Hanseniase Flashcards

1
Q

Onde o Mycobacterium leprae se replica preferencialmente?

A

Em macrófagos e células de Schwann.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Como os bacilos de Mycobacterium leprae podem ser visualizados na microscopia?

A

Isolados ou agrupados em “globias”.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Qual lipídio específico da cápsula do Mycobacterium leprae tem importância clínica? Explique

A

Glicolipídio fenólico 1 (PGL-1), pois é a molécula que permite a entrada do Mycobacterium leprae nos nervos periféricos ao interagir com Laminina alfa-2 da membrana basal da célula de Schwann.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Por que a hanseníase apresenta um tempo de incubação prolongado? Quais, o tempo de incubação do bacilo?

A

Devido ao crescimento lento do M. leprae (12 a 14 dias por ciclo).
Média de 5 anos, podendo ser de 1 a 20a

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Como a distribuição geográfica da hanseníase varia no Brasil?

A

Maior concentração nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; menor número de casos no Sul e Sudeste.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Qual sexo é mais acometido pela hanseníase e por quê?

A

Masculino, devido à maior exposição ao bacilo e à demora na busca por atendimento médico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Qual tipo de imunidade é mais eficaz contra o Mycobacterium leprae?

A

Imunidade celular (polo Th1).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Como a imunidade celular (Th1) controla a infecção pelo Mycobacterium leprae?

A

Ativação de macrófagos que formam granulomas e impedem a disseminação da doença.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Qual a consequência do predomínio da imunidade celular (Th1) na hanseníase?

A

Cura espontânea ou doença localizada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Por que a imunidade humoral (Th2) não é eficaz contra o Mycobacterium leprae?

A

Produz anticorpos (hipergamaglobulinemia), mas não ativa macrófagos para formar granulomas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual a consequência do predomínio da imunidade humoral (Th2) na hanseníase?

A

Doença disseminada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Qual tipo de hanseníase está associado à intensa imunidade celular (Th1)?

A

Hanseníase tuberculoide (TT).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Qual tipo de hanseníase está associado à intensa imunidade humoral (Th2)?

A

Hanseníase virchowiana (VV).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

O que caracteriza a hanseníase dimorfa (DD)?

A

Imunidade intermediária entre os polos Th1 e Th2.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Quais são as subdivisões da hanseníase dimorfa (DD) e como se diferenciam?

A

Dimorfo-tuberculoide (DT), com predomínio de imunidade celular, e dimorfo-virchowiano (DV), com predomínio de imunidade humoral.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

A forma lepromatosa da hanseníase corresponde a qual tipo da doença?

A

Hanseníase virchowiana (VV).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Quais citocinas estão associadas à imunidade celular (Th1) na hanseníase?

A

IL-12, IL-2, TNF-alfa e interferon-gama.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Quais citocinas estão associadas à imunidade humoral (Th2) na hanseníase?

A

IL-4 e IL-10.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Qual é a ordem da perda de sensibilidade em uma lesão de hanseníase?

A

Térmica (Calor), Dolorosa, Tátil. (Ordem alfabética: C, D, T).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Qual é o termo médico para a perda progressiva de cílios e supercílios na hanseníase?

A

Madarose.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

O que caracteriza a fáscies leonina na hanseníase virchowiana?

A

Infiltração da face e do pavilhão auricular, madarose e preservação dos cabelos do couro cabeludo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Qual padrão de acometimento neural ocorre na hanseníase virchowiana?

A

Comprometimento difuso e simétrico dos troncos nervosos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Quais são os principais achados clínicos neurológicos na hanseníase virchowiana?

A

Espessamento difuso dos troncos nervosos e anestesia em ‘luva’ e ‘bota’.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O que significa o termo “anestesia em luva e em bota” na hanseníase virchowiana?

