ENDOCRINO Flashcards

1
Q

Mulher 37 anos de idade, previamente encarcerada em presídio, foi internada devido a quadro de abdômen agudo obstrutivo.
Tomografia de abdômen com estenose em segmento de intestino delgado, presença de múltiplas linfonodomegalias abdominais e inguinal. Refere perda de 15kg Na imagem tomográfica, visto granuloma pulmonar em ápice à direita.
- Na segunda semana de internação, a paciente iniciou hipoglicemias frequentes, hiponatremia, hipotensão, vômitos, hipercalemia, sonolência e acidose metabólica na gasometria. Pensar em:

A

Insuficiência Adrenal Primária Secundária à Tuberculose

1. Definição:
Disfunção primária das adrenais causada pela destruição do córtex adrenal pela infecção tuberculosa, resultando em deficiência de glicocorticoides e mineralocorticoides.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Fraqueza, fadiga, anorexia, perda de peso, hipotensão, hiperpigmentação cutânea.
- Desejo por sal, dor abdominal, náuseas, vômitos, hipoglicemia.
- Casos graves: Crise adrenal (hipotensão severa, choque, hiponatremia grave).

3. Exame Diagnóstico:
- Laboratorial:
- Hiponatremia, hipercalemia, hipoglicemia.
- ACTH elevado, cortisol plasmático baixo.
- Testes confirmatórios:
- Teste de estímulo com ACTH: Falta de aumento do cortisol.
- Sorologia ou PCR para tuberculose.
- Imagem: TC ou RM de adrenais mostrando calcificações ou aumento adrenal.

4. Tratamento:
- Reposição hormonal:
- Hidrocortisona (glicocorticoide).
- Fludrocortisona (mineralocorticoide).
- Tuberculose ativa: Tratamento específico com esquema RIPE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol).

5. Importante:
- Monitorar sinais de crise adrenal em estresse fisiológico.
- Avaliar necessidade de ajuste de doses em infecções ou cirurgias.

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2
Q

Mulher de 33 anos, sem comorbidades, é encaminhada ao ambulatório de neurologia por queixa de cefaleia diária e contínua há três meses, bem como dificuldade de enxergar nos últimos 15 dias. Na revisão de aparelhos e sistemas, refere amenorreia há cerca de um ano. O exame oftalmológico evidencia hemianopsia bitemporal e o restante do exame neurológico é normal. Pensar em:

A

Prolactinoma

1. Definição:
Adenoma hipofisário produtor de prolactina, sendo o tumor hipofisário mais comum. Pode ser classificado em:
- Microprolactinoma: <10 mm.
- Macroprolactinoma: ≥10 mm.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hiperprolactinemia:
- Mulheres: Amenorreia, galactorreia, infertilidade, diminuição da libido.
- Homens: Hipogonadismo, disfunção erétil, ginecomastia.
- Efeito de massa (macroprolactinoma):
- Cefaleia, hemianopsia bitemporal (compressão do quiasma óptico).
- Déficits hormonais hipofisários secundários.

3. Exame Diagnóstico:
- Prolactina sérica:
- Microprolactinoma: 20-200 ng/mL.
- Macroprolactinoma: Geralmente >200 ng/mL.
- RM de sela túrcica: Identifica o tumor hipofisário.
- Testes hormonais: Avaliação de outros hormônios hipofisários.

4. Tratamento:
- Primeira linha: Agonistas dopaminérgicos (cabergolina ou bromocriptina).
- Cirurgia transesfenoidal: Indicada se resistência ao tratamento medicamentoso ou sintomas compressivos graves.
- Radioterapia: Para tumores refratários à medicação e cirurgia.

5. Prognóstico:
- Microprolactinomas geralmente respondem bem ao tratamento medicamentoso.
- Macroprolactinomas podem necessitar de cirurgia se não houver resposta aos agonistas dopaminérgicos.

