Abscessos e Infecções Cervicais Flashcards

1
Q

Sobre as Fáscias Cervicais:

  • Qual o conceito de fáscia cervical?
  • Qual a divisão das fáscias cervicais?
A

Conceito:

  • Tecido conjuntivo fibroso que agrupa e subdivide as estruturas cervicais.

Divisão:

  • Fáscia Cervical Superficial
  • Fáscia Cervical Profunda (camadas superficial, média e profunda).
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2
Q

Sobre a Fáscia Cervical Superficial:

  • Qual suas inserções?
  • O que ela vai recobrir?
A
  • Inserida superiormente no processo zigomático e inferioremente no tórax e axila.
  • Recobre platisma e músculos da mímica facial
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3
Q

Sobre a Fáscia Cervical Profunda (Camada Superficial):

  • Qual suas inserções?
  • O que ela vai recobrir?
A
  • Se insere superiormente na linha nucal, zigoma, mandíbula e base do crânio. Inferiormente no esterno e clavícula, e lateralmente no acrômio. Recobre todo o pescoço.
  • Envolve músculos ECM e trapézio, glândulas parótida e submandibular
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4
Q

Sobre a Fáscia Cervical Profunda (Camada Média):

  • Qual suas inserções?
  • Qual sua subdivisão e o que cada uma vai recobrir?
A

Se insere superiormente na cartilagem tireoidea e osso hioide, e inferiormente no esterno, clávicula, e base do cranio, se dividindo em dois folhetos:

  • MUSCULAR: recobre músculos supra e infrahioideos.
  • VISCERAL: recobre laringe, faringe, esôfago, traqueia, tireoide (sua porção mais posterior que recobre a musculatura constritora da faringe e o bucinador é chamada de fáscia bucofaríngea).

Inferiormente constinua-se com o pericárdio e MEDIASTINO superior (risco!).

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5
Q

Sobre a Fáscia Cervical Profunda (Camada Profunda):

  • Qual suas inserções?
  • Qual sua subdivisão e o que cada uma vai recobrir?
A

Origina-se do processo espinhoso e ligamento nucal. Também divide-se em dois folhetos:

  • Alar (entre lâmina visceral e espaço pré-vertebral e forma boa parte da bainha carotídea).
  • Pré-vertebral (musculatura profunda do pescoço e corpos vertebrais)
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6
Q

Sobre a Bainha Carotídea:

  • Formada por quais folhetos?
  • Qual sua composição?
A

Formada por prolongamentos das 3 CAMADAS DA FÁSCIA CERVICAL PROFUNDA, sendo preenchida por:

  • Carótida Comum (medial)
  • Jugular Interna (lateral)
  • Vago (meio)

O plexo simpático com seu gânglio estrelado repousa posteriormente à bainha carotídea, em uma reflexão fascial da parede posterior, sendo que sua lesão pode levar à síndrome de Horner (enoftalmia, miose, ptose palpebral).

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7
Q

Sobre os Espaços Cervicais:

  • Cite os espaços que compreendem todo o pescoço (4)
  • Cite os espaços supra-hióideos (5)
  • Cite o espaço infra-hióideo (1).
  • Cite o nome dos espaços demonstrados na figura abaixo.
A

Espaços que compreendem todo o pescoço:

  • Retrofaríngeo
  • Danger space
  • Pré-vertebral
  • Vascular (bainha carotídea)

Espaços supra-hióideos

  • Submandibular
  • Parafaríngeo
  • Peritonsilar
  • Mastigatório
  • Parotídeo

Espaço infra-hióideo

  • Espaço visceral

Espaços da figura:

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8
Q

Sobre o Espaço Retrofaríngeo:

  • Qual sua delimitação?
  • Abscessos nessa região são mais comuns em qual faixa etária?
A
  • Delimitado pela camada média (da fáscia profunda) e camada alar. Vai da base do crânio até mediastino superior.
  • Abscessos dessa região são mais comuns em crianças, por linfadenite supurativa (maior número de linfonodos nessa região, na infância).
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9
Q