A

Perda sensitiva simétrica nos membros superiores e inferiores, lembrando o formato de luvas e botas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Quem são os transmissores da hanseníase?
Apenas os doentes bacilíferos.
26
Qual a principal via de eliminação e contágio do Mycobacterium leprae? Como ocorre a transmissão?
Via aérea superior. A transmissão ocorre com contato prolongado.
27
Além da via aérea, quais outras formas menos importantes de eliminação do bacilo?
Áreas da pele e mucosas erosadas.
28
O que geralmente ocorre quando um indivíduo é infectado pelo Mycobacterium leprae?
Cura espontânea, devido à baixa patogenicidade da bactéria.
29
Qual a forma inicial da hanseníase?
Hanseníase indeterminada (MHI).
30
Qual o desfecho mais comum dos pacientes com hanseníase indeterminada (MHI)?
Cura espontânea em 70% dos casos.
31
O que pode ocorrer nos 30% dos pacientes com hanseníase indeterminada que não apresentam cura espontânea?
Evolução para hanseníase tuberculoide (TT), virchowiana (VV) ou formas dimorfas (DD).
32
Quais são as principais características clínicas da hanseníase indeterminada (MHI)?
Máculas hipocrômicas, distúrbio de sensibilidade, hipohidrose, alteração vasomotora, bordas mal delimitadas e ausência de espessamento neural.
33
Como a hanseníase indeterminada (MHI) pode evoluir conforme o teste de Mitsuda?
Mitsuda positivo: evolução para cura espontânea ou polo tuberculoide. Mitsuda negativo: evolução para polo virchowiano.
34
Do ponto de vista histopatológico, o que é encontrado na hanseníase indeterminada (MHI)?
Infiltrado linfohistiocitário ao redor de vasos e nervos, sem bacilos na baciloscopia ou na biópsia.
35
Quais são os principais diagnósticos diferenciais da hanseníase indeterminada (MHI)?
Pitiríase versicolor, vitiligo, pitiríase alba, nevo acrômico, entre outras.
36
Qual achado clínico diferencia a hanseníase indeterminada (MHI) de outras dermatoses hipocrômicas?
Presença de distúrbio de sensibilidade.
37
Quais são as principais características clínicas da hanseníase tuberculoide (TT)?
Placas eritematosas ou acastanhadas, bem delimitadas, anulares, circulares ou geográficas, geralmente únicas ou em pequenas quantidades, assimétricas, com possível alopecia e espessamento de pequenos nervos ('lesão em raquete').
38
Como se distribuem as lesões na hanseníase tuberculoide (TT)?
De forma localizada e com padrão de acometimento dos troncos nervosos Precoce, agressivo e assimétrico.
39
Por que há intensa alteração de sensibilidade nas lesões da hanseníase tuberculoide (TT)?
Devido à agressão imunológica aos nervos, sendo mais acentuada nos pacientes com maior imunidade celular.
40
Quais são as principais consequências do acometimento neural na hanseníase tuberculoide?
Alterações sensitivas, motoras e autonômicas, podendo levar a paresias, amiotrofias, retrações tendíneas e fixações articulares.
41
Qual exame imunológico é positivo nos pacientes com hanseníase tuberculoide?
Teste de Mitsuda.
42
Qual o resultado esperado da baciloscopia na hanseníase tuberculoide?
Negativa.
43
Qual achado histopatológico caracteriza a hanseníase tuberculoide?
Formação de granulomas envolvendo filetes nervosos, sem presença de bacilos.
44
Como classificar cada tipo de hanseníase em paucibacilar ou multibacilar?
Paucibacilar: Hanseníase indeterminada (MHI) e hanseníase tuberculoide (TT). Multibacilar: Hanseníase dimorfa-tuberculoide (DT), dimorfa-dimorfa (DD), dimorfa-virchowiana (DV), hanseníase virchowiana (VV) e hanseníase histoide.
45
Qual é o termo médico para a perda progressiva de cílios e supercílios na hanseníase?
Madarose.
46
Qual tipo de imunidade predomina na hanseníase virchowiana (VV)?
Imunidade humoral (Th2).
47
Por que a hanseníase virchowiana se apresenta de forma disseminada?
Porque a imunidade humoral (Th2) não é eficaz contra o Mycobacterium leprae, permitindo sua multiplicação descontrolada.
48
Quais são as características iniciais das lesões cutâneas na hanseníase virchowiana?
Múltiplas manchas hipocrômicas de limites imprecisos, que evoluem para lesões eritematosas, ferruginosas e infiltradas.
49
