INFECTO 2 Flashcards

1
Q

RESUMO LEPTOSPIROSE

A
  • Causada por espiroquetas patogenicas do grupo Leptospira
  • Clinica: inicio abrupto de febre, calafrios, mialgias e cefaleia. Sufusao conjuntival pode estar presente.
  • pode apresentar LRA, uveite, hemorragias, hemorragia alveolar, miocardite e rabdomiolise
  • DDX: Quadro clinico + testes sorologicos (ELISA,MAT), moleculares (PCR)
  • TTO: casos leves: Doxiciclina ou Azitromicina
    Casos graves: doxiciclina, ceftriaxone ou Cefotaxima

Obs: Causa de sindrome pulmao-rim

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2
Q

TB MILIAR resumo

A
  • disseminacao hematogenica
  • pode fazer quadro septico
  • atinge virtualmente qualquer orgao
  • DDX: LBA, biopsia
  • TTO nao difere
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3
Q

TB Ganglionar resumo

A
  • presenca de unico ou multiplos nodulos na mesma cadeia
  • PPD-> forte reator
  • aspirado no ganglio
    >TRM-TB
    > pBAAR 20-25%
    > Cultura 50-90%
  • histopatologia: Granuloma ou pBAAR
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4
Q

Meningo-TB

A
  • principal causa de meningite subaguda podendo ter sintomas de encefalite e acometimento de pares cranianos
  • vasculite: pode causar infartos cerebrais e hidrocefalia
  • TTO prolongado na fase de manutencao > 2RIPE/10RI
  • sempre iniciar internado
  • Corticoterapia para impedir piora inicial - 4 semanas
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5
Q

Sorologias para hepatite B, interpretacao

A
  • Triagem para HBV: para a maioria das pessoas assintomáticas, fazemos a triagem para HBsAg e anti-HBs. Também realizamos testes para anti-HBc (total ou anti-IgG) nos seguintes grupos: portadores de HIV, portadores de infecção por HCV que receberão antivirais de ação direta, pacientes que necessitam de terapia imunossupressora e doadores de sangue e órgãos;
  • Infecção aguda: positividade para HBsAg e anti-HBc IgM;
  • Infecção prévia: positividade pelo anti-HBs IgG e anti-HBc IgG;
  • Vacinação: positividade de Anti-HBs isolada.
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6
Q

Resumo febre maculosa
(USP-RP 2022)

A

Febre Maculosa
Doença infecciosa febril aguda causada pela Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada de carrapatos infectados (principalmente Amblyomma sculptum no Brasil).

Reservatórios: Carrapatos, roedores, cães e animais silvestres.

Epidemiologia:
- Mais comum em regiões rurais, áreas de mata e periferias urbanas.
- Predomina entre março e outubro, devido à maior atividade dos carrapatos.

Manifestações clínicas:
- Incubação: 2 a 14 dias.
- Fase inicial: Febre alta, cefaleia intensa, mialgia, náuseas e vômitos.
- Exantema: Surge entre 3º-5º dia, começa periférico (mãos/pés) e se espalha para o tronco; pode haver petéquias.
- Graves: Insuficiência renal, hepática, choque e manifestações neurológicas (encefalite, confusão).

Diagnóstico:
- Clínico-epidemiológico: História de exposição a carrapatos.
- Laboratorial: Sorologia (IgM/IgG), PCR, ou biópsia de pele com imunohistoquímica.

Tratamento:
- Doxiciclina: 100 mg 12/12h por 7 a 10 dias (inclusive crianças e gestantes, dada a gravidade).
- Iniciar empiricamente em suspeita clínica.

Prevenção:
- Evitar áreas infestadas por carrapatos.
- Uso de roupas de proteção e repelentes.
- Inspeção e remoção precoce de carrapatos do corpo.

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7
Q

Resumo paracoccidioidomicose juvenil

A
  • A paracoccidioidomicose juvenil ocorre comumente em crianças, adolescentes e adultos com menos de 30 anos de idade, não havendo predileção entre os sexos.
  • A disseminação da infecção fúngica para o sistema reticuloendotelial pode gerar linfadenopatia, hepatoesplenomegalia e/ou disfunção da medula óssea.
  • A compressão pelas massas linfáticas em região abdominal podem simular abdome agudo, além de acometer trato biliar (icterícia) e os intestinos, culminando com síndromes disabsortivas, obstrução intestinal e ascite.
  • O acometimento pulmonar e adrenal nessa forma da doença é incomum e pouco descrito.
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8
Q

Calendario vacinal SBIm adulto nao gestante
(20-59a)

A
  • As vacinas da SBIm para adultos não-gestantes são:
    • Dupla adulto (difteria e tétano) ou tríplice bacteriana acelular (difteria, tétano e coqueluche)
    • Influenza
    • Pneumocócica
    • Herpes zoster (VZA e VZR) – recomendada a partir dos 50 anos
    • Tríplice viral – para adultos com esquema completo, não há necessidade de dose adicional (exceto em surtos)
    • HPV
    • Varicela
    • Meningocócicas conjugadas (ACWY) ou C
    • Meningocócicas B
    • Febre amarela
    • Dengue – até os 60 anos independente do contato prévio com o vírus (QdengaR)
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9
Q

Resumo ulceras genitais

A
  • O diagnóstico das úlceras genitais causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST) baseia-se na história clínica e na apresentação da lesão, além dos exames complementares. Na maior parte das vezes, a evolução das úlceras já auxilia na elaboração das hipóteses:
    • Sífilis: Úlcera única, indolor, bordas elevadas, endurecidas e fundo limpo.
    • HSV 1 e 2: Pápulas e vesículas que evoluem para lesões ulceradas pequenas dolorosas e múltiplas.
    • Cancroide: Úlceras múltiplas, com fundo sujo, necrótico, bordas mal definidas e dolorosas.
    • LGV: Úlcera única indolor e pequena que evolui para conglomerado linfonodal fistulizante.
    • Donovanose: Ulceração de evolução crônica, hipertrófica, com fundo granulomatoso e sangrante.
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10
Q

Resumo Febre Tifoide
(USP-RP 2024)

A
  • A febre tifoide é uma doença endêmica de países da África, Ásia e América Latina, causada pelas espécies de Salmonella typhi e Salmonella paratyphi;
  • Sua forma clínica cursa principalmente com febre, dor abdominal e diarreia, podendo apresentar também hepatoesplenomegalia e lesões cutâneas características;
  • Se não tratada, pode cronificar ou apresentar complicações graves, como CIVD, sangramento gastrointestinal e perfuração intestinal;
  • O diagnóstico é feito com cultura, especialmente a hemocultura e a mielocultura;
  • Seu tratamento preferencial é feito com quinolonas, com as cefalosporinas de terceira geração e azitromicina como segunda linha.
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11
Q

Resumo Malaria
(UFSC 2022)

A

Resumo sobre Malária:

A Malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos por vetores. No Brasil, as espécies mais prevalentes são P. vivax (90% dos casos) e P. falciparum. O período de incubação varia conforme a espécie: P. falciparum (mínimo 7 dias), P. vivax (10-30 dias), P. malariae (18-30 dias).

A crise aguda caracteriza-se por febre, calafrios, sudorese, cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos, podendo ser intermitente. O diagnóstico deve ser feito em áreas endêmicas ou em pessoas expostas à doença, baseado em exames laboratoriais.

Fatores de risco: gestantes, crianças e primoinfectados apresentam maior gravidade. P. falciparum está associado à maior letalidade.

Nos exames complementares, destaca-se anemia normocrômica e icterícia discreta em casos benignos, além de aumento de ALT, AST e, nas formas graves, insuficiência renal.

Prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para reduzir a morbimortalidade.

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12
Q

Resumo Endometrite Pos-parto

A
  • Endometrite pós-parto:
    • Causa comum de febre pós-parto e sensibilidade uterina.
    • Mais comum após cesariana do que parto vaginal.
    • Tipicamente uma infecção polimicrobiana envolvendo uma mistura de dois a três aeróbios e anaeróbios do trato genital.
  • Tratamento:
    • Ampicilina-sulbactam isoladamente.
    • Ou ampicilina + gentamicina + clindamicina.
    • Ou penicilina + gentamicina + metronidazol.
    • Ou clindamicina + gentamicina.
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13
Q

ICS por S.AUREUS com Endocardite manejo
(HSL 2024)

A
  • Infecção de corrente sanguínea por S. aureus: muito comum a ocorrência de focos metastáticos. Endocardites infecciosas são tratadas por pelo menos 4-6 semanas, com antibiótico endovenoso.
  • A remoção do cateter de longa permanência é sempre recomendada em ICS; entretanto, em casos de instabilidade hemodinâmica, choque séptico persistente, infecção metastática ou infecção de orifício de saída do cateter, a retirada deve ser imediata!
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14
Q

Resumo Mordeduras
(USP-RP 2022)

A

Mordeduras

  • Atendimento inicial:
    • ATLS, controle de sangramento, limpeza da ferida e irrigação com salina.
  • Profilaxias e tratamentos:
    • Antibioticoterapia, profilaxia para tétano, profilaxia da raiva e profilaxia para hepatite B e HIV (em caso de mordedura humana).
  • Antibioticoterapia:
    • Sem sinais de infecção: Profilaxia antibiótica se fechamento primário, localização em mãos, face, genitália, articulações, imunocomprometidos ou feridas profundas (mordedura de gato).
    • Com sinais de infecção: Beta-lactâmicos/inibidor de beta-lactamase (ampicilina-sulbactam ou piperacilina-tazobactam), com possibilidade de intervenção cirúrgica.

obs: bacteria frequente é Pasteurella ssp.

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15
Q

Resumo TB Peritoneal
(UEPA 2024)

A
  • A TB peritoneal geralmente ocorre após reativação de focos de TB latente no peritônio;
  • Os principais achados clínicos são inespecíficos, com destaque para dor abdominal e febre de evolução insidiosa, como os sintomas mais comuns. Outros achados frequentes são ascite, fadiga, anorexia;
  • O líquido ascítico tipicamente configura-se como exsudato linfocitário, com gradiente de albumina soro-ascite **(GASA) < 1,1, e níveis de proteína maiores que 2,5-3 g/dl; **
  • A presença da adenosina deaminase no líquido ascítico possui sensibilidade e especificidade próximas de 100% e 97%, respectivamente.
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16
Q

Resumo Clostridium difficile

A
  • Clostridium difficile é a principal causa de diarreia infecciosa nosocomial. Uso consciente de antibióticos e lavagem de mãos com água e sabão são os principais fatores para controle de taxas desta infecção;
  • A confirmação diagnóstica se dá por testes nas fezes, desde pesquisas de Toxinas A e B, Antígeno e PCR. Habitualmente se coleta mais de uma amostra;
  • O tratamento envolve precaução de contato em pacientes suspeitos e uso de antibioticoterapia, guiada pela severidade da doença. Se não fulminante, habitualmente damos vancomicina oral. Se fulminante, dobramos a dose e associamos metronidazol IV.
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17
Q

Resumo infeccoes necrotizantes de pele
(SCMBH 2024)

A

Infecções Necrotizantes de Pele

  • Definição: Emergência médica grave com destruição rápida de tecidos subcutâneos e fáscia.
  • Etiologia: Streptococcus do grupo A, Staphylococcus aureus, bactérias gram-negativas e anaeróbicas.
  • Clínica:
    • Dor intensa desproporcional aos achados físicos.
    • Febre, taquicardia, edema, eritema, crepitação.
  • Diagnóstico:
    • Suspeita clínica e progressão rápida.
    • TC/RM para avaliar tecidos; confirmação cirúrgica essencial.
  • Tratamento:
    • Desbridamento cirúrgico agressivo.
    • Suporte intensivo.
    • Antibioticoterapia de amplo espectro.
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18
Q

Resumo FOI (febre de origem indeterminada)
(HCPA-RS 2024)

A

A febre de origem indeterminada (FOI), também chamada de febre de origem obscura, é uma síndrome clínica caracterizada por febre persistente sem etiologia definida após investigação.

