Diuréticos Flashcards
Mecanismos de interrupção para o sistema Renina Angiotensina Aldosterona (4)
- Inibidores da Renina
- Inibidores da ECA
- Antagonistas dos recetores de Angiotensina II
- Antagonistas dos recetores de Aldosterona
Como é que é o Vd dos fármacos diuréticos?
Baixo, geralmente.
Os fármacos concentram-se no rim para excreção e portanto têm uma ação aumentada no nefrónio. Normalmente os níveis do fármaco no sangue são baixos e os efeitos adversos não renais também.
Indicações terapêuticas dos diuréticos
Edematosas (IR, IC, I hepática, edema idiopático...) Não-edematosas HTA Diabetes Insipidus ADH elevada Hipercalcémia (furosemida) Distúrbios ácido base Nefrolitíase Intoxicação aguda IRA Glaucoma D. Aguda das montanhas
ACETAZOLAMIDA
Inibidor da anidrase carbónica
Inibe reabsorção de Na de forma não competitiva e reversível, inibindo a anidrase carbónica II do citoplasma e IV do lumen proximal.
Inibição da anidrase carbónica - mecanismo de ação
Ao inibir a anidrase carbónica, o CO2 não entra na célula, nem é transformado a H2CO3 dentro dela.
Deste modo, não se forma H+ para fazer antiporte com Na+ (membrana luminal), nem se forma HCO3 para o simporte com o Na+ (membrana basolateral)
-> Na+ acumula-se no lúmen
Forma-se bicarbonato de sódio com aumento da diurese.
Inibidores da anidrase carbónica em uso crónico.
Depois de vários dias de terapêutica, o efeito diurético é diminuido por upregulation de reabsorção de NaHCO3 e por reabsorção de NaCl mais distalmente no nefrónio.
Efeito adverso da inibição da anidrase carbónica
Acidose metabólica (por inibição da secreção proximal de H+ e no ducto coletor)
Diuréticos que podem ser usados num episódio de toxicidade por aspirina.
Inibidores da anidrase carbónica - urina alcalina!
Uso de acetalozamida com furosemida.
A furosemida causa alcalose metabólica.
O uso de acetalozamida pode diminuir o pH orgânico. (usado na IC com furosemida)
Inibidores da anidrase carbónica no glaucoma.
O corpo ciliar precisa de anidrase carbónica para secretar NaCl para a câmara anterior do olho.
Os inibidores da anidrase carbónica podem atuar numa solução tópica com beta antagonistas para tratar o glaucoma.
Doença aguda de montanha
Ascendência a altitudes superiores a 3000 m podem predispor ao edema e desequilíbrio iónico.
Os sintomas são náuseas, cefaleias, tonturas, insónias, edema pulmonar e confusão.
Porque é que os inibidores da anidrase carbónica são envolvidos no tratamento da doença aguda de montanha?
Inibem a secreção de cloreto e bicarbonato para o liquor, tendo uma ação profiláxica.
TOPIRAMATO
Anti-epilético que inibe a anidrase carbónica e que pode causar acidose
Alcalinização da urina
Inibidores da anidrase carbónica Bicarbonatos orais (muito usado na gota, para prevenir a precipitação de urato e nefrolitíase)
MANITOL
Diurético osmótico
É filtrado pelo glomérulo mas não é reabsorvido.
Pode levar a distúrbios acentuados da natrémia.
Causa acidose
Indicação para o MANITOL
Tratamento imediato do aumento da pressão intracraniana.
Situações não farmacológicas de diurese osmótica (2)
Diabetes Mellitus
Agentes de radiocontraste
Alvo terapêutico dos diuréticos de ansa.
Cotransporter NKCC2 (Na-K-2Cl) da membrana apical das células do ramo ascendente espesso da ansa.
Porque é que a calcémia e a magnesiémia podem descer quando se usam diuréticos de ansa?
Entravam duas cargas negativas e duas cargas positivas. Uma das positivas era novamente secretada (K+)
Havia, portanto uma carga negativa a mais a atrair cálcio e magnésio para o sangue, que já não há.
Diuréticos de ansa fazem ligação reversível ou irreversível?
Reversível
Efeitos dos diuréticos de ansa no tubo coletor
O aumento da carga de Na+ leva à secreção de K+ e H+, com predisposição à hipocaliémia e alcalose metabólica.
A hipocaliémia pode predispor a arritmias.
