Leucemias Agudas e Crônicas - 20m Flashcards

1
Q

Qual a leucemia mais comum no mundo ocidental?

A

A leucemia linfocítica crônica (LLC).

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2
Q

Qual o tipo de leucemia mais comum em crianças até os 15 anos?

A

As leucemias agudas, sendo a LLA câncer MAIS COMUM (dentre todos) nas crianças.

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3
Q

O que caracteriza as leucemias agudas (LA)?

A

O acúmulo de células PROGENITORAS da linhagem linfoide ou mieloide (exceto hemácias) - os BLASTOS.

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4
Q

Por que ocorre, de forma simples, o acúmulo de blastos?

A

Por um bloqueio na sua maturação para uma célula madura.

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5
Q

O que caracteriza as leucemias crônicas (LC)?

A

O acúmulo de células MADURAS ou quase maduras.

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6
Q

Qual a patogenia da LA? Correlacione com a clínica e com o laboratório.

A

Ocorre por uma mutação que bloqueia a maturação da célula e estimula sua proliferação. Esse clone neoplásico se acumula e passa a ocupar a MO progressivamente (≥ 20%), prejudicando ou até mesmo impedindo a hematopoiese normal, promovendo PANCITOPENIA, e podendo promover dor óssea. Chega um momento em que há tantas células na MO que elas partem para a corrente sanguínea (leucemização), que faz com que a máquina de contagem de leucócitos identifique como leucócitos e mostre leucocitose com linfocitose, mas na verdade são blastos sem função alguma no organismo (o combate à infecção fica para os poucos glóbulos brancos que sobraram). Essa leucocitose por blastos pode ser tão intensa que promove leucostase (aumento da viscosidade sanguínea por muitos leucócitos) e pode haver infiltração de tecidos (baço, fígado, testículos, pele, SNC, gengiva, órbita, linfonodo, …). O paciente morre ou da pancitopenia ou da disfunção orgânica causada pela infiltração.

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7
Q

Qual a clínica da leucostase?

A

Uma sd de hiperviscosidade sanguínea: neurológicos (cefaleia, borramento visual, parestesias, torpor, coma, convulsões), pulmonares (dispneia, taquipneia) e genitourinários (priapismo, IRA). Ocorre por entupimento dos vasos pelas células malignas.

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8
Q

O adulto normal apresenta blastos em sua corrente sanguínea?

A

NÃO, portanto a presença de blastos deve me levantar a hipótese de LA.

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9
Q

Como os blastos da LMA podem ser diferenciados da LLA?

A

Os da LMA apresentam o acúmulo citoplasmático de grânulos azurófilos no citoplasma e de filamentos eosinofílicos (bastonetes de Auer - patognomônico de LMA).

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10
Q

Qual outro exame, além da morfologia, permite a diferenciação entre LMA e LLA?

A

A citoquímica: LMA: corado pelo corante mieloperoxidase; LLA de células B: corado por PAS (ácido periódico de Schiff). *Se corado por fosfatase ácida: LLA por LyT.

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11
Q

Qual o método padrão-ouro para diferenciar LMA de LLA (para tipar a leucemia)?

A

A imunofenotipagem, que é a detecção de CDs (cluster designation): - LMA: CDs 34, 33, 14, 13. - LLA (cél B): CD 10, 19 e 20. - LLA (cél T): CD 3 e 7.

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12
Q

Qual a origem geral de um câncer?

A

Ocorre pela ativação de um proto-oncogene que se transforma em um oncogene, promovendo reprodução desordenada ou bloqueio da apoptose. Outra forma é através da inativação de genes supressores de tumor (anti-oncogenes).

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13
Q

Qual a importância das alterações citogenéticas nas LAs?

A

São os principais parâmetros prognósticos para a escolha da terapia.

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14
Q

Quais as alterações citogenéticas nas LLAs? Qual o prognóstico?

A

Hiperploidia (n° cromossomos > 46 - bom), t(9;22) (cromossomo Filadélfia - ruim) e t(12;21) (anormalidade citogenética mais comum em crianças - bom prognóstico).

