Lesões de Origem Sistêmica Flashcards

1
Q

Cite 4 doenças AUTOIMUNES que podem gerar lesões de cavidade oral.

A
  • LES
  • Sd. Sjogren
  • Esclerose Sistêmica
  • Polimiosite e Dermatomiosite
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Q

Sobre o LES:

  • Qual a definição da doença?
  • Qual faixa etária e sexo predomina?
  • Quais as manifetações orais?
  • As ulcerações do lúpus causam dor?
A

Definição:

  • Doença autoimune, multissistêmica crônica, cuja característica é o desenvolvimento de focos inflamatórios em vários tecidos e órgãos

Idade e Sexo:

  • Mulheres (90%)
  • Jovens (15-50 anos)

Quadro oral:

  • Ulcerações superficiais circunscritas com halo eritematoso (foto), de tamanhos variados mas NÃO DOLOROSAS (INDOLORES).
  • Estomatites aftosas recorrentes.
  • Lesões semelhantes a leucoplasias ou líquen plano (lesões de aspecto redilhado na mucosa jugal).
  • Palato duro e mucosa jugal. Eventualmente em lábio inferior (queilite por lúpus).
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3
Q

Sobre o LES:

  • Quais os critérios diagnósticos e quantos precisam para confirmação?
A

São 11 critérios, sendo necessário pelo menos 4 deles:

  • Eritema malar
  • Lesão discóide
  • Fotossensibilidade
  • Úlceras orais ou nasais
  • Artrite ou mialgia
  • Proteinúria ou cilindrúria
  • Convulsões ou psicose
  • Pleurite ou Pericardite
  • Anemia, Leucopenia ou trombocitopenia.
  • Anticorpo inespecífico (FAN).
  • Anticorpos específicos Anti-DNA, anti-Sm, antifosfolípide.
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4
Q

Sobre o LES:

  • Qual o tratamento geral e das lesões orais?
A
  • Corticoesteroides (associado a ciclofosfamida, azatioprinaou clorambucil nos casos graves). Antimaláricos (cloroquina) para poupar uso dos corticóides e trazer controle de lesões dermatológicas.
  • Corticoide tópico nas lesões orais e saliva artificial se xerostomia.
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5
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Qual a definição?
  • Qual a prevalência?
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Quais suas duas formas?
A

Conceito:

  • Inflamatória crônica, caracterizada pela infiltração linfocitária progressiva de glândulas EXÓCRINAS, predominantemente as salivares e as lacrimais.

Prevalência:

  • DOENÇA COMUM (não é rara!)
  • 3% da população geral (mais comum que LES).

Idade e sexo:

  • SEXO FEMININO (9:1)
  • 40-50 anos

Formas:

  • Primária (isoladamente)
  • Secundária (associada a outras doenças autoimunes, sendo a mais comum a ARTRITE REUMATÓIDE).
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6
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Quais as manifestações orais e sistêmicas da doença?
A
  • CERATOCONJUNTIVITE SECA
  • XEROSTOMIA
  • Fissuras e ulcerações orais
  • Língua seca e fissurada
  • Atrofia da mucosa oral
  • Halitose e cárie
  • Parotidites
  • Alterações do paladar
  • Secura nasal e epistaxe
  • Artralgias e artrites não erosivas
  • Fenômeno de Raynaud
  • Linfadenopatias
  • Vasculites
  • Alterações renais

Curso da doença costuma ser lento e benigno.

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7
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Qual a relação da doença com linfoma?
A
  • Sjogren aumenta em 44x o RISCO DE LINFOMA (Não-Hodgkin de células B de baixo grau associado à mucosa, MALT)

Obs: no entanto, é mais comum surgir uma lesão linfoepitelial de curso benigno, chamado de pseudolinfoma (apenas 10% desses terá lesãomaligna).