Critérios diagnósticos:
- Temperatura axilar superior a 37,8°C em diversas ocasiões;
- Duração mínima de 3 semanas;
- Ausência de diagnóstico etiológico após investigação (1 semana ambulatorial ou 3 dias hospitalar).

Principais etiologias:
- Infecciosas: Tuberculose, micobactérias atípicas, fungos disseminados, citomegalovírus.
- Inflamatórias: Doenças do tecido conjuntivo (LES, artrite reumatoide, arterite de células gigantes, vasculites).
- Neoplásicas: Linfomas, leucemias.

Avaliação inicial:
- Anamnese detalhada (história de febre, sintomas associados, histórico médico e familiar).
- Exame físico completo.
- Exames complementares dirigidos para elucidação diagnóstica.

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19
Q

Resumo TB intestinal
(SES-DF 2022)

A

TB Intestinal:
- Localização: Ileocecal (75% dos casos).
- Clínica: Dor abdominal, diarreia, ascite, febre, perda de peso.
- Diagnóstico: Colonoscopia com biópsia (granuloma caseoso, BAAR, PCR).
- Tratamento: RHEZ (2 meses intensivo) + RH (4 meses manutenção).

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20
Q

Resumo TB pleural

A

TB Pleural:
- Mais comum: Em jovens, forma extrapulmonar de TB em não HIV.
- Clínica: Dor pleurítica, febre, tosse seca, astenia, emagrecimento, anorexia, dispneia em casos prolongados.
- Líquido pleural:
- Exsudato, predomínio linfocitário.
- BAAR < 5%, cultura < 15%.
- ADA elevada é critério diagnóstico.
- Diagnóstico adicional: Cultura de escarro induzido positiva em 50%.

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21
Q

Resumo Empiema pleural tuberculoso

A

Empiema Pleural Tuberculoso:
- Causa: Ruptura de cavidade tuberculosa para o espaço pleural.
- Associado: Pneumotórax por fístula broncopleural.
- Clínica: Semelhante ao empiema por bactéria comum.
- Diagnóstico: Baciloscopia e cultura no líquido pleural com alto rendimento.

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22
Q

Tuberculose Ganglionar periferica resumo

A

TB Ganglionar Periférica:
- Frequente em: PVHIV, crianças, < 40 anos.
- Clínica: Linfadenopatia subaguda, indolor, assimétrica (bilateral em PVHIV), pode fistulizar.
- Localização: Cadeias cervicais anterior/posterior e supraclavicular.
- Diagnóstico: Aspirado ou ressecção ganglionar (exames bacteriológicos/histopatológicos).

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23
Q

TB Meningoencefalica resumo

A

TB meningoencefálica:
- Epidemiologia: Responsável por 3% dos casos de TB em não HIV e até 10% em PVHIV.
- Clínica:
- Forma subaguda: Cefaleia, irritabilidade, alterações de comportamento, sonolência, febre, anorexia, rigidez de nuca (>2 semanas). Pode haver pares cranianos (II, III, IV, VI, VII) e sinais de hipertensão intracraniana.
- Forma crônica: Cefaleia prolongada, acometimento de pares cranianos, tuberculomas (processo expansivo intracraniano).

  • Concomitância: Doença pulmonar em até 59% dos casos.
  • TTO: 9-12 meses
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24
Q

TB Ossea resumo

A

TB Óssea:
- Epidemiologia: Mais comum em crianças (10-20% das lesões extrapulmonares na infância) e entre a 4ª e 5ª década de vida.
- Localização: Predomina na coluna vertebral, articulações coxofemoral e joelho (pode ocorrer em outros locais).
- TB de coluna (Mal de Pott): 1% de todos os casos de TB; 50% dos casos de TB óssea.
- Afeta coluna torácica baixa e lombar.
- Clínica: Dor lombar, dor à palpação local, sudorese noturna.
- TTO: 6-9 meses.

