INFECTO Vol 1 - Pneumonia bacteriana e suas Complicações Flashcards
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – RJ 1 – O exame de imagem cuja realização na unidade de pronto atendimento é essencial para o diagnóstico de pneumonia comunitária, auxilia na avaliação da gravidade, identifica o comprometimento multilobar e pode sugerir causas alternativas, tais como abscesso e tuberculose, além de poder indicar condições associadas, tais como obstrução brônquica ou derrame pleural, além de ser também útil na monitorização da resposta ao tratamento, é a: a) Radiografia de tórax somente na incidência em PA. b) Cintilografia de tórax de ventilação. c) Cintilografia de tórax de perfusão. d) Radiografia de tórax (incidências PA e Perfil). e) Ressonância magnética de tórax.
A presença de um infiltrado na radiografia de tórax é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de pneumonia quando as características clínicas e microbiológicas são compatíveis. Uma radiografia de tórax — nas incidências PA e PERFIL — deve ser obtida em pacientes com suspeita de pneumonia, quando possível. Um infiltrado demonstrável por radiografia de tórax ou outra técnica de imagem é necessário para o diagnóstico de pneumonia, de acordo com as diretrizes da Infectious Diseases Society of America and the American Thoracic Society (IDSA / ATS). Resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017 (ACESSO DIRETO 1) SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE RIO DE JANEIRO – RJ 2 – Uma paciente recebeu o diagnóstico de pneumonia por Legionella. O antibiótico que pode ser considerado INADEQUADO para o tratamento dessa paciente é: a) Doxiciclina. b) Levofloxacino. c) Claritromicina. d) Amoxicilina com clavulanato.
A Legionella pneumophila é uma bactéria pleomórfica, flagelada, Gram-negativa, responsável por formas graves de pneumonias, sobretudo em pacientes imunodeprimidos. A associação com manifestações gastrointestinais e hepáticas, assim como SIADH e hiponatremia, é clássica e deve ser sempre lembrada nas provas! Os antibióticos mais adequados para tratamento das infecções por este germe são os macrolídeos (exceto a eritromicina), as quinolonas respiratórias (ex: levofloxacino) e a doxiciclina. No entanto, ela não é sensível aos betalactâmicos. Logo, resposta: letra D.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017 (ACESSO DIRETO 1) ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – RS 3 – Em que momento um paciente que foi internado para o tratamento de pneumonia bacteriana sem complicações deve ser reavaliado com raio X de tórax? a) 2 dias antes da alta hospitalar. b) No dia da alta hospitalar. c) Em 1-2 semanas após a alta hospitalar. d) Em 2-3 semanas após a alta hospitalar. e) Em 4-6 semanas após a alta hospitalar.
Questão que tinha tudo para ser excelente. O que estraga é o enunciado, quando nos induz a pensar que todo paciente com pneumonia deve ser submetido a um exame radiológico de controle, o que nem de longe é verdadeiro (esta recomendação é válida principalmente para indivíduos com maior probabilidade de câncer de pulmão e pneumonia “pós-obstrutiva”, como os tabagistas com mais de 50 anos de idade que apresentam pneumonia). De todo modo, embora nem todo doente tenha necessidade de realizar essa nova radiografia, os achados radiológicos de pneumonia comumente desaparecem 4-6 semanas após o quadro (se houvesse CA de pulmão e pneumonia “pós-obstrutiva”, haveria persistência da imagem). Assim, não se tem o que discutir. Resposta: E.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017 (ACESSO DIRETO 1) PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – MG 4 – Homem de 57 anos encontra-se em centro de terapia intensiva em tratamento de Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM). Para escolha do tratamento antimicrobiano adequado, são considerados fatores de risco para patógenos multirresistentes, EXCETO: a) Dois ou mais dias de hospitalização antes da ocorrência da PAVM. b) Choque séptico associado à PAVM. c) PAVM precedida por síndrome de insuficiência respiratória aguda. d) Uso de antimicrobiano nos 90 dias que precederam à PAVM.
