Câncer de Cabeça e Pescoço Flashcards

1
Q

Cite sítios e origem de neoplasias malignas de cabeça e pescoço.

A

A localização mais frequente dos carcinomas é região de cabeça e pescoço.. São sítios de neoplasias malignas:

  • CA de pele
  • CA de lábio
  • CA de cav.oral
  • CA de orofaringe
  • CA de nasofaringe *
  • CA de nariz e seios da face *
  • CA de laringe e hipofaringe *
  • CA de glângulas salivares *
  • CA de tireóide (e nódulos)

Obs: em asterisco serão abordadas em outros flashcards.

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2
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Quais são os 3 principais tumores malignos da pele?
  • Qual a incidência de carcinomas e melanomas?
  • São comuns no nariz?
  • Quais os dois principais fatores que aumentam probabilidade de CA de pele?
  • Existe diferença de quantidade de melanócitos do branco para o negro?
A

Tumores mais comuns:

  • (CBC) Carcinoma Basocelular (células da camada basal)
  • (CEC) Carcinom Espinocelular (células da camada espinhosa).
  • Melanoma (melanócitos, células derivadas da crista neural, na camada basal)

Estatísticas:

  • Incidência de carcinomas: 88 para 100 mil.
  • Incidência de melanomas: 2,8 para cada 100 mil.
  • Nariz é responsável por 1/3 dos casos de CA de pele.
  • A probabilidade de uma pessoa apresentar câncer de pele depende de dois fatores: o fator principal é o HEREDITÁRIO, em especial, a quantidade de pigmento de melanina da pele. O segundo fator é a intensidade de SOL que a pessoa tomou durante a vida.
  • Não existe diferença de quantidade de melanócitos do branco para o negro (apenas da quantidade de melanina produzida).
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3
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome da classificação usada para tipo de pele?
A
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4
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o expectro de radiação ultraviolenta mais carcinogênico?
  • Qual o horário do dia mais nocivo?
A
  • UVA (315-400nM): responsável por 95% da radiação que recebemos, responsável também por tumores porém menos carcinogênico.
  • UVB (280-315 nM): MAIS CARCINOGÊNICO (penetram mais superficialmente na pele do que o UVA). O horário do dia com maior incidência de UVB é 10-15 horas. As pessoas devem ser orientadas sobre o uso de roupas apropriadas e de fotoprotetor anti-UVA e anti-UVB, com fator de proteção solar (FPS) igual ou superior a 30.
  • UVC (100-280 nM): ainda mais nocivos, mas absorvidos pela atmosfera.
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5
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • CERATOSE ACTÍNICA (risco de evoluIr para CEC). São crostas de pele seca, ásperas ao toque e múltiplas. CONSIDERADA LESÃO PRÉ-CANCEROSA MAIS COMUM.

Obs: o corno cutâneo é um tipo especial de ceratose actínica, com alto risco.

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6
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A

DOENÇA DE BOWEN (na foto abaixo, é uma forma de CEC in situ. É uma placa eritematosa, de bordas bem demarcadas e crescimento lento. Difícil de distinguir da ceratose actínica).

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7
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • CICATRIZ DE QUEIMADURA (pré-cancerosa, deve ser tratada com exérese e reparação plástica. Podem evoluir para ÚLCERAS DE MARJOLIN (foto), degenerações cancerosas sobre áreas de trauma.
  • O período de latência entre a queimadura e o aparecimento da neoplasia é, frequentemente, superior a 20 anos).
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8
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A

RADIODERMITE (radioterapia, evolui geralmente para CEC décadas depois).

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9
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • NEVO SEBÁCEO DE JADASSOHN

É congênito, placa verrucosa ou nodular, evolui para CBC (basocelular!) e deve ser retirado antes da puberdade.

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10
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • XERODERMA PIGMENTOSO

Lesão autossômica recessiva

Historico de cossanguinidade é frequente

Aparecimento precoce de lesões semelhantes a sardas ao lado de pontos com hipopigmentação, telangiectasias e queratoses solares.

Por volta de 8 anos, surgem CBCs, CECs e melanomas.

Defeito na reparação do DNA.

Morte com aproximadamente 30 anos.

Alta fotossensibilidade e fotofobia.

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11
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • SÍNDROME DE GORLIN

Autossômica dominante, gera CBCs múltiplos, pits (pequenos orifícios) palmoplantaes, macrocefalia e deficiência mental.

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12
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Qual o nome dessa lesão pré-cancerosa?
A
  • NEVO MELANOCÍTICO CONGÊNITO.

Presente ao nascimento. Precursor do MELANOMA. Se < 1,5cm a chance de desenvolver melanoma é 1-5% durante toda a vida. Se maiores que 20cm, são consideradas gigantes (risco de melanoma altíssimo). Deve ser ressecado antes dos 5 anos, com margem de 2mm e feito acompanhamento regular com fotos.