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25
Resumo Paracoccidioidomicose
- **Etiologia:** Fungo *Paracoccidioides brasiliensis* e *P. lutzii*. - **Epidemiologia:** Endêmica na América Latina, especialmente em áreas rurais e florestais. Afeta principalmente trabalhadores rurais. - **Fatores de Risco:** Contato com solo contaminado, exposição a atividades agrícolas. - **Formas Clínicas:** - **Aguda/subaguda (juvenil):** Mais comum em crianças e jovens; linfonodomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, manifestações cutâneas. - **Crônica (adulto):** Mais comum; acomete pulmões, mucosas (lesões ulceradas), pele, e ocasionalmente outros órgãos. - **Manifestações Clínicas:** - Tosse crônica, febre, emagrecimento, dispneia. - Lesões ulceradas em mucosa oral e nasal. - Radiografia de tórax: Opacidades reticulonodulares ou padrão de "asa de borboleta". - **Diagnóstico:** - Exame direto: Visualização de leveduras em "roda de leme". - Sorologia: Testes imunológicos específicos. - Cultura: Isolamento do fungo. - **Tratamento:** - **Casos leves a moderados:** Itraconazol 200 mg/dia por 6 a 12 meses. - **Casos graves:** Anfotericina B intravenosa (fase inicial) seguida por itraconazol. - **Manutenção:** Sulfametoxazol-trimetoprima em alguns casos. - **Prognóstico:** Bom com diagnóstico e tratamento precoce. Casos graves podem deixar sequelas respiratórias. **Nota:** É importante monitorar o paciente durante o tratamento para evitar recidivas.
26
Resumo Mucormicose (SCMSP 2024)
- **Etiologia:** Infecção fúngica causada por fungos da ordem *Mucorales* (gêneros *Rhizopus*, *Mucor*, *Lichtheimia*). - **Epidemiologia:** Infecção rara, oportunista, acometendo principalmente pacientes imunossuprimidos. - **Fatores de Risco:** - Diabetes mellitus descompensado (cetoacidose diabética). - Uso de corticoides. - Neutropenia. - Transplante de órgãos sólidos ou medula óssea. - Imunossupressão, trauma, queimaduras. - **Formas Clínicas:** - **Rinocerebral:** Mais comum; acomete seios paranasais e pode invadir órbitas e cérebro. - **Pulmonar:** Em imunossuprimidos; sintomas inespecíficos como febre, tosse e hemoptise. - **Cutânea:** Em feridas traumáticas; necrose e ulcerações extensas. - **Gastrointestinal:** Em neonatos ou pacientes gravemente desnutridos; dor abdominal, necrose intestinal. - **Disseminada:** Comprometimento multiorgânico. - **Manifestações Clínicas:** - Necrose tecidual devido à invasão vascular (trombose e isquemia). - Lesões necróticas em mucosa nasal ou palato. - Febre, dor facial, edema, proptose ocular. - Infiltrados pulmonares, hemoptise em casos pulmonares. - **Diagnóstico:** - Biópsia: Hifas largas, não septadas, em ângulo reto (90°). - Cultura e exames de imagem (TC ou RM). - **Tratamento:** - **Controle de fatores predisponentes:** Correção da hiperglicemia e redução de imunossupressores. - **Antifúngicos:** Anfotericina B lipossomal intravenosa (primeira escolha). - **Cirurgia:** Desbridamento agressivo de tecido necrótico. - **Alternativas:** Isavuconazol ou posaconazol em casos de manutenção ou intolerância à anfotericina. - **Prognóstico:** Grave, com alta mortalidade. Prognóstico melhora com diagnóstico precoce e tratamento agressivo. **Nota:** A mucormicose é uma emergência médica. Intervenção rápida é essencial para evitar complicações fatais.
27
Achados liquor meningites
1. **Bacteriana** - **Aspecto:** Turvo, opalescente - **Celularidade:** > 500 (neutrófilos) - **Proteínas:** Elevada (> 200) - **Glicose:** Muito baixa (↓↓ < 40) 2. **Viral** - **Aspecto:** Opalescente - **Celularidade:** 100-500 (linfócitos) - **Proteínas:** Normal ou levemente aumentada - **Glicose:** Normal 3. **Fúngica** - **Aspecto:** Límpido ou opalescente - **Celularidade:** Normal ou < 500 (linfócitos) - **Proteínas:** Normal ou levemente aumentada - **Glicose:** Normal ou levemente baixa 4. **BK/TB** - **Aspecto:** Opalescente - **Celularidade:** 100-1000 (neutrófilos e linfócitos) - **Proteínas:** Elevada (> 300) - **Glicose:** Muito baixa (↓↓ < 40) 5. **Neoplasia** - **Aspecto:** Límpido - **Celularidade:** Pouco aumentada (linfócitos) - **Proteínas:** Normal ou levemente aumentada - **Glicose:** Normal ou levemente baixa
28
Resumo Esquistossomose mansonica (IAMSPE 2020)
**Esquistossomose Mansônica - Resumo:** - **Agente etiológico:** Schistosoma mansoni (trematódeo). - **Hospedeiros:** Caramujos (gênero Biomphalaria) e seres humanos. - **Forma aguda:** Reações de hipersensibilidade, comum em viajantes não expostos previamente. - **Manifestações:** Dermatite cercariana (prurido), síndrome de Katayama (febre, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, eosinofilia). - **Forma crônica:** Após 6 meses; granulomas → forma hepatosplênica. - **Diagnóstico:** Clínico-epidemiológico + eosinofilia + Kato-Katz. - **Tratamento:** Primeira linha: Praziquantel.
29
Resumo Leptospirose (UNIFESP 2022)
- **Agente etiológico:** Leptospira interrogans (espiroqueta). - **Reservatório principal:** Roedores. - **Fatores de risco:** Exposição a água de enchentes, esgoto, trabalho agrícola. - **Apresentação clínica:** - **Forma leve/subclínica:** Sintomas inespecíficos (semelhantes a arboviroses); sinais característicos: dor em panturrilhas e sufusão conjuntival. - **Forma grave:** Bacteremia, vasculite, lesão renal (hipocalemia), icterícia com hemorragia, esplenomegalia, hepatomegalia. - **Laboratório:** Aumento de bilirrubina direta e transaminases (raramente acima de 200). - **Diagnóstico:** Elisa, macroaglutinação ou microaglutinação (a partir da segunda semana). - **Tratamento:** Penicilina cristalina ou cefalosporinas de terceira geração por 7 dias.
30
Resumo Sindrome de reconstituicao imune (UNIFESP 2020)
**Síndrome da Reconstituição Imune (SRI):** - **O que é:** Resposta inflamatória exacerbada após início ou reintrodução da TARV em pacientes imunossuprimidos. - **Manifestações clínicas:** - Podem ser leves, como aumento de linfonodos, ou graves, como hipertensão intracraniana. - Relacionadas a infecções oportunistas como neurotuberculose, neurocriptococose e citomegalovírus. - **Fisiopatologia:** Ativação do sistema imune com resposta inflamatória exagerada contra infecções ativas ou latentes. - **Diagnóstico diferencial:** Diferenciar SRI de falha terapêutica ou progressão da infecção de base. - **Manejo:** - **Casos leves/moderados:** Continuar TARV e tratar sintomas. - **Casos graves:** Uso de corticosteroides (prednisona 1-2 mg/kg/dia por 1-2 semanas). - Em casos extremos, ajuste da TARV pode ser considerado, mas interrupção é raramente indicada. - **Prognóstico:** Geralmente autolimitada com manejo adequado.
31
Resumo Pneumocistose (SBCM 2024)
- **Epidemiologia:** Mais comum em PVHIV com CD4 < 200 células/mm³ ou ausência de profilaxia. - **Quadro clínico:** Tosse seca, dispneia progressiva, febre baixa, hipóxia grave desproporcional ao exame físico. - **Diagnóstico:** - **Imagem:** RX de tórax com infiltrado intersticial bilateral ou TC com vidro fosco. - **Laboratório:** Pesquisa direta no escarro ou lavado broncoalveolar (Giemsa, prata metenamina); PCR para P. jirovecii. - **Tratamento:** - **Primeira linha:** Sulfametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) por 21 dias. - **Hipersensibilidade:** Pentamidina ou clindamicina + primaquina. - **Adjuvante:** Corticoide (se PaO2 < 70 mmHg ou AaO2 > 35 mmHg). - **Profilaxia primária:** SMX-TMP 1x/dia (CD4 < 200 células/mm³).
32
Resumo Neurotoxoplasmose em PVHIV
- Doenca definidora - **Agente etiológico**: *Toxoplasma gondii* (reativação em pacientes imunossuprimidos). - **Epidemiologia**: Principal infecção oportunista do SNC em PVHIV com **CD4 < 100 células**/mm³. - **Clínica**: - Déficits neurológicos focais (hemiparesia, ataxia). - Cefaleia, febre, convulsões, alterações cognitivas. - **Diagnóstico**: - **Imagem**: TC ou RM com lesões hipodensas com captação em anel e edema perilesional. - **Sorologia IgG positiva** (não descarta). - Resposta clínica à terapia empírica pode confirmar. - **Tratamento**: - Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico por 6 semanas. - Alternativa: Clindamicina + Pirimetamina + Ácido folínico. - Profilaxia primária (CD4 < 100): **Sulfametoxazol-trimetoprima.**
33
Hanseniase Indeterminada resumo
**Hanseníase indeterminada** - **Forma inicial**: pode evoluir para cura ou formas polarizadas em ~25% dos casos em 3-5 anos. - **Características**: - Geralmente, apenas 1 lesão, mais clara que a pele normal. - Distúrbio de sensibilidade. - Possível alopecia e/ou anidrose.
34
Hanseniase Tuberculoide
**Hanseníase tuberculoide** - **Forma clínica**: ocorre em pessoas com maior resistência imune, com lesões limitadas e formação de granulomas bem definidos. - **Características das lesões**: - Poucas (ou única), limites bem definidos e pouco elevadas. - Ausência de sensibilidade (dormência) e distribuição assimétrica. - Proximidade das lesões em placa com filetes nervosos espessados. - Perda total da sensibilidade térmica, tátil e dolorosa. - Ausência de sudorese e/ou alopecia. - **Comprometimento nervoso**: - Atinge tronco nervoso, causando dor, fraqueza e atrofia muscular. - **Forma nodular infantil**: - Acomete crianças de 1 a 4 anos em ambiente com foco multibacilar no domicílio. - Caracterizada por lesões papulosas ou nodulares únicas ou em pequeno número, principalmente na face.
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Hanseniase Dimorfa
**Hanseníase dimorfa (ou borderline)** - **Forma clínica**: Caracterizada por imunidade intermediária e instável, com características que se aproximam dos polos tuberculoide ou virchowiano. - **Lesões cutâneas**: - Variadas (placas, nódulos eritemato-acastanhados). - Grande número, com tendência à simetria. - Lesões pré-foveolares ou foveolares: - Sobrelevadas ou não. - Áreas centrais deprimidas com aspecto de pele normal. - Limites internos nítidos e externos difusos. - **Comprometimento nervoso**: - Extenso, podendo levar a neurites graves. - Grave prognóstico.
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Hanseniase Virchowiana
**Hanseníase Virchowiana** - **Imunidade**: Celular nula, com resposta humoral exacerbada. - **Evolução**: - Multiplicação excessiva de bacilos. - Alta gravidade da doença, com anestesia nos pés e mãos. - **Complicações**: - Lesões traumáticas que podem causar deformidades, atrofia muscular e inchaço das pernas. - **Lesões cutâneas**: - Placas infiltradas e nódulos (hansenomas). - Cor eritemato-acastanhada ou ferruginosa. - Infiltração facial: madarose superciliar e ciliar. - Hanseníase histoide: hansenomas em órgãos internos (fígado, baço, suprarrenais, testículos). - Aspecto de quelóides ou fibromas. - **Características adicionais**: - Espessamento e acentuação dos sulcos cutâneos. - Envolvimento laríngeo (rouquidão). - Grande número de bacilos e comprometimento de troncos nervosos.
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Reacao tipo 1 Hanseniase
**Reação Tipo 1 (Reação Reversa)** **O que é**: É uma resposta imunológica exacerbada que ocorre principalmente em pacientes com formas tuberculoide e dimorfa da hanseníase. Está associada a uma intensificação da resposta imunológica celular **(Th1).** **Características:** -Surgimento ou piora de lesões cutâneas já existentes (manchas, placas, com ou sem infiltração). -Edema e alteração de cor nas lesões. -Neurite (inflamação de nervos): pode causar dor e comprometimento sensitivo e motor. **Importância clínica:** Pode levar a danos irreversíveis nos nervos, como paralisias e incapacidades, se não tratada de forma adequada. **Tratamento:** Uso de corticosteroides (prednisona) para reduzir a inflamação e prevenir lesões permanentes nos nervos.
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Reacao Hansenica tipo 2