Questão difícil que abordou uma diretriz publicada em 2016 sobre o manejo de adultos com pneumonia nosocomial e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM), pela Infectious Diseases Society of America/American Thoracic Society (IDSA/ATS). De acordo com esse guideline, os fatores de risco para infecção por patógenos multirresistentes (germes MDR) são: – Pelo menos 5 dias de hospitalização antes da ocorrência de PAVM – letra A incorreta; – Choque séptico associado à PAVM – letra B correta; – Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) precedendo a PAVM — letra C correta, embora o termo “síndrome de insuficiência respiratória aguda” utilizado pela banca não tenha sido o mais adequado; – Uso de antibiótico endovenoso nos últimos 90 dias – letra D correta; – Terapia de substituição renal aguda antes do início da PAVM. Portanto, o único item totalmente incorreto e melhor resposta para a questão é a letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2017 (ACESSO DIRETO 1) SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO CEARÁ – CE 5 – Paciente masculino, médico de família, 28 anos, apresentando febre com calafrios e tosse produtiva há 3 dias, procurou atendimento, hoje, na emergência. Ao exame, encontra-se orientado, FC = 100 bpm; FR = 31 irpm; PA = 80 x 60 mmHg; sem resposta à ressuscitação volêmica, ausculta pulmonar com roncos em base direita. PaO2 = 60 mmHg; saturação O2 = 89% em ar ambiente. Radiografia de tórax abaixo. Hemograma com HB = 13 g/dl; leucócitos = 13.000 céls/mm3; creatinina = 1,0 mg/dl; ureia = 55 mg/dl. Considerando o quadro clínico, qual a conduta mais adequada? a) Internar em UTI e iniciar ceftriaxona e claritromicina. b) Iniciar piperacilina/tazobactam e internar na UTI. c) Iniciar levofloxacino e internar em enfermaria. d) Internar em enfermaria e iniciar azitromicina.
Febre, tosse produtiva e infiltrado extenso no RX de tórax. Qual é o diagnóstico, considerando que o paciente é previamente hígido e oriundo da comunidade? Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). Precisava calcular algum escore para decidir onde tratar este paciente? Não. O quadro é evidentemente GRAVE, pois o paciente está com hipotensão refratária a volume e franca hipoxemia, ou seja, existem disfunções orgânicas, existe sepse pulmonar! O local ideal para conduzir o tratamento, dado o risco deste paciente necessitar de medidas invasivas de suporte, como ventilação mecânica, uso de aminas vasopressoras e substituição renal, é o CTI, e para pacientes com PAC grave que internam no CTI, na ausência de fatores de risco para infecção por Pseudomonas aeruginosa (ex.: doença estrutural pulmonar), o esquema empírico mais indicado consiste na combinação de betalactâmico + macrolídeo, como ceftriaxona (cefalosporina de terceira geração) e claritromicina (macrolídeo), evidentemente ministrados pela via endovenosa. Resposta certa: A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SP 6 – Pré-escolar com síndrome da imunodeficiência adquirida e pneumonia lobar à direita, com pequeno derrame pleural. Assinale a alternativa que apresenta o agente etiológico mais provável: a) Streptococcus pneumoniae. b) Haemophilus influenzae. c) Pneumocystis carinii. d) Staphylococcus aureus. e) Mycoplasma pneumoniae.
