e centro-oeste

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4
Q

Identificação do bacilo:

A

• Baciloscopia (linfa) - lóbulo auricular e cotovelos;
• Identificação no tecido (biópsia)
• Métodos complementares: anticorpos
específicos ou PCR

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5
Q

Classificação da hanseníase (Congresso Internacional de Lepra – Madri 1953):

A

• 2 tipos polares: lepromatoso (Virchowiana) e tuberculoide – estáveis.
• 2 tipos: indeterminado e dimorfa (borderline) – instáveis

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6
Q

Classificação da hanseníase (classificação de Ridley e Jopling - 1966):

A

• Leva em consideração:
1- Aspectos clínicos;
2- Aspectos bacteriológicos;
3- Aspectos imunológicos (Reação de Mitsuda).

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7
Q

Classificação da hanseníase (OMS, operacional):

A

• Formas Multibacilares: Virchowiana e dimorfa (baciloscopia positiva)
• Formas Paucibacilares: Tuberculóide e Indeterminada (baciloscopia negativa)

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8
Q

Formas clínicas da Hanseníase

A

Paucibacilar: ≤ 5 lesões
- baciloscopia negativa
- Indeterminada: mácula hipocrômica, sem pelos (com alteração da sensibilidade)
Pode haver cura expontânea ou progredir.
- Tuberculoide: placa eritematosa ou hipocrômica, e Mitsuda positivo (teste cutâneo).

Multibacilar: > 5 lesões
- baciloscopia positiva
- Dimorfa: placas eritematosas variadas
- Virchowiana: lesão infiltrativa difusa (facies leonina)

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9
Q

Espectro clínico (MH indeterminada):

A

• Fase inicial da hanseníase;
• Manchas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas;
• Manchas com diminuição da sensibilidade
(anestésicas), alopécicas e anidróticas

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10
Q

Espectro clínico (MH Virchowiana ou hanseníase lepromatosa polar):

A

• Forma disseminada (sistêmica) e anérgica;
• Grande número de bacilos: forma contagiante;
• Dermatose:
- Nódulos nas orelhas, lábios, sobrancelhas, extremidades.
- Placas e nódulos no tronco.
- Alopécia de cílios e sobrancelhas (madarose).
- Fascies leonina.
- Forma difusa;
• Polineurite simétrica: alteração de sensibilidade.
• Rinite, perfuração do septo nasal, infiltração
difusa da mucosa oral e laringe, alterações
oftalmológicas (ceratite), linfoadenomegalias,
esplenomegalia, anemia, atrofia e reabsorção
óssea, amiotrofias.

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11
Q

Espectro clínico (MHT ou Hanseníase tuberculoide polar):

A

• Forma localizada: pele e nervos;
• Baixa carga bacilar;
• Lesões: 1 ou mais placas anulares, de limites precisos, bordos infiltrados,
- Placas anestésicas, anidróticas, alopécicas

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12
Q

Espectro clínico (MH dimorfa ou Hanseníase DIMORFA):

A
  • Lesões de morfologia variada – aspecto de “queijo suiço”;

* Forma multibacilar.

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13
Q

Diagnóstico clínico da Hanseníase (MEDCURSO)

A

CLÍNICO (1 ou mais)

  • Lesões da pele com alteração de sensibilidade (térmica > dor > tátil)
  • Acometimento do nervo periférico (espessamento)
  • Baciloscopia (lóbulos da orelha e cotovelo ou alguma lesão)
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14
Q

Diagnóstico clínico (principais nervos periféricos afetados)

A
  • Face: trigêmio e facial (olhos e nariz);
  • Braços: radial, ulnar e mediano (mãos);
  • Pernas: fibular comum e tibial posterior (pés).
  • Inspeção dos olhos, nariz, mãos e pés;
  • Palpação de troncos nervosos (dor e choque);
  • Avaliação da força muscular.
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15
Q

Diagnóstico (baciloscopia):

A

• Pode-se utilizar material de muco nasal, lóbulo da orelha (locais “frios”), cotovelos ou lesão cutânea;

Coleta de lesão cutânea:
• Isquemia por compressão o local da colheita;
• Lanceta (5mm x 2mm profundidade) – esperar sair um pouco de sangue e em seguida coletar a serosidade (linfa)

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16
Q

Métodos auxiliares no diagnóstico e no seguimento:

A

• Anticorpos específicos: IgM para PGL-1 (glicolipídio fenólico) mais positivos em casos
multibacilares;
• PCR- negativo em metade dos casos
paucibacilares. Só ajuda quando o teste é positivo.