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13
Q

Sobre o CA de Pele (Carcinoma Basocelular)

  • Qual sua incidência entre os tumores de pele?
  • Acomete mais qual idade?
  • Qual sua frequência em cabeça e pescoço?
  • Como é sua disseminação?
  • Quais as alterações genéticas envolvidas?
  • Cite seus 5 tipos.
  • Qual tipo mais relacionado a metástase?
  • Qual tipo apresenta faixas descontínuas no histopatológico?
A

Epidemiologia:

  • Tumor mais comum (75%)
  • Entre 45-75 anos
  • Crescimento lento
  • 80% na cabeça e pescoço
  • Disseminação por contiguidade
  • Alterações genéticas (mutação do p53 e alteração na via hedgehog).

Tipos:

  • Nodular (perolado, rosa, elevado)
  • Micronodular
  • Superficial
  • Basoescamoso (forma agressiva, associação de CBC e CEC, forma mais comum de emitir metástase).
  • Escleridermiforme (foto abaixo. Tem disseminação profunda, diagnóstico clínico difícil, deve ser ressecado com cautela e com congelação. No histopatológico mostra agregados de células ovais e núcleos grandes, com paliçadas na camada basal e FAIXA DE CÉLULAS DESCONTÍNUAS, O QUE DIFICULTA SUA RESSECABILIDADE).
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14
Q

Sobre o CA de Pele (Carcinoma Espinocelular)

  • Como se manifesta?
  • Metástases ocorrem por qual via?
  • Quais os 3 locais mais comuns?
  • Risco aumentado em qual perfil de pacientes?
  • Qual alteração genética comum?
  • Quais os achados histopatológicos?
  • Cite 3 variantes mais agressivas
  • Cite 1 variante menos agressiva.
A
  • Pequeno nódulo que evolui para úlcera.
  • Metástases são LINFÁTICAS (N+ em 10% dos casos ao diagnóstico, principalmente se lesões maiores e mais invasivas).
  • Localis mais comuns: pavilhão auricular, couro cabeludo e pescoço.
  • Risco aumentado em imunossuprimidos.
  • Alterações genéticas (importância grande da mutação p53, que deve ser de ambos os alelos)
  • Na histopatologia há queratinócitos atípicos, pérolas córneas, células com pleomorfismo, núcleos aberrantes e atipia.

Variantes agressivas:

  • CEC adenoide (acantolítico)
  • CEC spindle cell
  • CEC sarcomatoide

Variante menos agressiva:

  • CEC verrucoso (foto abaixo. Tem menor índice de recidiva após cirurgia).
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15
Q

Sobre o CA de Pele (Melanoma):

  • Representa qual porcentagem das neoplasias de pele?
  • Como é o risco de metástase?
  • Qual seu principal fator prognóstico?
  • Quais seus 4 tipos?
  • Qual é o mais frequente?
  • Qual é o com pior prognóstico?
  • Qual é comum em idosos, com bom prognóstico?
  • Qual não aparece na cabeça e pescoço?
  • Qual porcentagem de melanomas são NÃO pigmentados?
A

Epidemiologia:

  • Representa 4% das neoplasias de pele (porém é a com a MAIOR MORTALIDADE).
  • Rsico grande de metástases (mesmo por tumores pequenos).
  • Fator prognóstico mais importante é sua ESPESSURA (quando < 1,5mm tem sobrevida > 90%. Se for > 3,5cm tem sobrevida de 40%).

Tipos:

  • Disseminativo (ou extensivo) superficial: é o MAIS FREQUENTE e geralmente surge de nevo displásico.
  • Nodular: sem fase pré-neoplásica, crescimento vertical desde o início, ulcerado e sangrante.Tem pior prognóstico e geralmente preto-azulado.
  • Lentigo maligno: em idosos, de evolução lenta e com melhor prognóstico. Aspecto de crosta sobre uma mancha irregular, de cor preto-marrom.
  • Acral lentiginoso: regiões palmoplantares (não pega cabeça e pescoço).

Cerca de 5% dos melanomas são NÃO pigmentados (nodular é o mais associado).

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16
Q

Sobre o CA de Pele (Melanoma):

  • Qual o ABCDE para avaliação?
  • Qual diâmetro é suspeito?
A
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17
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Quais devem ser as margens para tratamento de CBC e CEC?
  • Cite opções de reconstrução para área frontotemporal, área nasal, malar e recidivada.
A

Margens:

  • CBC varia (se alto risco, como em áreas como olhos, nariz, lábios, orelha ou subtipos basoescamoso ou esclerodermiforme e lesões recidivadas a margem deve ser no mínimo de 1cm).
  • CEC (no mínimo 1cm, sempre).