Se a pergunta fosse: qual o principal agente etiológico das pneumonias lobares na população pediátrica? A resposta seria: Streptococcus pneumoniae. Se a pergunta fosse: qual o principal agente das pneumonias complicadas com derrame? A resposta também seria: S. pneumoniae. Se a pergunta fosse apenas: qual o principal agente da pneumonia típica no paciente infectado pelo HIV, adivinhe qual a resposta? O S. pneumoniae! Guarde o conceito: o pneumococo é o principal agente etiológico das pneumonias por micro-organismos típicos na população pediátrica, excetuando-se o período neonatal. Assim, mesmo na presença de complicações ou de determinadas comorbidades, isso não se altera. Muitos poderiam acreditar que o S. aureus seria o provável agente em função da presença do derrame, mas não erre isso. As pneumonias estafilocócicas evoluem com a formação de derrames mais comumente que as pneumonias pneumocócicas. Porém, como essas últimas são mais comuns, este continua sendo o agente mais comumente encontrado mesmo em vigência desse tipo de complicação. A pneumocistose sempre deve ser uma preocupação quando atendemos o paciente com infecção pelo HIV, mas não há padrão lobar. Resposta: letra A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – SP 7 – A melhor opção terapêutica para o tratamento ambulatorial de paciente adulto jovem com pneumonia adquirida na comunidade sem doença cardiovascular é: a) Macrolídeo. b) Penicilina benzatina. c) Sulfametoxazol + trimetoprima. d) Cefalosporina de segunda geração.
De acordo com as referências internacionais, o tratamento ambulatorial da Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) para pacientes previamente hígidos, sem fator de risco para pneumococo resistente, deve ser feito com macrolídeos (ex.: azitromicina, claritromicina, eritromicina) ou doxiciclina. No entanto, o consenso brasileiro costuma ser resistente às tetraciclinas, como a doxiciclina, aceitando como opção o uso de amoxicilina isolada, na dose de 500 mg de 8/8h, por 7 dias. Assim, no Brasil, as drogas de escolha para esses pacientes são os macrolídeos ou amoxicilina. Resposta correta: A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO – RJ 8 – Jovem, 18 anos, previamente saudável, é internado em UTI com choque séptico secundário a pneumonia. Assinale a alternativa correta em relação ao agente etiológico mais provável e o respectivo exame para confirmar o diagnóstico: a) Streptococcus pneumoniae / antígeno urinário. b) Staphylococcus aureus / hemocultura. c) Influenza H1N1 / PCR swab orofaringe. d) Histoplasma capsulatum / sorologia no sangue. e) Mycobacterium tuberculosis / BAAR do escarro.
O Streptococcus pneumoniae é o principal agente etiológico de pneumonia comunitária. Uma ferramenta atualmente utilizada para identificação do agente etiológico em pneumonias comunitárias graves é a pesquisa de antígeno urinário, disponível apenas para o pneumococo e para a Legionella pneumophila sorotipo 1. A sensibilidade do antígeno urinário para pneumococo é de 71%, enquanto a especificidade gira em torno de 96%, superando a acurácia diagnóstica da hemocultura e da cultura de escarro. Alternativa A correta.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – RJ 9 – Um paciente de 28 anos procura a emergência com quadro iniciado há 48 horas de febre de 39,2°C, tosse com hemoptoicos e dispneia. Há relato de congestão nasal e rinorreia sete dias antes do início dos atuais sintomas. A radiografia de tórax mostra consolidação em lobo médio. Entre os achados clínicos e laboratoriais, aquele que NÃO indica maior possibilidade de etiologia pneumocócica é: a) Hipogamaglobulinemia. b) Insuficiência cardíaca. c) Miringite bolhosa. d) Icterícia.
