Incontinência Urinária Flashcards

1
Q

O que é a IU?

A

Qualquer perda involuntária de urina.

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2
Q

Por que ocorre a IU?

A

Por alguma modificação da anatomia e/ou fisiologia do trato urinário inferior (TUI - bexiga e uretra).

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3
Q

Por que a IU é mais comum em mulheres?

A

Pelo menor comprimento da uretra e maior facilidade de lesão das estruturas musculofasciais durante a gestação e parto.

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4
Q

Comente sobre a anatomia e fisiologia da bexiga feminina.

A

É dividida em base e colo pelos óstios ureterais. A complacência vesical é a capacidade da bexiga se distender e acomodar a urina sem promover grandes elevações em sua pressão. O músculo mais importante é o detrusor da bexiga, que apresenta inervação pelo SNAP pela liberação de Ach. O trígono vesical localiza-se no colo e é delimitado pelos óstios ureterais e pelo óstio uretral interno (uretra proximal).

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5
Q

Explique a inervação do TUI na mulher.

A

A inervação se dá por 3 fontes: SNAS (noradrenalina), SNAP (Ach) e sistema nervoso somático.

O enchimento vesical é controlado pelo SNAS e o esvaziamento pelo SNAP (liberação de Ach com contração das fibras do detrusor).

O SNAS promove contração esfincteriana por ação alfa-adrenérgica, mantendo o óstio uretral interno e a uretra fechados, impedindo a micção. No corpo vesical, o SNAS promove relaxamento do detrusor por estímulo beta-adrenérgico.

O SNAP, com fibras originadas em S2-S4, fornece inervação colinérgica para o detrusor, estimulando sua contração.

O SN somático possui papel periférico na função da micção, inervando os mm. do assoalho pélvico e esfíncter externo da uretra. É o alvo do tratamento de treinamento da musculatura.

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6
Q

Qual o mecanismo da continência urinária?

A

O pré-requisito básico para a continência urinária é a existência de uma pressão uretral maior do que a intra-vesical, seja no repouso ou no esforço. É feito pelo SNA tanto pelo corpo vesical quanto pelo colo e uretra.

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7
Q

Qual músculo possui função esfincteriana na fisiologia urinária?

A

O levantador do ânus.

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8
Q

Qual SNA atua na fase de enchimento da bexiga? Explique.

A

O SNAS, pois o receptor alfa adrenérgico promove contração do esfíncter interno da uretra enquanto que o estímulo dos receptores beta promovem relaxamento do m. detrusor.
*Para Segurar urina, Simpático.

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9
Q

Qual SNA atua na fase de esvaziamento da bexiga? Explique.

A

Há atividade do SNAP, havendo contração do m. detrusor através do estímulo muscarínico (p M2 e M3). A inatividade do receptor alfa promove relaxamento do esfíncter interno da uretra.
*Para Perder urina, Parassimpático.

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10
Q

Quais os FR para IU?

A

Idade avançada, pouco estrogênio, obesidade, doenças crônicas (DPOC, DM, etc), cirurgias prévias, parto vaginal e n de gestações.

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11
Q

Como avaliar clinicamente a IU?

A

Avaliar como ela perde

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12
Q

Quais os tipos de IU? Qual o QC de cada? Por que ocorre?

A

Bexiga hiperativa, IU aos esforços, perdas insensíveis.

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13
Q

O que é a IU de esforço?

A

É a perda involuntária de urina (IU) que ocorre após exercício físico, tosse, riso ou espirro. SÓ OCORRE DURANTE ESFORÇO!!! É, geralmente, de pequena quantidade.

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14
Q

O que é a IU por urgência?

A

É a IU acompanhada ou imediatamente precedida pela sensação de urgência.

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15
Q

Qual o QC da bexiga hiperativa e por que ocorre?

A

Desejo incontrolável, polaciúria e noctúria. Ocorre por hiperatividade do detrusor, sendo que quando deveria estar relaxado (fase de enchimento), ele está se contraindo.

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16
Q

Qual o QC incontinência aos esforços e por que ocorre?

A

Perda sincrônica ao esforço (tosse, espirro, ao levantar).

17
Q

Qual o QC perda insensível (incontinência extra-uretral) e por que ocorre?

A

Perda de urina, mas não pela uretra (eg, pela vagina). Pensar em fístula. Para prova: paciente com cirurgia prévia (eg, histerectomia) + perda contínua pela vagina. Pode ser ureterovaginal ou vesicovaginal.

18
Q

Como diferenciar qual o tipo de fístula causando a perda insensível de urina?

