Febre Tifóide Flashcards

1
Q

VERDADEIRO ou FALSO:

A incidência da febre tifóide é maior em condições baixas de saneamento básico.

A

VERDADEIRO

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2
Q

Quais são as características gerais da epidemiologia da febre tifóide?

A
  • Não há relação com a sazonalidade
  • é relacionada a hábitos individuais (falta de higiene pessoal, por exemplo)
  • Regiões endêmicas: predomina na faixa etária de 15 a 45 anos = É UMA DOENÇA DE ADULTO
  • Com a idade a taxa de ataque é reduzida.
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3
Q

Qual é o agente etiológico da febre tifóide?

A

Salmonella typhi (mas existem outas salmonelas que podem causar a febre tifoide)

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4
Q

Quais são os sinônimos que podem ser usados para descrever a “febre tifóide”?

A
  • DOENÇA DOS 4 “F’S”:
    • Feces, food, fever and finger.
  • FEBRE DE EBERT
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5
Q

Quais são as características bacteriológicas da Salmonella typhi?

A
  • É um bacilo Gram negativo
  • Produzem antígenos: O, Vi, H
    • Que são responsáveis pela gravidade da doença.
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6
Q

Além da salmonella typhi, há outros sorotipos de salmonella que também podem causar febre tifóide, quais são eles?

A
  • Salmonella Typhi
    • Grupo D - mais comum
  • S. Choleraesuis
    • Principal responsável pelas bacteremias com sepse na FT
  • S. paratyphi:
    • Grupo A, B e C:
      • Quadros menos graves
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7
Q

Qual é a explicação para a gravidade clínica que pode ser provocada pela Samonella typhi ao homem?

A

S. typhi transpõe a barreira intestinal e pode causar sepse frequentemente - ela invade o interstício celular.

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8
Q

Qual é o mecanismo de ação da infecção pela samonella typhi?

A
  • Invasão do interstício pela S. tiphy, no intestino delgado;
  • Proliferação nas placas de Payer, com hipertrofia e úlceras intestinais
  • Hiperplasia de linfonodos mesentéricos com disseminação hematogênica
    • Disseminação para outros órgãos, baço e fígado
    • Instalação em vesícula, permanecendo meses como portador permanente
      • Eliminação permanente de S. typhi na urina e nas fezes.
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9
Q

Como é a evolução da doença causada pela S. typhi?

A
  • Antígenos O e H: aparecem na disseminação por todo o corpo.
    • Fagocitose: favorece a eliminação (após 13 semanas)
    • Reservatório da bactéria: vesicula biliar
      • Causando colecistite crônica
      • Eliminação da bactéria nas fezes e na urina
      • Fazendo do paciente um portador permanente.
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10
Q

A febre tifóide pode ser devidida em 4 fases, descreva-as:

A
  • Incubação:
    • 1 a 3 semanas
  • Prodrômica:
    • 1ª semana da doença
      • quando o paciente começa a ter sintomas
  • ESTADO:
    • 2ª e 3ª semana de doença
      • Mais complicações da doença
  • Convalescença:
    • 4ª semana de doença
      • Fase de recuperação da doença:
        • Ou vai curar ou vai se tornar um portador assintomático
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11
Q

Quais são os sintomas da fase de período prodrômico ou inicial da doença?

A

Já passou a incubação e o paciente começa a ter sintomas:

  • Febre ascendente e contínua
  • Cefaleia, mialgia, astenia, mal-estar
  • Obstipação predomina
  • Sinal de Faget pode ocorrer:
    • Bradicardia relativa: Fc normal apesar da febre (por isso relativa, já que na febre espera-se uma taquicardia) = Febre amarela também pode cursar com sinal de Faget.
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12
Q

Quais são os sintomas do terceiro período da doença: o período de ESTADO?

A
  • Cefaleia mantida
  • Astenia e mal-estar intensos
  • Diarreia predomina
  • Desidratação importante
  • 1/3 evolui para delirium
  • Hepatomegalia

2 semanas de duração

  • Pode cursar, ainda, com a ROSÉOLA TIFÍCA:
    • Petéquias discretas
    • Ocorrem durante o período de estado
    • Desaparecem ao toque
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13
Q

VERDADEIRO ou FALSO:

A febre tifóide além de diarreia volumosa também cursa com obstipação intestinal.

A

VERDADEIRO:

A fase de obstipação intestinal ocorre na fase prodrômica, após a incubação e antes da fase de ESTADOA, em que a diarreia predomina.

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14
Q

Quais são as características clínicas do período de declínio ou de convalescença?

A
  • Febre termina em lise
  • Sintomas de astenia e adinamia demoram a melhorar
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15
Q

Qual é o período em que mais ocorre complicações?