**Reação Tipo 2 (Eritema Nodoso Hansênico)** **O que é:** É uma resposta imunológica humoral que ocorre em formas mais avançadas da hanseníase, como a dimorfa e virchowiana. Está relacionada a complexos imunes que geram uma resposta inflamatória sistêmica (Th2). **Características:** **Eritema nodoso:** nódulos subcutâneos dolorosos, principalmente nos membros. -Febre, dores articulares, mal-estar generalizado. -Neurite pode ocorrer, mas é menos frequente do que na reação tipo 1. **Importância clínica:** É uma manifestação sistêmica que pode comprometer a qualidade de vida e, se severa, pode exigir internação. **Tratamento:** Corticosteroides (prednisona) ou talidomida (em casos leves ou moderados, exceto em mulheres grávidas devido ao risco teratogênico).
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Fenomeno de Lucio - hanseniase (UFRJ 2020)
**Fenômeno de Lucio:** Reação rara e grave associada à hanseníase, mais frequentemente observada na forma **virchowiana** da doença, especialmente em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Características principais: 1. **Causa**: Está relacionado a uma vasculite necrosante secundária à presença de **bacilos de Mycobacterium leprae** nas paredes dos vasos sanguíneos. 2. **Manifestações clínicas**: - Lesões cutâneas ulcerativas dolorosas, irregulares e extensas; - Áreas de necrose que podem evoluir para ulcerações profundas; - Localização predominante em extremidades (membros inferiores) e face. 3. **Complicações**: - Infecções secundárias nas úlceras; - Sepse e falência orgânica, em casos graves. 4. **Fatores predisponentes**: - Pacientes imunossuprimidos ou desnutridos; - Falta de tratamento adequado para hanseníase virchowiana. Diagnóstico: - Clínico, com base nas manifestações cutâneas características; - Biópsia das lesões pode evidenciar bacilos e vasculite necrosante. Tratamento: 1. **Controle da hanseníase**: - Início imediato da poliquimioterapia (PQT) padrão para hanseníase multibacilar. 2. **Controle da vasculite**: - Corticoides sistêmicos para reduzir a inflamação. 3. **Cuidados adicionais**: - Tratamento de infecções secundárias; - Cuidados locais das lesões ulceradas; - Suporte clínico geral, incluindo hidratação e manejo de complicações. O manejo deve ser realizado em ambiente hospitalar devido à gravidade potencial do quadro.
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TAKE HOME MESSAGES HANSENIASE
**Classificação Clínica da Hanseníase:** - Dimorfa, tuberculoide, virchowiana e indeterminada. **Classificação Operacional:** - **Paucibacilar:** Até 5 lesões e sem BAAR evidente em exame complementar. - **Multibacilar:** Mais de 5 lesões ou evidência de BAAR em exame complementar. **Tratamento:** - **Paucibacilar:** Rifampicina, dapsona e clofazimina por 6 meses. - **Multibacilar:** Rifampicina, dapsona e clofazimina por 12 meses. **Observações:** - Dapsona associada à anemia hemolítica (especial em deficiência de G6PD) e metemoglobinemia. - Reação Tipo I: Neurite e piora das lesões, comuns na forma dimorfa. Tratamento: Corticoides. - Reação Tipo II: Mais comum no polo virchowiano, com eritema nodoso, iridociclite, orquite, nefrite e hepatite. Tratamento: Talidomida. - Fenômeno de Lúcio: Reação cutânea necrótica grave em pacientes virchowianos sem tratamento. Lesões dolorosas evoluindo com necrose e úlceras.
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PVHIV e cada doenca de acordo com contagem de CD4
**Contagem de Linfócitos T CD4+ e Doenças Infecciosas:** **CD4+: 200-500/mm³** - Pneumonia bacteriana - Tuberculose pulmonar - Herpes simples recorrente - Herpes-zóster - Candidíase orofaríngea - Criptosporidiose (autolimitada) - Leucoplasia pilosa oral **CD4+: < 200/mm³** - Pneumocistose - Coccidioidomicose - Histoplasmose disseminada - LEMP (Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva) - Tuberculose extrapulmonar/disseminada **CD4+: < 100/mm³** - Herpes simples crônico ou disseminado - Neurotoxoplasmose - Criptococose - Criptosporidiose crônica - Microsporidiose - Candidíase esofágica **CD4+: < 50/mm³** - Citomegalovirose disseminada - Micobactéria atípica disseminada
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Resumo Sarcoma de Kaposi (UERJ 2024)
**Sarcoma de Kaposi (SK)** - **Definição**: Tumor vascular associado ao herpesvírus humano tipo 8 (HHV-8). Mais comum em pessoas vivendo com HIV/AIDS com imunossupressão grave (CD4 < 200 células/mm³). - **Fisiopatologia**: - Infecção pelo HHV-8 causa transformação de células endoteliais e inflamação crônica. - A proliferação de células infectadas é estimulada por citocinas pró-inflamatórias (ex.: IL-6, VEGF), promovendo angiogênese, proliferação celular e infiltração inflamatória. - **Manifestações clínicas**: - **Lesões cutâneas**: Pápulas, máculas ou nódulos violáceos, indolores, geralmente em membros inferiores, face e mucosas. - **Acometimento visceral**: Pode envolver trato gastrointestinal, pulmões e linfonodos. - **Diagnóstico**: - Clínico com confirmação histopatológica (proliferação de células fusiformes e vasos anômalos). - Biópsia de lesão suspeita. - **Tratamento**: - Controle da imunossupressão com início ou otimização da TARV. - Quimioterapia sistêmica (ex.: doxorrubicina lipossomal) para casos graves ou disseminados. - Radioterapia para lesões localizadas sintomáticas. **Nota**: O controle do HIV com TARV eficaz frequentemente reduz a progressão e induz regressão das lesões.
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Resumo Criptococose (UNICAMP 2022)
**Criptococose - **Definição:** Infecção fúngica oportunista, mais comum em PVHIV, causada por *Cryptococcus neoformans* ou *Cryptococcus gattii*. - **Manifestações clínicas:** Cefaleia, febre, mal-estar, náuseas, vômitos, rebaixamento de consciência; pode haver HIC (vômitos, diplopia, confusão mental, papiledema) e envolvimento pulmonar (infiltrados) ou cutâneo (pápulas umbilicadas). - **Diagnóstico:** - Líquor: Antígeno *Cryptococcus* positivo (aglutinação com Látex ou LFA), Tinta da China, contagem de leucócitos <20 céls/mm³. - Fatores de pior prognóstico: HIC persistente, leucócitos <20 céls/mm³ no LCR, carga fúngica elevada (>1:1024). - **Tratamento (em fases):** 1. **Indução (2 semanas):** Anfotericina B (3 mg/kg/dia) + Flucitosina (100 mg/kg/dia) ou Fluconazol (800–1200 mg/dia). 2. **Consolidação (8 semanas):** Fluconazol (400–800 mg/dia). 3. **Manutenção (12 meses):** Fluconazol (200 mg/dia) até CD4+ >200 céls/mm³ por 6 meses. - **TARV:** Iniciar 4–6 semanas após início do antifúngico para evitar SIR. - **Prevenção:** Triagem com teste de antigenemia (Aglutinacao com Latex) em PVHIV com CD4+ <100 céls/mm³; iniciar tratamento preemptivo com Fluconazol se antigenemia positiva.
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Vacinacao em PVHIV (ENARE banca nova 2024)
**Indicações Gerais:** - Adiar vacinas em casos de imunodeficiência grave (CD4 < 200) até reconstituição imune com TARV. - Vacinas com vírus vivos atenuados (ex.: febre amarela, varicela) só são indicadas com CD4 > 200 e estabilidade clínica. **Vacinas Compostas por Vírus Vivo Atenuado:** - **Tríplice Viral** (Sarampo, Caxumba e Rubéola); - **Varicela Zoster**; - **Febre Amarela**; - **Dengue** (prevista para 2024). **Vacinas Indicadas em Adultos com HIV:** - **dT/dTpa** (Difteria, Tétano e Coqueluche); - *Haemophilus influenzae* tipo B; - **Influenza**; - **Hepatite A** e **Hepatite B** (esquema de 4 doses com dose dupla); - **Pneumocócica** (13 e 23 valente); - **HPV** (Quadrivalente); - **Meningo C** e **Meningo ACWY**. **Nota:** - Para Hepatite B, realizar sorologia (anti-HBs) após o esquema completo. Resposta satisfatória: **anti-HBs > 10 mUI/mL**.
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Resumo PEP
- A profilaxia de pós-exposição ao HIV deve ser avaliada para casos de violência sexual (relação sexual desprotegida - sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) e acidentes ocupacionais (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico); - A profilaxia, se indicada, deve ser iniciada em até 72h após a exposição, com um esquema de três antirretrovirais com duração de 28 dias.
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Resumo BKvirus (SES-GO 2022)
- O poliomavírus BK (BKPyV) é um pequeno vírus encontrado praticamente em toda população na fase latente no túbulo renal e células epiteliais; - Nos pacientes com imunossupressão acentuada (principal fator de risco) pode causar algumas manifestações, sendo mais comuns nos: - Tx renal: nefropatia e estenose ureteral; - TMO: cistite hemorrágica; - Fases de manifestação: virúria (células decoy), viremia e nefropatia relacionada ao BK vírus. - TTO: Diminuir imunosupressao
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Resumo Aspergilose Broncopulmonar alergica (UFRJ 2023)
- **Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA):** reação de hipersensibilidade contra a colonização de *Aspergillus fumigatus* no trato respiratório inferior. - **Sintomas ABPA:** quadro típico de asma, porém com exacerbações frequentes. - **Critérios diagnósticos:** predisponentes (asma ou fibrose cística), obrigatórios (IgE específica para *A. fumigatus* e total elevadas) e outros (IgG específica para *A. fumigatus* elevada, opacidades radiográficas compatíveis e eosinofilia sérica). - **Tratamento:** corticoterapia para todos os sintomáticos (iniciar dose de prednisona 0,5 mg/kg/dia por 14 dias e realizar desmame em 3 meses) e, para aqueles que não responderem aos corticoides, terapia antifúngica com itraconazol ou voriconazol. Atentar que algumas entidades que estudam o assunto orientam antifúngicos para todos os casos; avaliem as referências utilizadas pela banca antes de fazer a prova.
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Sindrome de Weil e doenca que se apresenta
- Ictericia + IRA + Hemorragia - Se apresenta em Leptospirose na fase tardia
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Resumo Mononucleose (SURCE 2018)
Mononucleose é um quadro de jovens, subagudo marcado por muita astenia/indisposição, mal estar inespecífico, febre baixa (por vezes até diária) com faringite e linfonodomegalia generalizada. Desconforto abdominal por esplenomegalia. É um vírus sabidamente oncogênico e que desencadeia doenças reumatológicas/autoimunes (esclerose múltipla, artrite reumatóide). Pode complicar agudamente com miocardite/pericardite, orquite e ruptura esplênica. Diagnóstico principalmente por sorologia, podendo ser por anticorpos heterófilos. Tratamento de suporte.
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Resumo Leishmaniose Visceral
