Doenças de Glândulas Salivares Flashcards

1
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Com quantos dias de vida intrauterina começa a diferenciação de glandulas salivares?
  • Qual a origem embriológica da parótida e submandibulares?
A

Origem:

  • Com 35 dias (principais) e 40 dias (acessórias)
  • Parótida (ectoderma) e submandibulares (endoderma).
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2
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Qual glândula principal não é encapsulada?
A
  • Parótida e submandibulares são encapsuladas, mas a sublingual não tem cápsula.

A encapsulação ocorre tardiamente (inclusive acarreta linfonodos dentro do tecido glandular na parótida, ou tecido glândular dentro de linfonodos próximos, especialmente das submandibulares).

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3
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Quais são as três glândulas salivares maiores e como são classificadas cada uma (serosas, mucosas ou mistas)?
  • Qual possui a saliva mais viscosa?
  • Qual é responsável pela maior produção de saliva?
A

Glândulas Maiores:

  • Parótida (SEROSO puro).
  • Submandibular (MISTA com predomínio seroso).
  • Sublingual (MISTA com predomínio mucoso).

Saliva mais viscosa:

  • SUBMANDIBULARES, e isso justifica ser a glândula mais acometida na sialolitíase. Da sublingual é intermediária, e da parótida é a menos viscosa.

Maior produção de saliva:

  • SUBMANDIBULARES (70% da saliva, seguida por parótidas com 25%, sublingual e gl. menores o restante, totalizando 750mL por dia).
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4
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Quais estruturas se encontram superior, posterossuperior, posteroinferior, anterior e inferior à parótida?
A
  • Arco zigomático (Superior)
  • Conduto Auditivo Externo (Posterossuperior)
  • Ponta da Mastoide e ECM (Posteroinferior)
  • Masseter (Anterior)
  • Digástrico (Inferior)
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5
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Qual o epônimo do ducto principal da parótida e onde fica sua abertura?
  • Qual nervo é responsável pela produção de saliva (parassimpático) da parótida?
  • Qual é responsável pela inervação sensitiva da parótida?
  • Como é feita a inervação simpática da glândula?
  • O nervo facial participa da sua inervação?
A

Ducto principal:

  • Ducto de Stenon (abre próximo ao segundo molar superior).

Nervos:

  • A inervação parassimpática, que estimula a produção de saliva, provém do nervo GLOSSOFARÍNGEO e chega ao gânglio ótico através do nervo petroso menor.
  • A inervação sensitiva é fornecida pelo nervo AURICULOTEMPORAL, derivado do ramo mandibular do nervo TRIGÊMEO.
  • A inervação simpática provém do PLEXO CAROTÍDEO.

Facial:

  • O facial passa dentro da parótida mas NÃO A INERVA.
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6
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • O que é Síndrome de Frey?
A

Também conhecida como síndrome auriculotemporal, fibras autonômicas do nervo auriculotemporal regeneram após parotidectomia e inervam as glândulas sudoríparas adjacentes. Os pacientes afetados tipicamente se queixam de sudorese e rubor durante as refeições.

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7
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Qual o nome do ducto da
    glândula submandibular, onde se localiza?
  • Qual o nome dos 2 ductos da glândula sublingual?
  • Em qual região predominam as glândulas salivares menores?
A

Submandibular:

  • Ducto de Wharton (passa entre os dois músculos digástricos, no V formado entre eles, penetra o assoalho da boca junto do freio sublingual. Essa glândula é inervada pelo ramo mandibular (trigêmeo).

Sublingual:

  • Rivinus e Bartholin.

Gl. Menores:

  • Predomínio no lábio inferior
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8
Q

Sobre as Glândulas Salivares:

  • Cite os 4 tipos celulares das glândulas salivares.
  • Citoqueratina pode ser encontrada em quais células?
  • Actina de músculo liso pode ser encontrada em quais células?
  • A proteína S-100 pode ser encontrada em quais células?
A
  • Células acinares, ductais, basais e mioepiteliais.
  • Citoqueratina em todas, exceto nas Acinares.
  • Actina de músculo liso apenas nas Mioepiteliais.
  • S100 presente em todas (seu aumento indica tumores neuroendócrinos e melanoma).
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9
Q

Sobre os Distúrbios das Glândulas Salivares:

  • Cite distúrbios não tumorais (14) das glândulas salivares.
A

Distúrbios não tumorais:

  • Hipossalivação (Xerostomia)
  • Hiperssalivação (Sialorreia)
  • Caxumba, CMV, HIV e TBC
  • Sialoadenite Aguda Supurativa
  • Parotitide Recorrente da Infância
  • Sialoadenite Crônica
  • Sialolitíase
  • Sialoadenose
  • Pneumoparotida
  • Mucocele
  • Rânula
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10
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Qual a diferença de hipossalivação e xerostomia?
  • Qual a clínica?
  • Cite 4 exames complementares para investigação.
A

Conceito:

  • Hipossalivação é a redução do fluxo salivar. Pode ou não ser a causa da xerostomia (sensação de boca seca).

Quadro:

  • Clínica: limitações, dor e prejuízos às funções bucais incluindo xerostomia, alterações gustativas (disgeusia) e na habilidade de fala e deglutição (disfagia e odinofagia). Adicionalmente, a hipossalivação predispõe os pacientes à ardência bucal, a infecções oportunistas da mucosa bucal (candidíase) e às cáries dentárias. Fissuras labiais crônicas, queilite angular persistente, ulcerações traumáticas recorrentes e língua despapilada.
  • Realizar exame físico (palpação das glândulas e linfonodos cervicais, ordenha dos ductos glandulares).
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11
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Cite 4 exames complementares para investigação.
A

Exames complementares:

  • Sialometria (fluxo salivar não estimulado e após estimulação) e análise sialoquímica.
  • Exames laboratoriais (hemograma, FAN, anti-SSA, anti-SSB, FR), PCR e VHS, IgGs).
  • Exames de imagem (Sialografia, USG, Cintilografia, TC, RM, Sialoendoscopia).
  • Histopatológico e citológico (biópsia de gl. salivar menor, PAAF nas gl. maiores).
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12
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Quais os resultados do fluxoo salivar não estimulado e estimulado para confirmar hipossalivação na sialometria?
  • Como é esperado o resultado desse exame se hipossalivação medicamentosa?
A

Sialometria:

  • Não estimulado: hipossalivação se após 10 minutos houver ≤ 0,1 mL/min.
  • Estimulado: hipossalivação se houver após 5 minutos ≤ 0,5 mL/min.

Obs: a média normal é 0,3 mL/min (não estimulado) e 1,5 mL/min (estimulado). O estímulo pode ser gustativo (ácido cítrico) ou mecânico (mastigar parafina).

Medicamentos:

  • A presença de fluxo não estimulado reduzido, porém após estimulação normal indica normalidade estrutural das glândulas (hipossalivação por uso de medicamentos, por exemplo).
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13
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Qual a classificação usada para o desconforto gerado pela hipossalivação (Xerostomia)?
A
  • Classificação de Eisbruch (quadro abaixo).
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14
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Cite uma condição fisiológica como causa.
  • Cite doenças associadas.
  • Cite drogas e tratamentos que podem gerar hipossalivação.
A

Fisiológico:

  • Hipossalivação senil (substituição dos ácinos por tecido fibrogorduroso, o que é mais comum em submandibulares e menos frequentes nas outras glândulas, além da mudança da composição, com redução de sódio, aumento de IgA e lisozima).

Doenças sistêmicas:

  • Diabetes
  • Sd. Sjogren (100%)
  • LES, AR, Esclerodermia
  • Cirrose Biliar Primária
  • HIV, CMV, EBV, Hepatite C
  • Doença Renal Crônica
  • Doença enxerto vs hospedeiro
  • Deficiências nutricionais
  • Alcoolismo e tabagismo
  • Traumatismos
  • Neoplasias

Terapias:

  • Drogas como antihistamínicos, descongestionantes, analgésicos, diuréticos, antidepressivos, antipsicóticos, ansiolíticos, sedativos, relaxantes musculares. Atuam em vias de atividade anticolinérgica (inibindo a secreção) ou ligando-se a receptores colinérgicos muscarínicos.
  • Radioterapia (100%) e quimioterapia
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15
Q

Sobre Hipossalivação:

  • Cite tratamentos não medicamentosos para hipossalivação.
  • Cite 2 opções de sialogogos.
  • Cite 1 medicamento para evitar hipossalivação por radioterapia.
A

Tratamentos não medicamentosos:

  • Saliva artificial
  • Aumento da ingesta hídrica (2-3 litros de água por dia).
  • Goma de mascar e bala sem açúcar (estímulo).
  • Evitar alimentos secos e duros ou ácidos.
  • Protocolos de higiene oral com o dentista.

