Infestações por ectoparasitas Flashcards
Escabiose
Sarna
Provocada por um ácaro: Sarcoptes scabei hominis - parasita da pele
Hospedeiro: Homem
• Epidemiologia
• problema mundial, todos os grupos socioeconómicos, raças e
idades são atingidos
• maiores incidências em áreas/situações de grandes aglomerados populacionais e más condições de higiene: desastres naturais, guerras, campos de refugiados
• transmissão ocorre através de contacto interpessoal próximo ou partilha de objectos contaminados entre membros da mesma família ou entre colegas de escola
• ácaro pode permanecer vivo por mais de 2 dias nas roupas de uso pessoal ou de cama
Escabiose ciclo de vida
ESCABIOSE - Etiopatogénese
Ciclo de vida do Sarcoptes scabiei
• infestação inicia-se quando os parasitas fêmea atingem o estrato córneo onde escavam túneis (2-3 mm por dia)
• escavam durante a noite e depositam os ovos durante o dia
• durante o seu ciclo de vida de 4 a 6 semanas depositam 40 a 50 ovos
• os ovos eclodem pós 72 a 96 horas à larva atinge maturidade após 14 a 17 dias
• parasita adulto copula e repete-se ciclo
• > 1o mês: + 20 parasitas atingem maturidade e disseminam-se por migração ou escoriação
Escabiose - imunologia
prurido e outras lesões cutâneas são devido a reação de hipersensibilidade
1a infestação: sensibilização demora 2 a 6 semanas a desenvolver-se
re-infestação: sintomas iniciam-se dentro de 24h
Escabiose - clínica
Galerias (patognomónicas)
sulcos acinzentados ou da cor da pele, lineares ou ondulados, 0,5 -1 cm de comprimento, com uma pequena vesícula ou pápula na extremidade com halo de eritema onde reside o ácaro
Localizações + frequentes: pregas interdigitais dedos das mãos, punhos, pés, genitais, nádegas ou axilas
Escabiose - clínica
Galerias (patognomónicas)
sulcos acinzentados ou da cor da pele, lineares ou ondulados, 0,5 -1 cm de comprimento, com uma pequena vesícula ou pápula na extremidade com halo de eritema onde reside o ácaro
Localizações + frequentes: pregas interdigitais dedos das mãos, punhos, pés, genitais, nádegas ou axilas
ü Pápulas: pequenas, urticariformes,
disseminadas
ü Vesículas: isoladas, preenchidas por fluído seroso
ü Nódulos: coloração avermelhada, rósea ou castanha, ocorrem em áreas cobertas
(axilas, virilhas, nádegas, escroto e pénis)
ü Lesões de coceira - Impetiginização
- Eczematização
§ Axilas § Cotovelos e punhos § Aréola mamária § Região periumbical § Pénis, escroto § Região glútea § Espaços interdigitais
Sarna Norueguesa ou Crostosa
• Rara • Doentes com Imunodeficiência • Lesões com grande quantidade de parasitas; Elevada contagiosidade • Pápulas hiperqueratósicas • Crostas • Tendência para a eritrodermia • Localizações predominantes: ü dorso das mãos ü antebraços üjoelhos ü face ü couro cabeludo ü pavilhões auriculares ü pescoço
Dx Escabiose
Anamnese
Quadro clínico
Pesquisa do parasita através do método de raspagem: se, fazendo uma
raspagem, retirarmos uma amostra das galerias, e após hidrolisarmos a escama com hidróxido de potássio, podemos observar ao microscópio ótico os ovos dos parasitas e, talvez, até mesmo um ácaro.
Escabiose - TTO não farmacologico
- indivíduos infestados e os contactos íntimos ou familiares (último mês) devem ser tratados ao mesmo tempo (sintomas presentes ou não)
- agentes tópicos devem ser aplicados em toda a superfície cutânea após o banho e secagem da pele, em camada fina e uniforme, em particular nas pregas
- roupas limpas devem ser utilizadas depois da aplicação do medicamento
- roupas de uso pessoal e as de cama devem ser descontaminadas por lavagem na máquina a 60oC
- prurido pode persistir por até 1 ou 2 semanas após término de tratamento eficaz (hipersensibilidade aos ácaros mortos ou aos seus remanescentes)
Escabiose - TTO farmacologico
Os fármacos mais recomendados são, efetivamente, a permetrina a 5%, o benzoato de benzilo ou ivermetina (qd há populações em massa)
Pediculose
• infestação por piolhos sugadores de sangue • ectoparasitas obrigatórios dos humanos • 2 espécies: – Pediculus humanus var. Capitis (pediculose da cabeça) – Pediculus humanus var. corporis (pediculose do corpo) – Pthirus pubis (pediculose pubiana) • Muito frequente • Surtos epidémicos • Crianças > adultos • Transmissão: • Contacto directo interpessoal • Uso de utensílios contaminados
Pediculose
Fatores de risco
• Aglomerados populacionais ( pe, escola)
• Características físicas pouco importantes (cor e comprimento do
cabelo, higiene, classe social)
Pediculose
Patogénese
• fêmea vive 1-3 meses
• deposita 300 ovos (lêndeas) durante a
vida nas hastes dos pêlos
• eclodem após 6-10 dias originando as ninfas que se tornam adultas em 10 dias
• invólucros dos ovos vazios permanecem na haste dos pêlos
Pediculose capitãs - clínica
- prurido na nuca e regiões retroauriculares (por sensibilização à toxina e fezes do piolho)
- escoriação e impetiginização secundárias
- piolhos são identificados a olho nu: < 10
- lêndeas: ovos encapsulados cinza- esbranquiçados: de algumas a milhares; são depositadas na haste capilar na emergência do folículo piloso
- adenopatias inflamatórias cervicais e occipitais
Pediculose capitis - dx
- Inspecção clínica
- Piolhos vivos
- Ovos na haste capilar
- Lêndeas isoladas não são diagnósticas de infestação activa (apenas se a uma distância de 4 mm do c cabeludo)
PEDICULOSE CAPITIS – Tratamento
Inspeccionar todos os contactos próximos (agregado familiar, amigos e colegas)
Apenas as pessoas com doença devem ser tratadas
Reinspeccionar:
Após 7 dias: se +, tratar novamente
Após 14 dias: se +, tratar novamente
Lavagem de objectos (pentes, chapéus) em água quente