Endometriose Flashcards
Medcurso
Qual a definição de endometriose?
- Presença de tecido endometrial (glândulas e estroma), em localização extrauterina (fora da cavidade endometrial e da musculatura uterina).
- Os locais mais frequentes de implantação são as vísceras pélvicas e o peritônio.
Qual a definição de Adenomiose?
- Presença de tecido endometrial (glândulas e estroma) entre as fibras musculares do miométrio.
- Caracteriza-se por pequenos “lagos” de endométrio espalhados na intimidade do miométrio e/ou como um nódulo circunscrito na parede miometrial, chamado adenomioma.
- Geralmente, a adenomiose é difusa, com infiltração global de endométrio.
- Com menor frequência, a adenomiose é focal.
Qual a prevalência de Endometriose?
- Mulheres em idade reprodutiva (média de 25 a 30 anos).
- 10% das mulheres.
- Dor pélvica ou infertilidade = 90%
- Infertilidade sem causa aparente com ou sem dor (ciclo regular, parceiro com espermograma normal) = 50%.
- Assintomáticas submetidas à laqueadura tubária e com fertilidade comprovada = 3 a 43%.
- Em mulheres < 17 anos, casos estaão associados a malformações mullerianas, obstrução cervical ou vaginal.
Qual a etiologia da Endometriose?
Existem varias terorias:
1 – Teoria da Implantação ou da Menstruação Retrógrada ou do Transplante ou do Refluxo Menstrual.
- Teoria Imunológica
3 – Metaplasia Celômica ou Teorias Müllerianas e Serosa
4 – Teoria da indução
5 – Teoria iatrogênica
- Disseminação linfática
Como é a Teoria da Implantação ou da Menstruação Retrógrada ou do Transplante ou do Refluxo Menstrual?
- Propõe que o efluente menstrual contém células endometriais que podem ser transplantadas sítios ectópicos.
- Logo, a regurgitação transtubária na menstruação causa a disseminação de células endometriais na cavidade peritoneal.
- Alterações anatômicas da pelve, que aumentam o refluxo menstrual transtubário, aumentam a chance de uma mulher ter endometriose.
- Mas, a menstruação retrógrada fisiológico em 90% das mulheres, logo o desenvolvimento da doença deve estar relacionado a fatores adicionais.
- Assim, esta teoria não esclarece porque apenas parte das mulheres com re uxo menstrual desenvolve endometriose e falha em explicar os implantes endometriais extrapélvicos (1 a 2% dos casos).
Como é a Teoria Imunológica de Endometriose?
1. Em pacientes com endometriose, as células endometriais/fragmentos escapariam de ser eliminados pela resposta imune/inflamatória, devido a uma alteração da imunidade humoral e da imunidade celular.
- O fluido peritoneal das pacientes acometidas contém um grande número de células imunes (macrófagos e leucócitos).
- Mas, ao invés de removerem as células endometriais da cavidade peritoneal, parecem estimular a doença secrectando citocinas e fatores de crescimento que estimulam a adesão e proliferação do endométrio ectópico e a angiogênese local.
- É provável que esta teoria funcione de forma complementar à teoria da implantação.
Como é a Teoria da Metaplasia Celômica ou Teorias Müllerianas e Serosa?
- A teoria baseia-se na capacidade de o epitélio peritoneal originar outros tipos de tecido, tais como: endométrio, miométrio, tuba uterina e endocérvice.
- O mesotélio celômico é totipotencial, enquanto o peritônio deriva do epitélio celômico.
- Foi sugerida uma metaplasia in situ do mesotélio seroso, capaz de originar a endometriose na pelve e no peritônio.
- Teoria ainda não foi comprovada
Como é a Teoria da indução?
A princípio, corresponde a uma extensão da metaplasia celômica.
- Propõe que um fator bioquímico endógeno pode induzir o desenvolvimento das células indiferenciadas em tecido endometrial.
- Dessa forma, esta teoria suscita a necessidade da existência de um fator indutor que, em contato com o epitélio celômico, daria início à metaplasia.
JA FOI COMPROVADA EM COELHAS.
Como é a Teoria iatrogênica?
- Transplante mecânico.
- Existem relatos de endometriose em cicatriz após procedimentos ginecológicos como cicatriz de cesariana, episiotomia, amniocentese ou até mesmo videolaparoscopia.
Como é a Teoria da Disseminação Linfática?
- Explica a rara presença de endometriose em sítios distantes da pelve.
- Essa teoria explica a presença de endometriose umbilical em pacientes sem laparotomia (cesariana) prévia.
Foi comprovada em estudos de laboratório com coelhos
Já foram descritos casos de endometriose na retina, cicatriz umbilical, nos linfonodos, nervos e cérebro.
Quais Fatores estão presentes na Patologia da Endometriose?
- Fatores Genéticos
- Fatores Imunológicos
- Fatores Hormonais
- Fatores Ambientais
- Fatores de Risco
Quais são os Fatores Genéticos para endometriose?
- Existe risco de 7x de parentes de 1o grau de mulheres com endometriose apresentarem a doença, que é comumente mais grave, bilateral e de aparecimento mais precoce.
- Foi evidenciada uma concordância em gêmeos.
- A princípio, não parece haver nenhuma relação com o sistema HLA.
Quais são os fatores imunológicos para Endometriose?
- Uma deficiência na imunidade celular que causa inabilidade de reconhecer tecido endometrial em localizações atípicas.