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8
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Quais os 5 critérios diagnósticos (com suas respectivas pontuações) e como confirmamos o diagnóstico?
A

Para confirmação do diagnóstico, o paciente preciar pontuar NO MÍNIMO 4 PONTOS, considerando os critérios abaixo:

  • (3 pontos) SIALOADENITE FOCAL LINFOCÍTICA (biópsia de gld. salivares menores) em 1 ou mais “focus” por 4mm².
  • (3 pontos) ANTI-SSA (anti-RO) positivo.
  • (1 ponto) COLORAÇÃO OCULAR ≥ 5 (escore pelo rosa bengala ou fluoresceína), em pelo menos 1 olho.
  • (1 ponto) TESTE DE SCHIRMER ≤ 5 mm EM 5 MINUTOS, em pelo menos 1 olho.
  • (1 ponto) TESTE DE FLUXO SALIVAR NÃO ESTIMULADO ≤ 0,1mL/min.

DICA: “RO-LA = ANTI-SS(A)-ANTI-SS(B)”

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9
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • No que difere os critérios diagnósticos pelo Neville?
A

Observar quadro abaixo (principalmente diferenciação de primária e secundária).

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10
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Como é realizada a biópsia?
  • O que significa “focus” e quais os achados do histopatológico?
A

Realização da biópsia:

  • A biópsia de glândula salivar menor (MAIS INDICADA) é realizada através de uma pequena incisão de 0,5 a 1 cm no lábio inferior com área biopsiada de 4 mm2 ou com retirada de 5 a 10 glândulas salivares menores, sem retirada de mucosa labial.
  • A biópsia da glândula parótida é feita SOMENTE na suspeita de transfomação maligna.

Definiação de focus e achados:

  • Focus são agregados focais de pelo menos 50 linfócitos e, em menor medida, plasmócitos e macrófagos. Mais de 1 agregado focal deve ser visto por 4mm². Quanto maior o número de focos, maior é a correlação com o diagnóstico.
  • Presença de células T, principalmente CD4.
  • Substituição de ácinos normais por linfócitos.

Obs: estes agregados devem estar adjacentes a ácinos NORMAIS (os ácinos são substituidos por linfócitos, mas o que sobram estão normais). A natureza focal desta inflamação crônica dentre os ácinos aparentemente normais é um padrão fortemente sugestivo; em contraste, o achado de inflamação difusa com dilatação ductal e fibrose (sialadenite crônica esclerosante) não são condizentes com Sjögren.

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11
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Quais outros 2 exames poderiam ser solicitados para obtermos evidência objetiva do envolvimento de glândula salivar?
A
  • SIALOGRAFIA DE PARÓTIDA exibindo a presença de sialectasias (padrão pontual, cavitário ou destrutivo), com ductos maiores normais porém menores alterados (perda da arborização dos pequenos ductos, com padrão em “árvore carregada de frutos, sem galhos”).
  • CINTILOGRAFIA SALIVAR exibindo pouca captação, concentração reduzida, e/ou atraso na excreção do contraste.
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12
Q

Sobre a Sd. de Sjogren:

  • Cite opções de tratamento local para a doença.
  • Cite opções de tratamento sistêmico para a doença.
A

Tratamento local:

  • Ingesta líquida abundante, sialogogos (p. ex., balas de limão sem açúcar); evitar anti-histamínicos, aplicações de flúor para evitar cáries e exames periódicos para descartar candidíase oral.

Tratamento sistêmico:

  • AGONISTAS MUSCARÍNICOS como a pilocarpina (5 mg, 2-4x ao dia) e a cevimelina (30 mg, 3x ao dia) que, além do benefício no tratamento da boca seca, podem ser úteis no tratamento do olho seco. Embora não disponível no Brasil, a cevimelina é o agonista mais seguro.
  • O efeito colateral mais frequente é a SUDORESE.
  • Contraindicações incluem asma e doenças cardíacas.
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13
Q

Sobre a Esclerose Sistêmica:

  • Qual o conceito da doença?
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Como pode ser classificada?
A
  • A esclerodermia ou esclerose sistêmica é uma doença rara e caracteriza-se pela excessiva formação de colágeno e outros componentes do tecido conjuntivo, com fibrose dos locais envolvidos (pele, esôfago, pulmão, rins). É uma doença monofásica, progride de forma lenta e irreversível, sem remissão.
  • Sexo feminino (4:1) entre 35-50 anos, sendo mais comum, mais grave e mais precoce em negras.
  • É classificada em limitada (cutâneolimitada ou síndrome CREST), difusa (cutâneo-difusa e órgãos internos) e visceral (órgãos internos).
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14
Q

