DOENÇAS DA TIREOIDE, DOENÇAS REUMATOLÓGICAS, CARDIOVASCULARES, HEPÁTICAS E HEMATOLÓGICAS Flashcards
QUAIS SÃO AS DUAS FORMAS DE DOENÇA DA TIREOIDE ?
-PODE CURSAR EM HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO;
OBS) O RASTREIO UNIVERSAL DE GESTANTES PARA DOENÇAS DA TOREPODE NÃO É PRECONIZADO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE, MAS GRUPOS ESPECÍFICO DE MAIOR RISCO, O RASTREIO É FORTEMENTE RECOMENDADA;
O QUE É O HIPOTIREOIDISMO ? QUAL A SUA PRINCIPAL CAUSA ?
- A PRINCIAL CAUSA É A TIREOIDITE DE HASHIMOTO (TIREOIDITE AUTOIMUNE CRÔNICA); OUTRAS CUSAS PODEM SER: MEDICAÇÕES ( LITIO, AMIDARONA, IODO, TAPAZOL), TIREOIDECTOMIA POR CARCINOMA, DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL DE IODO E TRATAMENTO ABLATIVO PREVIO COM IODO RADIOTIVO;
- EM TERMOS LABORATORIAIS, HIPOTIREOIDISMO É A PRESENÇA DE NÍVEIS ELEVADOS DE TSH (MARCADOR MAIS SENSÍVEL) E NÍVEL BAIXOS DE T4 LIVRE; ANTICORPOS ANTI-TPO TAMBÉM PODEM SER ENCONTRADOS;
QUAL É O QUADRO CLINICO DO HIPOTIREOIDISMO ?
-O HIPOTIREOIDISMO ABERTO OU SINTOMÁTICO É CARACTERIZADO POR ACHADOS CLÍNICOS INESPECÍFICOS, COMO ASTENIA, CONSTIPAÇÃO, INTOLERÂNCIA AO FRIO, QUEDA DE CABELO, RESSECAMENTO DE PELE, EDEMA E GANHO DE PESO. EM MULHERES NÃO GETANTES, A INFERTILIDADE TAMBÉM PODE ESTAR PRESENTE;
OBS) O AUMENTO DA TIREOIDE IDENTIFICÁVEL NO EXAME FÍSICO DEPENDE DA ETIOLOGIA DA DOENÇA, SENDO MAIS COMUM NAS PACIENTES COM DEFICIÊNCIA DE IODO DO QUE NAQUELAS COM TIREOIDITE DE HASHIMOTO.
QUAIS AS COMPLICAÇÕES DO HIPOTIREOIDISMO NÃO TRATADO ?
- ABORTAMENTO;
- PRÉ-ECLÂMPSIA;
- DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA;
- CRESCIMENTO INTRAUTERINO RESTRITO,;
- PREMATURIDADE;
- NATIMORTALIDADE;
- ATRASO NEUROLÓGICO FETAL;
- DIABETES GESTACIONAL;
QUAL É A CONDUTA NO HIPOTIREIODISMO NA GESTAÇÃO ?
- > ANTI TPO (-) + TSH NORMAL + T4L NORMAL
- NÃO NECESSITA DE ACOMPANHAMENTO;
- > ANTI TPO (+) + TSH < 2
- PEDIR T4L E TSH EM 6 MESES E ACOMPANHAR;
- > ANTI TPO (+) + TSH 2-4
- REALIZAR T4L NORMAL OU ABAIXO -> TRATAMENTO COM LEVOTIROXINA T4 E ACOMPANHAR;
- > TSH > 4
- TRATAMENTO COM LEVOTIROXINA T4 E ACOMPANHAR;
OBS )O MINISTÉRIO DA SAÚDE (2012) RECOMENDA COMO ALVO DO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO NA GESTAÇÃO UM TSH MENOR QUE 2,5 MUI/ML, ENQUANTO ALGUNS AUTORES ACEITAM VALORES ATÉ 3,0 MUI/ML NO SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRES.
OBS)O ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL DO TRATAMENTO DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO DURANTE A GESTAÇÃO DEVE OCORRER NO INTERVALO DE QUATRO A OITO SEMANAS.
O QUE É HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO ?
