Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) Flashcards
DRGE:
Definição.
Afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando um espectro variável de sinais e sintomas esofágicos e/ou extra-esofágicos, com lesão tecidual ou não.
DRGE:
Quais são as barreiras anti-refluxo? (4)
- Esfíncter esofágico inferior (EEI)
- Pilares diafragmáticos
- Ligamento freno-esofágico (aproxima o esôfago distal do diafragma crural)
- Ângulo de His.
DRGE:
Principais fatores predisponentes. (8)
- Hérnia de hiato (principal);
- Hipotonia do EEI;
- Dieta rica em gordura, cítricos, chocolate, molho e café;
- Medicamentos: anti-depressivos, anti-hipertensivos;
- Gestação;
- Obesidade;
- Tabagismo e etilismo;
- Atraso do esvaziamento gástrico.
Hérnia de hiato:
Definição.
Herniação do conteúdo abdominal para o tórax através do hiato diafragmático esofágico, principalmente o estômago.
Hérnia de hiato:
Tipos. (3)
I. Deslizamento (95%): transição esôfago-gástrica acima do pinçamento diafragmático.
II. Rolamento/para-esofágica: transição abaixo do pinçamento, mas com conteúdo gástrico herniado.
III. Mista: deslizamento + rolamento.
Hérnia de hiato:
Diagnóstico.
2 cm ou mais entre a transição esôfago-gástrica e o pinçamento diafragmático.
DRGE:
Clínica típica. (6)
- Pirose;
- Regurgitação;
- Eructação (arroto);
- Náusea;
- Epigastralgia;
- Halitose.
DRGE:
Manifestações atípicas. (7)
- ORL:
a. Rouquidão;
b. Pigarro;
c. Sinusite. - Pulmonares:
a. Asma;
b. Tosse crônica;
c. Pneumonite aspirativa. - Orais: desgaste do esmalte dentário.
DRGE:
Exames complementares. (7)
- Raio-X simples
- Esôfago-estômago-duodenografia (EED) - Raio-X contrastado;
- EDA: mostra sinais indiretos do refluxo;
- pHmetria prolongada;
- Manometria do esôfago;
- Cintilografia;
- Impedânciometria.
DRGE:
Achados à EDA. (3)
- 50% apresenta EDA negativa: DRGE não erosiva;
- 45% apresenta esofagite erosiva (péptica) - 95% de sensibilidade a DRGE;
- 5% apresenta DRGE erosiva complicada.
Esofagite péptica:
Classificação de Los Angeles. (4)
Pela extensão da esofagite:
A: até 5mm
B: > 5mm
C: Continuidade de acometimento entre duas pregas/erosões de até 75% de acometimento;
D: Acometimento > 75% da circunferência do esôfago.
pHmetria de 24 horas:
Quando solicitar?
Padrão-ouro para diagnóstico de DRGE.
Principalmente quando EDA é normal em pacientes com sintomas típicos.
DRGE:
Tratamento clínico. (7)
- Comportamental:
a. Cabeceira elevada;
b. Não deitar após refeição;
c. Parar de fumar. - Dietético:
a. Perder peso;
b. Alimentação. - Medicamentoso:
a. IBP;
b. Pró-cinéticos (Bromoprida).
DRGE:
Tratamento endoscópico. (4)
- PMNA: injeta esferas de polimetilmetacrilato no EEI;
- Enteryx: injeções no EEI guiadas por EDA;
- Endocinch: sutura interna na região do EEI;
- Stretta: liberação de radiofrêquencia ao nível da cárdia, espessando a região.
DRGE:
Indicações para o tratamento cirúrgico. (3)
- Dependentes de IBP e com boa expectativa de vida;
- Vontade do paciente;
- DRGE complicada.
DRGE:
Tratamento cirúrgico. (3)
- Restauração do esôfago intra-abdominal;
- Reconstituição do hiato;
- Reforço do EEI (fundoplicatura total - de Nissen): principal técnica cirúrgica.
