Infecções (Bacterianas) Flashcards

1
Q

Cite as principais infecções relacionadas a bactérias na cavidade oral (10).

A

Bacterianas:

  • Amigdalite
  • Escarlatina
  • Impetigo
  • Difteria
  • Sífilis
  • Gonorreia
  • Tuberculose
  • Actinomicose
  • Estomatite Necrosante
  • Angina de Plaut-Vincent
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2
Q

Sobre as Faringoamigdalites:

  • Qual porcentagem dos casos de faringoamigdalites são na verdade de etiologia viral?
A
  • Corresponde a 75% das faringoamigdalites em menores de 2 anos (diminui a prevalência na puberdade, tanto nos casos isolados quanto nas recorrências).
  • ADENOVÍRUS (20%). Outros como rinovirus, coronavírus, influenzae, parainfluenzae, VSR. Menos comuns: EBV e HSV também podem causar.
  • Febre, tosse, diarreia, rouquidão, mialgia, em alguns pode haver exsudato em orofaringe, coriza, obstrução nasal, conjuntivite, estomatite.
  • Hidratação, analgésicos, antitérmicos e cuidados gerais.
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3
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • No caso das bacterianas, qual o principal agente?
  • Quais os principais mecanismos patogênicos (3) dessa bactéria?
  • Quais outros agentes bacterianos (3) associados a recorrência após infecção inicial?
A

Principal agente:

  • STREPTOCOCCUS PYOGENES DO GRUPO A (Beta-Hemolítico / GAS) é considerado o mais importante, causando 20% dos quadros em crianças e adolescentes, e com risco de complicações. Estreptococos do grupo B e C também podem causar, porém sem as mesmas consequências. Os sorotipos associados a faringite são diferentes dos associados a impetigo e piodermite.

A sua patogenicidade é determinada por MECANISMOS IMUNOMEDIADOS:

  • TOXINAS (eritrogênicas e piogênicas).
  • ESTREPTOLISINA O e S (faz lise de hemácia e de outras células, como as do miocárdio).
  • EXOTOXINA A (pode causar síndrome do choque tóxico).
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4
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Quais os agentes bacterianos (3) associados a recorrência após infecção estreptocóccica?
  • Quais os agentes bacterianos (3) que, embora menos comuns, quando são vistos afetam mais adolescentes de 9-19 anos?
A

Quando temos recorrrência após infeccção estreptocóccica, esses germes costumam estar associados:

  • S.aureus
  • Haemophilus spp
  • Moraxella catarrhalis

Agentes bacterianos que, embora menos comuns, quando são vistos afetam mais adolescentes de 9-19 anos:

  • Mycoplasma pneumoniae
  • C. pneumoniae
  • Neisseria gonorrheae (sexualmente ativos).
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5
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Qual a faixa etária mais atingida?
  • Qual costuma ser a duração dos quadros?
  • Qual o quadro clínico?
  • Qual o exame padrão ouro?
  • Quais achados aumentam o valor preditivo positivo dos testes rápidos?
  • Quais achados clínicos diminuem o valor preditivo dos testes rapidos?
A

Faixa etária:

  • Em média, entre 5-15 anos (a presença de IgG transplacentária protege crianças mais novas, começando os primeiros casos por volta de 2-3 anos). A disseminação é por meio de gotículas.

Duração:

  • 3-6 dias no adulto
  • 6-10 dias na criança

Sintomas:

  • Odinofagia, disfagia
  • Febre, sintomas constitucionais
  • Linfonodomegalia submandibular dolorosa
  • Hiperemia e edema de orofaringe, exsudato e criptas com pontos purulentos.
  • Ausência de sintomas virais (tosse, diarreia, rouquidão, mialgia).

Diagnósticos por achados clínicos, epidemiologia e exames laboratoriais:

  • CULTURA (PADRÃO-OURO, com sensibilidade de 90-95%)
  • Detecção antigênica (testes rápidos como ELISA, imunoensaios, ASLO e ANTI-DNASE, com sensibilidade de 60-90% e especificidade de 95%). O ASLO não é um bom exame para fase aguda. Só pode ser dosado a partir de 1 semana, com pico em 3-6 semanas e declínio em 6-8 semanas, pode estar positivo em um quadro que não é mais ativo. Além disso, pode vir positivo no estrepto grupo C e G. Seus títulos também variam com a idade e alguns antibióticos podem interferir nos resultados.