- CASO O TSH ESTEJA ELEVADO, NORMALMENTE ABAIXO DE 10 MUI/ML, MAS COM T4 LIVRE DENTRO DOS VALORES DA NORMALIDADE, DEFINIMOS UM HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO.
- VALE RESSALTAR QUE ESTAS PACIENTES NÃO APRESENTAM SINTOMAS. SE O ANTI-TPO FOR POSITIVO, HÁ UM MAIOR RISCO DE EVOLUÇÃO PARA O HIPOTIREOIDISMOCLÍNICO, O QUE JUSTIFICA AVALIAÇÕES SERIADAS DURANTE A GESTAÇÃO;
OBS) DIVERSAS REFERÊNCIAS AFIRMAM NÃO HAVER BENEFÍCIO COMPROVADO E, PORTANTO, NÃO RECOMENDAM O TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO.
QUAL É O TRATAMENTO DO HIPOREOIDISMO ?
- LEVOTIROXINA SÓDICA;
- ESTE MEDICAMENTO DEVESER ADMINISTRADO EM JEJUM PELA MANHÃ. DEVE-SE EVITAR A INGESTA CONCOMITANTE COM SULFATO FERROSO,CARBONATO DE CÁLCIO OU VITAMINAS POR INTERFERÊNCIA NA SUA ABSORÇÃO;
OBS) PÓS PARTO -> DOSAGEM DO TSH DE 6 A 8 SEMANAS PÓS PARTO, COM PARAMETROS DE PACIENTES NÃO GESTANTES, PARA AVALIAR SE O HIPOTREOIDISMO SO FOI MOMENTANEO NA GRAVIDEZ;
O QUE É HIPERTIREOIDISMO ? QUAIS SÃO SUAS FORMAS ?
- A CAUSA MAIS COMUM DE HIPERTIREOIDISMO NA GRAVIDEZ É A DOENÇA DE GRAVES (80-85%). OUTRAS CAUSAS PODEM SER: A DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL, O ADENOMA TÓXICO, O BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO E AS TIREOIDITES;
- LABORATORIALMENTE, O HIPERTIREOIDISMO CONSISTEM EM UM VALOR DE TSH MUITO REDUZIDO E UM VALOR DE T4 E T3 MUITO AUMENTADO;
QUAL É O QUADRO CLÍNICO DO HIPERTIREOIDISMO ?
- SEUS SINTOMAS INCLUEM TAQUICARDIA, NERVOSISMO, TREMORES, INTOLERÂNCIA AO CALOR, PERDA DE PESO, BÓCIO, DIARREIA, PALPITAÇÕES, EXOFTALMIA E HIPERTENSÃO ARTERIAL.
- EMBORA A NÁUSEA SEJA COMUM NO INÍCIO DA GESTAÇÃO, A OCORRÊNCIA DE HIPEREMESE GRAVÍDICA COM PERDA DE PESO PODE SIGNIFICAR A PRESENÇA DESTA AFECÇÃO.
QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES MATERNAS E FETAIS DO HIPERTEREOIDISMO ?
- > COMPLICAÇÕES MATERNAS: CRISE TIREOTÓXICA, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, ABORTAMENTO, PARTO PRÉ-TERMO, PRÉ-ECLÂMPSIA.
- > COMPLICAÇÕES FETAIS: CRESCIMENTO INTRAUTERINO RESTRITO, BAIXO PESO, PREMATURIDADE, ANOMALIAS CONGÊNITAS, HIPERTIREOIDISMO FETAL (1% DOS FETOS DE MÃES COM DOENÇA DE GRAVES) E MALFORMAÇÕES FETAIS (O RISCO É MAIOR EM GESTANTES COM HIPERTIREOIDISMO NÃO TRATADO).
OBS) O DIAGNÓSTICO DO HIPERTIREOIDISMO FETAL SE BASEIA NOS ACHADOS DE TAQUICARDIA FETAL E BÓCIO FETAL À ULTRASSONOGRAFIA, CONFIRMADO PELA CORDOCENTESE POR DOSAGENS DE TSH E TIROXINA (T4 LIVRE);
OBS) O HIPERTIREOIDISMO NEONATAL ASSOCIADO À PASSAGEM DE IMUNOGLOBULINAS MATERNAS (TRAB) ESTIMULANTES DA TIREOIDE É TRANSITÓRIO, MAS REQUER ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO.
