ISTs Flashcards
O que é a prevenção combinada?
É a conjugação de 3 diferentes ações de prevenção às ISTs, HIV e hepatites virais = biomédica, comportamental e estrutural (leis).
Quais os principais FR para IST?
Sexo sem uso de preservativo e idade mais baixa.
Quais os principais agentes do corrimento vaginal e cervical?
Vaginal: tricomonas, candida e vaginose bacteriana (p Gardnerella).
Cervical: gonococo e clamídia.
Qual outro nome para DIP?
Sd do corrimento genital superior.
Quais os espectros clínicos da DIP?
Endometrite, salpingite, ooforite, abcesso tubo-ovariano, miometrite, parametrite e pelviperitonite.
Quais os principais agentes da DIP?
Gonococo e clamídia.
Quais os principais agentes do corrimento uretral?
Gonococo e clamídia.
Quais os agentes das úlceras genitais?
Sífilis (T. pallidum), Haemophilus ducreyi (cancro mole), HSV, C. trachomatis (linfogranuloma) e donovanose (Klebsiella granulomatis).
Qual a definição de cervicite?
É a inflamação do epitélio colunar glandular (endocérvix).
Qual a microbiologia do gonococo e clamídia?
Gonococo: diplococo GN.
Clamídia: bacilo GN.
Qual o QC da cervicite?
Até 80% assintomático!!! Corrimento CERVICAL, colo hiperemiado, friável (sangra com facilidade), sangramento intermenstrual ou pós-coito (sinusorragia), dispareunia de profundidade, disúria, polaciúria e dor pélvica crônica. Ao EF: dor à mobilização do colo, friabilidade.
Qual o uso da bacterioscopia para o gonococo?
Na cervicite, S de apenas 30% (diferentemente do homem). Cultura = Thayer-Martin. Na oftalmia neonatal (conjuntivite após nascimento), o GRAM é altamente sensível.
*Toda criança com oftalmia neonatal deve ser tratada para gonococo e clamídia.
Qual o mnemônico para lembrar das doenças causadas por clamídia?
CLAMÍDIA:
- Cervicite.
- Linfogranuloma.
- Adenite.
- Múltiplos orifícios de drenagem.
- Imunoflorescência.
- DI = Doxiciclina.
- Azitromicina.
Qual a conduta no caso da cervicite?
O tratamento deve ser SINDRÔMICO (não preciso investigar), no entanto, se estiver disponível, pelo MS, devo fazer bacterioscopia. Caso haja diplococo GN, tratar gonococo e clamídia. Caso negativo, fazer cultura e, se gonococo, tratar gonococo e clamídia. Se apenas clamídia, tratar apenas clamídia.
1) Gonococo sem DIP: ceftriaxona 500 mg IM dose única + azitromicina 1g dose única VO = tratar o gonococo (cef) e a clamídia.
2) Apenas clamídia: azitromicina 1g VO dose única OU doxiciclina 100 mg VO 2x/dia por 7 dias.
3) Oftalmia por gonococo: ceftriaxona IM dose única.
* CDC: recomenda substituir a azitro dose única por doxiciclina 100 mg 12/12h por 7 dias para cervicite e uretrite por clamídia.
Qual a importância da cervicite nas gestantes?
Maior risco de prematuridade, RPMO, perda fetal, RCIU.
Qual a principal manifestação do RN da contaminação pelo gonococo?
Oftalmia neonatal.
Comente sobre a oftalmia neonatal.
É uma conjuntivite purulenta que ocorre no 1° mês de vida. Pode levar à cegueira se não for tratado. Prevenção com nitrato de prata 1% (Credé) ou tetraciclina 1% (colírio), ambos na 1a hora de vida. Tto: ceftriaxona 25-50 mg/kg/dia IM (máx 125 mg) dose única. Além disso, SF 1/1h.
Quais as possíveis complicações da cervicite?
DIP (aumento do risco de dor pélvica crônica, infertilidade, gravidez ectópica).
O que é a uretrite?
Inflamação e corrimento uretral.
Qual o QC da uretrite?