**Leishmaniose Visceral (Calazar)** - **Agente etiológico**: *Leishmania donovani* e *L. infantum (chagasi)*. - **Transmissão**: Picada do mosquito *Lutzomyia longipalpis* (mosquito-palha). - **Epidemiologia**: Áreas tropicais e subtropicais; associada a condições de pobreza. - **Quadro clínico**: - Febre prolongada. - Hepatoesplenomegalia (marcante). - Pancitopenia (anemia, leucopenia e trombocitopenia). - Perda de peso, fraqueza e edema. - Hipergamaglobulinemia (aumento de imunoglobulinas). - **Diagnóstico**: - Sorologia (RIFI, ELISA). - Pesquisa do parasito em medula óssea, baço ou linfonodos. - Teste rápido rK39. - **Tratamento**: - **Primeira escolha**: Antimonial pentavalente (Glucantime®) – monitorar toxicidade. - **Alternativa**: Anfotericina B lipossomal (casos graves, gestantes ou intolerância ao Glucantime). - **Complicações**: - Infecções oportunistas. - Insuficiência hepática ou renal. - Evolução para óbito se não tratado. **Nota**: Doença oportunista em pacientes imunossuprimidos, como HIV/AIDS.
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Resumo Linfoma primario de SNC em PVHIV (USP-RP 2023)
**Definição:** Linfoma primário de SNC é um subtipo de linfoma não Hodgkin que afeta exclusivamente o sistema nervoso central, frequentemente associado ao vírus Epstein-Barr (EBV). É mais comum em pacientes com imunossupressão severa, como PVHIV com CD4 < 50 células/mm³. **Fatores de Risco:** - Imunossupressão grave (HIV avançado, transplantados, etc.). - Associação frequente ao EBV. **Manifestações Clínicas:** - Déficits neurológicos focais. - Alteração do nível de consciência, sonolência e confusão mental. - Cefaleia e convulsões em casos avançados. **Diagnóstico:** - **Imagem:** RM de crânio é o exame de escolha, mostrando lesão única (60-70%) ou múltiplas (30-40%), predominantemente em regiões periventriculares ou substância cinzenta profunda, frequentemente com captação homogênea de contraste. - **Biópsia:** Necessária para confirmação, especialmente antes do uso de corticoides. - **Testes laboratoriais:** Pesquisa de HIV, EBV e avaliação de imunossupressão. **Tratamento:** - Metotrexato em altas doses (primeira linha). - Combinação com rituximab, temozolamida ou outras drogas em casos avançados. - Resposta transitória ao uso de corticoides. **Prognóstico:** Prognóstico reservado em imunossuprimidos, com resposta dependente do controle da imunossupressão e terapia direcionada.
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Resumo Histoplasmose
- **Agente causador:** *Histoplasma capsulatum* (fungo). - **Transmissão:** Inalação de esporos presentes em solo contaminado por fezes de aves ou morcegos. - **Manifestações clínicas:** - **Forma aguda:** Febre, tosse, fadiga, dor torácica e adenomegalias. - **Forma crônica:** Sintomas respiratórios semelhantes à tuberculose (tosse produtiva, hemoptise, febre, perda de peso). - **Forma disseminada:** Febre persistente, hepatoesplenomegalia, perda de peso, úlceras orais e pancitopenia (mais comum em imunossuprimidos). - **Diagnóstico:** - Cultura de fungos, antígeno urinário/sérico, exame direto (biópsias) ou sorologia. - **Tratamento:** - **Casos leves a moderados:** Itraconazol por 6-12 semanas. - **Casos graves ou disseminados:** Anfotericina B IV, seguida de Itraconazol por pelo menos 12 meses. - **Profilaxia primária:** Itraconazol 200 mg/dia para CD4 < 150 células/mm³ em áreas endêmicas. - **Profilaxia secundária:** Manter Itraconazol até CD4 > 150 células/mm³ por 6 meses e carga viral indetectável. - **Medidas gerais:** Evitar locais com fezes de aves ou morcegos e usar proteção em áreas de risco.
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Paciente com HIV e diagnostico de TB conduta
Para o tratamento de pacientes com coinfecção de HIV e TB temos três cenários: - Se o diagnóstico de ambas ocorrer ao mesmo tempo, sem tratamento prévio para ambas: iniciar primeiro RIPE e introduzir a TARV após a 4ª até a 6ª semana do início do tratamento; - Diagnóstico de HIV ocorrer após o diagnóstico da TB: mesma conduta do primeiro cenário; - Diagnóstico de TB ocorrer após o diagnóstico de HIV e paciente já em uso de TARV: iniciar imediatamente tratamento para TB.
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Resumo Leishmaniose Tegumentar americana (UEL 22)
Leishmaniose Tegumentar Americana **Definição**: Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania. **Vetor**: Mosquito-palha (Lutzomyia). **Manifestações Clínicas:** **Cutânea:** Lesão ulcerada (precedida por mácula/pápula), bordas bem delimitadas, fundo avermelhado e granulações grosseiras, frequentemente indolor e localizada em áreas expostas. **Mucosa**: Lesões destrutivas em mucosas, geralmente secundária à forma cutânea. **Diagnóstico:** Demonstração do protozoário por histologia, cultura ou PCR. Teste de Montenegro: Positivo na maioria dos casos, porém pode ser falso-positivo em indivíduos previamente tratados ou com contato prévio. **Tratamento**: Antimoniais pentavalentes (primeira linha) ou alternativas como anfotericina B em casos graves ou refratários.
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Resumo doenca da arranhadura do gato (SES-DF 2023)
Doença da Arranhadura do Gato (Bartonelose) **Agente etiológico:** *Bartonella henselae* (bactéria Gram-negativa) **Transmissão:** Arranhadura, mordida ou lambedura de gatos infectados; vetor: pulga do gato (*Ctenocephalides felis*) **População de risco:** Pessoas imunocompetentes e imunossuprimidas **Manifestações clínicas:** - Forma clássica (imunocompetentes): lesão no local da arranhadura/mordida (pápula ou vesícula), linfadenopatia regional (geralmente autolimitada), febre baixa - Complicações (raras): encefalite, endocardite, síndrome de Parinaud (conjuntivite granulomatosa com linfadenopatia pré-auricular) - Em imunossuprimidos: angiomatose bacilar, peliose hepática **Diagnóstico:** Clínico (história de contato com gatos, linfadenopatia), sorologia ou PCR para *Bartonella henselae*, biópsia (casos complexos) **Tratamento:** - Forma clássica: autolimitada, tratamento sintomático - Casos graves/imunossuprimidos: doxiciclina + rifampicina ou azitromicina **Prevenção:** Controle de pulgas nos gatos, higiene após contato com gatos (lavar feridas), evitar brincadeiras bruscas com gatos, especialmente em imunossuprimidos
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Resumo Hepatite B
**Agente etiológico:** - Vírus da Hepatite B (HBV), DNA, família *Hepadnaviridae* **Transmissão:** - Sexual (principal via em países desenvolvidos) - Parenteral (transfusões, drogas injetáveis, tatuagens, piercings, etc.) - Vertical (mãe para filho, durante o parto) **Fisiopatologia:** - Infecção hepática com resposta imune variável - Lesão hepática ocorre pela resposta imunomediada às células infectadas **Manifestações clínicas:** - **Fase aguda:** - Assintomática em até 70% dos casos - Sintomática: febre, mal-estar, icterícia, dor abdominal, colúria, acolia - Fulminante (raro): insuficiência hepática aguda - **Fase crônica:** - Pode evoluir para cirrose, carcinoma hepatocelular ou ser assintomática **Diagnóstico laboratorial:** - **Marcadores sorológicos:** - **HBsAg:** infecção ativa (aguda ou crônica) - **Anti-HBs:** imunidade (vacina ou infecção resolvida) - **Anti-HBc IgM:** infecção aguda recente - **Anti-HBc IgG:** contato prévio (infecção passada ou crônica) - **HBeAg:** alta replicação viral e infectividade - **Anti-HBe:** redução da replicação viral - **Carga viral (HBV-DNA):** Avalia replicação viral e orienta tratamento **Tratamento:** - **Fase aguda:** Suporte, na maioria dos casos - **Fase crônica:** - Antivirais: Tenofovir, Entecavir (primeira linha) - Interferon-alfa (em casos selecionados) **Complicações:** - Cirrose hepática - Carcinoma hepatocelular - Insuficiência hepática **Prevenção:** - **Vacinação:** 3 doses (0, 1, 6 meses) - Imunoglobulina anti-HBV (em exposição pós-contato) - Controle de doações de sangue e materiais contaminados - Educação sexual e uso de preservativos **Acompanhamento:** - Monitoramento semestral ou anual com ALT, AST, e marcadores virais (HBsAg, HBeAg e HBV-DNA) - Avaliação ultrassonográfica periódica para rastreamento de carcinoma hepatocelular (especialmente em pacientes com cirrose ou fatores de risco) - Fibroscan ou biópsia hepática para avaliar progressão da fibrose - Avaliar resposta ao tratamento e ajuste terapêutico conforme a carga viral e quadro clínico - Orientação sobre cessação de álcool e hepatotoxinas **Prognóstico:** - A maioria das infecções agudas resolve espontaneamente - Infecção crônica: risco maior em neonatos e imunossuprimidos
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Resumo Estrogiloidiase (ENARE 24)
**Agente etiológico:** - *Strongyloides stercoralis* (nematódeo intestinal) **Ciclo de vida:** - Penetração ativa das larvas filarioides na pele (solo contaminado) → circulação → pulmões → trato digestivo (larvas rabditoides no intestino grosso). - Autoinfecção possível, permitindo persistência prolongada. **Transmissão:** - Contato direto com solo contaminado (larvas filarioides). - Condições sanitárias precárias e clima tropical favorecem. **Fatores de risco:** - Imunossupressão (uso de corticosteroides, transplantes, neoplasias). - Viagem ou residência em áreas endêmicas. **Manifestações clínicas:** 1. **Infecção aguda:** - Dermatite na área de entrada ("larva currens"). - Síndrome de Loeffler (tosse, febre, infiltrados pulmonares). 2. **Infecção crônica:** - Assintomática ou sintomas inespecíficos (dor abdominal, diarreia, perda de peso). - Urticária recorrente. 3. **Forma disseminada (hiperinfecção):** - Comum em imunossuprimidos; envolvimento pulmonar, sepse bacteriana secundária e falência de múltiplos órgãos. **Diagnóstico:** - Pesquisa de larvas em fezes (método de Baermann ou Kato-Katz). - Sorologia (detecção de anticorpos em casos suspeitos com exame parasitológico negativo). - Detecção de larvas no escarro em casos de hiperinfecção. **Tratamento:** - **Infecção não complicada:** Ivermectina (primeira linha) ou Albendazol (alternativa). - **Hiperinfecção/disseminada:** Ivermectina por período prolongado até erradicação; tratar infecções bacterianas secundárias. **Prevenção:** - Uso de calçados em áreas endêmicas. - Melhoria das condições sanitárias. - Rastreamento em pacientes imunossuprimidos antes de iniciar tratamento com imunossupressores. **Complicações:** - Hiperinfecção com mortalidade elevada em imunossuprimidos. - Sepse bacteriana secundária a translocação intestinal.
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ICS por Staphyloccocus manejo (UFES 24)
**Diagnóstico:** - Hemoculturas positivas para *Staphylococcus aureus*. - Sinais de infecção local no sítio do cateter (eritema, calor, secreção purulenta) ou ausência de outro foco infeccioso. **Manejo inicial:** 1. **Retirada do cateter:** - Sempre indicada em bacteremia por *S. aureus* devido ao risco elevado de complicações (endocardite, abscessos). - Coletar ponta do cateter para cultura. 2. **Hemoculturas de controle:** - Coletar novas hemoculturas 48-72h após início do tratamento antibiótico para confirmar clearance da bactéria. 3. **Antibioticoterapia empírica:** - Iniciar com Vancomicina ou Daptomicina (cobre MRSA). - Ajustar conforme perfil de sensibilidade. **Avaliação de complicações:** - Risco elevado de complicações metastáticas, como: - **Endocardite infecciosa:** Realizar ecocardiograma transesofágico (ETE). - **Abscessos metastáticos:** Investigar sinais/sintomas (ex.: dor lombar → realizar TC/RM para excluir abscesso epidural). - **Artrite séptica/osteomielite:** Suspeitar se dor localizada ou sinais inflamatórios. **Tratamento definitivo:** 1. **Duração do antibiótico:** - **Bacteremia simples (sem complicações):** 14 dias após a negativação das hemoculturas. - **Bacteremia complicada (endocardite, abscessos, osteomielite):** 4-6 semanas, dependendo do local acometido. 2. **Opções antibióticas:** - **MSSA:** Oxacilina ou Cefazolina (preferida). - **MRSA:** Vancomicina ou Daptomicina. **Monitoramento:** - Hemoculturas repetidas até negativação. - Acompanhamento clínico para sinais de complicações metastáticas. - Avaliar função renal e ajuste de dose do antibiótico se necessário. **Prevenção:** - Uso de técnicas assépticas na inserção e manipulação do cateter. - Retirada precoce de cateteres desnecessários.
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Resumo PrEP