O QUE É A TIREOTOXICOSE GESTACIONAL TRANSITÓRIA (TGT) ?
- CONDIÇÃO TRANSITÓRIA, NÃO AUTOIMUNE, E NORMALMENTE ASSINTOMÁTICA;
- QUANDO OCORREM SINTOMAS, ELES GERALMENTE OCORREM ENTRE A 8ª E 14ª SEMANA E LIMITAM-SE ATÉ A 20ª SEMANA;
- ESTÁ ASSOCIADA À GESTAÇÃO GEMELAR, À DOENÇA TROFOBLÁSTICA E À HIPERÊMESE GRAVÍDICA, EM VIRTUDE DOS NÍVEIS ELEVADOS DE HCG. A ETIOPATOGENIA ESTÁ RELACIONADA AO ESTÍMULO DA TIREOIDE POR NÍVEIS ELEVADOS E SUSTENTADOS DE HCG;
- A TGT NÃO PARECE SE ASSOCIAR A UM AUMENTO DE COMPLICAÇÕES MATERNO-FETAIS;
- O TGT SUBCLÍNICO NÃO NECESSITA DE TRATAMENTO, APENAS O ACOMPANHAMENTO; EM CASO DE TGT PROLONGADO E SINTOMÁTICA, O TRATAMENTO É NECESSÁRIO;
QUAL O TRATAMENTO TGT ?
- TIREOTOXICOSE GRAVE OU NÃO RESOLVIDA ATÉ A 16ª OU 20ª SEMANA OU ASSOCIADA À HIPERÊMESE: O USO DE ANTITIREOIDIANOS ESTÁ INDICADO. EM FUNÇÃO DO RISCO DE HIPOTIREOIDISMO FETAL PELO USO DAS MEDICAÇÕES, ESSES MEDICAMENTOS DEVERÃO SER SUSPENSOS TÃO LOGO A HIPERÊMESE CESSE OU A PACIENTE ENTRE EM EUTIREOIDISMO;
- NOS CASOS DE TAQUICARDIA IMPORTANTE, OS BETABLOQUEADORES (ATENOLOL) PODEM SER EMPREGADOS POR PERÍODOS CURTOS (NÃO SUPERIORES A SEIS SEMANAS) PELO RISCO DE BRADICARDIA FETAL;
- NOS CASOS ASSOCIADOS À DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL, A REMOÇÃO DO MATERIAL POR CURETAGEM OUHISTERECTOMIA É O TRATAMENTO USUAL E REVERTE AS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS DA TIREOTOXICOSE.
O QUE É A DOENÇA DE GRAVES ?
- É UMA DOENÇA AUTOIMUNE ÓRGÃO-ESPECÍFICA COM FORMAÇÃO DE ANTICORPOS ESTIMULADORES DA TIREOIDE. ESSES ANTICORPOS SIMULAM O TSH, TÊM A CAPACIDADE DE ESTIMULAR A FUNÇÃO TIREOIDIANA E PODEM CRUZAR A PLACENTA E CAUSAR DOENÇA DE GRAVES NEONATAL;
- PODE SER DIAGNÓSTICA POR TÍTULOS ELEVADOS DE ANTICORPOS ESTIMULANTES DA TIREOIDE (TSAB OU TRAB), QUE NORMALMENTE DIMINUEM NO TERCEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO;
QUAL É A CONDUTA EM RELÇÃO A DOENÇA DE GRAVES ?
- MULHERES COM ESTA AFECÇÃO DEVEM SER SEGUIDAS DEPOIS DO NASCIMENTO, PORQUE PODE OCORRER A RECORRÊNCIA OU O AGRAVAMENTO DOS SINTOMAS NOS PRIMEIROS MESES APÓS O PARTO.
- AS MULHERES ASSINTOMÁTICAS DEVEM TER O TSH E O T4 LIVRE DOSADOS CERCA DE SEIS SEMANAS APÓS O PARTO.