17
Q

Provas clínicas da hanseníase

A

• Pesquisa de sensiblidade: calor/frio,dor e tátil → éter
• Prova da histamina (1:1000) – falta do eritema
reflexo secundário
• Prova da pilocarpina (0,5 a 1 %) - ausência de sudorese
• Teste de Mitsuda:
- Intradermorreação com micobactérias mortas;
- Mede a resposta imune celular (é positiva nos
pacientes que desenvolvem formas paucibacilares
e negativa nos pacientes com formas
multibacilares);

18
Q

Reação de Mitsuda:

A
  • Conhecida também como reação lepromina
  • Intradermorreação com micobactérias mortas
  • Mede a resposta celular
  • Mitsuda positivo: paucibacilar, imunocompetente
  • Mitsuda negativo: multibacilar
19
Q

Lesões neurais na Hanseníase

A

Alterações nos nervos (bacilo neurotrópico):
1- engrossamento assimétrico;
2- perda da sensibilidade cutânea
(térmica → dolorosa → tátil);
3- paralisia de troncos nervosos - força e atrofia;

• MHT: lesões neurais são mais precoces,
agressivas, assimétricas e muitas vezes mononeurais;
• MHV: são extensas, simétricas e pouco intensas;
• MH Dimorfos: comprometimento extenso e
intenso.

20
Q

Diagnóstico diferencial da Hanseníase

A

A principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração da sensibilidade.

  • Ptiríase versicolor
  • Ptiríase alba
  • Eczematide
  • Tinea corporis
21
Q

Tratamento da hanseníase

A

Tratamento poliquimioterápico - PQTU
• Rifampicina (600mg 1x/mês supervisionada)
• Clofazimina (300mg 1x/mês supervisionada + 100 mg/dia)
• Dapsona (100mg 1x/mês supervisionada + 100mg /dia)

Paucibacilar: 6 doses sob supervisão (até 9 meses)
Multibacilar: 12 doses sob supervisão (até 18 meses)
- Não interromper se reações hansênicas
- Gravidez e HIV não alteram esquema
- TB: rifampicina na dose preconizada para TB (300 mg/dia)

22
Q

Reações Hansênicas

A
  • São reações do sistema imunológico do paciente frente ao M. leprae
  • Reações inflamatórias agudas ou subagudas
  • Ocorrem nos casos tanto paucibacilares quanto nos multibacilares
  • Causam danos teciduais e incapacidades
  • Não contra indicam o tratamento específico

Tipo 1: reação reversa

  • Reação celular
  • DIMORFOS e TUBERCULOIDES limítrofes
  • Surgimento de novas lesões, infiltrações e edema das lesões antigas, bem como neurite (piora da neuropatia)
  • Tratamento: Prednisona 1 a 2 mg/Kg*dia; imobilização e cirurgia descompressiva (raro)

Tipo 2: eritema nodoso

  • Humoral
  • DIMORFOS e VIRCHOWIANAS
  • Nódulos subcutâneos eritematosos e dolorosos, febre, dores articulares, mal estar geral, linfonodomegalias, neurites, artrites, irites, trombose, hepatoesplenomegalia dolorosa, orquite, vasculites e glomerulonefrite
  • Tratamento: Talidomida (corticoide / pentoxifilina) - CI em mulheres férteis
23
Q

Controle de Cura da Hanseníase

A

Contactantes: exames dermatoneurológicos anualmente

  • Assintomático: 1 dose de BCG
  • 2 cicatrizes: Não necessita de dose extra de BCG