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15
Q

Quais as alterações citogenéticas nas LMAs? Qual o prognóstico?

A

t(8;21), t(15;17), inv(16), t(16;16).

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16
Q

Quais os tipos de LA de acordo com a origem?

A

Primárias (surgem s/ doença hematológica ou uso de quimioterápicos leucemogênicos) ou secundárias (principalmente LMA).

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17
Q

Qual a diferença de prognóstico entre a LA primária e a secundária?

A

O prognóstico da 2ária é pior por ser mais resistente às medicações.

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18
Q

Quais os FR para LA?

A

Radiação ionizante, agentes alquilantes (clorambucila, bussulfano, …), inibidores da topoisomerase II, anomalias citogenéticas congênitas (Sd Down - p -, Patau, Klinefelter).

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19
Q

Qual a LA mais comum?

A

A LMA.

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20
Q

Qual a epidemiologia da LMA?

A

Adultos (a incidência aumenta progressivamente com o passar da idade). Ou seja, um adulto com LA provavelmente tem LMA.

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21
Q

Qual o QC da LA?

A

Astenia (anemia - outros: dispneia, cefaleia, …), hemorragia (plaquetopenia) e febre (neoplásica ou por infecção - paciente está leucopênico) é a tríade clássica. Pode haver também hepatoesplenomegalia, linfonodomegalia, dor óssea, hiperplasia gengival, leukemia cutis, cloroma, sd de hiperviscosidade por leucostase (neurológicos, pulmonares e genitourinários). O quadro é de instalação rápida e grave.

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22
Q

Qual a importância da febre em um paciente com LA?

A

Pela leucopenia, qualquer febre nesses indivíduos deve ser interpretada como uma infecção grave e deve ser tratado como tal.

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23
Q

Como pode ser tratada a sd de hiperviscosidade por leucostase?

A

Através de hidroxiureia. Leucoaférese (retirada de leuco do sangue) + QTx se refratário.

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24
Q

Quais os achados laboratoriais das LAs?

A

Anemia (moderada/grave, normo/normo s/ reticulocitose) + trombocitopenia. Pode haver leucopenia (inicialmente) ou leucocitose (pelos blastos). Pode haver hiperuricemia.

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25
Q

Qual concentração de blastos no sangue periférico indica LA?

A

> 5%.

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26
Q

Como é feito o dx da LMA?

A

É sempre confirmado com um mielograma (aspirado): ≥ 20% de blastos e análise diferencial do blasto (morfologia, citoquímica, imunofenotipagem e citogenética). A bx complemente o aspirado.

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27
Q

Qual a diferença entre o aspirado e a bx?

A

O aspirado avalia in natura as células (morfologia, citoquímica/genética, imunofenotipagem). A bx complemente o aspirado, fornecendo o histopatológico da MO (celularidade), além de poder avaliar doenças infiltrativas.

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28
Q

Quais os subtipos de LMA e sua clínica específica?

A

M2: é o mais comum - cloroma. M3: CIVD (morre sangrando) - trato com ATRA (ácido transretinoico/tretonoína). Subtipo com melhor prognóstico. M4 e M5: hiperplasia gengival.

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29
Q

É possível fazer dx de LA com < 20% de blastos no mielograma?

A

Sim, se houver presença de sarcoma mieloide ou certas alterações citogenéticas.

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30
Q

Quais as modalidades de tto da LA?

A

Tratamento específico (QTx) e de suporte (mais cai em prova).

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31
Q

Quais complicações da LA são abordadas no tto de suporte?

A

A anemia, plaquetopenia, neutropenia febril e SLT.

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32
Q

Como deve ser feito o tratamento da anemia na LA?

A

Devo manter a Hb ≥ 6-7 g/dl (8-9 em cardiopatas) através da transfusão de concentrado de hemácias (CHA). 1 CHA aumenta a Hb em 1 g/dl.

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33
Q

Como deve ser feito o tratamento da plaquetopenia na LA?