Sialogogos:

  • Cloridrato de PILOCARPINA (5-10mg, 3 a 4 vezes ao dia), é um agonista parassimpático colinérgico. Contraindicado se úlcera TGI, asma, glaucoma, HAS, alterações cardiovasculares e mal de Parkinson. Efeitos adversos incluem sudorese excessiva, náuseas, diarreia, rinite, cefaleia, cervicalgia, aumento da FC, HAS.
  • Cloreto de BETANECOL (25mg, 2 a 3 vezes ao dia) é um análogo da acetilcolina. Mais seletivo e tem menos efeitos colaterais. Tem maior custo-benefício e maior tempo de atividade sialogoga.

Prevenção de hipossalivação por radioterapia:

  • AMIFOSTINA (200mg/m² IV).

Pode ser feita também transferência cirúrgica das glândulas submandibulares para o espaço submentoniano para evitar lesão durante a radioterapia (realizada durante esvaziamento cervical em pacients com CA de cabeça e pescoço, antes da radiação.

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16
Q

Sobre Sialorreia:

  • Qual seu conceito?
  • Quais seus 2 mecanismos?
  • Quais suas principais causas?
  • O que significa Ptialismo?
A
  • Definido como derramamento involuntário ou aumento do fluxo salivar devido à incapacidade de manipulação das secreções bucais.
  • Aumento de produção ou dificuldade de deglutição da saliva.
  • A sialorreia acomete entre 58% e 70% dos pacientes com retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, que pode ser resultado de paralisia cerebral, ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (língua não projeta a saliva para faringe, e fraco controle labial), paralisia facial, AVC, epilepsia, PARKINSON (inncoordenação orofacial e palatolingual, com acúmulo de saliva na porção anterior da cavidade bucal), Down, medicamentos, idiopática, entre outras.
  • PTIALISMO (BABUGEM) é a incontinência salivar FISIOLÓGICA com escape sobre o lábio inferior. Comum em bebês. Normal até os 4 anos. Ocorre por ineficiência na fase faríngea, falta de coordenação do fechamento labial. Não está associada a aumento do fluxo salivar.
17
Q

Sobre Sialorreia:

  • Quais repercussões pode trazer?
  • Cite 4 modalidades de tratamento e o nome da cirurgia para sialorreis graves e persistentes.
A

Repercussões:

  • Suscetibilidade de infecções peribucais, pelo excesso do fluxo salivar que pode ocasionar queilites e ulcerações na comissura labial, resultando em infecções oportunistas e desidratação.

Tratamento:

  • FONOAUDIOLÓGICO (terapia de motricidade bucal).
  • ANTICOLINÉRGICOS (glicopirrolato, propantelina, escopolamina). Efeitos adversos: constipação, retenção urinária, cansaço, irritabilidade, sonolência.
  • TOXINA BOTULÍNICA do tipo A (inibe os receptores colinérgicos na glândula salivar, com efeito terapêutico em 1 semana, e retorno dos sintomas após 12 semanas da injeção).
  • CIRURGIA DE WILKIE: ligadura cirúrgica dos canais das glândulas parótida com retirada das sbumandibulares (para sialorreis graves e persistentes).
18
Q

Sobre Caxumba:

  • Qual sua importância?
  • Qual seu agente etiológico?
  • Qual faixa etária mais acometida?
  • Vacinação garante 100% de proteção?
  • Como é a transmissão?
  • Qual o período de incubação?
  • Qual o quadro clínico?
  • Como é feito diagnóstico?
  • Cite seu tratamento.
  • Cite 4 complicações.
A

Conceitos:

  • Principal causa de abaulamento parotídeo e afecção viral (Paramixovírus) mais comum que acomete as glândulas salivares.
  • Incidência maior em 4-6 anos
  • Vacinação não protege 100% (Tríplice viral: Sarampo, rubéola e caxumba). Ainda pode ter a doença.
  • Transmissão por perdigotos

Quadro:

  • Incubação de 1-3 semanas
  • AUMENTO DIFUSO e doloroso na região de uma ou ambas parótidas, cefaleia, febre, mal-estar, adinamia, linfonodomegalia.
  • Óstio com hiperemia e drenagem de secreção NÃO purulenta à expressão.