Corrimento uretral, dor uretral (independente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido e eritema.
- Muito mais sintomático e frequente no homem.
- *Gonococo o quadro é mais intenso que por clamídia.
Quais as possíveis complicações da uretrite?
DIP (mulher) e orquiepididimite, prostatite e estenose da uretra (homem).
Qual a peculiaridade do QC da uretrite por clamídia?
Está mais associada à sd de Reiter: uretrite, artrite e conjuntivite.
Como dx a uretrite?
Assintomáticos: biologia molecular.
Sintomáticos: biologia molecular ou gram.
Qual a conduta na uretrite?
Idem cervicite: se laboratório indisponível, tratar os 2. Se laboratório disponível, GRAM/cultura. Se gonococo, tratar os 2. Se clamídia, tratar apenas clamídia.
Qual o trato genital feminino superior?
Tudo acima do OCI. Para configurar DIP, a bactéria tem que passar dele.
Qual a definição de DIP?
Sd pela ascenção e disseminação de microrganismos pelo trato genital feminino superior, podendo acometer edométrio, tubas, ovarios, peritônio, miométrio e até fígado.
Quais as principais sequelas da DIP?
Infertilidade por fator tubário, aumento da incidência de GE, dispareunia e dor pélvica crônica.
Quais os agentes etiológicos da DIP?
Gonococo e clamídia, no entanto a microbiologia da DIP frequentemente é polimicrobiana.
Comente sobre a DIP por TB.
É um pouco controverso na literatura se será ou não chamado de DIP, pois não há ascenção através do OCI pelo BK, mas sim por disseminação hematogênica. No entanto, o QC é muito semelhante. É suspeito quando não há melhora da DIP após tto convencional.
Comente sobre o método contraceptivo e o favorecimento de DIP.
O uso de métodos de barreira é o método que mais previne a DIP. O uso de ACO é considerado um fator protetor por alterar o muco cervical, dificultando a ascensão de microrganismos. No entanto, mulheres que usam ACO apresentam menor percepção de risco, praticando sexo desprotegido com maior frequência.
Qual a relação do DIU com a DIP?
Pelo MS: aumenta ligeiramente o risco de DIP (mais alto nos primeiros dias de inserção).
CDC: sem essa evidência.
O ciclo menstrual afeta a ascensão de microrganismos? Explique.
Sim, a ascensão é facilitada no período perimenstrual e pós-menstrual imediato, pois o orifício cervical está dilatado, fluidez do muco e sucção do conteúdo vaginal pela contração uterina.
Qual um agente comum de DIP em usuárias de DIU?
Actinomyces israelii
Qual a fisiopatologia da DIP?
Ascenção do microrganismo pelo OCI e passam a infectar o trajeto: endometrite (manifestação inicial da DIP) > salpingite > ooforite > cavidade peritoneal com peritonite.
Qual o QC da endometrite?
Dor à mobilização do colo e dor abdominal infraumbilical.
Qual a consequência da DIP causando salpingite?
Dor à palpação de anexos, aderências (dor pélvica crônica, oclusão do lúmen tubário, formação de traves), justificando a infertilidade por fator tubário e GE.
*Uma complicação tardia é a hidrossalpinge (líquido dentro da trompa).
Qual a consequência da DIP causando ooforite?
Abcesso tubo-ovariano.
Quais as consequências da DIP no peritôneo?
Abcesso no fundo de saco de Douglas e no espaço subdiafragmático, além da sd de Fitz-Hugh-Curtis, em que formam-se pequenos abcessos na superfície hepática.
Quais os achados macroscópicos da sd de Fitz-Hugh-Curtis? Qual o QC?
Fase aguda: pus visível na cápsula de Glisson.
Fase crônica: aderências tipo cordas de violino entre a parede abdominal e a superfície hepática.
QC: dor pleurítica à direita e dor em HCD.
Qual o QC da DIP?
Descarga vaginal purulenta acompanhado de dor abdominal infraumbilical, em topografia anexial e à mobilização do colo uterino. Outras manifestações: febre, SUA, dispareunia e sintomas urinários. Pode surgir, no decorrer, peritonite e massas palpáveis.