Congestão nasal e rinorreia, sem outros comemorativos importantes, são sintomas que permitem o diagnóstico clínico de rinossinusite aguda (resfriado comum), um quadro geralmente brando, autolimitado e sem maiores complicações. Todavia, é importante não esquecer que uma pequena parcela dos resfriados comuns pode complicar após alguns dias com infecções secundárias mais sérias, como a sinusite aguda bacteriana, a otite média aguda e até mesmo a pneumonia (febre alta, tosse, dispneia, hemoptoicos). O diagnóstico de PNM requer demonstração de infiltrado no RX de tórax, logo, este é o diagnóstico completo do caso em tela. Muito já se debateu na literatura médica a respeito de pistas clinicorradiográficas para o diagnóstico etiológico de um quadro de pneumonia aguda. Para resumir, podemos dizer que foram muitas as controvérsias e poucas as conclusões realmente úteis à beira do leito. Seja como for, existem certos achados altamente associados a determinadas etiologias específicas, como é o caso da clássica miringite bolhosa, por exemplo, uma manifestação característica das infecções por Mycoplasma pneumoniae . O termo “miringite” quer dizer inflamação da membrana timpânica , logo, se este paciente referisse a queixa de otalgia (dor no ouvido) e sua otoscopia revelasse a presença de bolhas superficiais sobre uma membrana timpânica agudamente inflamada, poderíamos afirmar — com razoável grau de certeza — que o agente causal de sua atual PNM é o M. pneumoniae e não o pneumococo (S. pneumoniae ). Vale lembrar que, estatisticamente, este último é o principal agente causal de PNM adquirida na comunidade. Resposta certa: C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – RJ 10 – Um paciente de 33 anos comparece para atendimento de emergência em função de febre alta, tosse produtiva (escarro amarelado) e dor torácica. Há histórico de tabagismo, mas o restante da anamnese não é significativo. Ao exame físico, é detectada síndrome de condensação lobar na metade inferior do pulmão direito, sendo a imagem radiográfica compatível com a clínica. O paciente se encontra levemente taquipneico (25 irpm), febril (38,6ºC), taquicárdico (121 bpm) e normotenso (130 x 80 mmHg). Com exceção dos dados assinalados e da presença de herpes labial, o restante do exame físico é normal. A escolha da antibioticoterapia pode recair sobre alguns fármacos, NÃO sendo, porém, recomendado o uso isolado de: a) Amoxicilina + clavulanato. b) Ciprofloxacino. c) Claritromicina. d) Doxiciclina.
Os sinais e sintomas descritos permitem um diagnóstico definitivo de Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC): paciente jovem e saudável, sem fatores de risco para infecção por germes multirresistentes, apresentando quadro clínico marcado por febre alta (TAx > 38,5ºC), tosse produtiva de escarro purulento, dor torácica e dispneia, além de uma síndrome de consolidação pulmonar ao exame físico (ele não cita, mas podemos deduzir: macicez à percussão, FTV aumentado e estertores focais na ausculta). Todo este quadro encontra correspondência na radiografia de tórax, exame imprescindível para confirmar o diagnóstico de PAC. Pois bem, a pergunta, então, é muito simples: qual antimicrobiano não deve ser escolhido em um caso como esse? Vamos relembrar quais são as opções terapêuticas para a PAC em doente jovem sem comorbidades e sem fatores de risco para germes resistentes? Pelos guidelines, as principais são: azitromicina ou claritromicina ou eritromicina ou doxiciclina em monoterapia. Como o quadro descrito é altamente sugestivo de infecção pneumocócica (a clássica “pneumonia típica”), é aceitável prescrever empiricamente amoxicilina + clavulanato em monoterapia. O cipro não é uma quinolona respiratória, pois não penetra bem no parênquima pulmonar. Logo, não tem papel no tratamento da PAC. Resposta certa: B.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) FUNDAÇÃO JOÃO GOULART HOSPITAIS MUNICIPAIS – RJ 11 – Um paciente com pneumonia desenvolve icterícia à custa de bilirrubina indireta. Trata-se provavelmente de: a) Hemólise e infecção por Mycoplasma. b) Anemia hemolítica e infecção por Pneumococo. c) Anemia hemolítica e infecção por Haemophilus. d) Anemia megaloblástica e infecção por Chlamydia.