A

Avaliar a necessidade da transfusão de concentrado de plaquetas (1U para cada 10 kg de peso). As indicações são: < 10 mil, < 20 mil se febre ou infecção e < 50 mil se sangramento ativo.

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34
Q

Qual o tto da lecopenia na LA?

A

Através das condutas e tratamento da neutropenia febril.

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35
Q

Qual o tto da LMA subtipo M3?

A

É o subtipo que promove mais frequentemente a CIVD. É tratado com o ATRA (ácido transretinoico/tretinoína) e fazer transfusão de plaquetas e crioprecipitado (fibrinogênio) visando plaquetas > 50 mil.

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36
Q

Por que ocorre a SLT na LA?

A

Pois há uma lise tumoral muito intensa, já que as LA são cânceres com altíssima proliferação celular, promovendo grande liberação de seu conteúdo intracelular.

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37
Q

Quais as alterações na SLT?

A

Hiperuricemia (nefrolitíase), hiperK, hiperP + hipoCa (nefrolitíase), relação AU(u)/Cr(u) > 1 (característico).

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38
Q

Como deve ser feita a prevenção da SLT?

A

Hidratação venosa e drogas hipouricemiantes que não sejam por aumento da uricosúria, sendo o alopurinol (inibe a síntese de AU) e a rasburicase as usadas (destrói AU).

39
Q

Como é o tto específico da LMA?

A

QTx. O tx de MO é a terapia importante (maior chance de cura).

40
Q

Qual a epidemiologia e prognóstico da LLA?

A

Acomete principalmente crianças, sendo o CÂNCER MAIS COMUM NESSA FAIXA ETÁRIA, mas pode acometer também adultos. O prognóstico é bom, com 90% de chance de cura. Em adultos, a chance de cura é menor (prognóstico pior).

41
Q

Qual o QC da LLA?

A

Muito semelhante ao da LMA, porém com dor óssea muito frequente, adenomegalia cervical ou generalizada é mais frequente, pode ocorrer massas mediastinais no timo, mais comum SNC e testículo, febre neoplásica também e hiperplasia gengival não ocorre.

42
Q

Qual a origem da LLA?

A

80% de células B e 20% apenas de células T (pior prognóstico).

43
Q

Como fazer dx de LLA?

A

≥ 25% de linfoblastos na medula + aspirado com blasto linfoide.

44
Q

O que caracteriza um blasto linfoide?

A

Morfologia sem os bastonetes de Auer ou grânulos azurófilos, citoquímica corado pelo PSA (B) ou fosfatasa ácida (T) e imunofenotipagem característica (10, 19 e 20 para B e 3 e 7 para T). Lembrar da citogenética com cromossomo Filadélfia dando pior prognóstico.

45
Q

Como a LLA por células T se apresenta geralmente?

A

De forma muito semelhante ao linfoma linfoblástico, com massa mediastinal de origem no timo.

46
Q

Qual o tto da LLA?

A

Suporte: idem LMA. Específico: QTx com profilaxia no SNC intra-tecal na medula espinhal (pela alta chance de recidiva no SNC, diferentemente da LMA). Posso fazer o tx alogênico de células hematopoiéticas.

47
Q

Quais os fatores de pior prognóstico na LLA?

A

Idade < 1a ou > 10a, hiperleucocitose e Cr Ph+.

48
Q

Quais os tipos de transplante de células hematopoiéticas (TCH)?

A

Alogênico: outro indivíduo da mesma espécie (o ideal é um HLA totalmente compatível. Autólogo: as células são retiradas do sangue do paciente, submetidas à radioquimioterapia e então recolocadas no paciente. O grande problema é a maior chance de recidiva.

49
Q

Quais as vantagens e desvantagens do TCH alogênico?

A

Vantagens: efeito enxerto vs neoplasia. Desvantagens: rejeição do hospedeiro e doença enxerto vs hospedeiro.

50
Q

De onde pode-se retirar as células hematopoiéticas no TCH?

A

Da MO ou do sangue periférico, porém esta modalidade promove maior risco de doença enxerto vs hospedeiro e maior chance de falha, pois contém menos células tronco e mais leucócitos.