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3
Q

Paciente do sexo feminino, 40 anos de idade, procura atendimento médico com queixa de emagrecimento, unhas quebradiças, queda de cabelo, palpitações, inquietação. Nos exames laboratoriais, apresentava TSH elevado e T4L aumentado.

A

Adenoma Hipofisário Produtor de TSH (Tireotropinoma)

1. Definição:
Tumor hipofisário raro que secreta TSH em excesso, causando hipertireoidismo central.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Sintomas de hipertireoidismo: Taquicardia, tremores, sudorese, perda de peso, intolerância ao calor.
- Ausência de supressão do TSH: Diferencia de hipertireoidismo periférico (ex.: doença de Graves).
- Efeito de massa (tumores grandes): Cefaleia, hemianopsia bitemporal, hipopituitarismo secundário.

3. Exame Diagnóstico:
- TSH elevado ou inapropriadamente normal, com T3/T4 livres elevados.
- Glicoproteína α-subunidade aumentada (marcador tumoral).
- Teste de TRH: Falta de resposta do TSH (não ocorre elevação esperada).
- RM de sela túrcica: Identifica o adenoma hipofisário.

4. Tratamento:
- Cirurgia transesfenoidal (primeira linha).
- Análogos da somatostatina (octreotida, lanreotida) se inoperável ou como adjuvante.
- Radioterapia para casos refratários.

5. Prognóstico:
- Boa resposta à cirurgia em tumores pequenos.
- Controle difícil em casos invasivos, podendo necessitar de terapia medicamentosa prolongada.

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4
Q

Mulher, 50 anos de idade, procura atendimento clínico para avaliação de nódulo tireoidiano. Sem queixas. Nega comorbidades. Exame físico sem alterações significativas. Traz exames laboratoriais com TSH: 0,05mUI/L (VR: 0,3-5,0mUI/L), T4L: 5,4ng/dL (VR: 0,9- 1,8ng/dL) e T3L: 8,0pg/mL (2,5-4,0pg/mL). A ultrassonografia de tireoide evidencia nódulo único de 16mm, hiperecoico, homogêneo, arredondado, com limites precisos em lobo direito.

A

Adenoma Tóxico (Nódulo Autônomo da Tireoide)

1. Definição:
Nódulo tireoidiano hiperfuncionante que produz T3/T4 de forma autônoma, independente do controle do TSH, causando hipertireoidismo primário.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Sintomas de hipertireoidismo: Taquicardia, tremores, perda de peso, sudorese, intolerância ao calor.
- Sem oftalmopatia de Graves.
- Palpação: Nódulo solitário indolor.

3. Exame Diagnóstico:
- TSH suprimido, com T3/T4 elevados.
- Cintilografia de tireoide: Captação aumentada no nódulo (“nódulo quente”) e supressão do restante da tireoide.
- Ultrassonografia: Avalia características do nódulo, mas não confirma autonomia funcional.

4. Tratamento:
- Iodo radioativo (I-131) (primeira escolha).
- Cirurgia (lobectomia tireoidiana) para nódulos grandes (>4 cm) ou compressivos.
- Betabloqueadores (ex.: propranolol) para controle sintomático.

5. Prognóstico:
- Tratamento definitivo com boa resposta ao iodo radioativo ou cirurgia.
- Risco de evolução para hipertireoidismo severo se não tratado.

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5
Q

Uma paciente de 48 anos de idade procurou o médico da família por apresentar amenorreia, fogachos, sudorese e fortes dores articulares (pés, mãos e articulação temporomandibular) nos últimos seis meses. Refere diagnósticos recentes de hipertensão e de diabetes, bem como o uso regular de metformina e de losartana. Nega história familiar de hipertensão e de diabetes mellitus. Não é tabagista nem etilista. Ao exame físico, apresenta índice de massa corporal de 24,0 kg/m2, dedos das mãos e dos pés edemaciados e prognatismo. Qual é o provável diagnóstico dessa paciente?

