CARDIO Flashcards

1
Q

Um jovem de 20 anos de idade é atendido no pronto atendimento com mal estar geral, artralgias e febre alta há 5 dias. Refere uso esporádico de cocaína endovenosa. Exame físico: consciente, orientado, acianótico, pálido +/4+, PA= 100 x 60 mmHg. FC= 108 bpm. FR=
24 irpm. Temperatura axilar= 38,5°C. Na ausculta cardíaca presença de protossistólico, que aumenta de intensidade com a inspiração. O diagnóstico provável é

A

Endocardite Infecciosa (EI)

1. Definição:
- Infecção do endocárdio e válvulas cardíacas, geralmente causada por bactérias (S. aureus, Streptococcus viridans, Enterococcus).

2. Fatores de Risco:
- Doença valvar prévia (próteses, valvopatia reumática).
- Procedimentos invasivos (cateteres, cirurgias, drogas injetáveis).
- Imunossupressão (diabetes, transplantes).

3. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Febre persistente + sopro cardíaco novo ou alterado.
- Manifestações embólicas: AVE, embolia pulmonar, isquemia periférica.
- Manifestações imunológicas:
- Nódulos de Osler (dolorosos, nas extremidades).
- Manchas de Janeway (indolores, nas palmas e plantas).
- Hemorragias em lascas (unhas).
- Glomerulonefrite (hematúria, insuficiência renal).

4. Diagnóstico:
- Critérios de Duke modificados:
- Principais: Hemoculturas positivas + evidência de acometimento endocárdico (ECO com vegetação).
- Menores: Febre, fenômenos embólicos, fenômenos imunológicos, predisposição.
- Diagnóstico: 2 critérios principais ou 1 principal + 3 menores.

5. Tratamento:
- Antibioticoterapia empírica IV >Valva nativa ou prótese tardia (> ou = 12 meses):
-Ampicilina + Oxacilina por 4 a 6 semanas + Gentamicina por 2 semanas
>Prótese precoce ou nosocomial:
- Vancomicina + Gentamicina + Rifampicina EV ou VO por 6 semanas
- Cirurgia indicada se:
- Insuficiência cardíaca grave.
- Abscesso miocárdico ou vegetação grande (>10 mm).
- Infecção persistente apesar do tratamento.

6. Profilaxia:
- Antes de procedimentos odontológicos em alto risco: Amoxicilina 2g VO 1h antes.

7. Prognóstico:
- Mortalidade alta sem tratamento adequado.
- Complicações incluem embolia séptica, insuficiência valvar e abscessos cardíacos.

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2
Q

Caso Clínico – Miocardite

Homem, 28 anos, previamente saudável, com dispneia progressiva, fadiga e palpitações há 5 dias, associadas a dor torácica pleurítica que melhora ao sentar-se. Relata infecção viral prévia (síndrome gripal há 10 dias). Exame físico: taquicardia sinusal (FC 110 bpm), B3, estertores pulmonares leves e discreto edema de MMII.
ECG mostra taquicardia sinusal e supradesnivelamento difuso de ST. Troponina elevada (1500 ng/L), BNP aumentado, leucocitose linfocítica. Ecocardiograma revela hipocinesia difusa e FEVE 40%. Ressonância magnética confirma realce tardio subepicárdico.

A

Miocardite

1. Definição:
- Inflamação do músculo cardíaco por infecção viral, autoimunidade ou toxinas, podendo levar a disfunção ventricular.

2. Causas:
- Viral (Coxsackie B, Parvovírus B19, Influenza).
- Bacteriana, fúngica, Chagas, HIV.
- Autoimune (LES, vasculites).
- Tóxica (antraciclinas, cocaína).

3. Quadro Clínico (Palavras-chave):
- Dor torácica tipo pericardítica (piora ao deitar, melhora ao sentar).
- Dispneia, fadiga, palpitações.
- Sinais de insuficiência cardíaca (edema, estertores pulmonares).
- Arritmias e morte súbita em casos graves.