51
Q

Como preparar o paciente para receber o TCH?

A

Quimiorradioterapia mieloablativa (erradicar as células neoplásicas - curar) e imunossupressora (evitar rejeição do hospedeiro ao enxerto).

52
Q

Explique o que está envolvido no mecanismo de rejeição ao enxerto e na doença enxerto vs hospedeiro.

A

A compatibilidade HLA, sendo formado por vários genes. O doador pode ser totalmente compatível, parcialmente ou incompatível com o receptor.

53
Q

Quais as possíveis complicações do TCH?

A

Rejeição ao enxerto, falha de enxertia, reações adversas não infecciosas imediatas (toxicidade direta dos agentes mieloablativos), infecções, doença enxerto vs hospedeiro aguda ou crônica. As infecções e a doença enxerto vs hospedeiro são as maiores causas de morte relacionada ao TCH.

54
Q

Explique as infecções após o TCH.

A

Ocorre pela grande leucopenia e plaquetopenia decorrente da terapia mieloablativa e imunossupressora. A maior chance é de infecções bacterianas e fúngicas, mas também CMV, HSV-1, pneumocistose, etc. Devo revacinar o paciente após 12 ou 24 meses (a depender da vacina).

55
Q

Explique a doença enxerto vs hospedeiro.

A

Causado pela reação dos LyT CD8 do doador contra s células do receptor. Aguda em até 3m e crônica após 3m. O tto com metilprednisolona EV é feito quando há comprometimento intestinal ou hepático.

56
Q

Qual a característica da LC?

A

O acúmulo LENTO e GRADATIVO de leucócitos MADUROS. Há um bloqueio tardio na maturação e proliferação.

57
Q

O que significa dizer que houve leucocitose com desvio à esquerda e com desvio à direita? Quando ocorrem?

A

À esquerda: aumento de neutrófilos maduros jovens (bastões, mielócitos, metamielócitos). Ocorre em infecções em fases mais precoces. À direita: acúmulo de neutrófilos mais maduros ainda (segmentados). Ocorre em infecções em fases mais tardias.

58
Q

O que é a LMC? Explique.

A

É uma síndrome mieloproliferativa crônica, ou seja, se originam de céluals tronco ou de um progenitor próximo a esta porém SEM bloqueio da maturação: a célula se desenvolve por completo (hemácias, palquetas e granulócitos).

59
Q

Qual a epidemiologia da LMC?

A

Adultos.

60
Q

Qual a patogenia da LMC?

A

Ocorre SEMPRE por uma translocação entre o cromossomo 9 e 22 (t(9;22)), formando o CROMOSSOMO FILADÉLFIA, em que há formação do oncogene BCR/ABL, que promove formação da TIROSINA QUINASE. O clone é capaz de se diferenciar e a preferência é para granulócitos (neutrófilos, basófilos e eosinófilos, com as diversas formas de neutrófilos), porém pode aumentar plaquetas e monócitos também (NÃO hemácias).

61
Q

Qual o QC da LMC?

A

O marco da doenaç é uma leucocitose neutrofílica ocm desvio à esquerda + ESPLENOMEGALIA importante. As manifestações são decorrentes da esplenomegalia, anemia, disfunção plaquetária ou estado hipercatabólico: febre, asteina, perda ponderal, sudorese noturna, desconfordo abdominal no hipocôndrio direito, dispneia, equimoses, etc. É raro mas pode ocorrer dor óssea, hepatomegalia e rotura esplênica.

62
Q

É frequente ocorrer infecção na LMC?

A

Diferentemente das LAs, na LMC não é comum ocorrer infecções, pois os leucócitos neoplásicos APRESENTAM FUNÇÃO normal ou pouco diminuída (são células maduras).

63
Q

Qual o laboratório da LMC?

A

Leucocitose neutrofílica (SEMPRE presente) com desvio à esquerda (mielócitos, bastões, metamielócitos. Pode ter mieloblastos, mas são poucos). Há, tipicamente, BASOFILIA e EOSINOFILIA (é uma das poucas causas de basofilia proeminente e persistente). Pode haver anemia n/n e a presença de trombocitose é a REGRA. Ou seja: anemia, hiperleucocitose e trombocitose.