A

Acromegalia

1. Definição:
Doença causada pelo excesso de hormônio do crescimento (GH), geralmente devido a adenoma hipofisário produtor de GH, levando a crescimento progressivo de tecidos moles e órgãos.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Crescimento das mãos, pés, mandíbula e nariz.
- Espaçamento entre os dentes, macroglossia.
- Sudorese excessiva, pele espessa e oleosa.
- Cefaleia e alterações visuais (compressão hipofisária).
- Hipertensão, resistência à insulina/DM2, apneia do sono.

3. Exame Diagnóstico:
- IGF-1 aumentado (triagem inicial).
- Teste de supressão com glicose (75g): Falha na supressão do GH confirma o diagnóstico.
- RM de sela túrcica: Identifica adenoma hipofisário (geralmente sao macroadenomas).

4. Tratamento:
- Cirurgia transesfenoidal (primeira linha).
- Análogos da somatostatina (octreotida, lanreotida) para casos persistentes ou inoperáveis.
- Antagonista do receptor de GH (pegvisomanto) em casos refratários.
- Radioterapia: Para tumores não ressecáveis ou resistentes.

5. Prognóstico:
- Tratamento reduz morbidade, mas complicações cardiovasculares/metabólicas podem persistir.
- Sem tratamento, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e neoplasias.

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6
Q

Marina, 42 anos, relata fadiga progressiva, perda de peso e mal estar geral. Há 01 semana piorou muito, deu entrada no Pronto Socorro desidratada e hipotensa (pressão arterial de 90/40 mmHg). Os exames laboratoriais mostraram a dosagem de sódio de 128mEg/L, potássio 6,3 mmol/L e glicose de 68 mg/dL. Na história pregressa apresenta diagnóstico de hipotiroidismo e deficiência de vitamina B12.
Qual a principal hipótese diagnóstica?

A

Doença de Addison (Insuficiência Adrenal Primária)

1. Definição:
Disfunção do córtex adrenal, resultando em deficiência de cortisol e aldosterona, geralmente de origem autoimune.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Fadiga, fraqueza, perda de peso, anorexia.
- Hiperpigmentação cutânea (aumento de ACTH).
- Hipotensão ortostática, desejo por sal.
- Náuseas, vômitos, dor abdominal.
- Hipoglicemia, hipoNa, hiperK.
- Crise adrenal: Hipotensão grave, choque, distúrbios hidroeletrolíticos.

3. Exame Diagnóstico:
- Cortisol basal baixo + ACTH elevado.
- Teste de estímulo com ACTH (cosintropina): Falha na elevação do cortisol confirma insuficiência adrenal primária.
- Dosagem de renina e aldosterona: Hiporreninemia e hipoaldosteronismo.
- Pesquisa de autoanticorpos anti-adrenais (causa autoimune).

4. Tratamento:
- Reposição de glicocorticoides: Hidrocortisona ou prednisona.
- Reposição de mineralocorticoides: Fludrocortisona.
- Crise adrenal: Hidrocortisona EV + reposição volêmica imediata.

5. Prognóstico:
- Boa resposta à terapia de reposição, mas requer monitoramento contínuo.
- Ajuste das doses em situações de estresse (doenças, cirurgias).

DICA: se hiperpigmentacao e hiperK, pensar em I.A. Primaria pois tem estimulo de ACTH e deficiencia mineralocorticoide

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7
Q

Uma mulher de 30 anos de idade procura atendimento ambulatorial com queixa de perda de peso há 3 meses, acompanhada de intolerância ao calor, palpitações e insônia. Ao exame físico, apresenta aumento difuso do volume tireoidiano e tremores de extremidades. Pensar em:

A

Doença de Graves

1. Definição:
Doença autoimune caracterizada por hipertireoidismo primário, causada por autoanticorpos estimulantes do receptor de TSH (TRAb).

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipertireoidismo: Taquicardia, tremores, sudorese, intolerância ao calor, perda de peso.
- Bócio difuso (aumento simétrico da tireoide).
- Oftalmopatia de Graves: Exoftalmia, retração palpebral, diplopia.
- Mixedema pré-tibial (raro).