Sobre a Esclerose Sistêmica:

  • Explique o que é Sd. CREST e as principais manifestações orofaciais da doença.
A
  • Calcinose (material calcificado em mãos e cotovelos).
  • Raynaud (pode ser o primeiro sinal a aparecer. Episódio de vasoconstrição temporária das artérias e arteríolas digitais, com vasodilatação rebote, e(alteração de cor: palidez, cianose e rubor. Está presente em 90%-99% dos casos).
  • Esofagopatia (manifestação sistêmica mais comum, com disfagia)
  • Sclerodactily (esclerodactilia, com mão em garra e reabsoração de falanges distais).
  • Telangiectasias (pele e mucosas).

A síndrome CREST (Calcinose, Raynaud, Esofagopatia, Esclerodactilia e Telangiectasia) compõe os sinais e sintomas da forma limitada.

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15
Q

Sobre a Esclerose Sistêmica:

  • Descreva a fáscies típica e qual o achado bucal mais frequente.
A
  • Fáscies esclerodérmica: nariz e lábios afinados, retração peribucal.
  • Microstomia é o achado bucal mais frequente.
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16
Q

Sobre a Esclerose Sistêmica:

  • Além da esofagopatia, quais outras manifestações viscerais podem acontecer?
A

Acometimento renal (vasoconstrição generalizada), lesão pulmonar (alveolite com fibrose, primeira causa de morte nessa doença), cardíaco (miocardite, pericardites), esquelético (poliartralgia), TGI (diabsorção, estômago em melancia).

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17
Q

Sobre a Esclerose Sistêmica:

  • Como é feito o diagnóstico e tratamento?
A
  • SIstema de pontuação (igual LES e Sjogren), utilizando achados clínicos, autoanticorpos (anticentrômero, antitopoisomerase I, anti-RNA polimerase III) e capilaroscopia do leito subungueal.
  • O arsenal terapêutico inclui agentes antifibróticos e anti-inflamatórios; terapia imunossupressora e fármacos de ação vascular.
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18
Q

Sobre a Polimiosite e Dermatomiosite:

  • Qual o conceito da doença?
  • Qual idade e sexo predomina?
A
  • São miopatias inflamatórias idiopáticas caracterizadas por inflamação da musculatura esquelética.
  • Mulheres (2:1) de 50 anos
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19
Q

Sobre a Polimiosite e Dermatomiosite:

  • Quais os achados clínicos musculares e cutâneos?
A
  • Fraqueza muscular simétrica e proximal, afetando cintura escapular e pélvica, progredindo para parte proximal dos membros.
  • Compromete os flexores do pescoço (paciente não encosta o queixo no tórax), mas poupa face e musculatura ocular.
  • PÁPULAS DE GROTTON (formações elevadas em nós de dedos vcotovelos e joelhos)e HELIOTRÓPO (erupção nas pálpebras superiores), ambas patognomônicas da doença.
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20
Q

Sobre a Polimiosite e Dermatomiosite:

  • Quais os achados otorrinolaringológicos?
A
  • Na mucosa oral pode haver lesões semelhantes a LES, líquen plano, leucoplasia inespecífica, secura da boca e candidíase. Petéquias, telangiectasias e áreas atróficas também podem ser notadas.
  • Na gengiva e nos lábios podem-se observar edemas e isquemia.
  • Pode afetar o terço proximal do esôfago e laringe (DISFAGIA de transferência e DISFONIA).
  • LÍNGUA apresenta diminuição da capacidade funcional com sensibilidade DOLOROSA.
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21
Q

Sobre a Polimiosite e Dermatomiosite:

  • Como é feito o diagnóstico e tratamento?
A
  • Aumento de enzimas musculares (CK, aldolase, LDH, TGO)
  • Autoanticorpos (FAN, antijo1, antiMi2, antiSRP)
  • Eletroneuromiografia (potenciais polifásicos de baixa amplitude e curta duração)
  • Biópsia muscular (padrão ouro, necrose muscular).

Tratada com corticoesteroides e/ou imunossupressores.

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22
Q

Cite o nome de 5 vasculites sistêmicas que cursam com manifestações orais.

