Diarreia Flashcards

1
Q

Qual a classificação da diarreia com base na duração?

A

Aguda: < 2 semanas
Persistente: 2-4 semanas
Crônica: > 4 semanas

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2
Q

Quais distúrbios podem ser confundidos com diarreia, mas têm causas e manejos diferentes?

A

Pseudodiarreia: Pequenos volumes frequentes, urgência retal e tenesmo (ex: SII, proctite), Incontinência fecal

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3
Q

Qual a pergunta-chave para diferenciar diarreia de incontinência fecal?

A

O paciente sempre tem perda involuntária de fezes?

Se SIM: Incontinência fecal. Se NÃO: Maior probabilidade de diarreia verdadeira.

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4
Q

Como diferenciar diarreia de origem ‘alta’ (delgado) da diarreia ‘baixa’ (cólon)?

A

Alta: volumosa, pouca evacuação, dor periumbilical difusa, esteatorreia e perda de peso.
Baixa: Fezes pequenas e frequentes, disenteria, urgência fecal, tenesmo, dor em QIE ou cólica

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5
Q

Qual característica clínica sugere síndrome disabsortiva associada à diarreia?

A

Esteatorreia, presente em pacientes com acometimento do duodeno e jejuno.

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6
Q

Qual é o mecanismo fisiopatológico da diarreia osmótica?

A

Presença de substâncias osmoticamente ativas e não absorvíveis no lúmen intestinal -> retenção excessiva de água por equilíbrio osmótico.

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7
Q

Quais são as principais causas de diarreia osmótica?

A

Ingestão de substâncias não absorvíveis: Sais de magnésio, fosfato, sorbitol, manitol, glicerina, lactulose, Deficiência de lactase: Intolerância à lactose primária ou secundária às enteropatias, uso de atbs

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8
Q

Como diferenciar diarreia osmótica por deficiência de lactase?

A

Presença de flatulência e cólica abdominal devido à fermentação bacteriana.
Fezes ácidas (pH fecal < 5,5) devido à produção de ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato, butirato).

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9
Q

Qual o mecanismo da diarreia associada ao uso de antibióticos?

A

Redução da flora colônica -> acúmulo de carboidratos não metabolizados -> efeito osmótico.

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10
Q

Qual a principal característica da diarreia osmótica em relação ao jejum?

A

Cessa completamente com o jejum, diferentemente da diarreia secretória.

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11
Q

Como a absorção de eletrólitos se comporta na diarreia osmótica?

A

Permanece intacta, resultando em baixa concentração de sódio e potássio nas fezes.

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12
Q

Qual o mecanismo fisiopatológico da diarreia secretória não invasiva?

A

Estímulo da secreção ou inibição da absorção hidroeletrolítica pelo epitélio intestinal devido a toxinas, drogas ou substâncias neuro-hormonais.

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13
Q

Quais são as principais causas de diarreia secretória não invasiva?

A

Laxativos estimulantes, bactérias produtoras de toxinas, neoplasias neuroendócrinas, diarreia dos ácidos biliares, diarreia dos ácidos graxos.

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14
Q

Qual o mecanismo da diarreia dos ácidos graxos?

A

Má absorção de lipídios → Ácidos graxos chegam ao cólon → Bactérias colônicas hidroxilam os ácidos graxos → Ácidos graxos hidroxilados estimulam a secreção de Cl⁻, Na⁺ e água → Aumento do conteúdo hídrico das fezes → Diarreia secretória.

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15
Q

Qual o mecanismo fisiopatológico da diarreia invasiva ou inflamatória?

A

Lesão direta da mucosa intestinal libera citocinas e mediadores inflamatórios, estimulando a secreção intestinal e aumentando a motilidade.

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16
Q

Qual a característica clínica marcante da diarreia invasiva?

A

Presença de sangue, pus e muco nas fezes, configurando disenteria.

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17
Q

Quais são as principais causas de diarreia invasiva?

A

Infecciosas: Shigella, Salmonella, Campylobacter, Yersinia, Entamoeba histolytica.
Não infecciosas: Doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa).

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18
Q

Quais exames laboratoriais ajudam a diagnosticar diarreia invasiva?