Testes Rápidos e Valor Preditivo:

  • O melhor valor preditivo para Cultura e ASLO positivos é quando houver a tríade: Febre, Adenopatia e Exsudato Tonsilar.
  • A Academia Americana de Pediatria informa que na presença de sinais virais (tosse, diarreia, rouquidão, mialgia) NÃO devemos fazer testes rápidos para GAS pois terá valor preditivo ruim (50% falso negativo e 75% falso positivo).
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6
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Descreva o nome e quais os critérios utilizados para diferenciarmos faringotonsilites virais de bacterianas e determinarmos quando pedir cultura, teste rápido e usar ATB?
A
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7
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • O que é um portador assintomático do GAS?
  • Quando tratar esses pacientes?
A

Portador assintomático:

  • É aquele que tem CULTURA POSITIVA com SOROLOGIA E ASLO NEGATIVOS. Corresponde a 20% da população, principalmente escolar. Esses pacientes tem menor chance de disseminar partículas e de ter complicações.

Não tem indicação de ATB de rotina, apenas em situações específicas:

  • Antecedente familiar ou pessoal de febre reumática ou GNDA
  • Surto de febre reumática
  • Profissionais de hospitais
  • Disseminação em “ping-pong”.

Nos casos refratários (cultura ainda positiva) considerar Amigdalectomia.

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8
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Qual o ATB considerado primeira opção?
  • Quais ATB escolher nas recaídas?
  • Quanto tempo após início do tratamento com ATB posso indicar retorno ás atividades normais?
  • Qual o prazo para entrar com ATB visando a prevenção primária de febre reumática?
A

A primeira opção é a Penicilina G Benzatina:

  • < 20kg = 600 mil UI
  • > 20kg = 900 mil a 1.200.000 UI, em dose única).

Alternativas: Amoxicilina (40mg/kg/dia por 10 dias), Ampicilina, Cefalosporinas ou Macrolídeos (alérgicos).

  • As recaídas ocorrem por bactérias produtoras de Beta-lactamase: optar por Amoxicilina com Clavulanato, Macrolídeos, Cefalosporinas e Clindamicina.
  • Retorno a atividades normais após 36-48h (tempo para suprimir a infecção. O ATB reduz tempo de doença, o contágio, e é uma forma de prevenção primária para Febre Reumática).
  • Para prevenção de febre reumática, o prazo é de 9 dias.
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9
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Cite complicações não supurativas (5).
A
  • FEBRE REUMÁTICA
  • GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA)
  • ESCARLATINA
  • BACTEREMIA
  • LINFADENITE CERVICAL

A Febre reumática é uma doença endêmica, surgimento 1-4 semanas após angina tonsilar, risco se GAS não tratado com ATB de 1%, cheganbdo a 3% nas epidemias. Associada a mortalidade cardiovascular. Já na GNDA, o uso de ATB não previne essa complicação, que pode ocorrer por cepas nefritogênicas após infecção faríngea ou de pele). Não devemos confundir linfadenite, é uma complicação NÃO supurativa!

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10
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Cite complicações supurativas (7).
A
  • ABSCESSO PERIAMIGDALIANO
  • ABSCESSO RETROFARÍNGEO
  • OTITE
  • MENINGITE
  • ENDOCARDITE
  • PNEUMONIA
  • PANDAS

Essa última (PANDA) é a Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal Infections. Predomina no SEXO MASCULINO, em pacientes com HISTÓRICO FAMILIAR, Tendo início PRÉ-PUBERAL e com CRISES ABRUPTAS caracterizadas pela presença de TRANSTORNO COMPULSIVO-OBSESSIVO ou “TICS” SIMILARES A COREIA MINOR. Possui associação com outras alterações neurológicas (hiperatividade motora) e asociação temporal com infecção pelo GAS. O tratamento das exacerbações é feito com ATB E TRATAMENTO NEUROPSIQUIÁTRICO NAS CRISES. A indicação de tonsilectomia ainda é controversa

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11
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • O que é uma faringoamigdalite recorrente?
  • Quais as causas para recorrência?
  • Qual o tratamento indicado?
  • Quais os critérios de PARADISE para indicação de AMIGDALECTOMIA em faringoamigdalite bacteriana recorrente?
A

Recaída e recorrência:

  • Recaída é ressurgimento com ação do mesmo agente. Recorrência pode ser com agente diferente, independentemente do intervalo.