A
  • Púrpura de Henoch-Schonlein
  • Doença de Kawasaki
  • Granulomatose de Wegener
  • Poliarterite Nodosa
  • Doença de Behçet*

(*) Vista em flashcards de lesões aftosas orais.

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23
Q

Sobre a Púrpura de Henoch-Schonlein:

  • Qual sua importância?
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Qual sua fisiopatologia?
A
  • Vasculite mais comum da infância
  • 5 anos, mais no sexo masculino
  • Gatilho (como IVAS) leva a hiperprodução de IgA e deposição tecidual de imunocomplexos.
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24
Q

Sobre a Púrpura de Henoch-Schonlein:

  • Quais as manifestações?
A
  • Púrpura palpável (nádegas, membro inferior), hematúria (doença glomerular semelhante a Berger), artralgia e artrite não deformantes e dor abdominal (angina mesentérica). A principal complicação é a hemorragia digestiva.
  • Pode haver petéquias, púrpuras ou equimoses na região do palato.
  • Curso autolimitado (4-6 semanas) e benigno na maioria dos casos.
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25
Q

Sobre a Púrpura de Henoch-Schonlein:

  • Qual o diagnóstico e tratamento?
A

Diagnóstico clínico (aumento de IgA com plaquetas e teste de coagulação normais. Biópsia cutânea ou renal na dúvida (raro). Tratada com repouso e analgésicos nos casos leves, ou prednisona VO ou em pulsoterapia em casos mais importantes.

26
Q

Sobre a Doença de Kawasaki:

  • Qual seu conceito?
  • Qual idade e sexo predomina?
A
  • Vasculite multissistêmica de origem desconhecida.
  • Mais comum abaixo de 5 anos, no sexo masculino.
27
Q

Sobre a Doença de Kawasaki:

  • Quais seus critérios diagnósticos?
A

Febre com pelo menos 5 dias associada a no mínimo 4 dos abaixo:

  • Conjuntivite bilateral não purulenta.
  • Alterações ORAIS (língua em framboesa, úlceras ou fissuras orais, mucosites, faringite)
  • Alterações de extremidades (eritema palmar ou plantar, edema da mão e pés, descamação periungueal)
  • Linfonodomegalia Cervical (não supurativa)
  • Exantema Polimorfo
28
Q

Sobre a Doença de Kawasaki:

  • Qual o maior risco dessa doença?
  • Qual o tratamento?
A
  • Primeira causa de doença cardíaca adquirida na infância nos países desenvolvidos (mais
    prevalente que a febre reumática).
  • Risco de ANEURISMA CORONARIANO ou de IAM.

O ecocardiograma ou angiografia deve ser solicitado ao diagnóstico e depois realizado de forma seriada.

  • Imunoglobulina EV associado à AAS em doses altas (reduz incidência de coronariopatia) para tratamento.
29
Q

Sobre a Granulomatose de Wegener:

  • Qual o conceito,
  • Qual idade e sexo predomina?
  • Quais órgãos atinge?
  • QUal sua tríade?
A
  • Vasculite sistêmica necrosante idiopática rara, imunologicamente mediada, que atinge pequenas artérias.
  • 30-50 anos, sem predileção por sexo
  • Via aérea superior, pulmões (90%) e rins (80%).
  • Tríade: vasculite e pequenos e médios vasos, granuloma de VAS e glomerulonefrite.
30
Q

Sobre a Granulomatose de Wegener:

  • Cite as alterações de via aérea superior e boca, pulmões e rins.
A
  • VAS: Sinusite, rinite purulenta, epistaxe, ulceração e perfuração de palato e do septo nasal, nariz em sela, otite média e mastoidite.
  • Cavidade oral: HIPERPLASIA GENGIVAL EM MORANGO (gengivite moriforme), ÚLCERAS na língua, mucosa jugal e palato.
  • Pulmões: hemoptise, nódulos.
  • Rins: glomerulonefrite rapidamente progressiva (tardio, sendo a maior causa de morte).
31
Q

Sobre a Granulomatose de Wegener:

  • Como é confirmado o diagnóstico?
A

Presença de 2 dos abaixo:

  • Envolvimento nasossinusal
  • Envolvimento pulmonar
  • Envolvimento renal
  • Biópsia positiva (p. ouro)

A biópsia pode ser pulmonar a céu aberto ou renal.