A

Coloca-se um corante dentro da bexiga através de SV e avalio se o líquido que sai da vagina sai corado (vesicovaginal) ou não (ureterovaginal). A cistoscopia auxilia no dx vesicovaginal e a urografia para ureterovaginal.

19
Q

O que buscar no EF da paciente com IU?

A

Avaliar IMC (obesidade é FR independente para IU), presença ou não de prolapsos (pode vir junto com IU ou mascarar a IU - a cirurgia para corrigir o prolapso pode evidenciar essa IU ou até mesmo ser a causa dela) e fazer teste de esforço (peço para tossir sentada ou em pé).

20
Q

Como dx a IU de esforço?

A

Anamnese (queixa de perda urinária durante esforço) + EF (teste de esforço com saída de urina).

21
Q

Quais exames complementares auxiliam no dx de IU e por que são importantes?

A

EAS e urocultura (ITU pode simular uma IU), mobilidade do colo vesical (teste do cotonete e USG - se estiver muito móvel, favorece IU) e a (vídeo)URODINÂMICA (exame PADRÃO-OURO para IU, mas nem sempre é indicado).

22
Q

Quando está indicada a urodinâmica para dx de IU?

A

Refratariedade ao tto clínico, relato de perda aos esforços mas não vi no EF e se vou realizar uma cirurgia.

23
Q

Explique a urodinâmica.

A

Inicialmente a paciente urina em um funil e é detectada a urofluxometria (é o esvaziamento inicial da bexiga). Posteriormente é feita a cistometria: insere-se 2 cateteres pela uretra (1 para encher a bexiga de soro e outro com um transdutor) para medir a pressão intravesical e comparar com a PIA (avaliada com cateter retal). Além disso, vou pedindo para ela tossir para ver se há perda aos esforços e vou vendo se há alguma contração não inibida do detrusor. NÃO PODE HAVER: atividade do detrusor, dor ou perda de urina. A última etapa é o estudo miccional, que é o esvaziamento final (paciente com sonda e monitorizada, peço para ela urinar após encher a bexiga).

24
Q

Qual a relação da PIA com a PIV na urodinâmica?

A

Se os aumentos da PIV for um reflexo da PIA, é um exame normal, pois o detrusor está estável. A pressão detrusora é a diferença entre a PIV e a PIA. Se ela perder urina durante a elevação da PIA e PIV (esforço), é uma IU de esforço.

25
Q

Por que ocorre a IU de esforço? Como diferenciar?

A

Por hipermobilidade vesical (a força desloca a bexiga da paciente - PPE > 90 cm H2O) ou por defeito esfincteriano (incapacidade de o esfíncter fechar - PPE < 60 cm H2O). Entre 60-90, é dúbio.
*PPE: pressão de perda aos esforços.

26
Q

Qual o tto da IU de esforço?

A

Clínico: perda de peso, fisioterapia(Kegel, biofeeedback) - geralmente funciona na IU leve. Praticamente não usa-se medicações (duloxetina aumentou o risco de suicídio e o alfa adrenérgico aumentou o risco de AVE).
Cirúrgico: se refratariedade ao clínic. Se hipermobilidade (PPE > 90 cm H2O): cirurgia de Sling (padrão-ouro - menos invasiva). Outra opção é a cx de Burch (mais invasiva). Se defeito esfincteriano (PPE < 60 cm H2O): cx de Sling (padrão-ouro).

27
Q

Quais as técnicas da cx de Sling e quais cuidados devem ser tomados?

A

TVT: risco de lesão da bexiga - é obrigatório cistoscopia no PO para ver se não lesou bexiga.
TOT: é transobturatório, com muito menos perigo de lesar bexiga, não sendo necessária cistoscopia.

28
Q

Qual a urodinâmica da IU por bexiga hiperativa?

A

A PIV aumenta apesar de não haver aumento da PIA, evidenciando, também, uma pressão do detrusor (contração não inibida do detrusor - hiperatividade do detrusor), havendo fluxo nesse momento.

29
Q

Qual o tto da bexiga hiperativa?

A

É CLÍNICO:

  • Gerais: perda de peso, diminuir cafeína e fumo.
  • Fisioterapia: cinesioterapia e eletroestimulação.
  • Se refratário: farmacológico = anticolinérgicos (oxibutinina, tolterodina, darifenacina, solifenacina) ou imipramina (é uma OPÇÃO/2a linha - preferir pelos anticolinérgicos). Outra opção terapêutica: agonistas beta 3 adrenérgicos (mirabegrona - sem CI dos anticolinérgicos e mesma eficácia).
30
Q

Quais as CI aos anticolinérgicos?

A

Arritmia, glaucoma de ângulo fechado, gestação e lactação.