3. Exame Diagnóstico:
- TSH suprimido, T3/T4 elevados.
- TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH) positivo.
- Cintilografia de tireoide: Captação difusa aumentada.

4. Tratamento:
- Antitireoidianos (metimazol ou propiltiouracil - PTU em gestantes no 1º trimestre).
- Iodo radioativo (I-131) para destruição da tireoide.
- Cirurgia (tireoidectomia total) em casos refratários ou com compressão local.
- Betabloqueadores (propranolol) para alívio sintomático.

5. Prognóstico:
- Controle com tratamento, mas risco de recidiva.
- Oftalmopatia pode persistir mesmo após o tratamento do hipertireoidismo.

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8
Q

Paciente sexo masculino, 35 anos, assintomático, apresentando exames de rotina com alteração do perfil lipídico há 1 ano. Refere que há 10 anos o pai aos 48 anos de idade faleceu subitamente. Pacientes não tem irmãos. Ao exame físico apresentava xantelasma na pálpebra superior direita. Precórdio: 2 BRNF, sem sopros. Pulmões: MV presente. Abdome: sem visceromegalias. Extremidades: pulsos
presentes. Exames laboratoriais: Colesterol Total: 315mg/dL, LDLc 235mg/dL, HDLc 45mg/dL e TG: 175mg/dL.

A

Hipercolesterolemia Familiar (HF)

1. Definição:
Distúrbio genético autossômico dominante caracterizado por níveis elevados de LDL-c desde o nascimento, devido a mutações nos genes LDLR, APOB ou PCSK9, levando a risco precoce de doença cardiovascular aterosclerótica.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipercolesterolemia grave desde a infância.
- Xantomas tendíneos (tendão de Aquiles, extensores das mãos).
- Arco corneano precoce (<45 anos).
- Doença coronariana precoce (IAM antes dos 55 anos em homens e 65 anos em mulheres).

3. Exame Diagnóstico:
- LDL-c persistentemente elevado (>190 mg/dL sem tratamento em heterozigotos, >500 mg/dL em homozigotos).
- História familiar positiva de hipercolesterolemia precoce e eventos cardiovasculares.
- Teste genético: Mutações em LDLR, APOB ou PCSK9 (não obrigatório para diagnóstico clínico).

4. Tratamento:
- Estatinas de alta potência (rosuvastatina, atorvastatina).
- Ezetimiba (inibição da absorção de colesterol).
- Inibidores de PCSK9 (evolocumabe, alirocumabe) em casos graves.
- Aférese de LDL em hipercolesterolemia familiar homozigótica.

5. Prognóstico:
- Alto risco de aterosclerose precoce se não tratado.
- Tratamento agressivo reduz complicações cardiovasculares.

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9
Q

Paciente feminina, 58 anos, sem comorbidades prévias conhecidas, comparece à consulta com queixas de fadiga, fraqueza muscular e dor óssea difusa, especialmente em coluna lombar e joelhos. Relata também episódios frequentes de cólica renal nos últimos seis meses. Refere poliúria e polidipsia, além de piora da memória e dificuldade de concentração. Ao ser questionada, menciona histórico de fraturas por trauma mínimo e perda de altura progressiva nos últimos anos.
Cálcio sérico total: 11,5 mg/dL (VR: 8,5 – 10,5)
Fósforo sérico: 2,2 mg/dL (VR: 2,5 – 4,5)
PTH intacto: 120 pg/mL (VR: 10 – 65)
Vitamina D: 30 ng/mL (VR: 20 – 50)
Creatinina: 0,9 mg/dL

A

Hiperparatireoidismo Primário (HP)

1. Definição:
- Distúrbio endócrino causado pelo aumento da secreção de PTH por uma ou mais glândulas paratireoides.
- Causa mais comum de hipercalcemia em ambulatório.