A
  • Fim do período de estado:
    • Início de melhora clínica
    • Paciente debilitado
  • Recaída é a complicação:
    • Volta a fazer febre após 4ª semana
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16
Q

Quais são as complicações mais frequentes?

A
  • Enterorragia: 10% casos/mau prognóstico
    • Sepse bacteriana (gram negativos)
  • Perfuração: íleo terminal é o local mais frequente
  • Osteomielite: associado a anemia falciforme
  • HIV: mais frequente a doença (definidora): recaídas
  • Recaídas: colecistite permanente na vesicula biliar.
17
Q

Qual é a complicação mais frequente da febre tifóide?

A
  • Abdome agudo secundário a: Perfuração com sangramento e sepse:
    • Hipertrofia das placas de Peyer
    • Ocorre no intestino delgado
    • Mais precisamente no íleo terminal
18
Q

O que é salmonelose septicêmica prolongada?

A
  • É uma condição patológica causada pela S. tiphy e outras cepas
  • É caracterizada por febre persistente com recaídas frequentes/meses
    • Muitas vezes a queixa é de FOI.
  • Pode cursar com eplenomegalia
  • Paciente com boa condição clínica = poucos sintomas
  • Associado a inecção pelo Schistosoma
19
Q

Como é feito o diagnóstico da salmonelose?

A
  • Hemocultura:
    • 1ª semana de sintomas positividade 90% (bacteriêmica - Fase prodrômica)
      • Bactéria com muita disseminação hematogênica
  • Coprocultura:
    • 2ª a 5ª semanas
      • na diarreia
  • Urocultura:
    • 2ª a 3ª semanas
      • Na fase de ESTADO
  • Alterações laboratoriais que podem sugerir o diagnóstico:
    • 1ª semana: LEUCOCITOSE:
      • Porque está havendo translocação intestinal da bactéria
    • 2ª semana: Leucopenia com desvio + anemia + plaquetas normais ou discreta redução:
      • Gram negativo faz leucopenia com desvio.
  • REAÇÃO DE WIDAL:
    • Hemaglutininas de S. tiphy (anti-O)
    • Menor sensibilidade que culturas
    • em desuso
  • SOROLOGIAS: anti-O e anti-H:
    • Titulos > 1/60
    • Podem ficar positivos se infecções antigas (isso é um problema, pois fica dificil diferenciar se infecção é aguda ou não).
20
Q

Embora a leptospirose também possa cursar com IRA, hipocalemia e ictericia, quais as particularidades desses sintomas no paciente com salmonelose?

A
  • Evolução para insuficiência renal aguda
    • Pelas diarreias causando uma IRA pré-renal
  • Hipocalemia em diarreias profusas:
    • Pela excreção abudante pelas diarreias, e não pela não absorção renal (como ocorre na leptospirose)
  • Ictericias é rara:
    • Aumento de bilirrubinas apenas se colecistite prolongada pela salmonelose
    • É bem mais frequente na leptospirose.
21
Q

Como é feito a profilaxia contra salmonelose?

A
  • Saneamento básico
  • Hábito de lavar as mãos
  • Uso de hipoclorito de sódio 2,5% em alimentos crus
  • VACINA: via oral
    • Apenas em pessoas com viagem para área endêmica (não é indicada na rotina, pois não atinge crianças e tem potencial de morte baixa)
    • Sem efeitos em surtos (cepa possivelmente é diferente)
22
Q

Quais são as linhas gerais do tratamento da salmonelose?

A
  • Hidratação vigorosa
  • Correção de eletrólitos:
    • Principalmente naqueles que tem hipocalemia importante
  • Antimicrobianos, opções:
    • Ciprofloxacino: 1ª escolha (10 dias)
      • preferencia por VO (para passar pelo intestino)
    • Ceftraxiona (10 dias)
    • Clorafenicol: usar em alérgicos a penicilina e quinolonas, mas em geral é pouco usado
    • Sulfametoxazol-trimetropima: risco de resistência implicita da S. typhi
    • Azitromicina: apenas para casos leves (controverso)
23
Q

Quando considerar o paciente como sendo um portador crônico assintomático?

A

Quando:

  • Paciente é assintomático e
  • Coprocultura for positiva por mais de 1 ano
    • Portadores crônicos assintomáticos correspondem por 1% dos infectados por febre tifóide
    • Mulheres são a maioria
    • Tratamento destes controla surtos
      • Ampicilina (droga de ecolha): por 14 dias
24
Q

Qual é a droga de escolha para o tratamento do portador crônico assintomático?

A

AMPICILINA (14 DIAS)