Inflamação crônica Flashcards
Conceito de inflamação crônica:
Processo consequente da persistência de agente agressor não eliminado, o que gera uma inflamação de duração prolongada (semanas, meses ou anos), onde ocorre inflamação ativa, lesão tecidual e sucessivas tentativas de cura e reparo de forma simultânea.
Inflamação crônica sempre deriva de uma inflamação aguda?
Não, pode ocorrer pela evolução da inflamação aguda ou começar de maneira insidiosa.
Na inflamação crônica, haverá alterações vasculares, edema e
infiltração de neutrófilos?
Não. Esses processo caracteriza inflamação aguda.
Características da inflamação crônica:
- Ser insidiosa e sem muitas manifestações
clínicas: evolução surda e arrastada
cronologicamente - Infiltração de células monomorfonucleares
(MMF), como monócitos, linfócitos e plasmócitos - Destruição tecidual
- Sucessivas tentativas de reparação, com a
substituição do local da lesão por tecido conjuntivo,
angiogênese e fibrose
Por que, na inflamação crônica, tem-se espessamento da parede do órgão?
Pois inflamação crônica cursa com depósito de colágeno na parede do órgão.
Inflamação aguda vs inflamação crônica:
-TABELA-
.
Quais são as três condições que mais predispõem à ocorrência de inflamação crônica?
Infecções persistentes (por microrganismos
difíceis de erradicar, como por algumas bactérias,
vírus, fungos e outros parasitas)
Doenças inflamatórias imunomediadas (autoimunes) -> artrite reumatoide, onde há inflamação das
articulações por hiperativação do sistema
imunológico
Exposição prolongada a agentes potencialmente
tóxicos
Qual é a célula mais importante na inflamação crônica?
Macrófago
NB: macrófago está para a reação inflamatória
crônica assim como neutrófilo está para a aguda.
Como os macrófagos contribuem na inflamação crônica?
Secreção de citocinas e fatores de crescimento que atuam sobre várias células, destruindo invasores e tecidos estranhos e ativando outras células, principalmente linfócitos T.
Para o macrófago ter alto poder fagocitário, ele deve ser ativado. Como o macrófago ativado pode ser identificado?
Mudança na morfologia da célula:
-modificação e aumento do núcleo, aparecimento do
nucléolo, ativação metabólica, aumento do
tamanho da célula, do número de enzimas
lisossomais e da capacidade de fagocitar e destruir
O que faz os macrófagos serem ativados?
Linfocinas (IFN-γ),
endotoxinas e proteínas da matriz extracelular
Quais possíveis processos fazem o macrófago se acumular em um ponto inflamado?
O acúmulo de macrófagos na área inflamada pode
ser decorrente do maior recrutamento de monócitos,
proliferação local de histiócitos (células fixas na parede dos vasos sanguíneos) e imobilização dos
macrófagos.
Depois que houve a infiltração mononuclear no tecido sob inflamação crônica, qual a atuação dessas células?
induzem lesão tecidual, neovascularização, proliferação de fibroblastos, fibrose e remodelagem
Como os linfócitos atuam na inflamação crônica?
Microrganismos e outros antígenos do ambiente ativam os linfócitos T e B, que migram para os locais inflamatórios, amplificando e propagando a inflamação crônica pela liberação de linfocinas e pela ativação do macrófago.
Como os plasmócitos atuam na inflamação crônica?
Se desenvolvem a partir do linfócito B ativado e produzem anticorpos (Ig) dirigidos contra antígenos persistentes no local inflamatório ou contra componentes teciduais alterados.
Como os eosinófilos atuam na inflamação crônica?
A partir da secreção de proteína básica maior promovem a lise de parasitas e células do hospedeiro.
Por que se diz que as células da inflamação crônica se retroalimentam?
Os macrófagos ativados estimulam as respostas da célula T e os linfócitos, por sua vez, produzem linfocinas, como o IFN-γ, que é um potente ativador de macrófagos. Portanto, as células da inflamação crônica se retroalimentam mesmo sem mediadores inflamatórios, por isso é difícil “segurar” uma inflamação crônica.
O que está ocorrendo nessa lâmina?
Na porção esquerda da imagem acima vemos uma inflamação aguda com deposição de fibrina na periferia e polimorfonucleares, como neutrófilos, ao passo que a porção da direita indica um processo crônico com infiltração de monomorfonucleares, como linfócitos.
O que é uma inflamação crônica inespecífica?
Quando não é possível saber o agente que causou a doença.
Geralmente o que identifica o agente causador da doença é a formação de um granuloma no local da inflamação, nesse caso, não haverá granuloma.
Pode ocorrer por agentes não piogênicos, piogênicos (abcesso crônico), antigênicos, drogas, acidez, entre outros.
O que é uma inflamação crônica específica?
Quando é possível identificar o agente causador da inflamação. Existe algum elemento marcados, que restringe as possibilidades de agentes causais.
Também chamada de inflamação crônica granulomatosa, pois nela vamos encontrar nódulos pequenos, chamados de granulomas, que são formados pela organização dos linfócitos, macrófagos ativados e plasmócitos dentro do tecido.
O que é um granuloma epitelioide?
É uma estrutura característica das inflamaçòes crônicas específicas.
Nesse caso, tem-se a formação de um granuloma em que os macrófagos locais ativados desenvolvem um citoplasma muito abundante, parecendo uma célula epitelial = células epitelióides.
