Distúrbios Motores do Esôfago Flashcards
Defina: DISFAGIA AFAGIA ODINOFAGIA GLOBO FARÍNGEO DISFAGIA DE TRANSFERÊNCIA FAGOFOBIA
- Disfagia: refere-se a problemas com a passagem de alimento ou líquido da boca para a hipofaringe ou através do esôfago. Pode comprometer a nutrição, causar aspiração e reduzir a qualidade de vida.
- Afagia: disfunção da deglutição; incapacidade de deglutir. Significa obstrução esofágica completa mais comumente encontrada no cenário agudo de um bolo alimentar ou impactação de corpo estranho.
- Odinofagia: deglutição dolorosa, resultante da ulceração da mucosa dentro da orofaringe ou esôfago.
- Globo faríngeo (pseudodisfagia): sensação de corpo estranho localizada no pescoço que não interfere na deglutição e às vezes é até aliviada por ela. Comum em pacientes com ansiedade ou TOC.
- Disfagia de transferência (orofaríngea): engasgo; resulta frequentemente em regurgitação nasal e aspiração pulmonar durante a deglutição; doenças neuromusculares.
- Disfagia de condução: entalo (ex: obstrução, distúrbio motor)
- Fagofobia (medo de deglutir) e Recusa de engolir: podem ser psicogênicas ou relacionadas com a ansiedade de antecipação sobre a obstrução do bolo alimentar, odinofagia ou aspiração.
Quadro clínico da acalasia
- Disfagia (sólidos e líquidos) e perda de peso (em anos).
- Entre as idades de 25 e 60 anos.
- Início na adolescência é raro.
- Início insidioso e progressão gradual.
- Dor torácica retroesternal (60-80%), +/- irradiação, +/- azia que não responde a IBP.
- Regurgitação (geralmente não ácida); broncoaspiração; halitose
- Pode haver dificuldade em arrotar (85%, EEI hipertônico).
Patogenia da acalasia
Patogenia:
* Plexo mioentérico (Auerbach) é destruído. [Plexo submucoso Meissner)];
* Déficit de relaxamento do EEI; hipertonia do EEI; peristalse anormal
- Primária: Idiopática (Autoimune, HPV 1?);
- Secundária: Chagas.
- Acalasia crônica caracteriza-se por dilatação progressiva e deformidade sigmóidea do esôfago com hipertrofia do EEI
Subtipos de acalasia:
- Clássica
- Com compressão esofágica
- Espástica
- Acalasia clássica: pressurização mínima do corpo esofágico; deglutição não resulta em alterações significativas na pressurização do esôfago
- Acalasia com compressão esofágica: pressurização líquida significativa; deglutição resulta em pressurização em todo o esôfago
- Acalasia espástica: contrações espásticas do esôfago
Exames e diagnóstico de acalasia
- Diagnóstico:
- Manometria Esofágica: primeira escolha; relaxamento reduzido do EEI e ausência de peristalse nos dois terços distais do esôfago
- Esofagografia baritada: estadiamento; bico de pássaro ou chama de vela; quando crônico pode haver divertículo epifrênico e conformação sigmoidea
- Sempre pedir sorologia para Chagas
- Endoscopia: afastar CA
Classificação de Mascarenhas / Rezende
I - Esôfago normal: < 4cm de diâmetro
II - Megaesôfago: 4 a 7 cm
III - Megaesôfago: 7 a 10 cm (nível hidroaéreo)
IV - Dolicomegaesôfago > 10 cm (dobrado)
Tratamento Acalasia: Classificação de Mascarenhas / Rezende
I - Esôfago normal: < 4 cm de diâmetro
- Nitrato, Nifedipina (bloc Ca+) / Botox (pouca resolução)
II - Megaesôfago: 4 a 7 cm
- Tto endoscópico (Dilatação EDA, pneumática) ou Cardiomiotomia
III - Megaesôfago: 7 a 10 cm (nível hidroaéreo)
- Cardiomiotomia à Heller +/- fundoplicatura (antirrefluxo)
IV - Dolicomegaesôfago: > 10 cm (dobrado)
- Esofagectomia ou Cardiomiotomia
Tratamento farmacológico: pouco eficaz
Dilatação pneumática (Endoscopia): tipos I e II, retratamento é necessário em 4 a 6 anos
Miotomia: preferível < 40 anos devido à necessidade de retratamento
Miotomia endoscópica oral (POEM): tipo III
Injeção de toxina botulínica: pacientes contraindicados aos tratamentos anteriores e alto risco (adultos mais velhos)
Doença não pode ser evitada ou revertida por qualquer intervenção terapêutica;
A peristalse raramente ou nunca volta ao normal
Espasmo Esofagiano Difuso: Patogenia Clínica Diagnóstico e exames Tratamento
- Contrações simultâneas, vigorosas e longas
- Patogênese: degeneração axonal → contrações fásicas intensas e não propulsivas
- Clínica: disfagia e precordialgia (Dx dif: IAM, ECG e enzimas cardíacas)
- mulher com ansiedade/ depressão
- Diagnóstico:
- Manometria Esofágica (+ teste provocativo, betanecol, > 120 mmHg e > 2,5s), endoscopia (afastar CA)
- Esofagografia baritada (saca-rolhas, ponta de rosário)
- Tratamento: Ansiolítico, Nitratos/Nifedipina, Dilatação endoscópica; Miotomia longitudinal (alto risco, abordagem torácica)
- Esôfago em quebra-nozes: quadro ainda mais intenso e sintomático.
Esôfago em quebra-nozes
Quadro ainda mais intenso e sintomático de Espasmo Esofagiano Difuso
Contrações generalizadas > 180 mmHg
Complicações da acalasia
Complicações: esofagite de estase → carcinoma de células escamosas