2. Causas:
- Adenoma de paratireoide (85-90%) ✅
- Hiperplasia difusa (5-10%)
- Carcinoma de paratireoide (<1%)

3. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipercalcemia (cálculo renal, poliúria, constipação, fadiga, fraqueza muscular, confusão mental).
- Nefrolitíase (cálculo de oxalato de cálcio).
- Osteoporose / Osteíte fibrosa cística (dor óssea, fraturas patológicas, acometimento mais cortical-antebraco e quadril).
- Sintomas neuropsiquiátricos (depressão, irritabilidade, perda de memória).

4. Diagnóstico:
- Cálcio sérico aumentado (>10,5 mg/dL).
- PTH elevado (ou inapropriadamente normal).
- Fósforo baixo ou normal.
- Calciúria 24h aumentada.
- Imagem:
- Ultrassonografia de paratireoide: Adenoma.
- Cintilografia com sestamibi: Captação aumentada.

5. Tratamento:
- Paratireoidectomia se critérios da Endocrine Society forem atendidos:
✔️ Cálcio ≥ 1 mg/dL acima do limite superior.
✔️ T-score ≤ -2,5 (osteoporose).
✔️ Idade < 50 anos.
✔️ Calciúria > 400 mg/24h (risco de nefrolitíase).
- Se inoperável: Cinacalcete (calcimimético) + bifosfonatos.

6. Prognóstico:
- Cura em >95% dos casos com cirurgia.
- Redução do risco de fraturas e cálculos renais.

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10
Q

Homem de 43 anos apresenta quadro de febre intermitente e perda de peso (5 kg) nas últimas semanas, evoluindo com tosse, fraqueza e desorientação nos últimos dias. Ele tem histórico de infecção pelo HIV e SIDA/AIDS, além de infecção pelo complexo de micobactéria disseminado. Ao exame físico: confuso e desorientado; PA: 101 x 58 mmHg; FC: 90 bpm; FR: 22 ipm; T: 38,4 oC. Exames séricos: cálcio: 11,9
mg/dL, fósforo 2 mg/dL e albumina: 2,0 g/dL. A causa mais provável da hipercalcemia é:

A

Hipercalcemia por Doenças Granulomatosas

1. Definição:
- Hipercalcemia causada pela produção excessiva de 1,25(OH)₂D (calcitriol) por macrófagos ativados que produzem 1 a hidroxilase em doenças granulomatosas.
- Aumento da absorção intestinal de cálcio independente do PTH.

2. Causas Principais:
- Sarcoidose (mais comum).
- Tuberculose.
- Hanseníase.
- Histoplasmose, coccidioidomicose.
- Beriliose.
- Doença de Crohn (formas granulomatosas).

3. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipercalcemia crônica leve a moderada.
- Sintomas inespecíficos: fadiga, fraqueza, poliúria, constipação.
- Cálculo renal (nefrolitíase).
- Hipofosfatemia leve ou normal.

4. Diagnóstico:
- Cálcio sérico aumentado (>10,5 mg/dL).
- PTH suprimido (PTH baixo ou indetectável).
- 1,25(OH)₂D aumentado (diferencia de hipercalcemia por hiperparatireoidismo).
- Calciúria elevada.
- Imagem: TC de tórax pode revelar linfonodomegalia hilar (sarcoidose).

5. Tratamento:
- Hidratação vigorosa (soro fisiológico 0,9%).
- Corticosteroides (prednisona 20-40 mg/dia) – reduz produção de calcitriol pelos macrófagos.
- Bisfosfonatos (se hipercalcemia grave ou recorrente).
- Tratar doença de base (sarcoidose, tuberculose, etc.).