64
Q

Por que o paciente com LMC apresenta predisposição ao sangramento?

A

Pois, apesar da trombocitose, ele aprenseta disfunção plaquetária. Ao mesmo tempo, ele apresenta maior risco de trombose também pela leucostase.

65
Q

Quando ocorre a leucostase nas leucemias? Explique.

A

LA: > 50-100 mil. LC: > 200 mil. Isso pois os blastos aumentam muito mais a viscosidade do sangue do que as células maduras, pois são células maiores.

66
Q

Como diferenciar o aumento dos leucócitos por LMC e por infecção?

A

Na LMC, como os leucócitos em excesso não estão ali para combater uma infecção, produzem menos fosfatase alcalina leucocitária, fazendo com que esta proteína esteja BAIXA na LMC. Outro parâmetro é a presença dos corpúsculos de Döhle na reação leucemoide.

67
Q

O que é a reação leucemoide?

A

É algume reação que não seja leucemia porém que promove grande aumento de leucócitos (neutrófilos > 25 mil), como pancreatite aguda, hepatite alcóolica e infecção grave. Nessas condições, a fosfatase leucocitária está alta.

68
Q

Como é feito o dx de LMC?

A

O aspirado/bx de MO não é necessário, mas sempre é feito para prognóstico. Portanto, para dx, primeiramente eu faço a análise do sangue periférico - encontro da mutação BCR/ABL. O Cr Ph+ pode ser detectado no aspirado/bx de MO.

69
Q

Qual a evolução da LMC?

A

É comum o paciente conviver vários anos da doença sem ter diangóstico (QC arrastado e progressivo). Após alguns anos da doença não tratada, existe um enorme risco de haver a crise blástica (“agudização”), com absurda produção de células e mortalidade elevadíssima. A crise blástica ocorre pela evolução clonal pela aquisição de novas mutações.

70
Q

Como é feito o tto da LMC?

A

Inibição da tirosina quinase (imatinibe - escolha) e TCH (2a escolha - s/ resposta aos inibidores da tirosina quinase).

71
Q

Qual um pré-requisito para o TCH na LMC?

A

Idade < 55-60 anos.

72
Q

Qual a epidemiologia da LLC?

A

Idosos, homens (2:1). É a leucemia mais comum no mundo ocidental.

73
Q

Qual a origem da LLC? Por que ocorre?

A

Se origina a partir do linfócito B (o LyB neoplásico é morfologicamente idêntico ao LyB normal), ocorrendo por uma mutação genética que impede a transformação do LyB em plasmócito. É uma sd linfoproliferativa.

74
Q

Qual o marcador de imunofenotipagem da LLC?

A

O CD 5.

75
Q

Qual a diferença da LLC para as outras leucemias?

A

É cumulativa e não proliferativa: apresenta baixo turn over celular. Evolui com o acúmulo desses linfócitos com meia vida longa.

76
Q

Quais doenças o paciente com LLC está predisposto a desenvolver?

A

Infecções (ausência de função imunológica dos linfócitos B neoplásicos) e câncer de pulmão e GI.

77
Q

Quais as manifestações clínicas e o laboratório da LLC?

A

Linfocitose (> 5 mil), adenomegalia cervical (caract benig -> malig) = característico. Outras: febre, sudorese noturna, perda ponderal, astenia, fadiga, esplenomegalia. Pode haver hipogamaglobulinemia. Casos graves: anemia e plaquetopenia.

78
Q

Como é feito o dx de LLC?

A

Análise do sangue periférico (1a escolha) ou da MO (aspirado/bx) com detecção do CD 5 e presença de linfocitose > 5 mil OU linfocitose > 10 mil + aspirado de medula com 30% de linfócitos.

79
Q

Quais as formas de estadiar a LLC?

A

Estadiamento de Rai e de Binet. O qu eé mais importante guardar é que a presença de anemia ou plaquetopenia denota mau prognóstico em ambos os estadiamentos.