Diagnóstico:

  • Diagnóstico clínico
  • Sorologia confirma a suspeita, com aumento de 4x nos títulos de anticorpos em 3 semanas após início dos sintomas.
  • Leucograma com contagem normal e sem desvio.
  • Aumento de amilase sanguínea.

Tratamento:

  • Suporte clínico, analgesia, repouso e hidratação.

Complicações:

  • Surdez súbita
  • Pancreatite
  • Meningite
  • Orquite
19
Q

Sobre CMV nas gl. salivares:

  • Como se manifesta no adulto?
  • Qual seu risco no período perinatal?
A
  • Geralmente assintomática no adulto (quando for imunossuprimido pode ter Sd. Mononucleose-like com hepatoesplenomegalia, trombocitopenia e linfadenopatias).
  • Período perinatal: SURDEZ, HEPATOESPLENO, ICTERÍCIA e PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA. Possui tropismo por gl. salivares e pode ser eliminado na saliva, o que ajuda no diagnóstico (flashcards de PANS infecciosas).
20
Q

Sobre HIV nas gl. salivares:

  • Qual achado característico pode ocorrer?
  • Qual a importância desse achado?
  • Porque pode fazer diagnóstico diferencial com Sjogren?
A
  • AUMENTO CÍSTICO e linfoproliferativo das glândulas é bastante frequente.
  • PODE SER A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DA AIDS.
  • Comum aumento parotídeo ou de outras gl. salivares, com XEROSTOMIA, OLHOS SECOS e ARTRALGIA (diagnóstico diferencial com Sjogren).
21
Q

Sobre a Sialoadenite Aguda Supurativa:

  • Quais seus agentes etiológicos?
  • Qual glândula é a mais acometida?
  • Quais os fatores precipitantes?
  • Qual o conceito de parotidite pós-operatória?
A

Etiologia:

  • Infecção bacteriana por GRAM POSITIVOS (s.aureus, s.pyogenes, s.viridans, s.pneumoniae, haemophilus). Anaeróbios e gram negativos são menos frequentes. Ocorre por migração retrógrada de bactérias provenientes da cavidade oral por meio do ducto da glândula.
  • Acomete mais PARÓTIDA em adultos (secreção com menor atividade bacteriostática em relação á subdmandibular).

Fatores precipitantes:

  • Sialolitíase, estenose ductal, hipossalivação, desidratação, anticolinérgicos ou diuréticos, jejum prolongado, higiene oral inadequada, imunodeficiências.
  • Parotidite pós-operatória (ocorre 3-5 dias após cirurgia, especialmente cirurgia abdominal, geralmente por s.aureus).
22
Q

Sobre a Sialoadenite Aguda Supurativa:

  • Costuma ser uni ou bilateral?
  • Qual o quadro clínico?
  • Como diagnosticar e quando pedir exames de imagem?
  • Qual o tratamento?
  • Pode gerar quais complicações?
A

Quadro clínico:

  • Unilateral em 80% dos casos.
  • Dor, edema, hiperemia, febre, protração, leucocitose com neutrofilia. Raramente paralisia facial (quando associada, o tratamento da parotidite a corrige).

Diagnóstico:

  • É essencialmente clínico
  • USG OU TC SE NÃO MELHORAR APÓS 48-72H DE TRATAMENTO (suspeita de abscesso).

Tratamento:

  • CEFALOSPORINAS ou QUINOLONAS + CORTICOTERAPIA (melhora do edema e da drenagem).
  • Hidratação, expressão diária da glândula, higiene oral, calor local, analgesia.
  • Se abscesso confirmado é recomendado DRENAGEM CIRÚRGICA (eventualmente, punção aspirativa guiada por USG ou TC).