Causas de recorrência:

  • Uso abusivo e incorreto de ATB.
  • Infecções virais.
  • Alterações estruturais e da flora (aumento de espécies e da quantidade de colonização. Presença de bactérias anaeróbias, como Prevotella e Porphyromonas spp. A microbiota de crianças é diferente de adultos).

Tratamento dos casos recorrentes:

  • Semelhante aos casos não recorrentes (Penicilina e Amoxilina), e se refratários ATB com ação contra betalactamase.

Critérios de PARADISE (amigdalectomia):

  • 7 episódios agudos em 1 ano.
  • 5 episódios agudos ao ano, por 2 anos consecutivos.
  • 3 episódios agudos por 3 anos consecutivos.
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12
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Qual o conceito da faringoamigdalite crônica?
  • O tamanho da amigdala favorece os quadros crônicos?
  • DRGE pode favorecer?
  • Qual o agente etiológico desses casos?
  • Qual o tratamento?
A
  • Infecção persistente das amigdalas em que temos INFLAMAÇÃO E ODINOFAGIA SUPERIOR A 3 MESES. Pode vir acompanhada de halitose, caseum, eritema e adenopatia persistente. Eventualmente, pode causar sintomas mais intensos, com disfagia e alterações do apetite e humor.
  • Tamanho não interfere. Pode ocorrer até mesmo nas ocultas, escondidas atrás dos pilares.
  • O papel do refluxo faringolaríngeo é mais bem documentado com hipertrofia amigdaliana do que Amigdalite Crônica, não sendo comprovado sua relação com esses casos.
  • Flora mista, frequentemente com aneróbios, GAS e outros estreptococos. Presença de BIOLFILMES em criptas e bactérias com menor resposta a ATB.
  • AMIGDALECTOMIA (principalmente em sintomas locorregionais ou sistêmicos evidentes).
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13
Q

Sobre as Faringoamigdalites Bacterianas:

  • Cite diagnósticos diferenciais (12) da faringoamigdalite estreptocóccica clássica.
A

Diagnósticos diferenciais:

  • PFAPA
  • Difteria
  • Escarlatina
  • Mononucleose Infecciosa
  • Angina de Plaut-Vincent
  • Angina Luética (Sífilis)
  • Faringite Gonocóccica
  • Faringite Herpética
  • Herpangina
  • Leishmaniose
  • Paracocidioidomicose
  • CEC de Amigdala
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14
Q

Sobre a Escarlatina:

  • Qual o agente?
  • Qual faixa etária predomina?
  • Qual o período de incubação?
  • Cite 3 achados característicos durante o período prodrômico.
  • Cite o aspecto do exantema.
  • O que é sinal de Filatov?
  • O que é sinal de Pastia?
  • Qual o tratamento?
A
  • Streptococcus pyogenes (beta-hemolítico do grupo A. Produção de eritrotoxina, que ataca vasos sanguíneos e produz exantema).
  • Idade 3-12 anos
  • Incubação de 2-5 dias
  • Pródromos: FARINGITE ESTREPTOCÓCCICA (hiperemia de orofaringe, petéquias em palato e adenopatia cervical) associado a ENANTEMA LINGUAL (cobertura branca com base eritematosa. Depois de 3-4 dias some a superfície branca, permanecendo superfície dorsal eritematosa com HIPERTROFIA DE PAPILAS FUNGIFORMES: língua em morango branca e vermelha, respectivamente).
  • Exantema: surge após 24-48h de sintomas, com hiperemia cutânea difusa, pequenos pontos de que desaparecem à digitopressão, pele áspera, em lixa, correndo descamação fina durante semanas, e descamação lamelar grosseira em lascas nas extremidades.
  • Sinal de Filatov (palidez peribucal)
  • SInal de Pastia (piora em superfícies flexoras, como axilas e região inguinal)
  • Diagnóstico clínico.
  • Tratamento: Penicilina G Benzatina (alternativas: Penicilina V Oral ou Amoxicilina por 10 dias).
  • Diagnóstico diferencial com Doença de Kawasaki.
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15
Q

Sobre o Impetigo:

  • Quais os dois tipos ?
  • Quais os agentes associados?
  • Diferencie o quadro clínico dessas duas formas.
  • Como é feito diagnóstico e tratamento?
A

Tipos (e agentes):

  • Não Bolhoso (Contagioso): é a forma mais comum, geralmente com associação de S.aureus e S.pyogenes (grupo A, beta-hemolítico).
  • Bolhoso (estafilcóccico): S.aureus predomina.