80
Q

Qual o tto da LLC?

A

Acomapnha se leve (sem anemia ou plaquetopenia). Para escolher a medicação, é necessária a análise de mutações genéticas.

81
Q

Qual a sd mieloproliferativa crônica mais comum?

A

A policitemia vera (ou policitemia rubra vera).

82
Q

Comente sobre a patogenia da P. vera.

A

Mutação em algum gene que promove ativação initerrupta da proliferação de uma célula neoplásica progenitora de eritrócitos mesmo na ausência de Epo.

83
Q

Comente sobre o QC e laboratório da P. vera.

A

Eritrocitose, aumento da viscosidade sanguínea, hipervolemia, congestão pulmonar e dispneia, prurido desencadeado por banho quente, pletora facial e conjuntival, esplenomegalia, eritrocianose de extremidades, hx retiniana. Lab: eritrocitose, podendo ter leucocitose e trombocitose. *HT > 60% e SaO2 > 92% = P. vera.

84
Q

Qual a principal complicação da P. vera?

A

Os eventos trombóticos e hemorrágicos.

85
Q

Qual o tto da P. vera?

A

Flebotomia (“sangria”) para reduzir o HT, hidroxiureia (mielossupressão). Prurido: anti-histamínicos.

86
Q

Comente sobre a mielofibrose idiopática (metaplasia mieloide agnogênica).

A

Célula neoplásica de monócito e megacariócito, atrai fibroblasto, fibrosa medual, esplenomegalia importante, leucoeritroblastose (indica ocupação de medula - nesse caso, por fibrose). Hc em lágrima. Ddx por bx MO (fibrose).

87
Q

Comente sobre a trombocitemia essencial.

A

Melhor prognóstico das sd mieloproliferativas, há clone neoplásico de megacariócito = trombocitose EXCESSIVA, eventos trombóticos e hemorrágicos. Aumenta APENAS plaquetas.

88
Q

Quais as consequências da QT à imunidade do paciente? Explique.

A

Há ume importantíssima imunossupressão com predisposição à infecção, tanto pela neutropenia e plaquetopenia (aplasia de medula), quanto pela microlesão de mucosas, quebrando barreiras fisiológicas da imunidade.

89
Q

Qual a definição de neutropenia febril (NF)?

A

Neutrófilos (segmentados + bastões) < 500 + FEBRE (temperatura oral ≥ 38,3° em medida única ou ≥ 38° por mais de 1h).
*Em idosos, pode não ocorrer febre, sendo que o dx de neutropenia febril pode ser dado sem a febre, porém com alguma outra evidência de infecção.

90
Q

Qual a importância da febre no neutropênico?

A

Apesar de existirem outras causas (não infecciosas) para a febre nesses pacientes, TODOS devem ser considerados com infecção potencialmente letal e grave.

91
Q

Por que a febre costuma ser a única manifestação da infecção nos pacientes neutropênicos?

A

Pois não existem neutrófilos suficientes para produzirem uma resposta inflamatória adequada, que promovem os sintomas das infecções.

92
Q

Qual a estratificação de risco da NF?

A

Alto risco ou baixo risco, sendo considerado de baixo risco os pacientes com expectativa da NF < 7d (ex: NF por QTx - paciente no nadir dos neutrófilos, e não por alguma doença) + ausência de disfunções orgânicas, de alterações da homeostase, cateter venoso profundo infectado ou manifestações GI.

93
Q

Qual a diferença na conduta para a NF de baixo risco?

A

O tratamento pode ser feito VO, ambulatorial e com ciprofloxacina + amoxi/clavulanato.

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Q

Qual a minha conduta no paciente com NF?

A

Coletar culturas + ATB empírico SEMPRE cobrindo Pseudomonas aeruginosa (cefepime - cefalosporina de 4a geração). Posso associar vancomicina caso risco alto de gram positivas (pele, cateter, pulmão, queda na PA). Caso não tenha melhora em 4-7 dias de ATB, devo suspeitar de fungos e iniciar anti-fúngicos.