Complicações:

  • Abscesso (imagem abaixo)
  • Disseminação para a pele, CAE e ATM
  • Tromboflebite de veias faciais
  • Osteomielite
23
Q

Sobre TBC nas gl. salivares:

  • É raro ou comum o acometimento de gl. salivar?
  • Qual glândula é mais afetada na tuberculose?
  • Qual sinal clínico pode indicar essa etiologia?
A
  • Raro
  • Parótida
  • Aumento INDOLOR da glândula (pode eventualmente fistulizar e apresentar febre, sudorese e perda de peso).
24
Q

Sobre a Sialoadenite Crônica:

  • Qual sua etiologia?
  • Quais seus fatores de risco?
  • Qual o quadro clínico?
  • Como confirmar?
  • Qual o tratamento indicado?
  • Porque casos recorrentes devem ser acompanhados de perto, especialmente em mulheres?
A

Conceito:

  • Inflamação crônica das glândulas salivares. Origina-se habitualmente APÓS QUADRO AGUDO INICIAL MUITO IMPORTANTE Há destruição do parênquima e substituição por tecido fibroso associado a infiltrado linfocítico e ALTERAÇÃO IRREVERSÍVEL DOS DUCTOS, resultando em ectasias com regiões de estenose devido a FIBROSE e ESTASE SALIVAR.
  • Fatores que predispõem à redução de secreção salivar (sialolitíase, estreitamentos ductais, efeitos colaterais de drogas, caquexia, desidratação, radioterapia, quimioterapia, lesão linfoepitelial benigna, Sjögren e estresse).

Quadro:

  • Períodos de dor e inflamação recorrentes (períodos de remissão assintomáticos podem durar semanas a meses).
  • Mais comum em PARÓTIDA , sendo geralmente UNILATERAL.
  • Aumento da glândula com ESCASSA SAÍDA de saliva pelo ducto.

Diagnóstico:

  • Clínico (complementado por USG ou TC).

Tratamento:

  • Conservador com sialogogos, massagem, expressão da glândula e antinflamatórios.
  • ATB e corticoide nas reagudizações.
  • Sialoendoscopia, dilatação periódica do ducto, irradiação ou excisão da glândula nos casos mais importantes.

Parotidite crônica recorrente:

  • Risco de lesão linfoepitelial benigna com metaplasia ductal e acinar (mais em mulheres, sem necessidade de tratamento. Mas deve ser acompanhada pelo risco de linfoma ou pseudolinfoma).
25
Q

Sobre a Parotidite Recorrente da Infância:

  • Qual sua importância?
  • Qual sua etiologia?
  • Qual faixa etária predomina?
  • Qual o intervalo de recorrência?
  • Qual o quadro clínico?
  • Qual achado na expressão do ducto de Stenon?
  • Cite 4 exames (com seus achados) e qual é o padrão-ouro.
  • Qual exame pode ser diagnóstico e terapêutico?
  • Qual o tratamento básico?
  • Qual o prognóstico?
A

Conceitos:

  • É a segunda parotidite mais comum na infância (atrás apenas de caxumba, mas sendo a primeira causa quando falamos de casos recorrentes).
  • Origem multifatorial (redução do fluxo salivar, infecções de repetição, redução da imunidade, causa genética).

Quadro clínico:

  • Mais comum no sexo masculino.
  • Primeiro episódio por volta de 1-2 anos de idade (nessa fase costuma passar despercebida, com pico do diagnóstico aos 3-6 anos).
  • Quanto mais recorrente, pior a gravidade (destruição do parênquima).
  • Recorre em episódios com intervalos variáveis (15 dias até 2 meses).
  • Abaulamento (geralmente UNILATERAL, embora possa ser bilateral mas com sintomas apenas de um lado) com dor moderada e eventualmente febre.
  • Saída de “FLOCOS BRANCOS” durante a expressão do ducto parotídeo.

Diagnóstico:

  • USG (indicada de ROTINA, demonstra áreas císticas, dilatações ductais e alargamento do óstio).
  • SIALOGRAFIA (utiliza contraste. É invasiva, porém pode mostrar imagem típica em “SALSICHÃO”, resultado de SIALOECTASIAS DUCTAIS PUNTIFORMES, foto abaixo).
  • Tomografia não costuma ser solicitada (pouco específica, ajuda a afastar tumores).
  • SIALORRESSONÂNCIA (exame considerado por muitos o PADRÃO OURO. Pode demonstrar as alterações ductais típicas da doença e tem a vantagem de NÃO NECESSITAR CONTRASTE, POIS USA A PRÓPRIA SALIVA PARA ESSE FIM).
  • SIALOENDOSCOPIA (pode ser diagnóstica e terapêutica, permitindo dilatação das estenoses, lavagem ductal e instilação de medicamentos, além do uso de STENTS TEMPORÁRIOS).