A

EAF (Elementos Anormais nas Fezes): Pesquisa sangue, pus e muco.
Lactoferrina fecal: Marcador de ativação leucocitária, aumentado em disenterias.

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19
Q

Quais são as principais causas de síndrome disabsortiva?

A

Doenças inflamatórias: Doença celíaca, doença de Crohn.
Infecções: Giardíase, espru tropical, doença de Whipple, estrongiloidíase.
Distúrbios linfáticos: Linfangiectasia, linfoma intestinal.

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20
Q

Quais são os principais mecanismos envolvidos na diarreia da síndrome disabsortiva?

A

Diarreia secretória colônica: ‘Diarreia dos ácidos graxos’.
Diarreia osmótica: Devido à má absorção de dissacarídeos.

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21
Q

Qual o mecanismo fisiopatológico da diarreia funcional?

A

Hipermotilidade intestinal, menor tempo de contato dos nutrientes com a mucosa absortiva.

22
Q

Quais são os principais exemplos de diarreia funcional?

A

Síndrome do Intestino Irritável (SII): Associada a pseudodiarreia, urgência e tenesmo.
Diarreia diabética: Resultante de neuropatia autonômica, comum em diabetes mellitus avançado.

23
Q

Quais são as principais causas de diarreia aguda?

A

Infecciosas: Bactérias, vírus e parasitas.
Não infecciosas: Uso de medicamentos, alergias alimentares, intolerâncias alimentares (ex: lactose, glúten), início de diarreia crônica, isquemia intestinal.

24
Q

Qual a diferença entre diarreia aguda leve e grave?

A

Leve: 3–7 evacuações diárias, perda < 1L/dia.
Grave (ex: cólera): > 20 evacuações/dia, perda > 5L/dia, podendo levar a desidratação, hipovolemia, choque circulatório e acidose metabólica.