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. A eficácia e a segurança da PrEP já foram demonstradas em diversos estudos clínicos e subpopulações, e sua efetividade foi evidenciada em estudos de demonstração. No estudo iPrEx, que avaliou a PrEP oral diária em homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans, houve redução de 44% no risco de aquisição de HIV com o uso diário de comprimido único de **Emtricitabina (FTC) combinada ao fumarato de Tenofovir desoproxila (TDF)**. A eficácia da profilaxia foi fortemente associada à adesão: em participantes com níveis sanguíneos detectáveis da medicação, a redução da incidência do HIV foi de 95%.
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Resumo Herpes-Zoster
Herpes Zoster **Causa:** - Reativação do vírus varicela-zoster (VVZ ou HHV-3) latente nos gânglios sensoriais após infecção prévia por varicela. **Fatores de risco:** - Idade avançada (>50 anos). - Imunossupressão (HIV, uso de imunossupressores, quimioterapia). - Estresse ou trauma. **Manifestações clínicas:** 1. **Clássico:** - Dor, queimação ou prurido em dermátomo específico. - Lesões vesiculares agrupadas em base eritematosa no mesmo dermátomo (não cruzam a linha média). 2. **Complicações:** - **Neuralgia pós-herpética:** Dor persistente > 3 meses após resolução do quadro agudo. - **Síndrome de Ramsay Hunt:** Paralisia facial, otalgia e vesículas no canal auditivo. - Disseminação (imunossuprimidos). - Encefalite ou mielite (raro). **Diagnóstico:** - Clínico na maioria dos casos. - Testes complementares (PCR, cultura viral) em casos atípicos ou imunossuprimidos. **Tratamento:** - **Terapia antiviral:** Início até 72 horas dos sintomas. - Aciclovir, Valaciclovir ou Famciclovir por 7 dias. - **Casos graves (imunossuprimidos ou zoster complicado):** Antiviral intravenoso (Aciclovir). - **Controle da dor:** Analgésicos, anticonvulsivantes (gabapentina, pregabalina) ou antidepressivos tricíclicos. - **Corticosteroides:** Não indicado de rotina, mas pode ser usado para edema grave. **Prevenção:** - Vacinação com vacina recombinante contra Herpes Zoster (Shingrix) para adultos > 50 anos. **Complicações:** - Neuralgia pós-herpética. - Disseminação em imunossuprimidos. - Síndrome de Ramsay Hunt (paralisia facial ipsilateral, otalgia e vesiculas em canal auditivo)
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Hepatite C resumo (SES-DF 24)
**Agente Etiológico:** - Vírus da Hepatite C (HCV), RNA, família *Flaviviridae*. **Transmissão:** - Contato com sangue contaminado (transfusões, drogas injetáveis, hemodiálise, tatuagens/piercings). - Transmissão sexual (menos comum). - Vertical (da mãe para o feto - rara). **Manifestações Clínicas:** - **Fase aguda:** Geralmente assintomática. Quando sintomática: febre, fadiga, dor abdominal, icterícia. - **Fase crônica:** Evolui em até 85% dos casos. Pode ser assintomática por anos. - Complicações: cirrose hepática, carcinoma hepatocelular, insuficiência hepática. **Diagnóstico:** 1. **Sorologia:** Anti-HCV (indica exposição prévia). 2. **Teste confirmatório:** RNA do HCV por PCR (detecta infecção ativa). 3. **Avaliação de gravidade:** Elastografia hepática (Fibroscan), biópsia hepática. **Tratamento:** - Antivirais de ação direta (DAAs): Alta eficácia (>95% de cura). - Exemplos: Sofosbuvir, Velpatasvir, Glecaprevir/Pibrentasvir. - Duração: Geralmente 8-12 semanas. - Objetivo: Erradicação do vírus (RNA-HCV indetectável 12 semanas após o término). **Prevenção:** - Triagem de sangue para transfusões. - Uso de materiais estéreis. - Educação sobre práticas sexuais seguras. - Não há vacina disponível. **Complicações:** - Cirrose hepática. - Carcinoma hepatocelular (rastreio semestral com USG e alfa-fetoproteína em pacientes com cirrose). - Insuficiência hepática.
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Indicacoes e cortes ILTB para TTO ILTB (ENARE FGV 24)
**PT ≥ 5mm ou IGRA positivo: ** - PVHIV - Contatos adultos e adolescentes (≥ 10 anos) - Alterações radiológicas fibróticas sugestivas de sequela de TB - Uso de inibidores do TNF-α (preferencialmente antes da sua utilização) - Uso de corticosteroides (equivalente a > 15 mg/dia de prednisona por mais de 1 mês) - Pré-transplante que fará uso de terapia imunossupressora **PT ≥ 10mm ou IGRA positivo: ** - Silicose - Neoplasia de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias hematológicas - Insuficiência renal em diálise - Neoplasias com quimioterapia imunossupressora - Diabetes mellitus - Baixo peso (< 85% do peso ideal) - Tabagistas (> 20 cigarros/dia) - Calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia
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Quadro clinico e TTO sifilis primaria (ENARE FGV 24)
**Sífilis Primária** Agente etiológico: *Treponema pallidum* **Manifestações clínicas:** - Úlcera única, indolor, bordas regulares, base endurecida e fundo limpo ("cancro duro"). - Local: Pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outras áreas de entrada do patógeno. - Linfadenopatia regional não dolorosa, geralmente unilateral. - A lesão aparece após 2-3 semanas da exposição e desaparece espontaneamente entre 3-8 semanas, mesmo sem tratamento. **Diagnóstico:** - Clínico (baseado na úlcera característica). - Exames diretos: Microscopia de campo escuro (em locais apropriados). - Sorologias: VDRL/FTA-ABS (podem estar negativos na fase inicial). **Tratamento:** - Penicilina benzatina 2,4 milhões UI, dose única intramuscular. - Alternativa (alérgicos): Doxiciclina ou Azitromicina (em situações específicas). **Prevenção:** - Uso de preservativos. - Rastreamento em populações de risco e gestantes.
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Sifilis secundaria
**Sífilis Secundária** Agente etiológico: *Treponema pallidum* **Manifestações clínicas:** - Lesões cutâneas disseminadas, simétricas e não pruriginosas: - **Roséola:** Máculas eritematosas no tronco e membros. - **Pápulas ou placas:** Lesões acastanhadas com descamação em colarinho, acometendo palmas e plantas. - Condiloma plano em áreas úmidas (lesões altamente infectantes). - Lesões mucosas: Placas mucosas esbranquiçadas ou erosões. - Linfadenopatia generalizada, febre baixa, mal-estar, dor muscular e cefaleia. **Cronologia:** - Ocorre entre 6 semanas a 6 meses após a cicatrização do cancro duro. - Lesões desaparecem espontaneamente em semanas a meses, mas a infecção persiste. **Diagnóstico:** - Sorologia: VDRL/RPR e FTA-ABS positivos. - Diagnóstico diferencial com outras erupções cutâneas (ex.: pitiríase rósea, psoríase). **Tratamento:** - Penicilina benzatina 2,4 milhões UI intramuscular, dose única. - Alternativa (alérgicos): Doxiciclina 100 mg 12/12h por 14 dias. **Prevenção:** - Uso de preservativos. - Rastreamento e tratamento de contatos.
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Resumo infeccao de partes moles por MRSA
**Tratamento de Infecções de Pele e Partes Moles (MRSA)** **Indicações de tratamento parenteral:** - Instabilidade clínica, imunossupressão, intolerância à terapia oral. - Eritema extenso ou de rápida progressão, fasciite necrotizante, gangrena gasosa, acometimento articular, prótese vascular ou síndrome compartimental. **Terapias para pacientes sem risco de MRSA:** - **Via oral:** Amoxicilina, cefalexina, clindamicina. - **Via parenteral:** Oxacilina. **Cobertura para MRSA:** - **Indicações:** Imunossuprimidos, exsudação purulenta, fatores de risco (HIV, drogas injetáveis, hemodiálise, instituição de longa permanência). - **Terapias:** - **Instáveis:** Vancomicina + cefepima. - **Estáveis internados:** Vancomicina ou daptomicina. - **Ambulatorial:** Sulfametoxazol-trimetoprim.
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Resumo Chikungunya (SUS-BA 23)
**Chikungunya** **Agente etiológico:** - Vírus Chikungunya (CHIKV), alfavirus, família *Togaviridae*. **Transmissão:** - Vetores: *Aedes aegypti* e *Aedes albopictus* (mosquitos). **Manifestações clínicas:** - **Fase aguda (até 10 dias):** - Febre alta de início súbito. - Artralgia/artrite intensa, principalmente em mãos, punhos, tornozelos e joelhos. Pode pegar coluna - Exantema maculopapular. - Outros sintomas: cefaleia, mialgia, fadiga, conjuntivite. - **Fase subaguda (após 10 dias):** - Persistência de artralgia/artrite. - Edema articular. - **Fase crônica (após 3 meses):** - Artralgia/artrite crônica semelhante a doenças reumatológicas. **Diagnóstico:** - Clínico (história epidemiológica e sintomas típicos). - Laboratorial: Sorologia (IgM positivo após 5-7 dias) ou PCR (fase aguda). **Tratamento:** - **Fase aguda/subaguda:** - Sintomático: Paracetamol, dipirona. - AINEs (após exclusão de dengue). - **Fase crônica:** - **Corticoides:** Prednisona ou metilprednisolona em doses ajustadas à gravidade (ex.: 0,5 mg/kg/dia). - **Imunossupressores:** Metotrexato, leflunomida ou sulfassalazina para casos refratários com sintomas semelhantes à artrite reumatoide. **Prevenção:** - Controle dos vetores (*Aedes aegypti* e *Aedes albopictus*). - Uso de repelentes, telas e roupas que cubram o corpo. **Complicações:** - Artrite crônica. - Encefalite e miocardite (raros).
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Resumo Hepatite A
**Hepatite A** **Agente etiológico:** - Vírus da Hepatite A (HAV), RNA, família *Picornaviridae*. **Transmissão:** - Fecal-oral (alimentos e água contaminados). - Contato direto com infectados. **Fatores de risco:** - Saneamento básico precário. - Consumo de frutos do mar crus ou mal cozidos. - Viagens para áreas endêmicas. **Manifestações clínicas:** - **Fase prodrômica:** Febre, fadiga, náuseas, vômitos, dor abdominal, anorexia. - **Fase ictérica:** Icterícia, colúria, acolia, hepatomegalia. - Geralmente autolimitada e sem evolução para cronicidade. **Diagnóstico:** - Sorologia: Anti-HAV IgM (infecção aguda) e Anti-HAV IgG (imunidade). - Elevação de ALT/AST e bilirrubinas. **Tratamento:** - Suporte (repouso, hidratação, controle dos sintomas). - Evitar álcool e medicamentos hepatotóxicos. **Prevenção:** - Vacinação: 2 doses (0 e 6-12 meses). - Melhorias no saneamento básico. - Higiene pessoal e alimentar. **Complicações:** - Insuficiência hepática fulminante (rara, mais comum em idosos e imunossuprimidos).
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Resumo abcesso hepatico (UNICAMP 22)