Linfonodos:

  • Esvaziamento radical modificado (I, II, III, IV, V preservando ECM, acessório e jugular) se houver linfonodos cervicais comprometidos.
  • Se acometer parótida, parotidectomia total com esvaziamento de níveis I, II e III.

Reconstruções:

  • Frontal e Temporal: enxertia.
  • Nasal de médio porte: retalho nasogeniano, glabelar ou bilobado.
  • Nasal de grande porte: retalho frontal.
  • Malar: retalho de mustardè ou cervicofacial.
  • Rinectomia total e prótese.
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18
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Quais os 5 passos no tratamento do melanoma?
  • Cite o índice que guia as margens cirúrgias (e valores).
A

Primeiro passo: biópsia.

  • Biópsia EXCISIONAL com margem de 2mm e fechamento primário.

Segundo passo: estadiamento.

  • Avaliação do Índice de Breslow segundo espessura (foto abaixo) pelo patologista (da camada granulosa até a porção mais profunda do tumor) para determinar o estadiamento T.
  • Acrescentamos “A” se não houver ulceração, ou “B” se houver ulceração.

Terceiro passo: reoperar.

  • Aumentar a margem conforme estadiamento.

Quarto passo: considerar coleta do linfonodo sentinela.

  • Indicações no próximo flashcards.

Quinto passo: esvaziamento cervical radical (com ou sem parotidectomia) se sentinela comprometido.

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19
Q

Sobre o CA de Pele:

  • Quais as 3 indicações de retirar linfonodo sentinela no melanoma?
  • Qual a técnica utilizada?
  • Quais marcadores de imunohistoquímica indicam positividade desse linfonodo?
A

Indicações:

  • Se lesões de espessura superiores a 1mm.
  • Se lesão entre 0,76mm a 1mm porém ULCERADA.
  • Se índice mitótico maior que 1 mm2.

Técnicas:

  • O linfonodo sentinela é definido como o primeiro nódulo da cadeia de drenagem linfonodal correspondente que recebe a linfa do local em que o tumor está localizado.
  • O procedimento inicia com linfocintilografia e PET-scan.
  • Após indução anestésica, injeta-se 1mL de AZUL PATENTE (azul de metileno não serve, não se difunde em tecidos linfáticos) ao redor da cicatriz da excisão prévia.
  • O linfonodo é retirado com ajuda de um probe (sonda manual que capta radiação) e pelo corante.

Análise:

  • Ele é então enviado para anatomopatológico em parafina.
  • Se houver positividade no estudo em hematoxilina-eosina ou ainda em estudo imuno-histoquímico (os principais marcadores são HMB-45, Proteína S-100 e Melan-A), deve ser indicado esvaziamento.
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20
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Cite os limites de lábio superior e inferior.
  • O que significa vermelhão?
  • De onde provém sua vascularização?
  • Qual a drenagem LINFÁTICA de cada lábio?
  • Como é a inervação?
A

Lábios:

  • Lábio superior = Estende-se da base do nariz até a borda inferior do vermelhão superior.
  • Lábio inferior = Estende-se da borda livre superior do vermelhão até a mandíbula.

Vermelhão:

  • Vermelhão = Epitélio escamoso não queratinizado que recobre inúmeros capilares, dando uma coloração avermelhada.

Vascularização:

  • Vascularização: CARÓTIDA EXTERNA > FACIAL > labiais superiores e inferiores.

O músculo orbicular dá passagem para as artérias labiais, além de servir de esfínceter (manter o alimento na boca durante mastigação).

Lembrar que NÃO é feita por ramos da artéria lingual.

DRENAGEM LINFÁTICA:

  • Lábio superior: nível Ib
  • Lábio inferior: nível Ia + Ib.

Obs: se a lesão cruzar a linha média, a drenagem se torna bilateral!

Inervação:

  • Motora pelo Facial (ramos bucal e marginal)
  • Sensitiva pelo Trigêmeo (ramos maxilar e mandibular).
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21
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual sua importância?
  • Qual faixa etária acomete?
  • Qual lábio geralmente pega?
  • Qual o principal fator de risco?
  • Como se apresenta?
  • Quais locais são relacionados a maior agressividade do tumor?
  • Quais tipos histológicos são mais comuns respectivamente no lábio inferior e superior?
A

Epidemiologia:

  • É o TUMOR MAIS FREQUENTE DA CAVIDADE ORAL e região maxilofacial.
  • Homem branco, 60-70 anos
  • MAIS COMUM NO LÁBIO INFERIOR (86%)
  • Mais identificado em estágios iniciais (T1 e T2).
  • Principal fator de risco é exposição solar. Associação também com tabagismo e etilismo (73% dos casos).

Quadro clínico:

  • Crostas ou ulceração superficial (CEC).