4. Diagnóstico:
- ECG: Alterações inespecíficas, supradesnivelamento de ST difuso.
- Troponina elevada, BNP aumentado.
- Ecocardiograma: Disfunção ventricular (FEVE reduzida).
- Ressonância cardíaca: Realce tardio subepicárdico (padrão-ouro).

5. Tratamento:
- Suporte clínico, repouso.
- IECA/ARA-II e betabloqueadores se disfunção ventricular.
- Evitar AINEs e atividade física intensa.

6. Prognóstico:
- Casos leves melhoram em semanas.
- Formas graves podem evoluir para miocardiopatia dilatada.

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3
Q

Homem de 35 anos de idade, usuário de cocaína, é trazido por familiares ao pronto socorro (PS) após tentar agredir sua mãe. Ele consumiu cerca de 4 “pinos” de cocaína algumas horas antes. Na admissão, apresenta-se com roupas rasgadas e sujas, escoriaçõespelos braços, ideias persecutórias e agride com palavras e com pontapés a equipe de saúde e o segurança do PS. Evoluiu com dor torácica e com alteração no ECG,

A

Síndrome Coronariana Aguda (SCA) Secundária ao Uso de Cocaína

1. Definição:
Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou angina instável induzidos pelo efeito da cocaína, que provoca vasoespasmo coronariano, aumento da demanda miocárdica de oxigênio e eventualmente trombose.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Dor torácica típica em jovem sem fatores de risco coronariano clássicos.
- Uso recente de cocaína (relatado ou detectado em exame toxicológico).
- Hipertensão, taquicardia, sudorese, ansiedade e midríase.
- ECG: Supra ou infra de ST, ou alterações difusas (vasoespasmo transitório).

3. Diagnóstico:
- Troponina + ECG para detecção de isquemia miocárdica.
- Ecocardiograma: Avaliação de disfunção ventricular ou alterações segmentares.
- Angiografia coronariana: Pode demonstrar coronárias sem lesões obstrutivas (vasoespasmo puro) ou aterotrombose associada.

4. Tratamento:
🚨 DIFERENTE DO IAM CLÁSSICO! 🚨
- Benzodiazepínicos (diazepam, lorazepam) → Reduzem hiperatividade simpática e dor.
- Nitratos e bloqueadores de canal de cálcio (BCC) → Vasodilatação coronariana (Diltiazem / Verapamil).
- Evitar betabloqueadores! (podem agravar vasoespasmo por ação alfa-adrenérgica não bloqueada).
- Antiplaquetários e anticoagulação se suspeita de trombose coronariana.

5. Prognóstico:
Depende do grau de lesão miocárdica e recidiva do uso de cocaína. Alto risco de recorrência se não houver cessação do uso da droga! 🚨

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4
Q

Mulher de 25 anos de idade refere, há 40 minutos, palpitações e mal-estar após discussão familiar. Nega dor torácica, síncope, dispneia. Relata dois episódios prévios de palpitações. Nega comorbidades. No pronto-socorro, foi diagnosticada com taquiarritmia supraventricular estável. Realizou manobra de Valsalva modificada sem melhora do sintoma e realizou adenosina endovenosa, evoluindo com PCR em fibrilação ventricular (FV) que foi revertida após desfibrilação.

A

Fibrilação Atrial com Pré-Excitação (FA + WPW)

1. Definição:
Arritmia grave onde a fibrilação atrial ocorre em um paciente com síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), levando a condução rápida para os ventrículos por vias acessórias, com risco de fibrilação ventricular e parada cardíaca.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Palpitações + Síncope em jovem sem cardiopatia estrutural.
- FC extremamente alta (>250-300 bpm).
- Pulso irregularmente irregular com complexos QRS largos e variáveis.
- Instabilidade hemodinâmica pode ocorrer rapidamente.

3. ECG Característico:
- QRS irregular e largo com variação da morfologia.
- Ausência de padrão de resposta nodal (não segue o NAV).
- Pode evoluir para FV rapidamente!

