Carcinogênese Flashcards
Subdivisão dos CA de mama e suas características
Esporádicos (95%) e hereditários (5%)
Os esporádicos costumam ocorrer em idade mais avançada, enquanto os hereditários tendem a ocorrer mais cedo na vida das mulheres e serem bilaterais.
Origem dos CA de mama
todos têm origem genética e os mecanismos iniciadores são: perda de ação de genes supressores (mais frequentes) e ativação de proto-oncogenes (genes que controlam o crescimento ceular, mas podem se transformar em oncogenes)
Alteração genética mais prevalente nos CA de mama esporádicos
perda de função dos genes supressores, como p53 e CDH1 (esse é mais afetado, comumente)
Alteração genética mais prevalente nos CA de mama hereditários
os gnes supressores mais afetados são BRCA-1 e BRCA-2
Iniciação da carcinogênese
atuação de fatores carcinogenéticos em dose
suficiente para gerar um dano genético irreversível não-letal (mutação iniciadora)
em uma célula, que deverá progredir com ocorrência de mais mutações (chamadas
“mutações condutoras”) para transformá-la, adquirindo um fenótipo maligno.
Principais alvos da alteração genética na iniciação da carcinogênes
proto-oncogenes, genes supressores tumorais, genes reparadores do DNA e genes que controlam a morte celular programada ou apoptose
Alterações estruturais genéticas iniciadoras
- Translocação cromossômica (segmento cromossômico, genes ou parte de genes,
após quebra da molécula do DNA, inserem-se em outros sítios do cromossomo) - Amplificação (passa a ocorrer múltiplas cópias do alelo de determinado gene e consequentemente mais transcrição)
- Deleção (perda completa ou parcial de um gene ou de segmento cromossômico com muitos genes)
- Mutação pontual (alteração no pareamento das bases nitrogenadas)
Agentes carcinogênicos
promovem alterações no DNA transformando em células malignas
Carcinógenos químicos, energia radiante e vírus oncogênicos
Carcinogênese química
podem ser substâncias naturais ou sintéticas, algumas não necessitam de transformação química para promover carcinogênese (carcinógenos de ação direta) e outras requerem conversão metabólica in vivo (carcinógenos de ação indireta ou pró-carcinógenos)
Radiação
Raios ultravioletas da luz solar, radiações eletromagnéticas (raios x e gama) e particuladas (parículas alfa, beta, próton e nêutron)
Principalmente o UVB gera aumento da incidência de carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular e melanoma de pele
Cacinogênese viral
-Papilomavírus (HPV)
-Epstein- Barr (EBV) -> 4 tipos de câncer humano: linfoma de Burkitt, linfoma de células B em
pessoas imunossuprimidas, doença de Hodgkin e carcinoma de nasofaringe.
-Hepatite B (HBV)
-Vírus tipo 1 da leucemia de célula T humana (HTLV-1) -> leucemia/linfoma de célula T
Fase de promoção
Uma vez geneticamente modificadas as células passam a se multiplicar. Ocorre uma expansão monoclonal (fase de promoção), em que esta célula maligna transmite às células-filhas o conjunto de mutações presentes no momento da transformação
Períodos mais vulneráveis para a promoção do CA de mama
- Telarca (10 anos) até a primeira gestação a termo
- Pós menopausa, com a involução mamária
Principais agentes estimuladores da proliferação celula mamária
estrogênios (a proliferação é maior quando o estímulo ocorre simultaneamente ao estímulo progesterônico)
Fase de progressão
A partir da expansão clonal, as células tumorais passam a progredir com evolução genética sob pressão da seleção natural
O processo da progressão começa com desarranjo no sistema das caderinas, que é protetor contra a progressão tumoral, pois mantém a célula sob inibição de crescimento por contato e mantém uma agregação que a impede de disseminar-se.
Invasão - o que é
Passagem de um carcinoma in situ para infiltrativo. Isso depende da interação entre as células malignas e a matriz extracelular, com as
células tendo de atravessar a membrana basal e atingir o estroma intersticial. A partir daí, existe condição de acesso aos vasos linfáticos e/ou sangüíneos e de metastatizar.
4 etapas da invasão
- Relaxamento dos contatos célula-célula
- Degradação da MEC (mediada por enzimas proteolíticas)
- Ligação a novos componentes da MEC
- Migração das células tumorais
O que é preciso para que a célula neoplásica obtenha sucesso na metastatização?
ela deve se destacar do tumor primário, invadir e migrar nos tecidos adjacentes, infiltrar e sobreviver na corrente circulatória, aderir e atravessar os capilares e sobreviver em um tecido estranho ao de sua origem
Mecanismo de tropismo (metástase)
-Células tumorais podem expressar moléculas de adesão as quais se ligam à células endoteliais de órgão alvo
-Alguns órgãos podem liberar agentes quimiotáticos que recrutam células tumorais
-O órgão alvo parece não ser favorável para a proliferação das células tumorais
Importância do sistema imunológico na carcinogênese
O sistema imunológico detecta e procura remover células malignas desde o início da carcinogênese até à fase de metástases. As mutações genéticas das células malignas codificam a síntese de proteínas estranhas, antígenos de superfície, decorrentes de oncogenes ou da ação defeituosa dos genes
supressores, que excitam a imunidade.
Principal via de disseminação das células neoplásicas da mama
linfática
Capilares linfáticos X capilares arterio-venosas e a penetração de células cancerosas
Os capilares linfáticos oferecem menor resistência à penetração das células cancerosas do que os arterio-venosos, por isso são a principal via
Caminho realizado após a penetração dos linfonodos
Ultrapassados os linfonodos regionais, as células embolizadas progridem pelo sistema linfático até chegar às junções das veias jugular interna e subclávia de cada lado, onde desembocam o ducto torácico (a esquerda) e o ducto direto linfático e, daí, para o átrio direito, pulmões e, ulteriormente, o corpo inteiro.
Cadeias linfonodais onde drenam os capilares linfáricos mamários
axilar (principal), torácica e supra-clavicular