32
Q

Sobre a Granulomatose de Wegener:

  • Qual exame laboratorial pode auxiliar no diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A
  • A sorologia de c-ANCA, que tem boa sensibilidade (65%-90%) e especificidade (98%).
  • Corticoide e imunossupressores (prednisona com ciclofosfamida, requerendo em alguns casos a pulsoterapia com metilpredinisolona, e plasmaférese se GNRP).
33
Q

Sobre a Poliarterite Nodosa

  • Qual seu conceito?
  • Qual idade e sexo predomina?
A

Vasculite necrosante sistêmica que acomete artérias de médio e pequeno calibres, de etiologia desconhecida.

  • 40-60 anos, Homens (2:1)
34
Q

Sobre a Poliarterite Nodosa:

  • Quais seus critérios diagnósticos?
A

Precisa de 3 dos 10 critérios abaixo:

  • Perda de peso > 4kg
  • Livedo recitular
  • Dor ou hipersensibilidade testicular (orquite)
  • Mialgias ou fraquezas
  • Mono ou polineuropatia (manifestação mais comum).
  • HAS diastólica
  • Aumento de uréia e creatinina
  • HBsAg ou anti-HBS positivo (associação em 20-30% dos casos ao vírus de hepatite B)
  • Aneurisma ou oclusões de artérias viscerais em arteriografia (angina mesentérica)
  • Biópsia arterial contendo neutrófilos

Lembrar: A PAN poupa pulmões (não afeta)!

35
Q

Sobre a Poliarterite Nodosa:

  • Q que pode surgir na cavidade oral?
A

Petéquias ou áreas de necrose punttiformes ou anulares.

36
Q

Sobre a Poliarterite Nodosa:

  • Qual o achados laboratoriais e da biópsia?
A
  • HbsAG ou anti-HBS
  • Perivasculite com infiltrado de NEUTRÓFILOS, ás vezes com necrose fibrinoide da camada média.
37
Q

Sobre a Poliarterite Nodosa:

  • Qual o tratamento?
A

Se não tratadas, apresentam baixa taxa de sobrevida. Por isso, esquemas terapêuticos agressivos costumam ser empregados com prednisona e ciclofosfamida. Está indicado o uso do alfa-interferon nos casos de poliarterite nodosa associada ao HBsAg (hepatite B crônica).

38
Q

Cite uma doença do TGI que pode causar manifestações orais, incluindo aftas ou úlceras.

A

Doença de Chron

39
Q

Sobre a Doença de Chron:

  • Qual seu conceito?
A

Doença intestinal crônica e idiopática que pode envolver todo trato gastrointestinal (boca ao ânus) com inflamação transmural, formação de granulomas não caseosos e fissuras. Caracteriza-se por um acometimento descontínuo e focal, tanto macroscópica quanto microscopicamente.

40
Q

Sobre a Doença de Chron:

  • Como se manifestam as lesões orais?
A
  • Lesões intraorais ocorrem em 8%-9% dos casos e podem preceder o quadro intestinal.
  • Incluem: ÚLCERAS aftoides, mucosa jugal e gengiva ou lábios em PEDRAS DE CALÇAMENTO (“cobblestoning”), inflamação difusa e queilite angular.
41
Q

Sobre a Doença de Chron:

  • Quais as manifestações de TGI?
A

Diarreia crônica invasiva associada a dor abdominal, sintomas constitucionais, doença perianal e massa palpável no quadrante inferior direito (abscesso intra-abdominal ou alça intestinal inflamada)

42
Q

Sobre a Doença de Chron:

  • Como diagnosticar?
A
  • Radiografia, clister opaco e trânsito de delgado (enteróclise) servem de screening.
  • Anticorpo ASCA positivo
  • Ileonoscopia com biópsia
43
Q

Sobre a Doença de Chron:

  • Como tratar?
A
  • Aminossalicilato (5-ASA, sulfassalazina ou mesalazina) nas formas leves. Associar corticoesteroides nas formas moderadas (VO, retal ou EV).
  • Corticoide EV e ATB de amplo espectro (associados ou não a imunossupressores): formas graves.
  • Cirurgias (ressecção segmentar com anastomose primáriao nos casos de bstrução intestinal).
44
Q

Cite doenças hematológicas que podem cursar com lesões orais.