- A atividade das células NK pode estar reduzida, gerando diminuição da citotoxicidade ao endométrio autólogo. Assim, não ocorre destruição do tecido endometrial ectópico antes de sua implantação.
- ↑ [] leucócitos e macrófagos na cavidade peritoneal e no endométrio ectópico. Eles secretam citocinas e fatores de crescimento no fluido peritoneal de mulheres com endometriose.
- Assim, as citocinas e os fatores de crescimento modulam o aumento e comportamento inflamatório dos implantes endometriais. Acarretam a proliferação endometrial, invasão e recrutamento de capilares e posterior quimioatração de leucócitos para o local da reação inflamatória.
Quais citocinas os Leucócitos e Mcrófagos secretam no fluido peritoneal de mulheres com endometriose?
- interleucina 1, 6 e 8
- fator de necrose tumoral
- RANTES = Regulated on Activation, Normal T-Expressed and Secreted
Quais são os fatores Hormonais para endometriose?
1. Desenvolvimento e crescimento da endometriose são estrogênio-dependentes.
- A aromatase, enzima que converte androgênios em estrogênios, é expressa de forma anormal no endométrio de mulheres com endometriose moderada e severa.
- Além disso, endometriomas e implantes peritoneais exibem níveis extremamente altos de atividade da aromatase.
- Por outro lado, o estrogênio endometrial pode estimular a atividade local da ciclo-oxigenase tipo 2 (COX-2) que produz a prostaglandina E2 (PG E2).
- A PG E2 é um potente estimulador da aromatase e, logo, desencadeia um feedback positivo para a produção contínua de estrogênio pelo endométrio.
- A estrona e o estradiol são convertidos pela ação da enzima 17-beta-hidroxiesteroide desidroge- nase (17βHSD), que existe em duas formas: tipo 1 (converte estrona em estradiol) e tipo 2 (converte estradiol em estrona).
- No tecido endometrial a 17βHSD tipo 1 é expressa normalmente, mas a 17βHSD tipo 2 é totalmente ausente.
- Logo, A ausência da enzima 17βHSD tipo 2 endometrial, combinada com altas concentrações de estrogênio, pode ajudar a estabelecer e a estimular a doença.
Quais são os fatores ambientais para endometriose?
- A dioxina é a substância cancerígena mais potente no organismo humano.
- São fontes de dioxina: indústria química, celulose e papel, siderúrgicas, metalúrgicas; gases de veículos auto-motores; exaustão de gases provenientes de áreas contaminadas, entre outros.
- Elas reduzem os níveis de testosterona e de outros andrógenos e incrementam a secreção de FSH e LH.
- Além disso, modulam sistemas receptores que exercem papel na função uterina.
- Podem interferir na imunidade humoral através da supressão da produção de anticorpos das células B, além de aumentar a atividade inflamatória e a expressão de citocinas, sobretudo o TNF e a IL-1.
Quais são os fatores de Risco para Endometriose?
- História familiar materna
- Malformações uterinas
- Menarca precoce
- Ciclos menstruais curtos
- Duração do fluxo menstrual aumentada
- Fluxo menstrual aumentado
- Estenoses cervicais
- Baixo IMC (alta e magra)
- Gestação tardia
- Nuliparidade
11 Raça branca e asiática
- Consumo exagerado de café e álcool
Como é o aspecto macroscópico das Lesões Atipicas da Endometriose?
Lesões típicas e atípicas
Lesões atípicas
- Vesículas
- Lesões vermelhas em chama de vela
- Defeitos peritoneais (janela peritoneal)
- Aderências (em véu de noiva) no hilo ovariano ou no fundo de saco posterior.
Quais são os aspectos macroscópicos das Lesões Típicas da endometriose?
Lesões típicas
São consideradas de acordo com sua evolução e idade:
- Vermelhas: são muito ativas. Podem se apresentar como petéquias.
- Pretas: são menos ativas. Descritas como “queimadura por pólvora”. Podem se apresentar como nódulos pretos, castanho-escuros (café com leite) ou azulados, ou como pequenos cistos contendo hemorragia antiga circundada por um grau variável de brose.
- Brancas: são consideradas resquícios cicatriciais.
Qual o tempo de evolução de uma Lesão Típica na endometriose?
A evolução natural de uma lesão inicial translúcida, passando pelas fases vermelha até preta e cicatricial, ocorre num período aproxima- do de 7 a 10 anos.
Segundo a literatura, apenas 47% das lesões não tratadas seguem o curso evolutivo natural.
O que é observado na Microscopia da Endometriose?
- Glândulas e estroma endometriais com ou sem macrófagos repletos de hemossiderina.
Quais são os Sítios de envolvimento na Endometriose?
Em ordem decrescente de frequência:
1- ovários (65%)
2- ligamentos uterossacros (28 a 60%)
3- fundo de saco posterior (30 a 34%)
4- folheto posterior do ligamento largo (16 a 35%)
5- fundo de saco anterior (15 a 35%)
Menos comuns: vagina, cérvice, septo retovaginal, ceco, íleo, canal inguinal, cicatrizes abdominais ou perineais, ureteres, bexiga e umbigo.
Casos excepcionais já foram descritos na mama, pâncreas, fígado, vesícula biliar, rins, uretra, extremidades, vértebras, osso, nervos periféricos, pulmão, diafragma e SNC.