Se a icterícia fosse à custa de bilirrubina DIRETA (conjugada), a hipótese principal seria de sepse pulmonar “grave” por qualquer germe (ex.: pneumococo, Legionella). Lembre-se de que a sepse pode ser acompanhada de pelo menos uma disfunção orgânica aguda, e no caso da disfunção hepática um dos critérios aceitos é o surgimento de icterícia com bilirrubina direta > 4 mg/dl. Acontece que a questão está falando em aumento da bilirrubina INDIRETA (não conjugada)! Ora, na imensa maioria das vezes, o surgimento abrupto de icterícia à custa de bilirrubina indireta só pode ser explicado por HEMÓ- LISE. Então vamos lá, este é um conceito que não deve ser esquecido: qual germe que tipicamente provoca pneumonia é considerado uma das principais etiologias de anemia hemolítica aguda induzida por anticorpos “frios” (IgM)? Resposta: Mycoplasma pneumoniae, um germe do grupo dos atípicos (bactérias que não têm parede celular contra as quais os betalactâmicos não funcionam). Resposta certa: A.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL DAS CLÍNICAS DO PARANÁ – PR 12 – A respeito da Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), assinale a alternativa CORRETA: a) Streptococcus pneumoniae é o agente causador mais comum de PAC. b) Os fatores de risco para PAC incluem alcoolismo, asma, imunossupressão, institucionalização e idade menor que 70 anos. c) No diagnóstico diferencial da PAC, devem ser consideradas apenas as causas infecciosas, não sendo importante considerar as causas não infecciosas. d) Entre 20-25% das hemoculturas colhidas dos pacientes hospitalizados com PAC são positivas e o agente patogênico mais frequentemente isolado é o Haemophilus influenzae. e) Em pacientes com diagnóstico de PAC a nível ambulatorial, que são previamente hígidos e sem uso de antibióticos nos últimos 90 dias, o antibiótico de escolha para início de tratamento é ampicilina + sulbactam.
Vamos analisar as alternativas da questão: a) o pneumococo persiste como o principal agente etiológico de pneumonia comunitária, apesar de a disposição das vacinas antipneumocócicas e a redução do tabagismo terem contribuído para uma redução importante do número de pneumonias causadas pelo pneumococo (CORRETA); b) idade > 70 anos seria um fator de risco importante, e não < 70 anos (INCORRETA); c) doenças pulmonares de origem não infecciosa (pneumonite por hipersensibilidade, síndrome de Hamman-Rich) também devem ser consideradas no diagnóstico diferencial de um paciente com pneumonia (INCORRETA); d) o agente mais comumente identificado nas hemoculturas de pacientes com pneumonia comunitária é o Streptococcus pneumoniae (INCORRETA); e) de acordo com as diretrizes americana e brasileira, o antibiótico de escolha para o tratamento de um paciente com pneumonia comunitária previamente hígido, sem uso de antibióticos nos últimos 90 dias e que será tratado a nível ambulatorial é o macrolídeo (azitromicina, claritromicina), sendo que na diretriz americana a segunda opção seria a doxiciclina e no Brasil, a amoxicilina (INCORRETA). Alternativa A correta.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – PI 13 – Paciente com comorbidade respiratória (DPOC), que apresenta quadro clínico e radiológico de pneumonia, deve ser tratado, preferencialmente, com: a) Amoxicilina oral. b) Macrolídeo. c) Cefalosporina de 3a geração. d) Cefalosporina de 1a geração. e) Quinolona antipneumocócica.
Geralmente, tratamos pacientes portadores de pneumonia comunitária — aos quais parecem se referir a questão — com monoterapia utilizando ou macrolídeos (azitro, claritromicina) ou amoxicilina (doxiciclina nas referências americanas). Entretanto, pacientes com certos fatores de risco, como comorbidades (doenças crônicas pulmonares, cardíacas, hepáticas, renais; diabetes, alcoolismo, neoplasias, asplenia ou imunodepressão) devem ser manejados ou com quinolonas respiratórias ou com a combinação de macrolídeos com betalactâmicos. Resposta: E.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY – PB 14 – DPOC masculino de 62 anos, sem episódios de descompensação há 12 meses, chega ao PS com dispneia moderada, interrompendo a fala, com febre e expectoração catarral amarelada há 48 horas. Refere uso regular de medicações e VEF1 de 37%. SpO2 em ar ambiente de 88%, com FR = 30 irpm, PA = 120 x 80 mmHg e FC = 92 bpm. Ausculta com sibilância em ambos os hemitórax, difusamente. RX com consolidação e base de hemitórax esquerdo e cúpulas diafragmáticas retificadas. Qual sua conduta? a) Tratamento ambulatorial com beta-2-agonista + ipratrópio, corticoide inalatório, amoxicilina + clavulanato VO. b) Internação em UTI com oxigenoterapia e ventilação não invasiva, beta-2-agonista IV, corticoterapia IV, cefepima IV. c) Internação em enfermaria, oxigenoterapia, corticoide IV, beta-2-agonista e brometo de ipratrópio (nebulização), ceftriaxona + azitromicina. d) Internação em enfermaria, oxigenoterapia, corticoide IV, beta-2-agonista IV (salbutamol), piperacilina + tazobactam IV. e) Internação em enfermaria , oxigenoterapia, budesonida inalatória, beta-2-agonista e brometo de ipratrópio (nebulização), levofloxacino IV.