Os linfócitos se agrupam ao redor dessas células epitelióides = coroa linfocitária
Essa coroa linfocitária delimita bem a área do granuloma = granuloma epitelioide
O que é uma célula gigante e como ela se relaciona com a inflamação crônica?
Num tecido em inflamação crônica, com alta disposição de macrófagos, é comum que vários macrófagos se fundam, formando uma célula gigante multinucleada, que pode ser de dois tipos: corpo estranho ou de Langhans.
Que célula é essa e quando ela ocorre?
É uma célula gigante (derivada da fusão de macrófagos) do tipo corpo estranho.
Essa célula se desenvolve em resposta a corpos estranhos relativamente inertes, não antigênicos/de difícil digestão.
Se desenvolve uma inflamação crônica por conta daquele corpo estranho e nela terá esse tipo de célula gigante.
Que célula é essa e quando ela ocorre?
Quando os núcleos da célula gigante ficam organizados em semilua ou em círculo = célula gigante de Langhans.
Ela é do tipo imunogênica.
O que é um granuloma misto?
Granuloma epitelióide + corpo estranho
O que é visto nessa imagem?
Granuloma associado a necrose caseosa. (pleurite granulomatose necrotizante)
Apresentação típica da tuberculose
Inflamação crônica é mais específica que a inflamação aguda?
Sim.
Inflamaçào crônica já conta com sistema imune adaptativo (presença dos linfócitos), ao passo que inflamação aguda é caracterizada pela presença de neutrófilos (RI inata)
Inflamação aguda ou crônica?
Quais células caracterizam essa inflamação?
Crônica.
Aqui se vê ampla presença de mononucleados, com ênfase para plasmócitos e linfócitos.
Estímulo mais comum ao desenvolvimento de inflamação crônica:
Infecção persistente.
No entanto, tem-se também outros estímulos:
- Infecção por vírus, mycobactéria, parasitas ou fungos
- Doenças autoimunes
- Corpo estranho
- Câncers
Quando os Linfócitos TCD4 são ativados (ligação TCR->MCH-II +B7->CD28) quais linhagens de células T são originadas?
Th1 -> vai promover inflamação via TCD8
Th2 -> vai promover inflamaçào via linfócitos B
Duas citocinas liberadas pela Th1 e função na inflamação:
IL-2: fator de crescimento de linfócitos T e ativador de linfócitos TCD8+
INF-g: ativador de macrófagos
Três citocinas liberadas pela Th2 e sua função inflamatória:
A Th2 basicamente ajuda os linfócitos B:
- IL-4: mudança de classe para IgG e IgE
- il-5: quimotaxia de eosinófilos, ativação/maturação dos linfócitos B a plasmócitos, mudança de classe para IgA.
- IL-10: inibidora da Th1
Quais são os dois sinais para a ativação do linfócito TCD8 (citotóxico)?
-Identificar antígeno apresentado no MHC-I da célula
-IL-2 liberado pelo Th1
NB: ativados, promovem resposta citotóxica sobre a célula infectada (secretam perforina/granzima -> apoptose da célula ou expressão de Fas ligante -> liga no receptor Fas e gera apoptose da célula hospedeira)
Duas formas de ativação dos linfócitos B:
-Independente de TCD4: antígeno se ligando no receptor (BCR - IgM ou IgD) no lin’focito B ->vira plasmócito.
-Linfócito B servindo de APC e levando MCH-II ao TCD4 (ligação CD40L->CD40 + MHC-II->TCR/CD4) -> TCD4 (Th2) libera IL-4 e IL5 -> vira plasmócito
Característica que define um granuloma:
Presença de histiócitos epitelióides (macrófagos ativados agregados)
NB: pode ou não ter coroa de linfócitos + células gigantes, mas sempre tem as células epitelióides.
Característica do granuloma não caseoso:
Não tem necrose central no granuloma, as células epitelióides têm núcleo(centro não-liquefeito)
Os cinco possíveis estímulos para a formação de um granuloma não-caseoso:
- Sarcoidose
- Reação a um corpo estranho
- Exposição ao berílio
- Doença de Crohn (característico e meio de diferenciar de colite ulcerativa)
- Doença da arranhadura de gato (granuloma estrelado)
Os cinco possíveis estímulos para a formação de um granuloma não-caseoso:
- Sarcoidose
- Reação a um corpo estranho
- Exposição ao berílio
- Doença de Crohn (característico e meio de diferenciar de colite ulcerativa)
- Doença da arranhadura de gato (granuloma estrelado)
Característica do granuloma caseoso:
Presença de necrose central no granuloma -> debris azuis/rosas no centro, mas sem núcleos.
Duas principais hipóteses diagnósticas:
Se trata de um granuloma caseoso, característico de:
- Tuberculose
- Infecções fúngicas
NB:
AFB stain = confirma Tb
GMS stain (silver stein) = confirma infecção fúngica
Processo de formação de um granulona envolve interação entre quais duas células?
Interação entre linfócito TCD4 e os macrófagos:
- Macrófago apresenta antígeno à TCD4 via MHC-II
- Em seguida, macrófagos liberam IL-12 = Diferenciação da TCD4 em Th1
- Th1 libera INF-g = converte macrófago nas células epitelióides e células gigantes
NB: essa interaçòa se dá para formação tanto do granuloma caseoso quanto do não-caseoso.