Mastites crônicas Flashcards

1
Q

Mastites crônicas - definição

A

-Processo inflamatório que tem uma evolução lenta e progressiva.
-Causada por uma infecção mal curada, um abscesso que não foi totalmente drenado ou um traumatismo mamário.
-Os sinais e sintomas oscilam, persistindo durante muito tempo, mas atenduando em alguns períodos e agravando em outros.

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2
Q

Mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária - definição e epidemiologia

A

-Processo inflamatório da região central da mama, de caráter crônico recidivante e que frequentemente evolui para abscesso ou fístula
-Ocorre principalmente dos 35 aos 70 anos

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3
Q

Patogênese da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária

A
  1. Influenciado pelo tabagismo, o processo de metaplasia epitelial acontece -> o epitélio glandular colunar se transforma em pavimentoso escamoso.
  2. O tecido escamoso neoformado libera queratina, que faz dilatar o ducto e forma um tampão local.
  3. Por isso, ocorre acúmulo de secreção e então uma reação periductal (inflamação dos ducto) ao corpo estranho, podendo haver contaminação bacteriana (anaeróbia).
  4. Devido a inflamação, um aumento de pressão intra-luminal é promovido e determina a formação de fístula cutânea (normalmente unilateral, única e na aréola).
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4
Q

Quadro clínico da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária

A

-Surtos flogísticos de repetição no complexo areolo-papilar de uma das mamas -> dor local, calor e vermelhidão intercalados de uma fase de acalmia.
-Essa repetição pode determinar incompleta involução, persistindo endurecimento ou nodulações que promovem retração papilar e extravasamento de material sebáceo-purulento.

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5
Q

Diagnóstico da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária

A

-Eminentemente clínico.
-A mamografia pode ser solicitada se a paciente tiver pelo menos 35 anos de idade, e interpretada com cautela, porque as formações nodulares inflamatórias acompanhadas de
espessamento de pele podem simular carcinoma.
- USG é inespecífica. De rotina não são indicados exames citológicos ou biópsias por trocater.

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6
Q

Tratamento da mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária

A

-Antibioticoterapia (anaeróbios) na fase de agudização: metronidazol 400mg, via oral, 8/8h por 10 dias + prescrição simultânea de AINES.
-Cirurgia na fase de acalmia.

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7
Q

Tipos de cirurgia que podem ser realizadas para mastite periareolar reicidivante (MPR)/ mastite periductal/ fístula mamária

A

-Setorectomia mamária radial seguida de papilectomial parcial (parte da papila que tem metaplasia escamosa) é a que proporciona maior curabilidade e e menos agressiva.
-Na eventualidade de ocorrer recidiva induzida pelo fumo intenso e persistente, considera-se a possibilidade da alteração epitelial comprometer
múltiplos ductos. Neste caso, está indicada a papilectomia total e a excisão dos ductos principais infra-areolares.

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8
Q

O que acontece quando faz excisão subareolar dos ductos principais?

A

favorecem a reicidiva de MPR e a diminuição da sensibilidade na papila

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9
Q

Definição e epidemiologia da ectasia ductal

A

-Reação inflamatória crônica da região central da
mama, que acompanha a dilatação dos ductos principais retro-areolares.
-Pode haver influência do tabagismo (assim como na MPR e no abscesso subareolarrecorrente).
-Mais comum em mulheres na peri ou pós-menopausa.

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10
Q

Fisiopatologia da ectasia ductal

A

-Dilatação de ductos principais retro-areolares até alguns cm abaixo do CAP e consequente atrofia do tecido periductal, levando à estase de secreções (ricas em células de infiltrado inflamatório), à descarga papilar a processo inflamatório crônico do ducto.
-A cronicidade do processo produz fibrose
tecidual e retração e/ou desvio da papila.
-Entre os ductos há infiltrado inflamatório com plasmócitos, linfócitos e macrófagos em abundância.