Como as lesões cutâneas evoluem na hanseníase virchowiana?
Tornam-se polimórficas, com pápulas, placas e nódulos confluentes, distribuídos simetricamente, levando ao espessamento da pele.
50
Qual achado clínico diferencia a hanseníase virchowiana em relação à sensibilidade das lesões?
Há pouca perda de sensibilidade nas lesões.
51
Qual padrão de acometimento neural ocorre na hanseníase virchowiana?
Comprometimento difuso e simétrico dos troncos nervosos.
52
Quais órgãos além da pele podem ser acometidos na hanseníase virchowiana?
Nariz, laringe, olhos, linfonodos, testículos e medula óssea.
53
Quais alterações podem ocorrer no nariz na hanseníase virchowiana?
Rinite, ulceração, perfuração e desabamento do septo nasal.
54
Qual a principal complicação laríngea na hanseníase virchowiana?
Infiltração da epiglote e cordas vocais, podendo levar à afonia, dispneia e asfixia.
55
Quais são as possíveis complicações oftalmológicas da hanseníase virchowiana?
Espessamento neural da córnea e do corpo ciliar.
56
O que pode ocorrer nos testículos de pacientes com hanseníase virchowiana?
Atrofia testicular, levando a hipoandrogenismo, infertilidade e ginecomastia.
57
Quais são as duas variantes da hanseníase virchowiana?
Hanseníase histoide e hanseníase de Lúcio.
58
Quais são as características da hanseníase histoide?
Presença de múltiplas lesões nodulares semelhantes a queloides.
59
O que caracteriza a hanseníase de Lúcio?
Infiltração difusa da pele, sem formação de nódulos, com aspecto brilhoso.
60
Quais são os principais achados laboratoriais na hanseníase virchowiana?
Teste de Mitsuda negativo e baciloscopia positiva.
61
O que o exame histopatológico revela na hanseníase virchowiana?
Infiltração maciça de bacilos álcool-ácido resistentes (M. leprae), sem formação de granulomas.
62
Quais pacientes são os principais transmissores da hanseníase?
Pacientes com hanseníase virchowiana, devido à alta carga bacilar.
63
Qual anticorpo está aumentado na hanseníase virchowiana?
Anticorpos anti-PGL-1.
64
Por que os anticorpos anti-PGL-1 são elevados na hanseníase virchowiana?
Devido à intensa resposta humoral (Th2), que produz anticorpos incapazes de conter a infecção.
65
Qual a utilidade dos anticorpos anti-PGL-1 no acompanhamento da hanseníase virchowiana?
Monitorar a resposta ao tratamento, pois seus níveis diminuem com a terapia.
66
Pacientes com hanseníase tuberculoide apresentam anticorpos anti-PGL-1?
Não, pois possuem resposta imunológica celular (Th1), não humoral.
67
Por que a hanseníase dimorfa é considerada instável?
Porque os pacientes podem migrar para o polo tuberculoide (DT) ou virchowiano (DV).
68
Quais são as características clínicas da hanseníase dimorfa-tuberculoide (DT)?
Lesões semelhantes à hanseníase tuberculoide, porém mais numerosas, com comprometimento de vários troncos nervosos.
69
Quais são os achados laboratoriais na hanseníase dimorfa-tuberculoide (DT)?
Baciloscopia negativa, teste de Mitsuda fracamente positivo e granulomas malformados no histopatológico.
70
Quais são as características clínicas da hanseníase dimorfa-virchowiana (DV)?
Múltiplas lesões polimórficas, mal delimitadas, com pouca alteração de sensibilidade, mas sem infiltração cutânea difusa.
71
Quais são os achados laboratoriais na hanseníase dimorfa-virchowiana (DV)?
Baciloscopia positiva, teste de Mitsuda negativo e múltiplos bacilos no histopatológico.
72
O que caracteriza a lesão cutânea da hanseníase dimorfa-dimorfa (DD)?
Placas eritematosas com limites externos mal definidos e limites internos mais acentuados, conhecidas como 'queijo suíço'.
73
Quais são os achados laboratoriais na hanseníase dimorfa-dimorfa (DD)?
Baciloscopia positiva e teste de Mitsuda negativo.
74
Como a classificação operacional da OMS divide os casos de hanseníase?
Em paucibacilares (até 5 lesões cutâneas) e multibacilares (6 ou mais lesões cutâneas).
75
Quais critérios tornam um paciente automaticamente multibacilar, independentemente do número de lesões cutâneas?
Baciloscopia positiva ou dois ou mais nervos espessados.
76
O que são as reações hansênicas?