**Abscesso Hepático** **Definição:** - Acúmulo localizado de pus no fígado, causado por infecção bacteriana (piogênico) ou parasitária (amebiano). **Etiologia:** - **Piogênico:** Bactérias como *Escherichia coli*, *Klebsiella pneumoniae*, *Staphylococcus aureus*. - **Amebiano:** *Entamoeba histolytica*. **Fatores de risco:** - Infecções intra-abdominais (ex.: apendicite, colangite, diverticulite). - Diabetes mellitus, imunossupressão. - Viagem ou residência em áreas endêmicas para amebíase. **Manifestações clínicas:** - Febre alta, dor no quadrante superior direito, hepatomegalia. - Náuseas, vômitos, icterícia (raro). **Diagnóstico:** - **Exames de imagem:** Ultrassonografia ou tomografia computadorizada (lesões hipoecoicas ou hipodensas). - **Laboratório:** Leucocitose, elevação de fosfatase alcalina (>70%) e transaminases. - **Bacteriano:** Hemoculturas e culturas de material aspirado. - **Amebiano:** Sorologia positiva para *E. histolytica*. **Tratamento:** - **Piogênico:** - Antibioticoterapia empírica: Ceftriaxona + Metronidazol (ajustar conforme cultura). - Drenagem percutânea em abscessos grandes ou refratários. - **Amebiano:** - Metronidazol 750 mg 3x/dia por 7-10 dias. - Não há necessidade de drenagem na maioria dos casos. **Complicações:** - Ruptura do abscesso, sepse, peritonite. **Prevenção:** - Controle de infecções intra-abdominais. - Higiene em áreas endêmicas para amebíase.
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Resumo Mpox
**Mpox (Monkeypox)** **Agente etiológico:** - Vírus Monkeypox (MPXV), família *Poxviridae*, gênero *Orthopoxvirus*. **Transmissão:** - Contato direto com lesões cutâneas, fluidos corporais ou crostas de infectados. - Gotículas respiratórias em contato próximo. - Contato com materiais contaminados (roupas, lençóis). - Animais infectados (zoonose). **Fatores de risco:** - Contato próximo com infectados. - Relações sexuais sem proteção em surtos recentes. **Manifestações clínicas:** 1. **Período de incubação:** 5-21 dias (média de 7-14 dias). 2. **Fase prodrômica:** Febre, linfadenopatia, fadiga, cefaleia, mialgia. 3. **Fase exantemática:** - Lesões cutâneas em estágios evolutivos (mácula → pápula → vesícula → pústula → crosta). - Distribuição: Face, extremidades, mucosas orais, genitais e perianais. - Dolorosas inicialmente, podendo coçar durante a cicatrização. **Diagnóstico:** - Clínico (história epidemiológica e lesões típicas). - Confirmatório: PCR para MPXV em amostras de lesões cutâneas. **Tratamento:** - Suporte (hidratação, controle da dor e febre). - Antiviral *Tecovirimat* em casos graves ou imunossuprimidos. **Prevenção:** - Isolamento de infectados até completa cicatrização das lesões. - Higiene das mãos e uso de EPIs em contatos diretos. - Vacinação preventiva para grupos de risco (vacina JYNNEOS (pode ser usada em imunossupressos) ou ACAM2000). **Complicações:** - Infecção bacteriana secundária das lesões. - Encefalite ou pneumonia (raros). **Prognóstico:** - Maioria dos casos autolimitados em 2-4 semanas. - Mortalidade maior em crianças, imunossuprimidos e populações vulneráveis.
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Resumo Gangrena Gasosa (SES-DF 23)
**Gangrena Gasosa** **Definição:** - Infecção grave de tecidos moles, caracterizada por necrose tecidual e produção de gás, causada por *Clostridium perfringens* ou outras espécies anaeróbias. **Etiologia:** - Contaminação de feridas traumáticas ou cirúrgicas. - Infecções espontâneas associadas a isquemia tecidual. **Manifestações clínicas:** - Dor intensa e edema progressivo no local. - Crepitação à palpação devido ao gás nos tecidos. - Secreção fétida, coloração escura ou bolhas na pele. - Sintomas sistêmicos: febre, hipotensão, taquicardia, choque séptico. **Diagnóstico:** - Clínico (sinais locais e sistêmicos). - Imagem (radiografia ou TC): Presença de gás em tecidos moles. - Culturas microbiológicas para confirmação. **Tratamento:** - **Desbridamento cirúrgico imediato:** Remoção do tecido necrosado. - **Antibioticoterapia empírica:** - Penicilina G + Clindamicina (cobertura para anaeróbios e toxinas). - **Oxigenoterapia hiperbárica:** Adjuvante em casos selecionados. **Complicações:** - Choque séptico. - Disseminação da infecção. - Amputação. **Prognóstico:** - Mortalidade alta sem tratamento precoce.
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Colaterais RIPE
**Rifampicina (R):** - Hepatotoxicidade. - Febre, exantema (reações alérgicas). - Coloração avermelhada de urina, lágrimas e outras secreções. - Interações medicamentosas (indução enzimática). **Isoniazida (I):** - Hepatotoxicidade. - Neuropatia periférica (prevenção com piridoxina - vitamina B6). - Reações cutâneas. **Pirazinamida (P):** - Hepatotoxicidade. - Hiperuricemia (risco de gota). - Artralgias. **Etambutol (E):** - Neurite óptica (alteração na visão de cores, especialmente vermelho e verde). - Risco maior com doses elevadas ou uso prolongado.
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Resumo Neurossifilis
**Neurossífilis** é uma manifestação da sífilis causada pela disseminação do *Treponema pallidum* para o sistema nervoso central (SNC). Pode ocorrer em qualquer estágio da infecção, mas é mais comum na fase terciária. **Formas clínicas principais**: - **Assintomática**: Apenas alterações no LCR (pleocitose, aumento de proteínas, VDRL positivo). - **Meningite sifilítica**: Febre, cefaleia, rigidez de nuca, comprometimento de pares cranianos (especialmente II, VII e VIII). - **Meningovascular**: Vasculite inflamatória, com AVC em jovens. - **Parética**: Demência progressiva, alterações psiquiátricas, perda de memória, irritabilidade. - **Tabes dorsalis**: Degeneração das raízes dorsais; dor lancinante, ataxia sensorial, pupilas de Argyll-Robertson (não reagem à luz, mas contraem-se na acomodação). **Diagnóstico**: - **LCR**: Pleocitose (>5 células/mm³), aumento de proteínas, VDRL-LCR positivo (específico, mas não sensível). - Testes sorológicos (VDRL, FTA-ABS ou TPHA no sangue e no LCR). **Tratamento**: - **Penicilina cristalina** IV: 18-24 milhões de UI/dia por 10-14 dias. - Alternativa: Ceftriaxona 2 g/dia por 10-14 dias (em casos de alergia). - Monitorar com exames de LCR a cada 6 meses até normalização. **Complicações**: - Demência irreversível, alterações motoras, e sequela neurológica em casos avançados ou tratados tardiamente.
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Resumo esquistossomose
- **Agente causador:** Schistosoma mansoni. - **Transmissão:** Contato com água contaminada por cercárias liberadas por caramujos infectados. - **Fases clínicas:** - **Aguda:** Febre, dor abdominal, diarreia, hepatomegalia, dermatite cercariana. - **Crônica:** Hepatoesplenomegalia, hipertensão portal, varizes esofágicas. - **Diagnóstico:** Pesquisa de ovos nas fezes (método de Kato-Katz), sorologia, ultrassonografia para complicações. - **Tratamento:** Praziquantel (40-60 mg/kg em dose única). - **Prevenção:** Saneamento básico, controle do caramujo, evitar contato com água contaminada.
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Resumo TTO Esquistossomose
- **Fármaco principal:** Praziquantel. - **Dose:** 40-60 mg/kg, em dose única ou dividida em 2 doses no mesmo dia. - **Mecanismo:** Induz paralisia e morte do parasita, facilitando sua eliminação. - **Casos especiais:** - **Infecções graves ou refratárias:** Repetir o tratamento com Praziquantel após 2-4 semanas. - **Gestantes:** Praziquantel é seguro em todas as fases da gestação. - **Crianças pequenas:** Dose ajustada pelo peso. - **Efeitos adversos:** Náuseas, tontura, dor abdominal e fadiga (transitórios). - **Monitoramento pós-tratamento:** Verificação de cura após 6 meses com exame de fezes e acompanhamento clínico. - **Associar medidas de suporte:** Em complicações crônicas, tratar hipertensão portal e varizes esofágicas, quando presentes.
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Formas da Sifilis
- A sífilis divide-se em formas sintomáticas (primária, secundária e terciária) e assintomáticas (latente precoce e latente tardia). As principais manifestações clínicas são: - **Primária:** Lesão geralmente única, indolor, com borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo; pode ser acompanhada de linfadenopatia regional. - **Secundária:** Diversas manifestações, mas a principal é uma erupção macular eritematosa pouco visível (roséola), principalmente no tronco e raiz dos membros; placas em mucosas, assim como lesões acinzentadas e pouco visíveis nas mucosas; normalmente acomete região plantar e palmar. - **Terciária:** Sífilis terciária: comum o acometimento dos sistemas nervoso e cardiovascular; formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendência à liquefação) na pele, mucosas, ossos ou qualquer tecido.
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Resumo Herpes Simples
**Flashcard: Herpes Simples** - **Agente causador:** HSV-1 (oral) e HSV-2 (genital). - **Transmissão:** Contato direto com lesões, secreções ou mucosas infectadas. - **Manifestações clínicas:** - **Primoinfecção:** Lesões vesiculares dolorosas, febre, linfadenopatia. - **Reativações:** Vesículas recorrentes, geralmente em locais específicos, desencadeadas por estresse, imunossupressão ou trauma. - **Complicações:** Encefalite herpética (HSV-1), herpes neonatal (HSV-2). - **Diagnóstico:** Clínico, PCR, cultura viral ou teste de Tzanck. - **Tratamento:** - **Primoinfecção:** Aciclovir, valaciclovir ou famciclovir (7-10 dias). - **Reativações:** Tratamento curto (1-5 dias) ou profilático em casos frequentes. - **Prevenção:** Uso de preservativos e evitar contato com lesões ativas.
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Resumo PAC
- **Definição:** Infecção pulmonar adquirida fora do ambiente hospitalar ou até 48h após internação. - **Etiologia:** - **Bacterianas:** *Streptococcus pneumoniae* (principal), *Haemophilus influenzae*, *Staphylococcus aureus*, *Klebsiella pneumoniae*. - **Atípicas:** *Mycoplasma pneumoniae*, *Chlamydophila pneumoniae*, *Legionella spp.* - **Virais:** Influenza, SARS-CoV-2, vírus sincicial respiratório (VSR). - **Fatores de risco:** Idosos, tabagistas, etilistas, comorbidades (DM, DPOC, insuficiência cardíaca), imunossupressão. - **Manifestações clínicas:** - Febre, tosse produtiva (com ou sem expectoração purulenta), dispneia, dor torácica pleurítica, calafrios. - Exame físico: Estertores, macicez à percussão, sopro tubário, egofonia. - **Diagnóstico:** - **Clínico:** História e exame físico compatíveis. - **Complementares:** - Radiografia de tórax (infiltrado pulmonar segmentar ou lobar). - Hemograma, PCR, hemoculturas (casos graves). - Pesquisa de antígenos urinários (*S. pneumoniae*, *Legionella*). - Cultura de escarro (em pacientes hospitalizados). - **Classificação de gravidade:** CURB-65 (Confusão, Ureia > 50 mg/dL, FR ≥ 30, PAS < 90 mmHg ou PAD ≤ 60 mmHg, Idade ≥ 65 anos). - **Tratamento empírico:** - **Ambulatório (sem comorbidades):** - Amoxicilina (1 g, 3x/dia) ou macrolídeo (azitromicina 500 mg no 1º dia, 250 mg/dia por 4 dias). - **Ambulatório (com comorbidades):** - Beta-lactâmico (amoxicilina-clavulanato) + macrolídeo ou monoterapia com quinolona respiratória (levofloxacino 750 mg/dia). - **Internação em enfermaria:** - Ceftriaxona (1-2 g/dia) + azitromicina (500 mg/dia) ou quinolona respiratória. - **UTI:** Ceftriaxona + azitromicina ou quinolona. - **Complicações:** - Derrame pleural, empiema, abscesso pulmonar, insuficiência respiratória, sepse. - **Prevenção:** - Vacinas: Influenza, pneumocócica (VPC13 e VPP23). - Cessação do tabagismo, controle de comorbidades.
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Highlights principais hepatites