Impetigo Contagioso (Não Bolhoso):

  • Crianças (idade escolar). Relacionado ao uso da unha, superpopulação, áreas de deficiência de saneamento básico, etc.
  • Verão ou começo do outono em zonas quentes e úmidas.
  • Geralmente nas pernas (menos comumente no tronco, couro cabeludo e face. As lesões da face em geral desenvolvem-se ao redor do nariz, onde as bactérias esão alojadas, e boca). São máculas ou papulas vermelhas que se tornam vesículas frágeis, que se rompem formando crostas âmbar (marrons) espessas, adetrentes (flocos de milho grudados).
  • Faz diagnóstico diferencial com herpes simples e queilite esfoliativa. Pode haver leucocitose em metade dos pacientes com impetigo.
  • Ocorre em áreas lesadas (dermatites, cortes, abrasões, picadas de insetos). DM2, diálise e HIV também aumentam prevalência.

Impetigo Bolhoso:

  • Recém-nascidos e bebês (embora possa afetar também crianças e adultos).
  • As lesões caracterizam-se clinicamente por vesículas superficiais que crescem rapidamente e formam grandes bolhas flácidas. Inicialmente, as bolhas são preenchidas por um líquido claro seroso, porém o conteúdo das bolhas rapidamente se torna turvo e, por fim, purulento. Quando se rompe, as bolhas deixam uma crosta castanha (laca).

Diagnóstico e Tratamento:

  • Diagnóstico é clínico (cultura somente quando lesões atípicas ou não responder ao tratamento após 7 dias).
  • Mupirocina tópica (impetigo não bolhoso, com poucas lesões e áreas pequenas, devendo ser feita remoção das crostas com toalha limpa molhada com água e sabão antes da medicação).
  • Cefalexina, sulfametoxazol-trimetoprim, dicloxacilina, flucloxacilina e amoxicilina-ácido clavulânico (impetigo não bolhoso mais extenso ou forma bolhosa).

obs: o diagnóstico incorreto e o tratamento com corticosteroides tópicos pode levar à resolução das crostas superficiais, porém as lesões infecciosas, vermelhas e inflamadas permanecem.

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16
Q

Sobre a Difteria:

  • Qual o agente?
  • Qual o quadro clínico?
  • Como diagnosticar e tratar?
A

Corynebacterium diphteriae, bacilo gram (+) anaeróbio.

  • É aguda e potencialmente grave (pior se diagnóstico após 3 dias).
  • Crianças < 10 anos.
  • Outono-inverno (gotículas: tosse/espirro).
  • Doença de notificação imediata. Rara devido à vacinação.
  • Febre baixa, odinofagia leve, placas pseudomembranosas (manchas branco-amareladas que adquirem COBERTURA ADERENTE ACINZENTADA), linfadenopatia cervical e submandibular (“Pescoço de Touro”). O estado geral do paciente se agrava com a evolução da doença e absorção das toxinas.
  • Diagnóstico por Cultura (padrão-ouro).
  • Biópsia: padrão em letras chinesas
  • Tratamento: Soro antidiftérico (em hospital, para reduzir toxina circulante e proteger órgãos alvos). PENICILINA ou ERITROMICINA (alérgicos). Profilaxia dos contactantes (Vacina se culturapositiva).
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17
Q

Sobre a Sífilis:

  • Qual o agente?
  • Qual a forma de transmissão?
  • Como é dividida?
  • Qual fase acomete a boca?
  • Cite o quadro clínico da sífilis primária, secundária e terciária.
A

Agente:

  • Treponema pallidum
  • Contato sexual (seja vaginal, anal ou oral) ou transplacentária (qualqer época da gestação). Transfusão é raro.