(Se houver abaulamento submucoso sem ulceraçãqo superficial, há maior probabilidade de ser tumor de gl. salivar menor)

Tumores mais agressivos:

  • Comissura da boca
  • Lábio superior

Tipos histológicos:

  • CEC (95%, mais em lábio INFERIOR)
  • CBC (mais em labio SUERIOR)
  • Melanoma (raro, prognóstico reservado)
  • CA de glândula salivar menor
22
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Descreva o estadiamento (T).
A

Como guardar:

  • > 2 cm ou > 5mm vira T2 (mas não deve ultrapassar 4cm ou 10mm senão vira T3).
  • T4 é quando invade estruturas adjacentes (sendo T4b irressecável).
23
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Descreva o estadiamento (N).
A
  • (N1) 1 linfonodo, ipsilateral, sendo ≤ 3cm e sem sinais de esvaziamento capsular.
  • (N2a) 1 linfonodo, ipsilateral, de 3-6cm, sem sinais de esvaziamento capsular.
  • (N2b) Múltiplos linfonodos, ipsilaterais, todos < 6 cm e sem extravasamento.
  • (N2c) Linfonodo contralateral presente, porém < 6cm e sem extravasamento extracapsular.
  • (N3a) Qualquer linfonodo > 6cm e sem extravasamento extracapsular.
  • (N3b)* Sinais de extravasamento extracapsular (envolvimento de pele ou tecidos moles com fixação profunda / aderência à musculatura adjacente, acometimento de nervos).

Basicamente o que difere do N de outras regiões é o estágio N3b.

24
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual a conduta inicial?
  • Devo solicitar exames para avaliar a lesão caso seja inicial (T1/T2)?
  • E avançada (T3/T4)?
  • Quais exames devo obrigatoriamente solicitar se tabagista e etilista?
  • Como é feita a pesquisa de doença à distância?
A

Conduta inicial:

  • Biópsia INCISIONAL (pegando borda da lesão e parte sadia).

Exames para avaliar a lesão:

  • T1/T2: sem necessidade de exames complementares.
  • T3/T4: pedir TC ou RM COM CONTRASTE de cabeça e pescoço (avaliar extensão, espessura e ajudar no estadiamento).
  • Tabagista e etilista: LARINGOSCOPIA E ENDOSCOPIA (lesão concomitante em 8-12%. Alguns possuem a mucosa condenada de Slaughter, com chance de desenvolver o tumores sincrônicos).

Exames para avaliar doença a distância (pulmão é o principal órgão de mestástases):

  • T1/T2: Radiografia de tórax
  • T3/T4: TC tórax c/ contraste
25
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Quais os principais sinais clínicos indicativos de mau prognóstico?
A

Lesão de lábio superior, comissura, tabagismo e etilismo, metástase e parestesia são indicativos de mau prognóstico.

26
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual a margem de ressecção?
  • Qual o tratamento se tumor superficial e restrito à mucosa labial?
  • Qual o tratamento se T1/T2 e até no máximo 50% da extensão do lábio?
  • Se ultrapassar esses critérios, qual a cirurgia?
A

Margem mínima:

  • Deve ser de 5mm (congelação é essencial).

Superficial e restritos à mucosa labial:

  • VERMELHECTOMIA (também indicada nos casos de queilite angular).

T1/T2 e até no máximo 50% da extensão do lábio:

  • RESSECÇÃO EM CUNHA (foto abaixo) e fechamento primário (risco de microstomia).

Se não entrar nos critérios acima:

  • RESSECÇÃO COM RETALHOS (variados).
27
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual a cirurgia realizada abaixo?
A
  • Realizada vermelhectomia

(tumores superficiais e restritos à mucosa labial)

28
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual a cirurgia realizada abaixo?
A
  • Realizada ressecção em cunha

(T1/T2 e até no máximo 50% da extensão do lábio)

29
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Qual a cirurgia realizada abaixo?
A
  • Ressecção e reconstrução com retalho nasogeniano.

(T3, T4 ou se ultrapassar 50% da extensão do lábio)

30
Q

Sobre o CA de Lábio:

  • Quando indicar esvaziamento?
  • Quando indicar radioterapia?
  • Quando indicar quimioterapia?
A

Esvaziamento:

  • T1/T2: não indicado.
  • T3/T4: níveis I, II, III (supraomohioideo). Fazer bilateral se cruzar a linha média).