Nosso paciente apresenta um quadro de franca pneumonia adquirida na comunidade (tosse produtiva, febre e — o mais importante — que nos permite diferenciar o quadro de uma simples “descompensação da DPOC”: consolidação no RX de tórax). Dizemos que esta PNM é “comunitária” porque não há história de uso de ATB, internação hospitalar, QT ou diálise nos últimos 90 dias. Como se trata de um portador de comorbidade respiratória crônica, qual deve ser a conduta? Bem, em relação ao tratamento antimicrobiano da PAC, o mesmo deverá ser conduzido dentro do ambiente hospitalar com drogas intravenosas, podendo-se optar pela monoterapia com uma fluoroquinolona respiratória (ex.: levofloxacino), ou terapia combinada com um betalactâmico (ex.: ceftriaxona) e um macrolídeo (ex.: azitromicina). Com relação ao controle da doença de base, vamos fazer glicocorticoide IV (indicado em toda DPOC com sintomas agudos que apresentem critérios de gravidade, como a hipoxemia), broncodilatadores de ação rápida pela via inalatória (aliando agonistas beta-2-adrenérgicos com anticolinérgicos), além de suporte de O2 conforme a necessidade. Resposta certa: C.
RESIDÊNCIA MÉDICA 2016 (ACESSO DIRETO 1) HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER – MT 15 – Paciente A.L.M., 62 anos, sexo feminino, internou-se no hospital devido à diabetes mellitus descompensada. No sétimo dia de internação, a paciente evoluiu com tosse produtiva, febre alta, prostração e piora da glicemia. O raio X de tórax evidencia infiltrado alveolar na base pulmonar direita. Assinale a alternativa que apresenta o diagnóstico correto e o antibiótico apropriado: a) Pneumonia comunitária; ceftriaxona e azitromicina. b) Pneumonia nosocomial tardia; cefepima. c) Pneumonia comunitária; levofloxacino. d) Pneumonia nosocomial precoce; ceftriaxona e azitromicina.
Pelo quadro clínico associado à alteração radiológica, podemos concluir que se trata de uma pneumonia. Precisamos, então, avaliar se, pelo tempo de internação, a doença foi adquirida na comunidade ou em ambiente hospitalar. Pneumonia adquirida na comunidade é aquela que acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou que surge nas primeiras 48h da internação. A pneumonia nosocomial é a que ocorre a partir de 48h de internação. Antigamente, a PNM nosocomial era dividida em “precoce” (de 48h até o quarto dia de internação) e “tardia” (após cinco dias da hospitalização) — os novos guidelines não preconizam mais essa classificação. Obedecendo às referências da época, no caso relatado na questão, cuja internação encontra-se no sétimo dia, teríamos uma pneumonia nosocomial tardia, e somente nestes casos se indicava antibioticoterapia com cobertura antipseudomonas, como cefepima (cefalosporina de 4a geração), meropenem, piperacilina + tazobactam etc. Hoje em dia, toda PNM nosocomial ou associada à ventilação mecânica tem que ser tratada com cobertura antipseudomonas. A única resposta que contempla esses conceitos é a letra B.