25
O que caracteriza a síndrome de gastroenterite aguda?
Diarreia + náuseas + vômitos + dor abdominal difusa, geralmente de etiologia viral ou intoxicação alimentar.
26
Qual a diferença entre infecção e intoxicação alimentar?
Infecção alimentar: Multiplicação do patógeno dentro do trato digestivo. Intoxicação alimentar: Ingestão de toxinas pré-formadas em alimentos contaminados.
27
Qual é o principal agente de intoxicação alimentar?
Staphylococcus aureus.
28
Quais são os principais vírus causadores de gastroenterite aguda?
Norovírus (adultos). Rotavírus (crianças).
29
Qual a conduta habitual nas diarreias agudas não inflamatórias?
Não requer exames, medidas de suporte SRO, antidiarreicos.
30
Quais são as indicações para solicitar exames na diarreia aguda?
Diarreia abundante com desidratação, fezes sanguinolentas, febre ≥ 38,5°C, ausência de melhora após 48h, novos surtos na comunidade, dor abdominal grave em pacientes > 50 anos, idosos (≥ 70 anos), pacientes imunocomprometidos (ex: AIDS), uso recente de antimicrobianos.
31
Quais exames iniciais são indicados para o diagnóstico etiológico das diarreias agudas?
Hemograma completo, bioquímica sérica, EAF, coprocultura, pesquisa de toxina do Clostridioides difficile, testes parasitológicos.
32
Qual o tratamento não farmacológico da diarreia?
Dieta leve, evitar fibras, gorduras, álcool e café. Hidratação: SRO sempre que possível. IV se perda > 10% do peso ou intolerância VO, preferir RL.
33
Quais são os principais agentes farmacológicos no tratamento da diarreia?
Antidiarreicos (apenas para diarreia não inflamatória): Racecadotrila (Tiorfan®): 100 mg VO 8/8h. Loperamida (Imosec®): 4 mg de ataque + 2 mg VO após evacuação (máx. 16 mg/dia). Subsalicilato de Bismuto (Pepto-Bismol®): 30 mL VO 6/6h. Probióticos: Saccharomyces boulardii (Floratil) recomendado para prevenção de diarreia associada a antibióticos e diarreia do viajante. Contraindicação: Antidiarreicos não devem ser usados em diarreia inflamatória/invasiva (disenteria, febre, sinais sistêmicos) para evitar síndrome hemolítico-urêmica e megacólon tóxico.
34
Quais são as indicações de ATB empírico na diarreia aguda?
Febre alta ou toxemia Disenteria (sangue, muco e/ou pus) > 8 evacuações/dia ou duração > 7 dias Desidratação grave Idosos, imunocomprometidos ou hospitalização necessária Diarreia do viajante grave Infecção por C. difficile, Campylobacter, Salmonella ou Shigella.
35
Quais antibióticos são utilizados no tratamento empírico da diarreia aguda?
SMX-TMP (800/160 mg) VO 12/12h por 3-5 dias Ciprofloxacino 500 mg VO 12/12h por 3-5 dias Azitromicina 500 mg VO 24/24h por 3-5 dias
36
Qual o tratamento da colite pseudomembranosa (C. difficile)?
Metronidazol 250 mg VO 6/6h por 7 dias Vancomicina 500 mg VO 6/6h por 14 dias
37
Quais antibióticos são indicados para casos graves de diarreia ou em gestantes?
Ceftriaxone 2g EV/dia por 7 dias Cefotaxima 1-2g IV 8/8h por 7 dias
38
Qual o papel da nitazoxanida no tratamento da diarreia?
Ação contra parasitas (protozoários e helmintos). Eficácia nas gastroenterites virais, reduzindo frequência e duração da diarreia.
39
Quais são as principais categorias de diarreia crônica?
Secretora Osmótica Esteatorreica Inflamatória Distúrbios de motilidade
40
Quais são as principais causas de diarreia crônica secretora?
Fármacos e toxinas (laxantes estimulantes, álcool, arsênico) Doenças endócrinas (síndrome carcinoide, gastrinoma, VIPoma) Distúrbios congênitos
41
Quais são as principais causas de diarreia crônica osmótica?
Intolerância à lactose e frutose Uso de laxantes osmóticos
42
Quais são as principais causas de diarreia crônica esteatorreica?
Doenças pancreáticas (pancreatite crônica, fibrose cística) Doenças da mucosa intestinal (doença celíaca, doença de Whipple) Obstrução linfática (linfangiectasia intestinal)
43
Quais são as principais causas de diarreia crônica inflamatória?
Doença inflamatória intestinal (doença de Crohn, retocolite ulcerativa) Infecções crônicas (C. difficile, M. avium, Giardia) Colite microscópica (colite linfocítica, colagenosa)
44
Quais são as principais causas de diarreia crônica por distúrbios da motilidade?
Síndrome do Intestino Irritável (SII) Hipertireoidismo Neuropatia autonômica diabética
45
Quais condições sistêmicas podem causar diarreia crônica?
Neoplasias (câncer colorretal, linfoma intestinal) Doença de Addison Esclerodermia, amiloidose
46
Quais exames são úteis na avaliação da diarreia crônica?
Pesquisa de gordura fecal (esteatorreia) Pesquisa de leucócitos fecais e calprotectina (inflamação) Testes para infecções crônicas (coprocultura, parasitológico, toxina C. difficile) Teste de tolerância à lactose e frutose (diarreia osmótica) Endoscopia com biópsia (DII, colite microscópica, doença celíaca)
47
Como diferenciar diarreia de origem alta e baixa?
Alta (delgado): Poucas evacuações volumosas, odor fétido, presença de gordura/alimentos não digeridos. Baixa (cólon): Fezes em pequena quantidade, sangue vivo, tenesmo.
48
Quais exames iniciais devem ser solicitados na investigação da diarreia crônica?
Hemograma, PCR, VHS, ferritina Bioquímica plasmática (glicemia em jejum, TSH, T4L) Sorologia para doença celíaca (anti-TGT IgA) Teste de lactose PSOF, parasitológico de fezes (3 amostras + pesquisa de Giardia e ameba) Pesquisa de gordura fecal Calprotectina fecal Sorologia para HIV
49
Quando indicar exames endoscópicos na diarreia crônica?
Suspeita de doença inflamatória intestinal ou neoplasia → Retossigmoidoscopia/colonoscopia Suspeita de doença celíaca → Endoscopia digestiva alta com biópsia duodenojejunal
50
Quando considerar o uso de antidiarreicos na diarreia crônica?
Apenas se não houver sinais de diarreia invasiva (disenteria, febre, toxemia).