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11
Q

Cultura do fluxo papilar na ectasia ductal

A

É quase sempre negativa, mas pode evidenciar microrganismos, como germes aeróbios (destaque para S. aureus -> presente na mastite puerperal e no abscesso mamário), bactérias gram-negativas e germes anaeróbicos como os bacteróides.

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12
Q

Quadro clínico da ectasia ductal

A

-Fluxo papilar sebáceo-purulento espesso.
-Endurecimento retroareolar esboçando, as vezes, um nódulo.
-Retração papilar que pode ser bilateral.
-Prurido e sensação de queimação papilar.
-Pode ocorrer ruptura dos ductos e inflamação circundante = sinais típicos da mastite.

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13
Q

Ectasia ductal tumoral

A

Massa endurecida e retração do mamilo simulando carcinoma mamário

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14
Q

Quando a citologia da descarga ppilar é útil para a ectasia ductal?

A

É últil no diagnóstico diferencial de CA de mama se demonstrar malignidade, caso contrário, é inconclusiva.

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15
Q

Tratamento para ectasia ductal

A

-Antissépticos para higienizar a papila.
-AINES quando a sintomatologia é dolorosa ou apresenta inflamação.
-Bromocriptina (2,5mg) e lisurida (1mg), por via oral, diariamente podem proporcionar alívio dos sintomas e previnir agravamento da doença (esses medicamentos diminuem a produção de prolactina, muitas vezes reponsável pelo desenvolvimento dessa mastite crônica)

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16
Q

Epidemiologia da tuberculose mamária

A

Acomete mulheres entre 20-40 anos e mais negras do que brancas

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17
Q

TB mamária primária e secundária

A
  1. não se identifica outro sítio de infecção pelo Mycobacterium tuberculosis, e é causada por inoculação direta no tecido mamário
  2. disseminação do bacilo de outros locais para o tecido mamário, por via linfática, hematogênica ou por contiguidade
18
Q

Quadro clínico da TB mamária

A

-Nódulos (doloroso ou não)
-Edema e abaulamento mamário
-Espessamento cutâneo
-Retração do mamilo
-Úlceras com seios de drenagem

19
Q

TB mamária - forma nodular

A

Mais comum, começa como massa indolor de crescimento lento que progride para envolvimento cutâneo e formação de úlceras com seios de drenagem, podendo simular carcinoma

20
Q

TB mamária - forma difusa

A

Múltiplos focos de drenagem, com importante processo inflamatório, podendo sugerir carcinoma inflamatório

21
Q

TB mamária - forma esclerosante

A

-Menos comum, ocorre em mulheres idosas e apresenta maior grau de fibrose, com pouca supuração ou caseação
-Observado na mamografia como uma massa homogênea densa com septo fibroso, retração mamilar, espessamento da pele e trabecular sugestivo de mastite e redução da mama

22
Q

Diagnóstico da TB mamária

A

Análise microbiológica por pesquisa direta (bacterioscopia - BAAR) e cultura do material (bacilo de Koch) ou análise histopatológica (reação granulomatosa caseosa típica)

23
Q

Exame histopatológico de TB mamária

A

granuloma com necrose de caseificação (a biópsia das lesões também mostra isso)e infiltrado inflamatório histiocitário.

24
Q

Diagnóstico microbiológico (bacterioscopia) de TB mamária

A

identificação do bacilo álcool-ácido resistente
(BAAR)