Divisão:

  • Primária, secundária, terciária e congênita. É infecciosa apenas nos dois primeiros.
  • QUALQUER FASE pode acometer mucosa oral.
18
Q

Sobre a Sífilis:

  • Cite o quadro clínico da sífilis primária.
A

Sífilis primária:

  • 3 a 90 dias.
  • CAVIDADE ORAL é o sítio extragenital mais comum (vistas mais nos LÁBIOS, superior no homem e inferior na mulher, mas pode aparecer em LÍNGUA, palato, gengiva e amigdalas).
  • Ulceração única, bem delimitada, de base endurecida, INDOLOR, quase sempre associada a linfadenopatia regional, que pode ser bilateral.
  • Cicatriza em 3 a 8 semanas.
19
Q

Sobre a Sífilis:

  • Cite o quadro clínico da sífilis secundária.
  • Qual o conceito de LUES maligno?
A

Sifilis secundária:

  • 4-10 semanas após a infecção inicial (pode surgir antes de cicatrizar o cancro).
  • Sintomas sistêmicos (linfadenopatia indolor, dor de garganta, mal-estar, cefaleia, perda de peso, febre, mialgia. A erupção cutânea maculopapular diosseminada é sinal consistente e pode acometer região palmo-plantar e cavidade oral (pode deixar cicatrizes em alguns casos).
  • Na boca, cerca de 30% dos pacientes apresentam áreas focais de exocitose e espongiose intensa da mucosa oral, levando à formação de zonas de mucosa sensível e esbranquiçada (PLACAS MUCOSAS, conhecidas também como “Caminhos de Caracol”). Placas elevadas sobre a comissura (PÁPULAS FENDIDAS) e nódulos endurecidos e papilares no dorso da língua (CONDILOMA LATA, na foto da direita) podem surgir.
  • Lembrar que pode provocar múltiplas lesões inespecíficas, podendo mimetizar várias doenças.
  • O quadro se resolve em 3-12 semana, podendo recidivar no ano seguinte.

LUES Maligna:

  • Em algumas situações, especialmente na presença de imunocomprometimento, a sífilis secundária pode apresentar-se em uma forma explosiva e disseminada conhecida como LUES MALIGNA. Tal forma apresenta sintomas prodrômicos de febre, cefaleia e mialgia, seguidos pela formação de ulcerações necróticas, as quais comumente envolvem a face e o couro cabeludo. As lesões orais estão presentes em mais de 30% dos pacientes afetados. Mal-estar, dor e artralgia são ocasionalmente observados. Vários casos de lues maligna foram relatados em pacientes com asíndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), e esta possibilidade deve ser considerada SEMPRE que um paciente infectado pelo HIV apresentar ulcerações atípicas na pele ou na MUCOSA ORAL!
20
Q

Sobre a Sífilis:

  • Cite o quadro clínico da sífilis terciária.
A

Sífilis latente e terciária:

  • Após a sífilis secundária, os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas, conhecida como sífilis latente. Este período de latência pode durar de 1 a 30 anos; então (em cerca de 30% dos pacientes) desenvolve-se a sífilis terciária.
  • Arterite, ICC, tabes sorsalis, paralisias, psicose, demência, irite, coroidoretinite, pupilas de Argyll Robertson (não respondem à luz, mas mantêm o reflexo da acomodação) podem ocorrer.
  • Em pele, mucosa, tecidos moles, ossos e órgãos internos pode haver a GOMA, com focos de inflamação granulomatosa. Apresenta-se como uma lesão endurecida, nodular ou ulcerada, que pode causar extensa destruição tecidual. Lesões intraorais geralmente acometem o palato e a língua. Quando o palato é envolvido, a ulceração com frequência o perfura em direção à cavidade nasal. A língua pode ser difusamente envolvida pelas gomas e apresenta-se aumentada, lobulada e com formato irregular (GLOSSITE INTERSTICIAL, acredita-se que seja resultado da contratura da musculatura lingual após a cicatrização das gomas. A atrofia difusa e perda das papilas FILIFORMES do dorso lingual produzem uma condição chamada de GLOSSITE LUÉTICA, que no passado foi considerada pré-cancerosa, mas hoje é controverso).
21
Q

Sobre a Sífilis:

  • Cite 2 alterações de neurossífilis precoce e 2 de tardia.
A
22
Q

Sobre a Sífilis:

  • Qual a tríade de Hutchinson da Sífilis Congênita?
  • É comum haver os 3 achados?
  • Quais outras manifestação dessa forma?
A

Tríade:

  • Dentes de Hutchinson (incisivos em fenda, molares em amora)
  • Ceratite ocular intersticial (5-25 anos de idade, geralmente não presente ao nascimento)
  • Surdez (lesão do VIII par)

Assim como várias outras tríades diagnósticas, poucos pacientes apresentam todos os três achados. Deformidade nasal em sela, palato ogival, bossa frontal, gomas, neurossífilis. Retardo do crescimento, febre, icterícia, anemia, hepatoespleno, rinite, rágades (fissuras ao redor da boca), erupções cutâneas.