Radioterapia:

  • T4 ou N+
  • Margens exíguas
  • Invasão perineural
  • Invasão angiolinfática

Quimioterapia:

  • N3b (extravasamento)
  • Margens exíguas

Obs: nos casos em que há células tumorais nas imediações das bordas do tecido retirado, as margens são classificadas como exíguas

31
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Compreende CA de quais estruturas?
  • Com exceção dos lábios, qual a região mais frequentemente acometida da cavidade oral?
A

Locais:

  • Lábios (já comentado), gengivas, mucosa jugal, área retromolar, assoalho da boca, língua oral e palato duro.
  • LÍNGUA (LOCAL + COMUM)

Tipos histológicos

  • CEC (95%)
  • Melanoma mucoso
  • CA de gl.salivares menores
  • Sarcomas e linfomas,

Fatores de risco:

  • Álcool
  • Tabagismo
  • HPV (16 e 18)
  • Sexo masculino (3:1)
  • História familiar
  • Mate chimarrão
  • Trauma crônico (dentaduras)
  • Anemia de Fanconi
  • Imunossupressão

Obs: herpes simples não tem relação com CA de cavidade oral.

Fatores genéticos:

  • Perda do cromossomo 22q13 (associado a história familiar).
  • Polimorfismos que aumentam o risco: CYP1A1 / CYP2E / CYP2A6
  • Polimorfismos protetores: GSTM1, GSTP3, GSTP1 e NAT.

Epidemiologia:

  • As maiores taxas de incidência de câncer oral são da Ásia e América do Sul, sendo a cidade de São Paulo a com maior incidência de câncer de cavidade oral no mundo.
32
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • A maioria dos CA de orofaringe apresenta lesão prévia pré-neoplásica?
  • Cite 4 lesões pré-neoplásicas dessa região.
A

Lesão prévia:

  • A maioria dos CA de orofaringe NÃO são decorrentes de lesão prévia.

Lesões pré-neoplásicas:

  • LEUCOPLASIA* (é a MAIS FREQUENTE, sendo o diagnóstico de exclusão).
  • ERITROPLASIA (é a com MAIOR CHANCE de transformação maligna. Mancha ou placa vermelha com superfície lisa. Cerca de 90% já possui displasia, CA in situ ou CA invasivo ao diagnóstico).
  • QUEILITE ACTÍNICA (mais em lábio inferior, homens brancos, com 10% de risco de malignizar).
  • LÍQUEN PLANO* (doença inflamatória crônica autoimune).
  • Outras: LES, fibrose submucosa oral e queratose palatina.
  • Vistas nos flashcards de lesões brancas.
33
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Cite o nome das lesões abaixo e pelo menos 3 diagnósticos diferenciais que precisam ser excluídos.
A
  • LEUCOPLASIAS (plana e verrucosa).

As lesões que precisam ser excluídas para diagnosticar leucoplasia são: nevo esponjoso branco, ceratose de atrito, morsicatio buccarum, lesão química, candidíase
pseudomembranosa aguda, leucoedema, líquen plano, reação liquenoide, lúpus eritematoso discoide, enxerto de pele, leucoplasia pilosa e leucoqueratose nicotínica de palato.

34
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Cite o nome da lesão abaixo e pelo menos 3 diagnósticos diferenciais que precisam ser excluídos.
A
  • ERITROPLASIA

O diagnóstico diferencial inclui: infecções (candidíase eritematosa, histoplasmose), doenças imunológicas ou inflamatórios (gengivite descamativa, líquen plano eritematoso, lúpus eritematoso discoide, penfigoides, reações de hipersensibilidade e doença de Reiter) e hamartomas ou neoplasias (hemangioma, sarcoma de Kaposi).

35
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Quais as características clínicas clássicas?
  • Como se manifesta quando decorrente de HPV?
  • Como se manifesta se decorrente de gl. salivar menor?
A

CEC:

  • Úlcera indolor, irregular e endurecida com bordas irregulares. As úlceras podem ser predominantemente exofíticas ou endofíticas.
  • Mais comumente em BORDA DA LÍNGUA ou ASSOALHO DA BOCA.
  • Em neoplasias orais a ADENOPATIA CERVICAL ANTECEDENDO SINTOMAS LOCAIS É RARO.
  • MAIORIA TEM DIAGNÓSTICO EM ESTÁGIO AVANÇADO.
  • Inicialmente assintomática, podendo evoluir com dor. Outros sintomas são geralmente associados à doença em estádio avançado, (sialorreia, sangramento, amolecimento dentário, halitose, trismo, adenopatia cervical e perda de peso.

Associação com HPV:

  • Pessoas mais jovens, não tabagistas e não etilistas.
  • Lesões de pequeno volume, exofíticas, não associadas a leucoplasia ou eritroplasia.
  • Associada a metástases cervicais volumosas.
  • São neoplasias não queratinizadas.

Glândulas salivares menores:

  • Lesões nodulares submucosas recobertas por mucosa normal ou levemente infiltrada
36
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Como é feito diagnóstico?
  • Quais os níveis cervicais mais afetados?
A

Diagnóstico:

  • Biópsia INCISIONAL.
  • PAAF de linfonodo suspeito

Cadeias acometidas:

  • Ib (submandibulares)
  • IIa e III (jugulares altos e médios)
37
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Como é o estadiamento (T)?
A

Igual ao de lábio (única diferença é que não leva em consideração espessura do tumor).