V ou F?
A queixa de disfagia na DRGE não é comum.
Verdadeiro.
Se presente: pensar em estenose péptica ou adenocarcinoma.
V ou F?
O diagnóstico de DRGE é clínico, podendo-se realizar prova terapêutica de supressão ácida.
Verdadeiro.
DRGE:
Como realizar prova terapêutica?
IBP 1x/dia em dose padrão por pelo menos 4 - 8 semanas.
DRGE:
Indicações da prova terapêutica? (2)
- Sem EDA ou qualquer exame que confirme a doença;
2. Suspeitos e sem indicação de EDA na abordagem inicial.
DRGE:
Quando solicitar EDA? (3)
- Idade > 45 anos;
- Sinais de alarme;
- Refratariedade ao tratamento clínico.
DRGE:
Sinais de alarme que indicam EDA? (6)
ALARME
- Anemia;
- Linfadenopatia;
- Amarelão: icterícia;
- “Raull”: vômitos de repetição/hematêmese;
- Massa na garganta: odinofagia/disfagia;
- Emagrecimento.
DRGE:
Complicações? (5)
- Esôfago de Barrett;
- Esofagite de refluxo;
- Estenose péptica do esôfago;
- Úlcera esofágica;
- Sintomas respiratórios.
Esofagite de refluxo:
Classificações endoscópicas? O que avaliam?
- Savary-Miller (I a V): avalia complicações;
2. Los Angeles (A a D): avalia gravidade das lesões.
Esofagite de refluxo:
Classificação de Savary-Miller? (5)
I. Erosões em 1 prega;
II. Erosões em > 2 pregas.
III. Erosões ocupando toda a circunferência do esôfago;
IV. Úlceras e estenose, isoladas ou associadas às lesões nos graus I e III;
V. Esôfago de Barrett.
Esofagite de refluxo:
Classificação de Los Angeles? (4)
A. Erosões até 5 mm;
B. Erosões > 5 mm não contínuas;
C. Erosões > 5 mm contínuas envolvendo < 75% da circunferência;
D. Erosões envolvendo > 75% da circunferência.
V ou F?
As medidas antirrefluxo (comportamentais) são indicadas para todos os pacientes com DRGE e tem eficácia comprovada.
Falso.
As medidas antirrefluxo são indicadas para todos os pacientes com DRGE e tem eficácia controversa.
DRGE:
Tratamento clínico inicial?
IBP em dose plena (Omeprazol 20 mg / Lanso 30 mg / Panto 40 mg) + medidas antirrefluxo, por 4 a 8 semanas.
DRGE:
Conduta em pacientes que não respondem ao tratamento clínico em 8 semanas.
Dobrar a dose do IBP e realizar por mais 12 semanas.
DRGE:
Quanto ao tratamento clínico de pacientes com esofagites graus III-V de Savary-Miller / C-D de Los Angeles.
Iniciar IBP em dose dobrada.
DRGE:
Quais as opções diante do paciente que finalizou o tratamento padrão e voltou a apresentar sintomas? (2)
Uso de IBP:
- Sob demanda: somente durante período sintomático;
- Crônico: de forma ininterrupta.
DRGE:
Quando considerar o paciente como refratário ao tratamento?
Não respondeu à dose dobrada de IBP (deve-se pesquisar outras etiologias).
Esôfago de Barrett:
Definição histológica?
Metaplasia intestinal: substituição de epitélio escamoso estratificado do esôfago por epitélio colunar do intestino.
Esôfago de Barrett:
Diagnóstico confirmatório?
Biopsia: células caliciformes (EDA somente levanta suspeita).
O esôfago de Barrett é uma lesão precursora do _____.
Adenocarcinoma invasivo de esôfago.
Conduta no esôfago de Barrett:
- Paciente sem displasia.
- Paciente com displasia de baixo grau.
- 1 EDA no 1º ano e, após, a cada 2-3 anos.
2. 2 EDAs no 1º ano e, após, anualmente.