25
Tratamento da TB mamária
-Pode ser necessária abordagem cirúrgica com drenagem ou biópsia associada à exérese de trajetos fistulosos ou mastectomia -Não há um consenso quanto ao uso dos tuberculostáticos, antes ou após o procedimento cirúrgico
26
Descrição do abscesso subareolar recorrente
-Doença congênita da papila -O epitélio pavimentoso estratificado queratinizado da pele da papila invade o epitélio ductal promovendo descamação córnea, obstrução ductal terminal, estase de secreções, infecção secundária, granuloma e/ou abscesso com fistulização para a pele.
27
Epidemiologia do abscesso subareolar recorrente
mulheres fumantes, não brancas, com cirurgias mamárias prévias, dos 35 aos 50 anos
28
História típica do abscesso subareolar recorrente
processo inflamatório crônico da aréola e da papila com fistulização ou formação de abscesso de longa duração (de 30 a 60 dias)
29
Quadro clínico de abscesso subareolar recorrente
-A evolução é lenta, com resposta insatisfatória aos antibióticos de largo espectro e drenagens ou ressecções cirúrgicas podem ser insuficientes. -Infecção aguda e flutuação, seguidos de drenagem intermitente (interrompida) por orifício fistuloso na junção cutâneo-areolar. -Secreção cremosa ou escura, e a cultura bacteriológica poderá ser estéril na primeira ocasião. -Os abscessos recorrentes são mais associados a bactérias anaeróbias ou estafilocócicas. -É comum a presença de retração e invaginação da papila.
30
Tratamento do abscesso subareolar recorrente
-Reduzir o processo inflamatório com aplicação de calor local e uso de antibiotico de largo espectro (quando presentes sinais flogísticos intensos na fase aguda), realizar o tratamento cirúrgico definitivo somente na ausência de processo inflamatório. -A cura é obtida com ampla excisão de tecido granulomatoso e reparação estética do mamilo. -Se houber insucesso das drenagens simples faz excisão dos ductos afetados, fistulectomia e cicatrização por 2 intenção.
31
Maiores causas de recorrência de absceso subareolar recorrente
tratamento cirúrgico insuficiente e persistência do hábito de fumar
32
Mastite granulomatosa idiopática (MGI)/ lbular - definição e epidemiologia
-Doença inflamatória crônica da mama, benigna, rara e de etiologia desconhecida -As características clínicas, radiológicas e ultrassonográficas são semelhantes às do câncer de mama -Ocorre principalmente em mulheres jovens e frequentemente com lactação recente
33
Quadro clínico da mastite granulomatosa idiopática/lobular
Típico: massa endurecida, fixa, não raramente dolorosa que pode comprometer qualquer área da mama com excessão da região retroareolar. Tem espessamento cutâneo associado, frequentemente sugerindo carcinoma
34
Achados mamograficos da mastite granulomatosa idiopática/lobular
descritos como normais com pequenos nódulos mal definidos, densidades assimétricas extensas e distorção do tecido mamário sem microcalcificações.
35
Microscopia dos achados mamograficos da mastite granulomatosa idiopática/lobular
infiltrado inflamatório misto (mononuclear e polimorfonuclear), rico em histiócitos dentro e fora dos lóbulos mamários, formação de granulomas não caseosos e microabscessos (aglomerado de neutrófilos) e ausência de agentes etiológicos infecciosos.
36
Importância do USG no diagnóstico da mastite granulomatosa idiopática/lobular
achados ultrassonográficos de múltiplas imagens tubulares hipoecóicas, contíguas e confluentes, em mulheres jovens com história de lactação recente, sugere esta rara doença inflamatória crônica da mama.
37
Diagnósticos diferenciais mastite granulomatosa idiopática/lobular
Granulomatose de Wegener, actinomicose e sarcidose -> é preciso excluí-las para definir o diagnóstico de MGI
38
Tratamento para mastite granulomatosa idopática/lobular
-Uso de corticosteroides (prednisona ou metotrexato) -Excisões locais amplas (mais benéficas do que a excisão limitada nos casos de doença localizada)
39
Quais são as doenças infecciosas da mama?
Mastite perperal (aguda), abscesso mamário (aguda), mastite periareolar reicidivante (crônica), ectasia periductal (crônica), tuberculose mamária (crônica), mastite granulomatosa idiopática (crônica) e abscesso subareolar recorrente (crônica)
40
Fístula cutânea costuma ser formada onde e por que?
Região adjacente à aréola, onde a pele é mais fina e oferece menor resistência à rotura Pelo aumento da pressão intraluminal por processo inflamatório