- O ALEITAMENTO MATERNO NÃO ESTÁ CONTRAINDICADO, MAS A MEDICAÇÃO (METIMAZOL E PROPILTIURACIL) DEVE SER TOMADA APÓS A MAMADA E DEVE SER DADO UM INTERVALO DE TRÊS HORAS ATÉ A PRÓXIMA MAMADA, PARA DIMINUIR A CONCENTRAÇÃO DA MEDICAÇÃO NO LEITE MATERNO.
QUAL É O TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO ?
->O OBJETIVO DO TRATAMENTO DO HIPERTIREOIDISMO MATERNO É MANTER A GESTANTE EM EUTIREOIDISMO DURANTE TODA A GESTAÇÃO, COM O TSH MANTIDO EM NÍVEL DE HIPERTIREOIDISMO (0,10 A 1,00 MUI/ML) COM A MENOR DOSE DE ANTI TIREOIDIANOS POSSÍVEL.
- > TRATAMENO MEDICAMENTOSO:
- METIMAZOL: O METIMAZOL NÃO ESTÁ CONTRAINDICADO NA GESTAÇÃO, DEVENDO APENAS SER EVITADO NO PRIMEIRO TRIMESTRE (POSSIVEL ASSOCIAÇÃO COM ATRESIA ANA E ESOFAGIANA E APLASIA CUTIS - MAL FORMAÇÃO PELE;). SEU USO É RECOMENDADO NO SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRE;
- PROPILTIURACIL: O PROPILTIOURACIL (PTU) ERA A MEDICAÇÃO DE ESCOLHA NO HIPERTIREOIDISMO DURANTE GRAVIDEZ, POISPOSSUI MENOR PASSAGEM PLACENTÁRIA E INIBE A CONVERSÃO PERIFÉRICA DE T4 EM T3. NO ENTANTO, O PTU FOI ASSOCIADO À HEPATITE FULMINANTE E, POR ISSO, ALGUMAS REFERÊNCIAS RECOMENDAM O SEU USO NO PRIMEIRO TRIMESTRE, EVITANDO MALFORMAÇÕES, COM TROCA PARA O METIMAZOL NO SEGUNDO TRIMESTRE.
- > TIREOIDECTOMIA (RARAMENTE UTILIZDA; RECOMENDADA PARA PACIENTES QUE NECESSITAM DE DOSE MAIORES DE 300 MG DA MEDICAÇÃO);
- > IODO RADIOATIVO (A ABLAÇÃO RADIOATIVA É CONTRAINDICADA PORQUE PODE DESTRUIR A TIREOIDE FETAL. PORTANTO, SEU USO ESTÁ FORMALMENTE CONTRAINDICADO NA GESTAÇÃO E NO ALEITAMENTO MATERNO);
EM RELÇÃO AO LUPUS NA GESTAÇÃO, O QUE É ? QUAIS SÃO SUAS COMPLICAÇÕES ?
- > LÚPUS É UMA DOENÇA AUTOIMUNE COM RESPOSTA TH2/
- > O RISCO DE ATIVAÇÃO NA GRAVIDEZ OCORRE PRINCIPALMENTE NO 3º TRIMESTRE;
- > COMPLICAÇÕES:
- AUMENTO DA OCORRÊNCIA;
- ABORTAMENTOS ESPONTÂNEOS;
- CIUR;
- MORTE INTRAUTERINA;
- SOFRIMENTO FETAL;
- PRÉ-ECLÂMPSIA;
- TRABALHO DE PARTO PREMATURO;
OBS) O RISCO DE PERDA GESTACIONALÉ DE APROXIMADAMENTE 20%, SENDO MAIOR EM PACIENTES COM NEFRITE OU COM SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDEO(SAF) ASSOCIADA.
OBS) RECOMENDA-SE QUE A PACIENTE COM LÚPUS AGUARDE PELO MENOS SEIS MESES DE REMISSÃO DA DOENÇA PARA ENGRAVIDAR, VISTO QUE ISTO DIMINUI A CHANCE DE ATIVAÇÃO DA DOENÇA DURANTE A GESTAÇÃO.
ALÉM DISSO, DEVE-SE EVITAR ENGRAVIDAR NOS PRIMEIROS DOIS PRIMEIROS ANOS DO DIAGNÓSTICO, MOMENTO EM QUE O LÚPUS TENDE A APRESENTAR AS SUAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS;