Mastites crônicas Flashcards
Mastites crônicas - definição
-Processo inflamatório que tem uma evolução lenta e progressiva.
-Causada por uma infecção mal curada, um abscesso que não foi totalmente drenado ou um traumatismo mamário.
-Os sinais e sintomas oscilam, persistindo durante muito tempo, mas atenduando em alguns períodos e agravando em outros.
Mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária - definição e epidemiologia
-Processo inflamatório da região central da mama, de caráter crônico recidivante e que frequentemente evolui para abscesso ou fístula
-Ocorre principalmente dos 35 aos 70 anos
Patogênese da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária
- Influenciado pelo tabagismo, o processo de metaplasia epitelial acontece -> o epitélio glandular colunar se transforma em pavimentoso escamoso.
- O tecido escamoso neoformado libera queratina, que faz dilatar o ducto e forma um tampão local.
- Por isso, ocorre acúmulo de secreção e então uma reação periductal (inflamação dos ducto) ao corpo estranho, podendo haver contaminação bacteriana (anaeróbia).
- Devido a inflamação, um aumento de pressão intra-luminal é promovido e determina a formação de fístula cutânea (normalmente unilateral, única e na aréola).
Quadro clínico da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária
-Surtos flogísticos de repetição no complexo areolo-papilar de uma das mamas -> dor local, calor e vermelhidão intercalados de uma fase de acalmia.
-Essa repetição pode determinar incompleta involução, persistindo endurecimento ou nodulações que promovem retração papilar e extravasamento de material sebáceo-purulento.
Diagnóstico da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária
-Eminentemente clínico.
-A mamografia pode ser solicitada se a paciente tiver pelo menos 35 anos de idade, e interpretada com cautela, porque as formações nodulares inflamatórias acompanhadas de
espessamento de pele podem simular carcinoma.
- USG é inespecífica. De rotina não são indicados exames citológicos ou biópsias por trocater.
Tratamento da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária
-Antibioticoterapia (anaeróbios) na fase de agudização: metronidazol 400mg, via oral, 8/8h por 10 dias + prescrição simultânea de AINES.
-Cirurgia na fase de acalmia.
Tipos de cirurgia que podem ser realizadas para mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária
-Setorectomia mamária radial seguida de papilectomial parcial (parte da papila que tem metaplasia escamosa) é a que proporciona maior curabilidade e e menos agressiva.
-Na eventualidade de ocorrer recidiva induzida pelo fumo intenso e persistente, considera-se a possibilidade da alteração epitelial comprometer
múltiplos ductos. Neste caso, está indicada a papilectomia total e a excisão dos ductos principais infra-areolares.
O que acontece quando faz excisão subareolar dos ductos principais?
favorecem a reicidiva de MPR e a diminuição da sensibilidade na papila
Definição e epidemiologia da ectasia ductal
-Reação inflamatória crônica da região central da
mama, que acompanha a dilatação dos ductos principais retro-areolares.
-Pode haver influência do tabagismo (assim como na MPR e no abscesso subareolarrecorrente).
-Mais comum em mulheres na peri ou pós-menopausa.
Fisiopatologia da ectasia ductal
-Dilatação de ductos principais retro-areolares até alguns cm abaixo do CAP e consequente atrofia do tecido periductal, levando à estase de secreções (ricas em células de infiltrado inflamatório), à descarga papilar a processo inflamatório crônico do ducto.
-A cronicidade do processo produz fibrose
tecidual e retração e/ou desvio da papila.
-Entre os ductos há infiltrado inflamatório com plasmócitos, linfócitos e macrófagos em abundância.
Cultura do fluxo papilar na ectasia ductal
É quase sempre negativa, mas pode evidenciar microrganismos, como germes aeróbios (destaque para S. aureus -> presente na mastite puerperal e no abscesso mamário), bactérias gram-negativas e germes anaeróbicos como os bacteróides.
Quadro clínico da ectasia ductal
-Fluxo papilar sebáceo-purulento espesso.
-Endurecimento retroareolar esboçando, as vezes, um nódulo.
-Retração papilar que pode ser bilateral.
-Prurido e sensação de queimação papilar.
-Pode ocorrer ruptura dos ductos e inflamação circundante = sinais típicos da mastite.
Ectasia ductal tumoral
Massa endurecida e retração do mamilo simulando carcinoma mamário
Quando a citologia da descarga ppilar é útil para a ectasia ductal?
É últil no diagnóstico diferencial de CA de mama se demonstrar malignidade, caso contrário, é inconclusiva.
Tratamento para ectasia ductal
-Antissépticos para higienizar a papila.
-AINES quando a sintomatologia é dolorosa ou apresenta inflamação.
-Bromocriptina (2,5mg) e lisurida (1mg), por via oral, diariamente podem proporcionar alívio dos sintomas e previnir agravamento da doença (esses medicamentos diminuem a produção de prolactina, muitas vezes reponsável pelo desenvolvimento dessa mastite crônica)
Epidemiologia da tuberculose mamária
Acomete mulheres entre 20-40 anos e mais negras do que brancas
TB mamária primária e secundária
- não se identifica outro sítio de infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, e é causada por inoculação direta no tecido mamário
- disseminação do bacilo de outros locais para o tecido mamário, por via linfática, hematogênica ou por contiguidade
Quadro clínico da TB mamária
-Nódulos (doloroso ou não)
-Edema e abaulamento mamário
-Espessamento cutâneo
-Retração do mamilo
-Úlceras com seios de drenagem
TB mamária - forma nodular
Mais comum, começa como massa indolor de crescimento lento que progride para envolvimento cutâneo e formação de úlceras com seios de drenagem, podendo simular carcinoma
TB mamária - forma difusa
Múltiplos focos de drenagem, com importante processo inflamatório, podendo sugerir carcinoma inflamatório
TB mamária - forma esclerosante
-Menos comum, ocorre em mulheres idosas e apresenta maior grau de fibrose, com pouca supuração ou caseação
-Observado na mamografia como uma massa homogênea densa com septo fibroso, retração mamilar, espessamento da pele e trabecular sugestivo de mastite e redução da mama
Diagnóstico da TB mamária
Análise microbiológica por pesquisa direta (bacterioscopia - BAAR) e cultura do material (bacilo de Koch) ou análise histopatológica (reação granulomatosa caseosa típica)
Exame histopatológico de TB mamária
granuloma com necrose de caseificação (a biópsia das lesões também mostra isso)e infiltrado inflamatório histiocitário.
Diagnóstico microbiológico (bacterioscopia) de TB mamária
identificação do bacilo álcool-ácido resistente
(BAAR)