38
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Como é o estadiamento (N)?
A

Igual ao de lábio (única diferença é que não divide em N3a e N3b, ou seja, não fala de extravasamento capsular).

39
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Quais os exames indicados para estadiar?
A

Estadiamento:

  • Radiografia panorâmica de mandíbula (tumores de gengiva inferior, área retromolar, assoalho de boca, mucosa jugal).
  • Tomografia de Cabeça e Pescoço e/ou RM (alternativa).
  • Radiografia ou TC de tórax
  • PET-Scan (não é obrigatória)
  • FIBRONASO e EDA (para tabagistas e etilistas, pois 10-20% tem tumores sincrônicos).
40
Q

Sobre o CA de cavidade oral:

  • Qual a margem indicada?
  • Quais as vias de acesso?
  • Quais os retalhos mais usados na reconstrução?
  • Quando é indicado esvaziamento cervical?
  • Quando indicar radioterapia?
  • Quando indicar quimioterapia?
  • Qual o principal fator prognóstico e de sobrevida?
  • Qual o período com maior recidiva?
A

Margem:

  • De 1cm (tridimensional)

Acessos:

  • Tumores iniciais em áreas mais anteriores são abordados via transoral (perioral), podendo ser necessárias mandibulotomias (paramediana mais indicada) ou mandibulectomia para exposição mais adequada.
  • Tumores posteriores e avançados da gengiva posterior e palato duro, podem ser necessárias incisões de Weber Fergunson (parte medial do olho até lábio superior) ou Degloving (pelo nariz e por baixo do lábio superior).

Reconstrução:

  • Fechameto primário ou retalhos locais (lingual, bucinador, nasolabial, supraescapular) ou miocutâneos (infrahioide e platisma), se tumores iniciais pequenos.
  • Retalhos miocutâneos (PEITORAL MAIOR, trapézio e grande dorsal) para reconstruções tridimensionais maiores.
  • Transplantes microcirúrgicos (considerados PADRÃO-OURO) devido versatilidade e segurança e preservação de anatomia, como retalho antebraquial (chinês) e lateral do braço (tumores menores) ou lateral da coxa e reto abdominal (maiores).
  • Os objetivos da reconstrução são conseguir uma cicatrização adequada das feridas para permitir a radioterapia pós-operatória antes de 6 semanas, otimizar a reabilitação funcional e conseguir os melhores resultados funcionais e cosméticos possíveis.

Esvaziamento:

  • Se N0, podemos fazer esvaziamento profilático se lesão > 2cm ou espessura > 3-4mm (exceto TUMORES DE PALATO NÃO NECESSITAM ESVAZIAMENTO PROFILÁTICO).
  • Se N1 níveis I e II: esvaziar I, II, III +/- IV)
  • Outros N1, N2a ou N2b: radical modificado (I-V preservando jugular, acessório e ECM).
  • Se N3: radical clássica (I-V incluindo as três estruturas).
  • Tumores que cruzam a linha média mas sem linfonodos contralaterais positivosa: esvaziamento acrescentar esvaziamento contralateral seleticvo (I-III).
  • Se N2c ou N3 com linfonodos contralaterais positivos, fazer radical clássica ipsilateral e radical modificada contralateral (preservar jugular interna).

Radioterapia:

  • Estágio avançado (III ou IV)
  • Margens exíguas
  • Infiltração perineural
  • Extravasamento extracapsular
  • Múltiplos linfonodos
  • Múltiplos níveis cervicais

É feita 6-8 semanas após a cicatrização.
Dose de 60-70 Gy.

Quimioterapia:

  • Margens exíguas
  • Extravasamento capsular

Principal fator prognóstico e sobrevida:

  • ACOMETIMENTO LINFONODAL

Recidivas:

  • Maior chance nos 2 primeiros anos (fazer consultas períodicas de 2/2 meses).
  • 2-5 anos: 6/6 meses.
  • Depois anual.
41
Q

Sobre o CA de orofaringe:

  • Quais os locais mais comuns?
  • Quais os principais fatores de risco?
  • Quais os dois vírus que podem aumentar o risco?
  • Qual fáscia é importante como barreira de disseminação tumoral?
  • Acomete mais qual sexo e idade?
  • Qual a taxa de metástase?
A
  • LOJA TONSILAR, seguido de perto por BASE DE LÍNGUA e palato mole.
  • Tabagismo, alcoolismo, desnutrição, dieta pobre em vegetais e frutas, erva-mate/chimarrão, betel, radiação e plummer-vinson (futras cítricas como laranja, tangerina e limão, assim como alimentos verdes escuros são protetores).
  • HPV (16 e 18) e EBV (base de língua).
  • Fascia bucofaríngea (foto). É a porção posterior da camada visceral da camada média da fáscia cervical profunda.
  • Sexo masculino (4:1), entre 60-70 anos
  • Metástase em 20% dos casos (precoces, podendo ser primeira manifestação), principalmente para pulmão, ossos e fígado.
42
Q