23
Q

Sobre a Sífilis:

  • Como é o histopatológico da sífilis?
  • Qual coloração é adequada para avaliar as lesões?
A
24
Q

Sobre a Sífilis:

  • Cite 3 testes diagnósticos para sífilis e sua finalidade.
A
  • Campo Escuro (padrão ouro para sífilis primária)
  • VDRL: teste não-treponêmico. Reativo a partir da 2º semana após o cancro, negativando em 12 meses na primária e 24 meses na secundária. É BOM TESTE PARA RASTREIO E SEGUIMENTO. No entanto, em alguns casos, pode persistir positivo por toda a vida, mesmo que a doença seja adequadamente tratada (porém com títulos pequenos < 1:16). Também pode dar falso-positivo em diversas condições (LES, SAF, Chagas, Hanseníase, Malária, TBC, Leptospirose). SUGERE SÍFILIS SE TÍTULOS > 1:8 (1:16, 1:32, 1:64), quando houver AUMENTO DE 4x EM TÍTULOS SEQUENCIAIS (1:4 para 1:16) ou se SOROCONVERSÃO (era negativo e agora positivou)..
  • FTA-ABS: teste treponêmico, confirma o contato com o agente, sendo o primeiro a positivar, surgindo logo na primeira semana após contágio, porém sendo UTILIZADO PARA CONFIRMAR TESTE NÃO-TREPONÊMICO POSITIVO. Falso-positivos são raros. Costuma permanecer POSITIVO POR TODA A VIDA, NÃO SENDO UTILIZADO PARA RASTREIO E NEM SEGUIMENTO. Outros testes treponêmicos incluem: MHA-TP, TPI, ELISA, THA, EQL e teste rápido (esse último se usado para triagem, caso reagente, deverá ser seguido por um teste não treponêmico, exceto gestante, em que o teste rápido é suficiente).
25
Q

Sobre a Sífilis:

  • Diagnóstico se VDRL não reagente + FTA Abs não reagente.
  • Diagnóstico se VDRL não reagente + FTA Abs reagente.
  • Diagnóstico se VDRL reagente + FTA Abs não reagente.
  • Diagnóstico se VDRL reagente + FTA Abs reagente.
A
  • Saudável ou janela imunológica.
  • Sífilis precoce ou curada
  • Falso positivo (outras doenças).
  • Sífilis (ainda não tratada ou tratada recentemente).
26
Q

Sobre a Sífilis:

  • Qual a droga de escolha para sífilis e quantas doses são utilizadas em cada fase?
  • O que é Reação de Jarisch-
    Herxheimer?
  • Essa reação indica suspensão do tratamento?
  • Como trato pacientes alérgicos a penicilina?
  • Como tratar neurossífilis?
A

Tratamento:

  • Primária, Secundária, Latente Recente (menos de 1 ano): Penicilina G Benzatina, 1 dose de 2,4 milhões UI IM.
  • Latente Tardia (após 1 ano) ou Terciária: Penicilina G Benzatina, 3 doses de 2,4 milhões UI IM (intervalos semanais).

ATENÇÃO: na parte de laringe, preconizam 1 dose para primária e 3 doses para secundária e terciária, com intervalo semanal.

  • Reação após começar o tratamento. Ocorre em 50-90% dos casos, por liberação de endotoxinas ao matar muitas treponemas, com febre, mal-estar, cefaleia, piora das lesões cutâneas e orais. É temporaia e desaparece rapidamente, não devendo retirar a droga.
  • Em alérgicos usar Doxicilina 100mg VO 2x/dia (2 semanas) ou Tetraciclina 500mg VO (4x/dia) por 2 semanas ou Ceftriaxona (1000mg/dia) por 9-10 dias.
  • Na neurossífilis, Penicilina G Cristalina 3,4 milhões UI via IV, de 4/4 horas, por 14 dia na neurossífilis.
27
Q

Sobre a Faringite Gonocóccica:

  • Qual o agente?
  • Qual a transmissão?
  • Qual o tratamento?
A
  • Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram negativo).
  • É uma DST que pode afetar as regiões urogenital, reto, orofaringe (10-20%) e conjuntiva.
  • Incidência: 12-30 anos. Homens > Mulheres.
  • Assintomáticos ou Odinofagia/Mal-estar.
  • Ceftriaxone IM DU ou Doxiciclina 100mg VO 2x/dia por 7 dias.
28
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual o agente?
A
  • Doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch ou BK, um bastonete gram positivo aeróbio Álcoo-Ácido-resistente ou BAAR, que cora pelo método de Ziehl-Nielsen).
29
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual a diferença das formas primária e secundária?
A

Tuberculose Primária:

  • Pacientes com menos de 3 anos de infecção (com uma viragem sorológica recente).
  • Mais em crianças. Pneumonia atípica (arrastada), geralmente autolimitada (14-21 dias). Há infiltrados com adenopatia hilar ipsilateral em lobo médio em radiografia. Pode complicar com atelectasia (compressão de brônquio pela importante adenopatia), pneumonia tuberculosa (ruptura de linfonodo para dentro do brônquio), tuberculose pleural (primo-infecção no adulto), tuberculose miliar (especialmente < 2 anos, não vacinados, desnutridos, imunodeprimidos) ou ainda meningite tuberculosa. Em alguns casos pode haver forma primária progressiva, geralmente nas crianças desnutridas e HIV positivo, com infiltrado broncopneumônico progressivo, podendo ter envolvimento multilobar e bilateral.
  • É considerada PAUCIBACILÍFERA (a criança não consegue escarrar, sendo difícil a pesquisa do bacilo por esse método).

Tuberculose Secundária:

  • Quando ocorre infecção há > 3 anos (reinfecção ou reativação).
  • Acomete mais adultos jovens (25-35 anos), com quadro de tosse crônica (> 3 semanas), febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento, hemoptoicos. Há infiltrado granulomatoso, liquefação do cáseo, e cavitação/cavernas em segmentos apicais dos lobos superiores ou superiores dos lobos inferiores, não sendo comum adenopatia.
  • Não é autolimitada, podendo complicar com TBC endobrônquica, pneumotórax, hemoptise, empiema, fibrose pulmonar ou bola fúngica (Aspergillus, na cacerna tuberculosa).
  • É considerada uma forma MULTIBACILÍFERA (forma que transmite a doença na população, podendo ser utilizado o escarro).
30
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Quais os sítios extrapulmonares na cabeça e pescoço mais envolvidos (em ordem) pela TBC?
  • É comum afetar cavidade oral, e nesse caso, tem acometimento pulmonar associado?
  • Como se manifesta na boca?
A
  • LINFONODOS CERVICAIS (segundo local extrapulmonar mais comum no geral, após pleura), seguidos pela LARINGE e ORELHA MÉDIA. Regiões menos envolvidas incluem a cavidade nasal, nasofaringe, cavidade oral, glândula parótida, esôfago e coluna cervical.
  • As lesões orais da tuberculose são RARAS. A tuberculose oral GERALMENTE TEM ENVOLVIMENTO PULMONAR ASSOCIADO.
  • Na boca, maioria dos casos apresentando-se como uma ÚLCERA CRÔNICA INDOLOR.
    Apresentações menos frequentes incluem áreas nodulares, granulares ou, raramente, áreas leucoplásicas firmes.
  • LESÕES SECUNDÁRIAS ACOMETE MAIS LÍNGUA, PALATO E LÁBIOS
  • LESÕES PRIMÁRIAS ACOMETE MAIS GENGIVAS, FUNDO DE VESTÍBULO E REBORDO ALVEOLAR
31
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual principal diagnóstico diferencial dessas manifestações orais da TBC?
A

Carcinoma Epidermóide (CEC)

32
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • O consumo de leite contaminado pode resultar em uma forma de infecção micobateriana conhecida como ______.

Caracteriza-se pelo aumento dos tecidos linfoides orofaringianos e dos linfonodos cervicais. Às vezes, os nódulos atingidos podem desenvolver necrose caseosa significativa e formar várias fístulas para a pele sobrejacente. Além disso, as áreas de envolvimento nodal podem apresentar-se radiograficamente como linfonodos calcificados que podem ser confundidos com sialolitos. O envolvimento pulmonar é incomum.

Qual o nome da doença?