4. Tratamento (⚠️ CUIDADO! 🚨 EVITAR BLOQUEIO DO NÓ AV!)
🚨 Contraindicado: Bloqueadores de nó AV (betabloqueadores, digoxina, bloqueadores de canal de cálcio não diidropiridínicos – verapamil, diltiazem, adenosina). → Podem favorecer condução pela via acessória e precipitar FV!

Conduta em paciente instável:
- 🚑 Cardioversão elétrica sincronizada IMEDIATA! (50-100J)

Conduta em paciente estável:
- Procainamida IV ou Ibutilida IV para conversão química.
- Ablação da via acessória (tratamento definitivo).

5. Prognóstico:
Risco de morte súbita se não tratado adequadamente! Ablação por cateter é curativa e recomendada para prevenir recorrências. 🚨

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5
Q

Paciente com 72 anos de idade, história de DPOC tabágico e hipertensão arterial, em uso de losartana 50mg a cada 12 horas e anlodipino 5mg ao dia dá entrada no pronto socorro por palpitação com início há 3 horas. Ao exame apresenta pressão arterial de 118/78 mmHg,
FC=148 bpm, FR=22 ipm, Sat 02=94% em ar ambiente, com bulhas cardíacas arrítmicas, ausculta pulmonar com redução difusa de murmúrio vesicular. ECG apresenta complexo QRS estreito, presença de ondas P com várias morfologias identificáveis precedendo cada QRS.

A

Taquicardia Atrial Multifocal (TAM)

1. Definição:
Arritmia supraventricular caracterizada por múltiplos focos ectópicos atriais resultando em ritmo irregular com ≥ 3 morfologias diferentes de onda P no ECG.

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
- Idosos, pacientes com DPOC (associação clássica).
- Palpitações, dispneia, tontura.
- Descompensação de doença pulmonar crônica.

3. Diagnóstico:
- ECG:
- Frequência cardíaca > 100 bpm.
- P ≥ 3 morfologias diferentes.
- Intervalos PR variáveis, ritmo irregular (semelhante à FA).

4. Tratamento:
- Tratar a causa base (DPOC, insuficiência cardíaca, hipoxemia).
- Controle de frequência: Beta-bloqueadores (se não houver DPOC grave) ou bloqueadores de canal de cálcio (verapamil/diltiazem).
- Evitar antiarrítmicos da classe Ic e amiodarona (ineficazes e potencialmente deletérios).

5. Prognóstico:
- Depende da causa subjacente.
- Melhora com o tratamento da doença de base.

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6
Q

Homem de 66 anos apresenta quadro súbito de dor torácica subesternal há 3 dias. Seus sintomas aumentaram e diminuíram em um período de 3 horas e depois cederam espontaneamente. Hoje, ele começou a sentir falta de ar progressiva, com sintomas ocorrendo em repouso. Seu histórico médico é significativo para hipertensão e hiperlipidemia, em uso de hidroclorotiazida, atenolol e atorvastatina. Ao exame físico: ele parece angustiado; afebril; PA: 95 × 50 mmHg; FC: 115 bpm; FR: 24 ipm; SatO2 : 90% com 4 litros de oxigênio por cateter
nasal; turgência venosa jugular; pulmonar: crepitações bilaterais; cardíaco: sopro sistólico inicial suave, com 3a bulha (B3) audível na área apical; sopro diastólico precoce está presente. ECG: ondas Q significativas nas derivações inferolaterais com segmentos ST elevados. Uma radiografia de tórax confirma a presença de insuficiência cardíaca com cardiomegalia e edema pulmonar bilateral. O diagnóstico mais provável é:

A

Insuficiência Mitral (IM)

1. Definição:
Regurgitação de sangue do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo devido à disfunção da válvula mitral. Pode ser aguda (ruptura de cordoalha, endocardite, IAM) ou crônica (degeneração mixomatosa, febre reumática, cardiomiopatia dilatada).

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
IM Aguda: Edema agudo de pulmão, dispneia intensa, choque cardiogênico
IM Crônica: Dispneia progressiva, fadiga, palpitações, sopro holossistólico

3. Sopro Característico:
Sopro holossistólico (pansistólico) no foco mitral (5º EIC, linha hemiclavicular esquerda)
Irradiação: Para axila
Melhora com: Valsalva (se prolapso mitral)
Piora com: Handgrip (aumenta a pós-carga, intensificando a regurgitação)
B1 hipofonética (fechamento valvar mitral comprometido)

4. Exame Diagnóstico:
Ecocardiograma Doppler: Confirma refluxo mitral, avalia severidade e impacto hemodinâmico
ECG: Sobrecarga atrial esquerda, possível FA
RX de tórax: Aumento do átrio esquerdo e congestão pulmonar na forma crônica

5. Tratamento:
IM Aguda Grave: Cirurgia de emergência (reparo ou troca valvar) + suporte com vasodilatadores (nitroprussiato) e diuréticos
IM Crônica:
- Assintomáticos e FEVE > 60%: Observação clínica
- Sintomáticos ou FEVE ≤ 60%: Cirurgia (plastia ou troca valvar)
- Controle clínico: Betabloqueadores, diuréticos, anticoagulação se FA

6. Prognóstico:
Depende da gravidade e tempo de intervenção; melhor evolução com reparo valvar precoce.

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7
Q

Um homem de 40 anos, sem comorbidades, comparece ao pronto-socorro (PS) devido à dor torácica de início súbito há 24h. Ele refere que a dor ocorre em pontadas, de forma intermitente, em região de borda esternal esquerda, entre 3° e 4° arco costal. Ao exame, a dor é reprodutível à palpação e piora com movimento do braço esquerdo. O paciente relata que seu pai e avô paterno faleceram por infarto agudo do miocárdio entre 50 e 60 anos, por isso ficou bastante preocupado. Diante do quadro desse paciente, assinale a conduta mais adequada:

A

Síndrome de Tietze

1. Definição:
Inflamação benigna das cartilagens costocondrais, mais comum nas primeiras costelas (costocondrite localizada e dolorosa).

2. Quadro Clínico (palavras-chave):
✅ Dor torácica localizada na junção costocondral
Agravada por movimentos e palpação
Edema e tumefação sobre a cartilagem afetada (diferencial da costocondrite, que não tem edema)
Sem sintomas sistêmicos (febre, dispneia)

3. Exame Diagnóstico:
✅ Diagnóstico clínico (excluir causas cardíacas e pulmonares)
✅ Exames complementares normais (ECG, RX de tórax para exclusão de DDx)

4. Tratamento:
Analgésicos e anti-inflamatórios (AINEs)
Compressas quentes e repouso relativo
Infiltração com corticoide se dor intensa e refratária

5. Prognóstico:
Autolimitado, melhora em semanas a meses sem sequelas

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8
Q

Paciente internado em unidade coronariana após infarto agudo do miocárdio com supra ST em parede anterior. No 4o dia após o evento, iniciou quadro de dispneia importante e rapidamente progressiva, associada a hipotensão. Ao exame físico, era possível notar ainda estase jugular e hipofonese de bulhas. Realizado eletrocardiograma, demonstrado abaixo.

A

Rotura da Parede Livre do Miocárdio

  1. Definição
    Complicação mecânica grave do infarto agudo do miocárdio (IAM), caracterizada pela ruptura da parede ventricular, levando a hemopericárdio e tamponamento cardíaco.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Dor torácica intensa e recorrente após IAM
    - Hipotensão súbita e choque cardiogênico
    - Pulso paradoxal
    - Turgência jugular (sugere tamponamento)
    - Desenvolvimento abrupto de dissociação eletromecânica (ECG com ritmo, mas sem pulso)
  3. Exame Diagnóstico
    - Ecocardiograma transtorácico (ou transesofágico se necessário): Derrame pericárdico com sinais de tamponamento e possível fluxo de extravasamento de sangue
    - ECG: Pode mostrar sinais de pericardite (alternância elétrica se tamponamento) ou dissociação eletromecânica
    - Laboratório: Elevação de marcadores de necrose miocárdica se IAM recente
  4. Tratamento
    - Conduta emergencial: Pericardiocentese para alívio temporário do tamponamento
    - Correção definitiva: Cirurgia de urgência com reparo da ruptura e possível suporte circulatório (ECMO)
  5. Prognóstico
    - Alta mortalidade sem intervenção imediata
    - Prognóstico reservado, mesmo com cirurgia
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9
Q

Um homem de 64 anos de idade, com história de infarto agudo do miocárdio extenso em parede anterior, com colocação de stent farmacológico há seis semanas, retornou ao consultório médico com queixa de dor precordial, em opressão, ventilatório-dependente, melhorando com decúbito. Refere uso correto de medicações. Ao exame: PA de 120 × 70 mmHg, bilateral; FC de 61 bpm; FR de 21 ipm;
temperatura de 38,6 oC; BRNF em 2T, sem sopros audíveis; presença de atrito pericárdico e pleural, sem edemas. No exame laboratorial:
hemoglobina 14,8 mg/dL; leucócitos 10.200; plaquetas 420.000; troponina < 0,001; PCR 19; e VHS 50 mm/h.

A

Síndrome de Dressler

  1. Definição
    Resposta autoimune tardia à lesão miocárdica (infarto do miocárdio, cirurgia cardíaca ou trauma), levando a pericardite pós-infarto associada a inflamação sistêmica.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Febre baixa
    - Dor torácica pleurítica (melhora ao inclinar-se para frente)
    - Dispneia
    - Atrito pericárdico
    - Derrame pericárdico e/ou pleural
  3. Exame Diagnóstico
    - ECG: Supra de ST difuso e infradesnível de PR (achados inespecíficos)
    - Ecocardiograma: Derrame pericárdico
    - PCR e VHS elevados
  4. Tratamento
    - AINEs (ibuprofeno, aspirina)
    - Colchicina (reduz recorrência)
    - Corticosteroides (casos refratários)
  5. Prognóstico
    - Bom com tratamento adequado, mas risco de recorrência se suspensão precoce da terapia.
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10
Q

Homem, 36 anos, queixa se de precordialgia em queimação aos moderados esforços há 3 meses associado a dispneia que melhoram com repouso. Refere episódios de palpitações taquicárdicas esporádicas. Nega comorbidades e vícios, não faz uso de medicações. No exame físico apresenta sopro mesossistólico ejetivo em borda esternal esquerda 4+/6+ que se intensifica com a manobra de Valsalva.
Eletrocardiograma com sobrecarga de câmaras esquerdas. Durante a investigação realizou cateterismo cardíaco a figura mostra as curvas de pressão obtidas. Qual a principal hipótese diagnóstica?

A

Cardiomiopatia Hipertrófica

  1. Definição
    Doença genética autossômica dominante caracterizada por hipertrofia ventricular esquerda desproporcional, sem causa aparente (exemplo: hipertensão ou estenose aórtica), associada a disfunção diastólica e risco de morte súbita.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Dispneia aos esforços
    - Angina
    - Síncope (sobretudo em exercício)
    - Palpitações (arritmias ventriculares)
    - Morte súbita em jovens atletas
    - Sopro sistólico ejetivo que aumenta com Valsalva e ortostatismo
  3. Exame Diagnóstico
    - ECG: Onda R aumentada em V5-V6, ondas Q patológicas, inversão de onda T
    - Ecocardiograma: Hipertrofia septal assimétrica, obstrução da via de saída do VE
    - Teste genético: Identificação de mutação (genes sarcoméricos como MYH7 e MYBPC3)
  4. Tratamento
    - Betabloqueadores (primeira linha)
    - Verapamil (se contraindicação a betabloqueadores)
    - Desfibrilador implantável (CDI) se alto risco de morte súbita
    - Miectomia septal ou ablação alcoólica em casos graves
  5. Prognóstico
    - Variável; risco aumentado de morte súbita, especialmente em atletas e pacientes com antecedentes de arritmias malignas.
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11
Q

Mulher, 56 anos de idade, apresenta dispneia aos esforços há 10 meses. Refere ter sopro cardíaco, sem outros antecedentes. O pai foi submetido a correção de aneurisma da aorta. Exame Físico: PA = 148/68 mmHg, FC = 80 bpm; bulhas normofonéticas com ritmo regular, sopro sistólico em crescendo-decrescendo na borda paraesternal direita alta. O sopro decresce de intensidade com a manobra de Valsalva e aumenta com elevação das pernas. Ausculta-se também um sopro diastólico 2+/4 na borda esternal esquerda alta. Qual é o diagnóstico mais provável?

A

Valva Aórtica Bicúspide

  1. Definição
    Doença congênita mais comum da valva aórtica, caracterizada por fusão de duas cúspides em vez de três, predispondo a estenose, insuficiência aórtica e dilatação da aorta.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Assintomático na infância e juventude
    - Sopro sistólico ejetivo em foco aórtico (se estenose)
    - Sopro diastólico aspirativo (se insuficiência aórtica)
    - Dispneia aos esforços, síncope, angina (quando complicações surgem)
    - Dilatação da aorta ascendente, risco de dissecção aórtica
  3. Exame Diagnóstico
    - Ecocardiograma transtorácico: Confirma anatomia bicúspide e avalia função valvar
    - ECG: Hipertrofia ventricular esquerda (se estenose avançada)
    - Ressonância ou TC de aorta: Avaliação de dilatação da aorta
  4. Tratamento
    - Acompanhamento clínico regular (se assintomático)
    - Substituição valvar (se estenose ou insuficiência severa)
    - Controle da PA com betabloqueadores (se dilatação aórtica)
    - Cirurgia de aorta (se aneurisma > 5,5 cm ou crescimento rápido)
  5. Prognóstico
    - Bom com acompanhamento adequado; risco de complicações como estenose, insuficiência e dissecção aórtica ao longo da vida.
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12
Q

Paciente de 32 anos, sexo masculino, fisicamente ativo, sem comorbidades conhecidas e acompanhamento médico regular. História familiar: pai hipertenso, diabético, com doença arterial coronariana conhecida. Sem outro histórico relevante. Relata em consulta que há meses apresenta dor retroesternal, em aperto, com duração de 10 minutos, quando atinge velocidade de 10km/h na esteira, com alívio após 5 minutos de repouso. Refere dor esporádica em repouso. Após extensa investigação, realiza o seguinte exame:

A

Ponte Miocárdica

  1. Definição
    Anomalia congênita na qual um segmento da artéria coronária (geralmente a descendente anterior) passa por dentro do miocárdio, sofrendo compressão sistólica.
  2. Quadro Clínico (palavras-chave)
    - Assintomático na maioria dos casos
    - Angina aos esforços (especialmente em taquicardia)
    - Isquemia miocárdica episódica
    - Arritmias ventriculares e morte súbita (raros casos graves)
  3. Exame Diagnóstico
    - Angiografia coronariana: Estreitamento dinâmico da artéria durante a sístole (“milking effect”)
    - Angiotomografia ou Ressonância cardíaca: Confirma anatomia da ponte miocárdica
    - Teste ergométrico ou cintilografia: Avaliação de isquemia induzida
  4. Tratamento
    - Betabloqueadores ou bloqueadores de canal de cálcio (redução da frequência cardíaca e compressão)
    - Evitar nitratos (podem piorar a compressão)
    - Cirurgia ou angioplastia com stent (casos refratários e sintomáticos graves)
  5. Prognóstico
    - Geralmente benigno, com bom controle sintomático; complicações graves são raras.
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