**Flashcard: Highlights das Hepatites Virais** - **Hepatite A (HAV):** - Transmissão fecal-oral. - Forma aguda, autolimitada (não cronifica). - Vacinação disponível. - Tratamento: Suporte clínico. - **Hepatite B (HBV):** - Transmissão sexual, vertical e parenteral. - Pode cronificar (risco maior em neonatos). - Complicações: Cirrose, carcinoma hepatocelular. - Tratamento: Tenofovir ou entecavir em casos crônicos. - Vacinação disponível. - **Hepatite C (HCV):** - Transmissão parenteral (mais comum em transfusões pré-1993 e usuários de drogas injetáveis). - Alta taxa de cronificação. - Complicações: Cirrose, carcinoma hepatocelular. - Tratamento: Antivirais de ação direta (pangenotípicos). - Sem vacina disponível. - **Hepatite D (HDV):** - Depende da infecção pelo HBV. - Transmissão parenteral. - Maior risco de evolução para cirrose. - Tratamento: Interferon em casos selecionados. - Prevenção: Vacinação contra HBV. - **Hepatite E (HEV):** - Transmissão fecal-oral (água contaminada). - Forma aguda, autolimitada (exceto em imunossuprimidos). - Risco elevado em gestantes (hepatite fulminante). - Sem vacina disponível na maioria dos países.
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Resumo Sarampo
- **Agente causador:** Vírus do sarampo (gênero Morbillivirus). - **Transmissão:** Gotículas respiratórias (altamente contagioso). - **Período de incubação:** 7-14 dias. - **Manifestações clínicas:** - **Pródromo:** Febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, manchas de Koplik (patognomônicas). - **Exantema:** Máculas eritematosas que começam na face e se espalham para tronco e extremidades. - **Complicações:** Otite média, pneumonia, encefalite, diarreia, panencefalite esclerosante subaguda (rara e tardia). - **Diagnóstico:** Clínico + sorologia IgM/IgG ou RT-PCR. - **Tratamento:** Suporte clínico (antipiréticos, hidratação, vitamina A em casos graves). - **Prevenção:** Vacinação tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
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Resumo mycobacterium Avium (MAC)
**Flashcard: Mycobacterium Avium Complex (MAC)** - **Agente:** Mycobacterium avium e Mycobacterium intracellulare. - **População de risco:** Imunossuprimidos, especialmente PVHIV com CD4 < 50 células/mm³. - **Transmissão:** Ingestão ou inalação de água/solo contaminados. - **Manifestações clínicas:** Febre, sudorese noturna, emagrecimento, linfadenopatia, diarreia, hepatomegalia, anemia. - **Diagnóstico:** Cultura de sangue, biópsia de linfonodos ou medula óssea. - **Tratamento:** Claritromicina ou azitromicina + etambutol ± rifabutina por pelo menos 12 meses. - **Profilaxia (PVHIV):** Azitromicina semanal ou claritromicina diária se CD4 < 50 células/mm³, até recuperação imunológica com TARV. obs: baciloscopias positivas + TRM-TB negativo
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Resumo Brucelose
**Brucelose** - **Etiologia**: Infecção causada por bactérias do gênero *Brucella* (gram-negativas intracelulares). Principais espécies: *B. abortus* (bovinos), *B. suis* (suínos), *B. melitensis* (caprinos e ovinos), *B. canis* (cães). - **Transmissão**: - Contato direto com animais infectados ou seus produtos (sangue, leite, placenta, tecidos). - Consumo de laticínios não pasteurizados. - Inalação de aerossóis ou manipulação laboratorial. - **Manifestações Clínicas**: - **Aguda**: Febre ondulante (pico à tarde/noite), sudorese profusa com odor adocicado, astenia, cefaleia, mialgia, artralgia, anorexia. - **Subaguda/crônica**: Hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, fadiga persistente, artrite, sacroileíte, orquite, endocardite (complicação mais grave). - Pode haver acometimento do sistema nervoso central (neurobrucelose). - **Diagnóstico**: - **Sorologia**: Teste de Rosa de Bengala, ELISA, teste de aglutinação de Wright. - **Cultura**: Hemocultura (fase aguda) ou cultura de medula óssea (maior sensibilidade). - PCR para *Brucella* em casos específicos. - **Tratamento**: - **Adultos**: Doxiciclina (6 semanas) + Rifampicina (6 semanas) ou Doxiciclina + Estreptomicina (2-3 semanas). - **Crianças e gestantes**: Rifampicina + Trimetoprima-sulfametoxazol (6 semanas). - Neurobrucelose: Doxiciclina + Rifampicina + Ceftriaxona EV (8-12 semanas). - Endocardite: Doxiciclina + Rifampicina + aminoglicosídeo (Estreptomicina ou Gentamicina). - **Complicações**: - Osteoarticulares: Sacroileíte, espondilodiscite, artrite séptica. - Cardiovasculares: Endocardite (causa mais comum de morte na brucelose). - Neurológicas: Meningite, encefalite, abscessos cerebrais. - **Prevenção**: - Controle sanitário animal e vacinação de rebanhos. - Evitar consumo de laticínios não pasteurizados. - Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos a animais ou produtos contaminados. - **Notificação**: Doença de notificação compulsória.
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Calendario vacinal adulto
**Vacinas de 18 a 59 anos** - **Hepatite B**: 3 doses - **Dupla adulto (dT)**: 3 doses ou reforço - **Febre amarela**: Dose única - **Tríplice viral (SCR)**: - Até 29 anos: 2 doses - De 30 a 59 anos: 1 dose - **Covid-19**: - AstraZeneca, Coronavac, Pfizer: 2 doses - Janssen: Dose única **Doenças evitadas:** - Hepatite B, Difteria, Tétano, Febre Amarela - Sarampo, Caxumba, Rubéola - Covid-19
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Resumo Difteria
- **Causa**: *Corynebacterium diphtheriae*, bacilo gram-positivo produtor de exotoxina diftérica. A toxina inibe a síntese proteica pela ADP-ribosilação do fator de elongação EF-2. - **Transmissão**: Contato direto ou gotículas respiratórias. - **Clínica**: - **Orofaringe**: Pseudomembranas acinzentadas aderentes, que sangram se removidas, odinofagia, disfonia. - **Complicações sistêmicas**: Miocardite (arritmias, insuficiência cardíaca), neuropatia periférica (paralisia bulbar e motora), linfadenopatia cervical ("pescoço de touro"). - **Toxemia**: Febre baixa e sintomas sistêmicos graves relacionados à toxina. - **Diagnóstico**: - Quadro clínico sugestivo (pseudomembranas, "pescoço de touro"). - Cultura em meio específico (Loeffler ou Tindale). - Teste de toxigenicidade (Elek) para confirmar produção de toxina. - **Tratamento**: - **Específico**: Antitoxina diftérica (essencial para neutralizar toxinas circulantes). - **Antibióticos**: Eritromicina ou penicilina G. - **Isolamento respiratório** até a resolução do quadro e negativação bacteriológica. - **Prevenção**: - **Vacinação**: Vacinas combinadas DTP (infantil) ou dT/dTpa (reforço). - **Esquema vacinal**: 3 doses na infância + reforços a cada 10 anos na vida adulta. - **Profilaxia pós-exposição**: Eritromicina ou penicilina para contatos próximos.
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Resumo PAC por Legionella
1. **Causa**: - Legionella pneumophila (água contaminada, sistemas de ar condicionado, fontes artificiais). 2. **Clínica**: - Febre alta, tosse seca, dispneia. - Sintomas extrapulmonares: diarreia, náuseas, vômitos, confusão mental. - Hiponatremia e elevação de transaminases (achados laboratoriais frequentes). 3. **Diagnóstico**: - **Exame de escolha:** Antígeno urinário para Legionella pneumophila sorogrupo 1. - PCR em amostras respiratórias (alta sensibilidade). - Cultura em meio específico (BCYE). - Infiltrado pulmonar multilobar ou intersticial em radiografia de tórax. 4. **Tratamento**: - **Macrolídeos:** Azitromicina. - **Fluoroquinolonas:** Levofloxacino (preferido em casos graves). - Duração: 7-10 dias (casos leves) ou 14-21 dias (casos graves ou imunossuprimidos). 5. **Prevenção**: - Manutenção de sistemas de água e ar condicionado. **Nota**: Legionella é uma causa importante de pneumonia atípica, especialmente em surtos e pacientes imunocomprometidos.
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Resumo Malaria
- **Definição:** Doença infecciosa causada por protozoários do gênero *Plasmodium* (*P. falciparum*, *P. vivax*, *P. malariae*, *P. ovale*, *P. knowlesi*), transmitida pelo mosquito *Anopheles*. - **Manifestações Clínicas:** - **Iniciais:** Febre, cefaleia, calafrios, mialgia, náuseas. - **Clássicas:** Febre periódica (terçã ou quartã), anemia, sudorese. - **Graves (P. falciparum):** Malária cerebral, insuficiência respiratória, anemia grave, insuficiência renal, choque séptico. - **Diagnóstico:** - **Gota espessa:** Identificação da espécie e parasitemia. - **Teste rápido:** Detecção de antígenos (áreas de baixa infraestrutura). - **Alterações Laboratoriais:** - **Anemia hemolítica:** Reticulocitose, aumento de bilirrubina indireta. - **Trombocitopenia:** Frequente. - **Elevação de LDH e transaminases.** - **Tratamento:** - **P. vivax/P. ovale:** Cloroquina + Primaquina. - **P. falciparum:** - Não grave: Artemeter-lumefantrina. - Grave: Artesunato intravenoso. - **P. malariae/P. knowlesi:** Cloroquina. - **Prevenção:** Controle do vetor (*Anopheles*), uso de mosquiteiros, profilaxia para viajantes (doxiciclina, mefloquina). - **Complicações Graves:** Malária cerebral, síndrome de insuficiência respiratória aguda, anemia severa, insuficiência renal.
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Resumo Hepatite D
**Hepatite D:** - **Agente etiológico:** *Hepatitis Delta Virus* (HDV), RNA vírus, requer o HBsAg do HBV para replicação. - **Transmissão:** Semelhante ao HBV (sangue, sexo, perinatal). - **Formas clínicas:** - **Coinfecção:** HBV e HDV adquiridos simultaneamente. Maioria autolimitada. - **Superinfecção:** HDV em paciente com infecção crônica por HBV. Alta chance de cronificação e piora da doença hepática. - **Manifestações clínicas:** - Agudização de hepatite crônica por HBV. - Progressão mais rápida para cirrose e carcinoma hepatocelular. - **Diagnóstico:** - **Anti-HDV IgM/IgG:** Indica infecção ativa ou passada. - **HDV-RNA:** Confirma infecção ativa. - **Tratamento:** - **Interferon pegilado (PEG-IFN):** Único tratamento disponível. Resposta limitada. - Controle do HBV é essencial. - **Prevenção:** - Vacinação contra HBV evita infecção por HDV. - Medidas para reduzir transmissão (precauções universais).
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Resumo Neurocisticercose
**Neurocisticercose (NCC)** - **Definição**: Infecção parasitária do sistema nervoso central (SNC) causada pela larva *Taenia solium*. - **Epidemiologia**: Principal causa de epilepsia adquirida em áreas endêmicas; transmissão fecal-oral por ingestão de ovos em alimentos ou água contaminados. - **Fisiopatologia**: Ingestão dos ovos → eclosão no intestino → larvas migram via circulação para o SNC, formando cistos. - **Manifestações clínicas**: - **Epilepsia**: Principal manifestação (crises focais ou generalizadas). - Cefaleia crônica, hipertensão intracraniana (hidrocefalia). - Distúrbios cognitivos, déficits neurológicos focais, meningite crônica. - **Diagnóstico**: - **Imagem**: TC ou RM de crânio: cistos com escólex visível ("ponto brilhante") e calcificações. - Sorologia: detecção de anticorpos ou antígenos (*ELISA*, imunoblot). - Líquor: pleocitose linfocitária, aumento de proteínas. - **Classificação** (baseada no estágio do cisto): - Vesicular (ativo), Coloidal, Granular (inflamatório), Calcificado (inativo). - **Tratamento**: - Antiparasitários: Albendazol ou Praziquantel (para cistos ativos). - Corticoides: Reduzem a inflamação (ex.: dexametasona). - Anticonvulsivantes: Controle das crises epilépticas. - Intervenção cirúrgica: Para hidrocefalia ou lesões compressivas. - **Prevenção**: Saneamento básico, higiene alimentar e controle da carne de porco.