A

Escrófula

33
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual o achado histopatológico típico de TBC?
A
34
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual o nome das células gigantes vistas na TBC?
A
35
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual coloração importante para avaliar o bacilo de Koch?
A
36
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Como é confirmado o diagnóstico da TBC?
A
  • RX DE TÓRAX
  • PPD (indica exposição à doença se reator, > 5mm, não indicando necessariamente doença ativa. Além disso, alta taxa de falso-negativo).
  • BACILOSCOPIA DO ESCARRO (rápida e barata, após coloração específica permite visualização do bacilo em 60% a 80%. Deve ser realizada em no mínimo 2 amostras coletadas em dias diferentes, sendo uma no momento da consulta e outra no dia seguinte. Este método apresenta baixa sensibilidade e especificidade em relação à cultura).
  • CULTURA (obrigatória, sendo método de detecção de elevada especificidade e sensibilidade. Em casos de baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% a positividade e é considerada padrao ouro para o diagnóstico da TBC. Porém demora semanas para sair o resultado).
  • BIÓPSIA COM ANATOMOPATOLÓGICO (indispensável se houver lesões orais).
37
Q

Sobre a Tuberculose Oral:

  • Qual o tratamento indicado para TBC e o tempo de administração?
A

Fase de ataque (2 meses):

  • RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol).

Fase de manutenção (4 meses):

  • RI (Rifampicina e Isoniazida).
38
Q

Sobre a Actinomicose:

  • Qual o principal agente da Actinomicose?
  • Qual o local mais afetado na região cervicofacial?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual seu achado característico?
  • Qual o tratamento preconizado?
A
  • Actinomyces israelli (anaeróbia gram positiva). É um germe da flora bacteriana normal, presente em criptas amigdalianas, placa dental e cálculo, dentina cariada, sulco gengival e bolsas periodontais. Acaba virando patogênico após TRAUMA PRÉVIO (lesão , bolsa peiodontal, dente desvitalizado, cirurgias dentárias, infecções amigdalianas).
  • Cerca de 55% das infecções são na região cervicofacial. O local mais afetado é o ÂNGULO DA MANDÍBULA, podendo pegar também região submandibular e submentoniana ou geniana.
  • Diagnóstico: Cultura (positiva somente em 50% dos casos), Biópsia e PAAF.
  • GRÂNULOS SULFÚRICOS (particulas de enxofre, na seta vermelha, amareladas, em grânulos, liberadas durante a reação supurativa, compostas por bactérias filamentosas em fundo de neutrófilos, vistos na seta preta). Nem sempre estão presentes e NÃO SÃO PATOGNOMÔNICOS.
  • Tratada com Penicilina G 18-24 milhões UI IV por 2-6 semanas (após isso, amoxicilina VO por 6-12 meses).
  • Cirurgia frequentemente indicada para debridamento e drenagem de abscessos.
39
Q

Sobre a Estomatite Necrosante:

  • Qual sua sigla?
  • Qual seu agente?
  • Com qual lesão se manifesta inicialmente?
  • Qual sua principal característica em termos de evolução natural?
A
  • NOMA (Estomatite Necrosante, Cancrum Oris, Gangrena Orofacial, Estomatite Gangrenosa).
  • Infecção polimicrobiana (infecção oportunista, componentes da microbiota normal após comprometimento imunológico por desnutrição, higiene precária, doenças malignas, AIDS, etc). No neonato, devemos combater o pseudomonas, principalmente.
  • Costuma se iniciar como Gengivite Ulcerativa Necrosante (GUN), que evolui para Periodontite (PUN), depois mucosite (MUN) e por final NOMA. Acomete crianças de 1-10 anos, em geral.
  • O processo não segue planos teciduais, tendendo a se espalhar através de barreiras anatômicas, como músculos.
40
Q

Sobre a Angina de Plaut-Vincent:

  • Quais seus agentes?
  • Qual fator predisponente?
  • Qual o quadro?
  • Como diagnosticar?
  • Qual o tratamento?
A
  • É resultado da colonização do Fusubacterium plautvincent (gram negativo anaeróbio) + Spirochaeta dentium (saprófita oral).
  • Má higiene oral associada a má conservação dentária e desnutrição.
  • ODINOFAGIA com LESÃO ULCERONECRÓTICA UNILATERAL coberta por exsudato pseudomembranoso FÉTIDO.
  • Clínico e Exame bacteriológico. Na dúvida com CEC, biopsiar.
  • Penicilina ou Cefalosporina + Metronidazol + Higiene dentária e oral.