Sobre o Danger Space:

  • Qual sua delimitação?
  • Porque leva esse nome?
A
  • Delimitada entre camada alar e a pré-vertebral (ambas da camada profunda da fáscia cervical profunda).
  • Também estende-se da base do crânio até o mediastino posterior porém contém APENAS TECIDO GORDUROSO, SENDO UMA VIA DE DISSEMINAÇÃO RÁPIDA DO PESCOÇO AO MEDIASTINO POSTERIOR, o que eleva a mortalidade.
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10
Q

Sobre o Espaço Pré-Vertebral:

  • Qual sua delimitação?
  • Abscessos são comuns?
A

Entre a camada pré-vertebral e os corpos das vértebras

  • É o mais longo (base do crânio até cóccix), porém bem compacto (quase virtual), sendo difícil a disseminação de
    abscessos nesta área.
  • Hoje em dia, são raros os abscessos desta região, em razão do melhor controle da tuberculose.
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11
Q

Sobre o Espaço Vascular:

  • Qual sua delimitação?
  • Abscessos são comuns?
A
  • Basicamente é a bainha carotídea.
  • Possui muitos linfonodos, porém pouco tecido conectivo frouxo, o que dificulta a disseminação de um abscesso. No entanto, infecções acometendo a bainha carotídea são de enorme gravidade, pois podem evoluir com trombose da veia jugular e até ruptura carotídea.
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12
Q

Sobre o Espaço Submandibular

  • Possui dois subespaços separados por um músculo: quais são eles e qual é o nome do músculo?
A
  • Espaço mais acometido.
  • Espaço SUBLINGUAL (verde) e espaço SUBMAXILAR (roxo).
  • São separados pelo músculo MILOHIÓIDE (mas eles tem boa comunicação entre si e funcionam como espaço único).
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13
Q

Sobre o Espaço Submandibular

  • Qual importante doença pode ser vista quando há celulite desse espaço?
A

Angina de Ludwig:

  • Fasceíte necrotizante do espaço submandibular que se estende da fáscia a músculo e tecido conectivo, geralmente poupando as glândulas.
  • Associado a infecção de 2º e 3º molares inferiores.
  • O espaço se torna firme, endurecido, DELOCANDO LÍNGUA SUPERIOR E POSTERIORMENTE contra o palato (em alguns casos, causando OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA SUPERIOR).
  • Pode haver TRISMO.
  • NÃO ENCONTRAMOS COLEÇÃO NOS EXAMES DE IMAGEM, SOMENTE BORRAMENTO gorduroso e gás nas áreas afetadas.

Complicações:

  • Mediastinitte
  • Trombose séptica da veia jugular
  • Aneurisma de carótida
  • Osteomielite de coluna

Tratamento:

  • Intubação pode ser difícil, em alguns casos sendo necessária TRAQUESTOMIA.
  • A CONDUTA É CIRÚRGICA com abertura dos espaços, lavagem salina abundante e remoção dos tecidos necróticos é imperativa para a evolução favorável, junto de antibioticoterapia de largo espectro. Alguns autores preconizam ainda câmara hiperbárica.
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14
Q

Sobre o Espaço Parafaríngeo:

  • Qual seu formato?
  • Com quais espaços se comunica?
  • Subdividido em quais subespaços (com qual conteúdo)?
  • Qual estrutura protege disseminação de um subespaço para o outro?
A

Limites:

  • Tem formato de pirâmide invertida, que vai da base do crânio ao ápice do osso hióideo.
  • Tem comunicação com vários outros espaços (parotídeo, mastigatório, bucofaríngeo, submandibular, retrofaríngeo e bainha carotídea.

Subdividido pelo PROCESSO ESTILOIDE em:

  • Pré-estilóide: músculos pterigoides e constrictores.
  • Pós-estilóide: bainha carotídea, NC IX ao XII e plexo simpático.