A
  • Anemias
  • Agranulocitoses e leucopenias
45
Q

Sobre a Anemia Ferropriva:

  • Quais as principais manifestações orais?
A
  • QUEIMAÇÃO e secura na boca, palidez e atrofia da mucosa, principalmente da língua.
  • GLOSSITE ATRÓFICA (atrofia das papilas FILIFORMES no dorso da língua, dá aspecto de LÍNGUA LISA e com HIPERSSENSIBILIDADE).
  • Comissuras labiais sangrantes e QUEILITE ANGULAR

Outros achados da ferropenia incluem unhas quebradiças e coiloníquia (unhas em colher), esplenomegalia (de pequena monta), perversão do apetite (pica ou parorexia, desejo de comer amido, gelo, terra, etc).

46
Q

Sobre a Anemia Ferropriva:

  • Qual o nome da tríade composta pela presença desse tipo de anemia, membrana no esôfago e disfagia?
A
  • Síndrome de Plummer-Vinson.

É uma doença rara, sendo difícil determinar sua prevalência. É mais comum em mulheres de meia idade.

47
Q

Sobre a Anemia Ferropriva:

  • Qual o maior risco da Sd. de Plummer-Vinson?
A

É considerada FATOR DE RISCO PARA CEC de BOCA, FARINGE E ESÔFAGO, e também existem alguns relatos de sua associação com câncer gástrico.

48
Q

Sobre a Anemia Megaloblástica:

  • Qual sua causa e quais as manifestações orais?
A
  • Deficiência de folato ou de vitamina B12.
  • Ambas as deficiências vitamínicas cursam com queixas referentes à anemia (fraqueza, cefaleia, irritabilidade) e referentes à trombocitopenia (petéquias e púrpura).
  • Glossite dolorosa, com eritema, atrofia (também fica lisa) e sensação de queimação da língua
49
Q

Sobre a Anemia Megaloblástica:

  • Como diferenciar a deficiência de folato da deficiência de B12?
A

As manifestações clínicas da deficiência de folato diferem da deficiência de vitamina B12 por não apresentarem manifestações neurológicas (parestesia de extremidades, diminuição da sensibilidade profunda, desequilíbrio, marcha atáxica, Romberg positivo, fraqueza e espasticidade de membros inferiores, hiper-reflexia patela, déficits cognitivos).

50
Q

Sobre as Anemias:

  • Como tratar anemia ferropriva e meagloblástica?
A
  • Sulfato ferroso 300mg (60mg de FE elementar) 3x/dia, distante das refeições, com vitamina C.
  • Reposição de B12 (1000mg/dia IM por 7 dias, depois semanalmente por 4 semanas, depois mensalmente, podendo ser utilizado ad eternum quando necessário) e/ou ácido fólico (1-5mg/dia VO).
51
Q

Sobre as Agranulocistoses:

  • Qual o conceito?
A
  • A agranulocitose é uma condição na qual os granulócitos, particularmente os neutrófilos, estão ausentes.
  • Apesar de alguns casos serem idiopáticos, a maioria é induzida pela exposição a uma droga (como quimioterápicos). Há também a agranulocitose congênita e por infecções.
52
Q

Sobre as Agranulocistoses:

  • Quais as manifestações clínicas?
A
  • Na mucosa oral, as manifestações são comuns e dependem do grau de leucopenia.
  • Gengivite bacteriana aguda
  • Lesões erosivas e úlceras gangrenosas profundas (pode lembrar GUNA).
53
Q

Sobre as Agranulocistoses:

  • Qual o tratamento?
A

Se a agranulocitose está relacionada ao tratamento para câncer, a contagem de leucócitos geralmente retorna ao normal após algumas semanas. Para pacientes nos quais a contagem de granulócitos não se recupera, administração
de G-CSF ou do FATOR ESTIMULADOR DE COLÔNIAS DE GRANULÓCITOS-MACRÓFAGOS (GM-CSF) pode ser benéfica.