6. Prognóstico:
- Responde bem a corticoterapia.
- Hipercalcemia pode recorrer se a doença granulomatosa persistir.

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11
Q

Paciente do sexo feminino, 45 anos, com história de perda de peso, aumento de apetite, palpitação, sudorese, tremores de extremidades e protusão ocular há 6 meses. Há 1 semana com febre, tosse produtiva e piora do estado geral. Foi trazida ao pronto-socorro pelos familiares. Na ocasião apresentava-se torpo- rosa, desidratada, febril (38°C), taquicárdica (frequência cardíaca = 130 bpm), sudorética, pressão arterial 90/50 mmHg e com perfusão periférica insatisfatória. Após a reposição volêmica e antibioticoterapia,

A

Crise Tireotóxica (Tempestade Tireoidea)

1. Definição:
- Emergência endócrina grave causada por uma exacerbação da tireotoxicose.
- Risco alto de insuficiência multiorgânica e óbito.

2. Fatores Desencadeantes:
- Infecções (pneumonia, sepse).
- Cirurgia ou trauma.
- Suspensão abrupta de antitireoidianos.
- Iodo excessivo (contraste, amiodarona).
- Cetoacidose diabética, AVC, IAM.

3. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipertermia (>39°C).
- Taquicardia grave / FA de alta resposta.
- Hipertensão seguida de choque.
- Agitação, delírio, coma.
- Insuficiência hepática (icterícia, aumento de TGO/TGP).
- Diarreia intensa, náuseas, vômitos.

4. Diagnóstico:
- Critérios de Burch-Wartofsky (≥45 pontos = alta probabilidade).
- TSH muito baixo + T4/T3 muito elevados.
- Leucocitose, hiperglicemia, acidose metabólica.

5. Tratamento: (4 Bs - Block, Block, Block, Block & Support)
1️⃣ Beta-bloqueador (propranolol) – controla taquicardia.
2️⃣ Bloqueio da síntese (PTU ou metimazol) – inibir produção hormonal.
3️⃣ Bloqueio da liberação (iodeto de potássio após PTU) – impede liberação de T3/T4.
4️⃣ Bloqueio periférico (corticosteroides - hidrocortisona) – reduz conversão de T4 em T3.
💧 Suporte intensivo: Hidratação, controle de febre, suporte ventilatório.

6. Prognóstico:
- Alta mortalidade sem tratamento imediato.
- Sucesso do manejo depende do controle precoce da tireotoxicose e suporte intensivo.

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12
Q

Homem, 77a, deu entrada na unidade de emergência com náuseas, vômitos e rebaixamento do nível de consciência há cinco dias. Perdeu oito quilos nos últimos três meses. Antecedentes pessoais: etilista ativo e hipertenso em tratamento com anlodipina. Exame físico: regular estado geral, torporoso, desidratado (+2/4). Exames laboratoriais: hemoglobina=10,2g/dL, leucócitos=9200/mm3, plaquetas=155.000/mm3, ureia=122mg/dL, creatinina=2,2mg/dL, cálcio sérico=14mg/dL. Tomografia de abdome sem contraste:
adenomegalias intra-abdominais e peri- aórticas. Realizada biópsia de gânglio intra-abdominal: granulomas de células epitelióides e gigantes do tipo Langerhans, com corpos de Schaumann.

A

Sarcoidose

1. Definição:
- Doença inflamatória granulomatosa sistêmica de causa desconhecida.
- Acomete múltiplos órgãos, com predomínio pulmonar e linfonodal.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Assintomática (em 50% dos casos).
- Pulmão: Tosse seca, dispneia, linfonodomegalia hilar bilateral.
- Pele: Eritema nodoso, lúpus pernio.
- Olhos: Uveíte anterior.
- Sistema nervoso: Paralisia do nervo facial, neurossarcoidose.
- Hipercalcemia (ativação do metabolismo da vitamina D pelos macrófagos).

3. Diagnóstico:
- Radiografia/TC de tórax: Linfonodomegalia hilar bilateral, infiltrado intersticial.
- ECA (enzima conversora de angiotensina) aumentada.
- Biópsia: Granulomas não caseosos (pulmão, pele, linfonodos).

4. Tratamento:
- Assintomáticos: Apenas acompanhamento.
- Sintomáticos ou acometimento grave: Corticoides sistêmicos (prednisona).
- Refratários: Imunossupressores (metotrexato, azatioprina).

5. Prognóstico:
- Pode remitir espontaneamente.
- Casos graves podem evoluir para fibrose pulmonar.

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13
Q

Mulher, 35 anos de idade, procura a Unidade Básica de Saúde (UBS) com queixa de hipertensão arterial, recentemente diagnosticada durante emergência hipertensiva. Relata história de pressão alta na família. Queixa-se de fraqueza muscular, parestesia e fadiga persistente, há alguns meses. Relatório de alta da internação recente refere que ela deu entrada por edema agudo de pulmão, com PA:
200x100mmHg.

A

Hiperaldosteronismo Primário (Síndrome de Conn)

1. Definição:
Excesso de aldosterona independente do eixo renina-angiotensina, levando a hipertensão arterial resistente, hipocalemia e alcalose metabólica.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Hipertensão arterial resistente (↑ PA refratária a ≥3 anti-hipertensivos).
- Hipocalemia → Fraqueza muscular, cãibras, poliúria, alcalose metabólica.
- Ausência de edema (ação natriurética compensatória).

3. Diagnóstico:
- Razão aldosterona/atividade de renina plasmática (ARP) > 30 → Screening inicial.
- Teste confirmatório: Supressão com infusão salina (aldosterona ≥ 10 ng/dL confirma).
- TC de abdome: Para diferenciar adenoma adrenal (unilateral) de hiperplasia adrenal bilateral.
- Cateterismo de veias suprarrenais (se cirurgia planejada).

4. Tratamento:
Adenoma unilateral → Adrenalectomia.
Hiperplasia bilateral → Espironolactona ou Eplerenona (antagonistas da aldosterona).

5. Prognóstico:
Se tratado precocemente, há redução da PA e menor risco cardiovascular. 🚀

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14
Q

Homem, 66 anos de idade, dá entrada no Pronto-Socorro, trazido por familiares, por confusão mental. Mora sozinho e os familiares não sabem informar sobre os antecedentes médicos, nem há quanto tempo iniciou o quadro.
Ao exame físico, apresenta-se em regular estado geral, emagrecido, desorientado, Glasgow de 12, com PA:96×62mmHg, FC: 100bpm, T.
axilar: 37,9°C, SatO2: 94%. Ausculta cardíaca sem alterações. Ausculta respiratória com murmúrios vesiculares bem distribuídos, com estertores crepitantes em base direita. Exame abdominal sem achados. Realizados exames laboratoriais com Hb: 10g/dL, Leucócitos:
8000céls/mm3, com 2% de bastões. Na: 126mEq/L, K: 4,2mEq/L, glicemia: 1450mg/dL. Sumário de urina com glicose 3+ e ausência de
corpos cetônicos.

A

Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH)

  1. Definição
    Complicação grave do DM2 com hiperglicemia extrema (>600 mg/dL), hiperosmolaridade (>320 mOsm/kg) e desidratação severa, sem cetoacidose significativa.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Poliúria, polidipsia, desidratação intensa
    - Alteração do nível de consciência
    - Hipotensão, taquicardia
    - Ausência de cetonemia significativa
  3. Tratamento
    - Reposição volêmica inicial (SF 0,9% até euvolemia)
    - Insulina IV (0,1 U/kg/h) se K+ entre 3,3-5,3 mEq/L e diurese presente
    - Reposição de potássio (20-40 mEq/L se K+ < 5,3)
    - Trocar para SG 5% quando glicemia 200-250 mg/dL
  4. Monitorização
    - Glicemia capilar (1/1h), eletrólitos e osmolaridade (2/2h)
    - Redução da glicemia alvo: 50-70 mg/dL/h
  5. Critérios de Resolução
    - Osmolaridade < 315 mOsm/kg
    - Glicemia < 250 mg/dL
    - Reversão do estado mental
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