Exacerbações imunológicas agudas na hanseníase, causadas por ativação excessiva da imunidade celular (tipo I) ou formação de imunocomplexos (tipo II).
77
Quais pacientes têm maior risco de desenvolver reações hansênicas?
Pacientes com hanseníase dimorfa.
78
Quando podem ocorrer as reações hansênicas?
Antes, durante ou após o tratamento da hanseníase.
79
O que fazer se um paciente apresentar uma reação hansênica antes do diagnóstico de hanseníase?
Tratar a reação junto com a poliquimioterapia.
80
O tratamento da hanseníase deve ser interrompido durante uma reação hansênica?
Não, deve ser mantido.
81
Se um paciente apresentar reação hansênica após completar o tratamento da hanseníase, ele deve receber nova poliquimioterapia?
Não, apenas o tratamento da reação.
82
Qual tipo de imunidade está associada à reação hansênica tipo 1 (reação reversa)?
Imunidade celular (Th1).
83
Quais formas clínicas da hanseníase estão mais associadas à reação hansênica tipo 1?
Hanseníase dimorfa-tuberculoide (DT), dimorfa-dimorfa (DD) e, menos frequentemente, dimorfa-virchowiana (DV).
84
Por que pacientes com hanseníase virchowiana (VV) não desenvolvem reação hansênica tipo 1?
Porque não possuem imunidade celular eficaz contra M. leprae.
85
Quais são as características clínicas da reação hansênica tipo 1?
Inflamação intensa das lesões preexistentes, tornando-se eritematosas, dolorosas, elevadas e, às vezes, ulceradas. Podem surgir pequenas novas lesões semelhantes às anteriores.
86
A reação hansênica tipo 1 apresenta sintomas sistêmicos?
Não, febre, adinamia e mialgia estão ausentes.
87
Qual a principal complicação da reação hansênica tipo 1?
Neurite grave, levando a paralisia súbita e perda de função neural.
88
Quais são os principais sinais clínicos da neurite na reação hansênica tipo 1?
Intumescimento neural, dor espontânea ou ao toque, exacerbação da sensibilidade, comprometimento sensitivo-motor e paralisia súbita.
89
Qual a principal causa de sequelas neurais permanentes na hanseníase?
Estados reacionais, especialmente a reação hansênica tipo 1.
90
Qual é o tratamento principal da reação hansênica tipo 1?
Prednisona 1 mg/kg/dia ou dexametasona.
91
Quais medicamentos podem ser utilizados para a dor neural na reação hansênica tipo 1?
Antidepressivos tricíclicos associados à clorpromazina ou carbamazepina.
92
Quando deve ser iniciada a redução da dose de prednisona na reação hansênica tipo 1?
Após melhora da função neural, de forma lenta e gradual.
93
Qual outro nome é dado à reação hansênica tipo 2?
Eritema nodoso hansênico.
94
Qual é o mecanismo imunológico da reação hansênica tipo 2?
Deposição de imunocomplexos.
95
Quais formas clínicas da hanseníase podem apresentar reação hansênica tipo 2?
Hanseníase dimorfa-virchowiana (DV) e virchowiana (VV).
96
Em qual período do tratamento a reação hansênica tipo 2 geralmente ocorre?
Por volta do sexto mês de tratamento.
97
Quais fatores podem desencadear a reação hansênica tipo 2?
Infecções, gestação, vacinação, estresse emocional e alguns fármacos.
98
Quais são os principais sintomas sistêmicos da reação hansênica tipo 2?
Queda do estado geral, febre e dores no corpo.
99
Quais órgãos podem ser acometidos na reação hansênica tipo 2?
Fígado (hepatoesplenomegalia), nervos (neurite), testículos (orquite), articulações (artrite), olhos (irite e iridociclite).
100
Quais são as manifestações cutâneas do eritema nodoso hansênico (reação hansênica tipo 2)?
Múltiplas pápulas, placas e nódulos eritematosos dolorosos ao toque, de distribuição difusa, podendo evoluir para lesões vesicobolhosas e ulcerações extensas.
101
Como diferenciar o eritema nodoso comum do eritema nodoso hansênico?
O eritema nodoso comum se limita à região pré-tibial, enquanto o eritema nodoso hansênico é difuso.
102
Quais achados laboratoriais podem estar presentes na reação hansênica tipo 2?
Leucocitose com neutrofilia, aumento de PCR e VHS, autoanticorpos (FAN), aumento de bilirrubinas e transaminases, hematúria e proteinúria.
103
Qual é a droga de escolha para o tratamento da reação hansênica tipo 2?
Talidomida (100 a 400 mg/dia, dependendo da gravidade).
104
Qual a diferença entre eritema nodoso hansênico e reação hansênica tipo 2?