A aponeurose estilofaríngea é formada pela interseção da fáscia alar, bucofaríngea e estilomuscular e atua como uma barreira contra a disseminação de infecção do compartimento pré-estiloide para o pós-estilóide.

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15
Q

Sobre o Espaço Parafaríngeo:

  • Na imagem abaixo, qual o espaço em A, B, C e D?
A

A = Parafaríngeo
B = Mastigatório (fossa infratemporal)
C = Parotídeo
D = Vascular

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16
Q

Sobre o Espaço Visceral:

  • É circundado por qual fáscia?
  • Onde se localiza?
  • Quais seus limites?
A
  • Delimitado pela camada visceral da lâmina média da fáscia cervical profunda.
  • Delimitada por MUSCULATURA PRÉ-TIREOIDEANA (anterior), CARTILAGEM TIREOIDE (superior), MEDIASTINO E ARCO DA AORTA (inferior) e ESÔFAGO (posterior).
17
Q

Sobre os Abscessos Cervicais:

  • Qual costuma ser o agente etiológico dessas infecções?
  • Qual costuma ser a origem do foco infeccioso no adulto e na criança?
  • Quais os principais fatores de risco?
A

Agentes:

  • Polimicrobiano: 3 a 5 bactérias (Anaeróbicos e Gram positivos. Gram negativo são incomuns).

Crianças (3-4 anos)

  • Adenotonsilites e linfadenites supuradas (principalmente abscessos retrofaríngeos e parafaríngeos)

Adultos (40-50 anos)

  • ODONTOGÊNICAS (principal)
  • Perfuração esofágica por corpos estranhos
  • Mastoidite com extensão cervical (Abscesso de Bezold).
  • Angina de Ludwig

Fatores de risco:

  • Imunodepressão (DM, AIDS, idosos, uso de corticoides, transplantados, pacients oncológicos).
18
Q

Sobre os Abscessos Cervicais:

  • Qual o quadro clínico mais comum?
  • Quais fatores na história pregressa?
A

Quadro clínico:

  • Odinofagia, disfagia, sialorreia, trismo, aumento de volume cervical, disfonia, dispneia.
  • Histórico de IVAS recente, procedimentos dentários, trauma cervical, imunosupressão, corpo estranho.
19
Q

Sobre os Abscessos Cervicais:

  • Quais exames indica diante da suspeita?
  • Se confirmado abscesso, qual a conduta?
A

Quadro clínico:

  • Odinofagia, disfagia, sialorreia, trismo, aumento de volume cervical, disfonia, dispneia.
  • Histórico de IVAS recente, procedimentos dentários, trauma cervical, imunosupressão, corpo estranho.

Diante da suspeita:

  • Tomografia de Pescoço e Tórax com contraste, hemograma completo, VHS e PCR. Os achados mais frequentes da TC são borramento dos tecidos de gordura cervicais com sua supressão, massa com interface líquido/ar de aparência cística ou multilobulada, anel contrastado na periferia com conteúdo hipodenso e presença de gás nos espaços cervicais).

Se confirmado abscesso:

  • Pequeno (< 3cm), localizado ou em pequenas lojas, fazer ATB EV e observação por 48h, monitorando com exames laboratoriais.
  • Se maior (> 3cm), múltiplas lojas, envolver danger space ou não evoluir bem em 48h, indicar drenagem cirúrgica.
20
Q

Sobre os Abscessos Cervicais:

  • Qual esquema de antibioticoterapia mais preconizado hoje em dia?
A

Hoje o esquema mais comumente utilizado é a CEFTRIAXONA + CLINDAMICINA. Outros esquemas incluem cefalosporinas de primeira geração ou penicilina cristalina com metronidazol ou clindamicina.

Rotineiramente, a antibioticoterapia intravenosa é mantida pelo menos até que o paciente permaneça afebril por pelo menos 48h, em seguida pode-se iniciar o antibiótico por via oral com cefuroxima e clindamicina, para programação de alta hospitalar.