Sobre o CA de orofaringe:

  • Quais os 3 tipos histológicos mais comuns?
  • Como é feito o estadiamento?
  • Cirurgia é o tratamento preferencial nessa região?
A

Tipos histológicos:

  • CEC (+ comum)
  • CA ADENOIDE CÍSTICO (na orofaringe é mais comum que o mucoepidermóide).
  • LINFOMA NÃO-HODGKIN DE CÉLULAS B (orofaringe é o local mais comum do trato aerodigestivo).

Estadiamento:

  • Idêntico para cavidade oral (tanto o T quanto N). Os exames também são semelhantes.

Tratamento:

  • Para CEC na orofaringe é comum escolher RADIOTERAPIA como primeira escolha, podendo ser associada QUIMIOTERAPIA.
  • Cirurgia costuma ser opção para casos de tumores muito iniciais ou recidivas. Acessos: transoral, TORS, faringotomia transioidea, mandibulotomia transligual ou paralingual. Margem de 1cm tridimensional.
  • Linfoma e linfoepitelioma o tratamento é sistêmico.
  • Sarcoma e tumores de glândulas salivares o indicado é cirurgia, considerando ajduvância.
  • Esvaziamento profilático supra omo-hioideo em níveis I, II, III (N0), ampliando se N+.
43
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Qual a prevalência do nódulo tireoideano?
  • Quantos nódulos podem evoluir para câncer?
  • Quais os fatores de risco para malignidade?
  • Quais os sinais clínicos de malignidade?
  • Existe algum protocolo de rastreio populacional?
  • Quais nódulos requerem investigação?
A

Estatísticas:

  • Alta prevalência (60% em mulheres acima de 50 anos).
  • Câncer em 7-15% dos nódulos (risco é igual para os nódulos não palpáveis ou achados incidentalmente na USG. Já os incidentalomas achados acidentalmente por PET-SCAN, tem risco maior de 35%).

Fatores de risco:

  • História familiar (CA tireoide)
  • Irradiação do pescoço na infância
  • Irradiação corpo todo (Tx Medula)
  • Síndromes genéticas associadas (NEM-2, Cowden, Carney, Werner).

Sinais clínicos:

  • Crescimento rápido
  • Muito endurecido
  • Disfonia / paralisia vocal
  • Fixação / invasão vizinha
  • Linfonodopatia cervical suspeita

Rastreio:

  • Não existe indicação de rastreio populacional de CA de tireoide.

Investigação:

  • Todo nódulo “> 1cm ou suspeito” (fatores de risco ou sinais clínicos de malignidade).

Alguns tumores malignos podem ter < 1cm, com crescimento indolente e assintomático, como os microcarcinomas papilíferos. Diante de histórica familiar ou clínica suspeita, deve ser investigados.

44
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Qual o primeiro exame após identificação de um nódulo tireoidiano?
  • Qual a conduta de acordo com seus achados?
A

Primeiro exame:

  • Solicitar TSH.

Conduta?

  • Se TSH suprimido, indicar CINTILOGRAFIA (investigar hipertireoidismo, pode ser um nódulo quente. Se vier frio, indicar USG).
  • Se TSH normal ou elevado, pode ser câncer. Indicar USG. Se vier nódulo sólido > 1cm ou coim TI-RADS suspeito, indicar a PAAF.
45
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Quais as características (7) de malignidade em USG de tireóide que indicam PAAF?
A

Características:

  • AUSÊNCIA DE HALO HIPOECOICO
  • HIPOECOGÊNICO (comparado ao restante do parênquima normal).
  • VASCULARIZAÇÃO INTRANODULAR (mais central do que periférica. Apesar de ser preditivo de malignidade, não entra no TI-RADS).
  • IRREGULARIDADE (margens mal definidas)
  • MICROCALCIFICAÇÕES (principalmente periféricas)
  • MAIS ALTO DO QUE LARGO (diâmetro vertical é maior que o laterolateral).
  • EXTENSÃO EXTRATIREOIDEANA

Observação:

  • Nódulos 100% císticos, espongiformes ou quentes no USG não necessitam PAAF.
  • A presença de alguma característica suspeita não obrigatoriamente indica PAAF. Vai depender da classificação TI-RADS (abaixo).
46
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Quais seus tipos histológicos?
  • Quais são bem diferenciados e pouco diferenciados?
A

Tipos histológicos:

  • PAPILÍFERO: mais comum (80%), relacionado a radiação (porotoncogene RAS), em mulheres e crianças, com histórico familiar. Na histopattologia há CORPOS PSAMOMATOSOS (células foliculares com excesso de cálcio). Disseminação predominantemelnte linfática. Subtipo de melhor prognóstico.
  • FOLICULAR: segundo mais comum (15%), relacionado a deficiência de iodo. Crescimento mais rápido e disseminação hematogênica (ossos, pulmões, fígado). PAAF não define diagnóstico, somente biópsia).
  • MEDULAR: é o carcinomas de células C (parafoliculares, produtores de CALCITONINA, que pode ser dosada, assim como CEA). Clínica de CA de tireóide e diarreia. Cerca de 20% se associa a NEM-2.
  • ANAPLÁSICO (mais raro, em idosos, mais agressivo e de pior diagnóstico.

Diferenciação:

Seus tipos histológicos podem ser bem diferenciados (Papilífero ou Folicular, 90%, melhor prognóstico, em mulheres com 20-40 anos) ou pouco diferenciados (Medular ou Anaplásico, 10%, mais comum em idosos).

47
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Quais subtipos histológicos não conseguem ser detectados pela PAAF?
  • Se vier padrão indeterminado, quais as possíveis condutas?
  • Qual sistema utilizo para avaliar o resultado da PAAF e definir minha conduta?
A
  • A PAAF não é capaz de diferenciar um adenoma folicular (benigno e mais comum) do CA folicular (maligno), além de não conseguir confirmar o CA de células de Hurthle (variante do CA folicular). Vão vir como padrão INDETERMINADO na PAAF (diagnóstico somente com cirurgia e histopatologia).
  • PAAF indeterminada poderá ser repetida, acompanhada com USG ou abordadas cirurgicamente (nesses casos, é indicada lobectomia e congelação).
  • Sistema BETHESDA (I-VI) e vai indicar minha conduta daqui para frente (foto abaixo). Atenção para Bethesda II e V-VI que possuem condutas mais bem definidas.
48
Q

Sobre o CA de tireóide:

  • Quais os exames pré-operatórios mais indicados?
  • Qual a conduta se linfonodo suspeito de metástase?
  • Qual o tratamento indicado?
  • Como é feito acompanhamento?
A

Exames para estadiamento:

  • USG CERVICAL (é o MELHOR EXAME para avaliar acometimento linfonodal suspeito).
  • TC, RM ou PETscan (pedir se linfonodos suspeitos em USG, tireoide mergulhante ou cirurgia cervical prévia. Esses exames tem BAIXA sensibilidade para linfonodos cervicais metastáticos).

O que fazer se linfonodos suspeitos:

  • PAAF guiada por USG (do linfonodo) e dosar tireoglobulina (lavado do aspirado).

Tratamento:

  • TIREOIDECTOMIA TOTAL ou PARCIAL (pode variar, mas lobectomia deve ter pelo menos < 4cm, sem extensão extratireoidiana, sem metástase linfonodal).
  • RADIOIODOTERAPIA dependendo do risco de recorrência pós-operatório (avaliado por sistema clinicopatológico: recebem aqueles com histologia mais agressiva, ressecção incompleta, tireoglobulina elevada após cirurgia, metástases linfonodais, entre outros fatores).
  • SUPRESSÃO DO TSH (reposição hormonal com l-tiroxina pós-operatória, para reduzir o risco de recidivas).

Acompanhamento:

  • USG cervical, TSH e T4 livre, Tireoglobulina (valores maiores que 2ng/mL indicam recorrência) e anti-tireoglobulina.
49
Q

Sobre esvaziamento cervical:

  • Cite todos os níveis linfonodais cervicais.
A
  • IA e IB (Submentoniano e Submandibular)
  • IIA e IIB (níveis jugulares superiores)
  • III (Jugular médio)
  • IV (jugular inferior)
  • V (trígono posterior)
  • VI (pré-traqueais)

IIA e IIB são separados pelo NERVO ACESSÓRIO.

50
Q

Sobre esvaziamento cervical:

  • Quais níveis são retirados nos seguintes esvaziamentos: seletivo cervical lateral, seletivo supraomohioideo, radical modificado, radical clássico e radical ampliado?
A
  • SELETIVO SUPRAOMOHIOIDEO (I, II e III).
  • SELETIVO CERVICAL LATERAL (II, III e IV).
  • RADICAL MODIFICADO (I, II, III, IV, V e preserva ECM, acessório e jugular interna).
  • RADICAL CLÁSSICO (I, II, III, IV, V, retirando ECM, acessório e jugular interna).
  • RADICAL AMPLIADO (além do radical clássico, resseca alguma outra estrutura, por exemplo, ilha de pele, parte de algum outro músculo ou nervo hipoglosso).