Tratamento:

  • Conservador com massagem, expressão da glândula e antinflamatórios (o processo inflamatório persiste mesmo em períodos assintomáticos). ATB e corticoterapia nas infecções agudas.

Prognóstico:

  • COSTUMA MELHORAR NA ADOLESCÊNCIA, NÃO NECESSITANDO TRATAMENTO CIRÚRGICO. Complicações são raras (abscessos e fistulizações).
26
Q

Sobre a Sialolitíase:

  • Qual seu conceito?
  • Cite 3 fatores que faz a doença ser mais comum nas submandibulares.
  • Quais os fatores de risco?
  • Qual a única doença sistêmica que causa cálculo em gl. salivar?
  • Qual faixa etária predomina?
  • Qual o quadro clínico?
  • Cite opções terapêuticas.
A

Conceito:

  • São os cálculos das glândulas salivares (composto por sais de cálcio e restos orgânicos). Não tem relação com aumento sérico de cálcio.

Mais comum na submandibular (80%) devido a 3 fatores:

  • Posição do ducto (vertical na sua parte mais distal, atuando contra gravidade).
  • Estrangulamento do ducto pelo músculo pelo miohióideo.
  • Saliva mais viscosa, alcalina e com maior concentração de cálcio e fosfato.

Fatores de risco:

  • Sialoadenite crônica
  • Estase salivar (diversas causas)
  • Gota (única doença sistêmica conhecida que causa cálculos em glândulas salivares, no caso, por ácido úrico).

Quadro:

  • Mais comum aos 50-80 anos.
  • Dor e abaulamento pós-prandial

Diagnóstico:

  • Palpação bidigital (boa para submandibulares, mais difícil na parótida).
  • USG, TC ou SialoRM (saliva com papel de contraste, foto).

Tratamento:

  • Conservador (analgésicos, massagem, ordenha, corticosteróides e antibiótico se infecção).
  • Sialoendoscopia (diagnóstico e terapêutico. Se maiores que 5mm, pode tentar sua fragmentação antes do exame).
  • Cirurgia (se degeneração do parênquima glandular ou nas parótidas).
27
Q

Sobre a Sialoadenose:

  • Qual o significado desse termo?
  • Cite algumas causas.
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A

Conceito:

  • Abaulamento inescpecífico das gl. salivares (principalmente parótida), sem sinais flogísticos nem suspeita de neoplasia.

Etiologia:

  • Obesidade (hipertrofia e substituição por tecido gorduroso).
  • Desnitrução e déficit de algum nutriente, hipovitaminose A
  • Uremia, hipotireoidismo, atrofia ovariana e testicular, gravidez, lactação, pancreatite crônica.

Diagnóstico:

  • Clínico (PAAF pode auxiliar).

Tratamento:

  • Orientação (cirurgia considerada exceção, com finalidade estética).
28
Q

Sobre a Mucocele:

  • Qual seu conceito?
  • É um cisto verdadeiro?
  • Qual local predomina?
  • Qual seu tratamento?
A
  • São PSEUDOCISTOS (extravasamento de secreção contida pelo tecido adjacente sem uma cápsula definida, não sendo cistos verdadeiros).
  • Acometem GLÂNDULAS SALIVARES MENORES, principalmente em LÁBIO INFERIOR, embora possa aparecer em ventre lingual e mucosa jugal.
  • Tratada com excisão cirúrgica.
29
Q

Sobre a Rânula:

  • Qual seu conceito?
  • É um cisto verdadeiro?
  • Qual local predomina?
  • Qual seu tratamento?
A
  • Cisto VERDADEIRO (de retenção, encapsulado).
  • Acomente GLÂNDULA SUBLINGUAL, localizado habitualmente em ASSOALHO BUCAL.
  • Em geral, fica LATERAL À LINHA MÉDIA. É uma tumefação azulada e flutuante, podendo eventualmente ter secreção purulenta.
  • Tratada com MARSUPIALIZAÇÃO
30
Q

Sobre a Pneumoparótida:

  • Qual a causa?
  • Quais os fatores de risco?
  • Acomete mais qual glândula?
  • Qual o tratamento?
A
  • Rara. Abaulamento indolor súbito ou rapidamente progressivo após episódio de aumento da pressão intraoral.
  • Sopradores de vidro ou tocadores de instrumentos de sopro.
  • Mais comum na glândula parótida.
  • Tratado de maneira conservadora (o ar é reabsorvido).