Quais os achados dos exames laboratoriais e de imagem na DIP?
Labs: leucocitose com desvio à esquerda, aumento de PCRQ e VHS.
Imagem: USG com líquido livre em pelve, abcessos (o p achado é uma fina camada de líquido preenchendo a tuba).
Como dx a DIP?
CLÍNICO!!! 3 critérios maiores/mínimos (dor hipogástrica, dor anexial e dor à mobilização do colo) + 1 critério menor/adicional (febre, leucocitose, VHS/PCR aumentado, cervicite - qualquer coisa que me lembre uma inflamação).
- Outra forma: 1 critério elaborado (evidência histopatológica de endometrite, abcesso tubo-ovariano ou em fundo de saco, DIP na laparoscopia).
- *CDC: 1 ou mais maiores em sexualmente ativas eu já deveria tratar DIP para evitar sequelas.
- **Método padrão-ouro: a partir de salpingite, é a laparoscopia. Se apenas endometrite, é o histopatológico.
Qual a conduta após dx de DIP?
Estadiar.
Como estadiar a DIP? Onde tratar cada estágio?
É feito pelos critérios de MONIF:
Estágio 1: endometrite e salpingite aguda sem peritonite. DIP não complicada. Tto ambulatorial.
Estágio 2: DIP com peritonite. Hospitalar.
Estágio 3: salpingite aguda com oclusão tubária ou abcesso tubo-ovariano. Hospitalar
Estágio 4: abcesso tubo-ovariano roto e abcesso > 10 cm. Hospitalar e cirúrgico.
Qual o tto da DIP?
Varia de acordo com a gravidade da paciente (MONIF):
1) Ambulatorial: QC leve, sem sinais de pelviperitonite, sem abcesso, toleram medicação oral. O tto é repouso, anti-inflamatório e ATB (Ceftriaxona 500 mg IM dose única + metronidazol 500 mg VO 12/12h por 14d + doxiciclina 100 mg VO 12/12h 14d). Devo reavaliar em 72h!!!
2) Hospitalar: estágio 2 em diante, gestantes (mesmo MONIF 1), intolerância ao tto clínico e sem melhora após 72h. O tto é ceftriaxona 1g EV por 14 dias + doxiciclina 100 mg VO 12/12h 14d + metronidazol 400 mg 12/12h EV. Alternativa: genta + clinda.
3) Cirúrgico: falta do tto clínico, abcesso roto, abcesso em fundo de saco de Douglas, hemoperitônio. Estágio 4 de MONIF.
* Caso haja DIU -> a chance de disseminar as bactérias na retirada do DIU é muito grande. Portanto -> NÃO RETIRAR O DIU.
Quando a laparoscopia está indicada na DIP?
Dúvida dx e na ausência de resposta à terapia EV em 72h.
Quando a laparotomia está indicada na DIP?
Instabilidade hemodinâmica (como no abcesso roto).
Devo tratar parceiros na DIP?
Sim, todos os parceiros dos últimos 2 meses devem ser tratados empiricamente para gonococo e clamídia (cef 500 mg IM + azitro 1g VO).
Devo tratar parceiros na DIP?
Sim, todos os parceiros dos últimos 2 meses devem ser tratados empiricamente para gonococo e clamídia (cef 500 mg IM + azitro 1g VO).
Qual o seguimento da DIP?
Rastreamento para HIV, sífilis e hepatites virais, reavaliação de todas as pacientes a cada 3 meses por 1 ano.
*Caso haja DIU -> a chance de disseminar as bactérias na retirada do DIU é muito grande. Portanto -> NÃO RETIRAR O DIU.
Como deve ser avaliada uma úlcera genital?
- Aspecto, consistência e grau de acometimento.
- Status linfonodal (local ou sistêmico? Purulento?).
- EF com ênfase na pele, boca e olhos.
Quais as principais úlceras sexualmente transmissíveis?
Cancro mole, herpes genital, cancro duro, linfogranuloma venéreo e donovanose.