FUROSEMIDA
Diurético de ansa
CAUSA ALCALOSE
OTOTÓXICO - d. eletrolítico endolinfa
BUMETANIDA
Diurético de ansa
CAUSA ALCALOSE
40x mais potente
OTOTÓXICO - d. eletrolítico endolinfa
TORSEMIDA
Diurético de ansa
CAUSA ALCALOSE
OTOTÓXICO - d. eletrolítico endolinfa
ÁCIDO ETACRÍNICO
Diurético de ansa
CAUSA ALCALOSE
Usado em alérgicos a sulfonamida (outros diuréticos de ansa)
OTOTÓXICO - d. eletrolítico endolinfa
Indicações para os diuréticos de ansa (5)
HTA Edema pulmonar agudo Edema cardíaco, cirrótico ou renal Hipercalcemia Hipercaliémia
Derivados de sulfonamida (3)
FUROSEMIDA
BUMETANIDA
TORSEMIDA
Que diurético usar numa situação de HIPERPARATIROIDISMO?
Diurético de ansa.
Num caso de hiperparatiroidismo, com HIPERCALCÉMIA, queremos excretar cálcio.
Que diurético se usa numa situação de hipercaliémia?
Diurético de ansa.
No tubo coletor o potássio é secretado.
Mecanismo de AÇÃO das TIAZIDAS
Antagonistas COMPETITIVOS dos canais NCC (Simporter Na+/Cl-) no tubo contornado distal.
Natriurese mais modesta.
Alguma vasodilatação.
PAM desce
Tiazidas e a calcémia.
As tiazidas promovem aumento da reabsorção de cálcio no TCD. (TRPV5 - canais da PTH)
Osteoporose
Nefrolitíase
Como é que o bloqueio dos co-transporters apicais de Na/Cl ajuda à reabsorção de cálcio?
Os cloretos podem ser reabsorvidos pela membrana baso-lateral, causar uma hiperpolarização da célula e acentuar a reabsorção de cálcio.
HIDROCLOROTIAZIDA
Diurético tiazida.
Diminui a tolerância à glicose.
Não deve ser administrado com antiarrítmicos que prolonguem o QT, levando a taquicárdia ventricular polimórfica.
Primeira linha para HTA
TIAZIDAS + DIURÉTICOS DE ANSA (indicação)
Falência cardíaca.
As tiazidas também podem causar hipocaliémia e alcalose! (secreção de K+ e H+ no tubo coletor)
CLORTALIDONA
TIAZIDA
Maior duração de ação (1x/dia)
Indicação terapêutica para Diabetes Insipidus Central.
DESMOPRESSINA (agonista V2)
Diurético usado na diabetes insipidus nefrogénica.
Tiazidas.
Por diminuição do volume vascular, diminui o volume tubular.
Diuréticos poupadores de potássio (3)
Espironolactona
Eplerenona
Amilorida
Triamterena
Mecanismo de ação da ESPIRONOLACTONA
Inibe biossíntese de novos canais de Na+ nas células principais.
Liga-se ao recetor mineralocorticoide da aldosterona, impedindo a sua translocação para o núcleo.
Mecanismo de ação da EPLERENONA
Inibe biossíntese de novos canais de Na+ nas células principais.
Liga-se ao recetor mineralocorticoide da aldosterona, impedindo a sua translocação para o núcleo.
Mecanismo de ação da AMILORIDA
Bloqueia canais de sódio luminais do tubo coletor
Mecanismo de ação do TRIAMTERENE
Bloqueia canais de sódio luminais do tubo coletor
Antagonistas de recetores de mineralocorticóides (2)
ESPIRONOLACTONA
EPLERENONA (mais seletiva, menos efeitos adversos)
(tratamento da hipertensão associada a obesidade)
Inibidores do canal ENaC (de Na+) na membrana apical do tubo coletor.
AMILORIDA
TRIAMTERENE
Tratamento da HTA
Hipercaliémia nos diuréticos poupadores de potássio.
A inibição do uptake de Na+ diminui ainda mais o potencial negativo trans-epitelial e diminui a driving force de secreção de potássio nas células ductais.
Também diminui a secreção de H+, levando a ACIDOSE METABÓLICA.
Efeitos adversos da ESPIRONOLACTONA nos homens
Bolqueia os recetores de androgénios
IMPOTÊNCIA
GINECOMASTIA
Síndrome de Liddle
Doença genética autossómica dominante com HTA severa e precoce, renina diminuída, alcalose metabolica e hipocaliémia.
(subunidade beta ou gama da ENaC mutada gain of function)
AMILORIDA e TRIAMTERENE
Indicação dos diuréticos poupadores de potássio
Hipertensão (associado a outros diuréticos)
Alcalose hipocaliémica secundária ao excesso de mineralocorticóides (na IC, IH…)
Usados na ascite secundária a falência hepática.
Benefício a ESPIRONOLACTONA na IC e IR
Inibe remodelling da aldosterona (em macrófagos)
Inibe a diminuição da atividade da G6P desidrogenase mediada por aldosterona. A G6P desidrogenase é antioxidante.