O eritema nodoso hansênico é difuso, enquanto a reação hansênica tipo 2 apresenta leucocitose com neutrofilia, aumento de PCR e VHS, autoanticorpos (FAN), aumento de bilirrubinas e transaminases, hematúria e proteinúria.
105
Quando devemos associar prednisona ao tratamento do eritema nodoso hansênico?
Quando há comprometimento neural, acometimento de órgãos internos (orquite, artrite, irite) ou ulcerações cutâneas extensas.
106
Por que o uso de talidomida é restrito em mulheres em idade fértil?
Porque é altamente teratogênica.
107
Quais critérios devem ser atendidos para prescrição de talidomida em mulheres em idade fértil?
Exclusão de gravidez e uso de pelo menos dois métodos anticoncepcionais.
108
Qual alternativa à talidomida para pacientes que não podem utilizá-la?
Prednisona ou pentoxifilina.
109
Como diferenciar clinicamente a reação hansênica tipo 1 da reação hansênica tipo 2?
Tipo 1: Inflamação de lesões antigas, surgimento de novas e intensa neurite. Tipo 2: Sintomas sistêmicos e nódulos eritematosos difusos.
110
Quais são os principais conceitos sobre os estados reacionais na hanseníase?
Podem ocorrer antes, durante ou após o tratamento. São a principal causa de lesão neural e incapacidade permanente. São mais frequentes em pacientes multibacilares. Não contraindicam o início ou a continuidade do tratamento da hanseníase.
111
O que é o fenômeno de Lúcio?
Uma reação vascular grave associada à hanseníase de Lúcio, caracterizada por vasculite leucocitoclástica e necrose arterial.
112
Como o fenômeno de Lúcio difere das outras reações hansênicas?
Ocorre antes do tratamento e não é mediado por imunidade celular ou imunocomplexos.
113
Em quais regiões o fenômeno de Lúcio é mais comum?
México e América Central.
114
Qual a fisiopatologia do fenômeno de Lúcio?
Grande quantidade de M. leprae íntegros no endotélio vascular leva à necrose das arteríolas e isquemia da pele.
115
Quais são as principais manifestações clínicas do fenômeno de Lúcio?
Lesões eritemato-purpúricas irregulares e poligonais, com tendência à necrose.
116
Quais são as áreas mais acometidas pelo fenômeno de Lúcio?
Extremidades (pés, pernas, mãos), nariz e pavilhão auricular.
117
Qual o padrão evolutivo das lesões do fenômeno de Lúcio?
As lesões necrosam, evoluem para úlceras superficiais irregulares e cicatrizam com atrofia.
118
Qual bactéria está frequentemente associada à infecção secundária no fenômeno de Lúcio?
Pseudomonas aeruginosa.
119
Qual a importância da avaliação dos troncos nervosos na hanseníase?
Identificar espessamento neural, sequelas neurológicas e graus de incapacidade.
120
Como avaliar o nervo facial na hanseníase?
Observar simetria palpebral e das sobrancelhas.
121
Quais nervos devem ser avaliados quanto a espessamento visível ou palpável na hanseníase?
Nervo facial, nervos do pescoço, braços, punhos, pernas e pés.
122
O que deve ser avaliado durante a palpação dos nervos na hanseníase?
Espessamento, endurecimento ou dor à palpação.
123
O que deve ser feito se um nervo for considerado suspeito na avaliação neurológica da hanseníase?
Realizar teste de sensibilidade na área inervada por ele.
124
Em quais momentos deve ser realizada a avaliação neurológica na hanseníase?
No início do tratamento. A cada três meses, se não houver queixa específica. Sempre que houver queixa neurológica. Durante os estados reacionais. No momento da alta, para avaliar a evolução neurológica.
125
Qual exame complementar é mais útil para o diagnóstico da hanseníase?
Baciloscopia.
126
Qual a especificidade da baciloscopia para hanseníase?
100% (um resultado positivo confirma o diagnóstico).
127
Uma baciloscopia negativa exclui hanseníase?
Não, pois pacientes paucibacilares podem ter baciloscopia negativa.
128
A baciloscopia é um exame obrigatório no diagnóstico da hanseníase?
Não, mas deve ser realizada quando disponível.
129
Quais são os locais de coleta do raspado dérmico para baciloscopia na hanseníase?
Lóbulo auricular direito, lóbulo auricular esquerdo, cotovelo direito e lesão suspeita.
130
Qual técnica de coloração é utilizada na baciloscopia da hanseníase?
Ziehl-Neelsen (para bacilos álcool-ácido resistentes – BAAR).
131
Quais são os critérios diagnósticos de hanseníase segundo o Ministério da Saúde?
Lesão(ões) ou área(s) de pele com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa ou tátil. Espessamento de nervo periférico associado a alterações sensitivas, motoras ou autonômicas. Presença de M. leprae confirmada por baciloscopia ou biópsia de pele. A presença de qualquer um desses critérios já é suficiente para firmar o diagnóstico.
132
Qual é o princípio básico do tratamento da hanseníase? E qual a duração do Tto?
Uso de poliquimioterapia (PQT), com associação de medicamentos. 6m para PB 12m para MB
133
Quais são as drogas padrão no tratamento da hanseníase?
Rifampicina (bactericida), dapsona e clofazimina (bacteriostáticas).
134
Como é definido o esquema terapêutico da hanseníase?
Pela classificação operacional da OMS (paucibacilar ou multibacilar).
135
O tratamento da hanseníase é geralmente bem tolerado?
Sim, com efeitos colaterais leves na maioria dos casos.
136
Quais são as principais opções de segunda linha para o tratamento da hanseníase?
Ofloxacina e minociclina.
137
Quando um paciente deve ser encaminhado a um Serviço de Referência para tratamento da hanseníase?
Em caso de intolerância ou impossibilidade absoluta de uso do esquema padrão da PQT.
138
A gestação e o aleitamento materno alteram o tratamento da hanseníase?
Não, o tratamento deve ser mantido.
139
Qual mudança foi incorporada no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da hanseníase em 2022?
Introdução de um teste laboratorial para detecção de M. leprae resistente a antimicrobianos.
140
Quando um paciente multibacilar deve ser submetido ao teste de resistência primária à poliquimioterapia?
Quando apresentar índice baciloscópico (IB) ≥ 2.
141
O que fazer se o M. leprae apresentar resistência primária à poliquimioterapia?
Encaminhar o paciente para tratamento com esquema alternativo na atenção especializada.
142
O que caracteriza a recidiva na hanseníase?
Reaparecimento de sinais e sintomas da doença ativa após a alta por cura, geralmente após 5 anos.
143
Como diferenciar recidiva de reação hansênica pós-tratamento?
Recidiva: ocorre após 5 anos da alta e requer retratamento. Reação hansênica pós-tratamento: ocorre até 3 anos da alta, tem curso mais agudo e não exige retratamento.
144
O que é insuficiência terapêutica na hanseníase?
Casos em que o paciente usou PQT de forma irregular ou incompleta, ou foi tratado erroneamente como paucibacilar quando era multibacilar.
145
Qual é o primeiro passo na abordagem de um contato de hanseníase confirmado?
Realizar avaliação dermato-neurológica.
146
O que deve ser feito se a hanseníase for confirmada na avaliação dermato-neurológica?
Iniciar tratamento.
147
O que deve ser feito se a hanseníase for descartada na avaliação inicial?
Realizar teste rápido.
148
Qual conduta deve ser adotada se o teste rápido for reagente?
Realizar seguimento anual por 5 anos.
149
Qual conduta deve ser adotada se o teste rápido for não reagente?
Orientar vigilância passiva com autoexame.
150
Descreva a forma neural pura ou neurite primária
Apresentação clínica apenas neural, baciloscopia negativa. Pode haver parestesia ou dor. Neuropático periferica, neurite e dor neuropática. Exames complementares: biópsia do nervo, sorologia e biologia molecular
151
Agudo = Se após 28 de Tto retorna a reação Recorrente = menos de 28d após tirar medicação há retorno da reação Crônica = após 28d de suspensão da medicação há retorno da reação
152
Padrão localizatório do fenômeno de Lúcio
Acomete MMII e ascende, podendo acometer tronco e face
153
Quais métodos diagnósticos podem ser usados para investigação de contactantes e acompanhamento de reposta aPQT e evolução da doença?
PCR em biópsia de nervos e IgM para M. leprae por imunocromatografia
154
155
O que deve ser feito antes de iniciar dose imunossupressora do corticoide no tto na reação hansenica?
Prescrever Albendazol ou Ivermectina profilático para previnir estrogiloidise pela imunossupressao
156
Quando uso de corticoide e talidomida, o que deve ser prescrito a por que?
AAS, pelo risco de TVP