54
Q

Sobre a Neutropenia Cíclica:

  • Qual seu conceito e sua causa?
A
  • Desordem hematológica idiopática rara caracterizada por reduções periódicas regulares na população de neutrófilos dos pacientes afetados.
  • Mutação no gene para a elastase do neutrófilo, (ELA2), resultando em prejuízo ao desenvolvimento de neutrófilos no estágio de promielócitos dentro da medula
55
Q

Sobre a Neutropenia Cíclica:

  • Qual a clínica e como é feito diagnóstico?
A
  • Crises com ciclo de 21 dias em média
  • Febre, anorexia, linfadenopatia cervical, mal-estar, faringite e ulcerações na mucosa oral (principalmente gengiva)
  • Contagens sanguíneas sequenciais (tipicamente 2-3 vezes por semana durante 8 semanas). A contagem de neutrófilos deve ser menor que 500/mm3 por 3 a 5 dias durante cada um de pelo menos três ciclos sucessivos para que o diagnóstico seja feito.

Faz diagnóstico diferencial com Neutropenia Febril, caracterizada por neutrófilos < 500/mm3 associada a febre (idosos, usuários de corticoide ou quimioterapia pode cursar sem febre). Todo neutropênico febril (especialmente aquele em quimioterapia, devido à mucosite inflamatória que ocorre nessa modalidade terapêutica) deve ser considerado como portador de infecção potencialmente letal.

56
Q

Sobre a Neutropenia Cíclica:

  • Como é tratada?
A

Fator estimulador de colônia de granulócitos (G-CSF) e tratamento de infecções associadas.

57
Q

Qual importante doença pulmonar pode estar associada a manifestações orais?

A

Sarcoidose

58
Q

Sobre a Sarcoidose:

  • Qual seu conceito?
  • Qual idade e sexo predomina?
A
  • Doença de etiologia desconhecida que causa degradaçÕes antigênicas com acúmulo de linfócitos e fagócitos mononucleares em determinados órgãos, formando GRANULOMAS NÃO CASEOSOS.
  • Mais em mulheres (20-40 anos)
59
Q

Sobre a Sarcoidose:

  • Quais as manifestações sistêmicas e orais?
A

Sistêmicas:

  • Pode ser assintomático (apenas com adenopatia hilar bilateral e simétrica com infiltrado reticulonodular bibasal em radiografia torácica), ou ter apresentação aguda:

Síndrome de Loefgren: adenopatia hilar bilateral com uveíte, eritema nodoso e poliartrite periférica.

Síndrome de Heefordt-Waldenstrom: febre, uveíte, aumento de parótidas e paralisia facial periférica

  • Também pode ter apresentação crônica (sintomas respiratórios insidiosos, com lindafenopatia difusa, uveite anterior, alterações cutâneas típicas como eritema nodoso, infiltração facial, hepática, SNC, paralisia de nervos, entre outras).
  • Laboratorialmente pode-se encontrar linfopenia, hiperglobulinemia, hipercalcemia/hipercalciúria e nível sérico elevado de ECA.

Orais:

  • Lesões NODULARES, ULCERADAS e INDOLORES, múltiplas na gengiva, mucosa jugal, lábio e palato.
60
Q

Sobre a Sarcoidose:

  • Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
A
  • Suspeita clínica, achados laboratoriais, radiografia de tórax e biópsia pulmonar: inflamação granulomatosa não caseosa, corpos de Shaumann (lisossomos degenerados), corpos de Hamazaki-Wesenberg (lisossomos grandes) e principalmente INCLUSÕES ESTRELADAS (CORPOS ASTEROIDES) que representam fragmentos aprisionados de colágeno (apesar de sugestiva, não é patognomônica).

Um teste cutâneo para a sarcoidose, o TESTE DE KVEIM, pode ser executado pela injeção intradérmica de suspensão estéril de tecido sarcoide humano. Este procedimento não é mais amplamente utilizado devido à dificuldade na obtenção de material para o teste, à preocupação com relação à sua precisão e à impossibilidade de garantir a ausência de contaminação (p. ex., príons) neste tecido humano. A biópsia de glândula salivar menor tem sido proposta como um auxílio diagnóstico nos casos suspeitos de sarcoidose.

  • O tratamento da sarcoidose praticamente se baseia no uso de CORTICÓIDES. As lesões granulomatosas da sarcoidose são, na maioria das vezes, extremamente sensíveis aos corticosteroides.