Colelitíase, Colecistite, Coledocolitíase e Colangite Flashcards
Tipos de cálculos biliares
Colesterol X Pigmentares (preto e castanho)
- Amarelo
• Mais comum, colesterol
• Não pigmentado, radiotransparente, formado na vesícula
• Fatores de risco: mulher, estrogênio, idade, obesidade, emagrecimento rápido drogas (clofibrato), doenças ileais (Crohn, ressecção ileal) - Pretos
• 2º mais comum, bilirrubinato de Ca2+
• Pigmentado, radiopaco, formado na vesícula
• Fatores de risco: hemólise crônica, cirrose - Castanho
• Mais raro, bilirrubinato de Ca2+
• Pigmentado, radiopaco, formado na via biliar
• Fatores de risco: obstrução, colonização bacteriana
Fatores de risco para formação de cálculos biliares
Idade
Sexo feminino
Predisposição genética
Dismotilidade vesicular
Hipertrigliceridemia
NPT
DM
Gestantes
Pacientes com lesão de medula espinhal
Dieta hipocalórica ou hipercalórica
Estrogênio e progesterona
Obesidade
Perda de peso rápida
Cirrose
Hemólise
Doença de Crohn
Bariátrica
Medicamentos (clofibrato, octreotida, ceftriaxona)
Parasitose da via biliar
Fatores protetores contra a formação de cálculos biliares
- Cafeína
- Vitamina C
- Dieta rica em fibras
- Uso de estatinas
- Algumas proteínas vegetais
- Nozes
Constituição da bile
- Produzida no fígado (volume diário de 500 a 1000ml)
- Composta por sais biliares, pigmentos biliares (bilirrubina), colesterol, fosfolipídeos, eletrólitos e água
- Alcalina
Fisiopatologia da formação dos cálculos biliares
- Aumento do colesterol ou dos sais biliares para níveis superiores à sua capacidade de solubilidade → favore a formação de microcristais
- Estase biliar e acúmulo de muco → aglutina os microcristais em precipitação formando os cálculos
Quadro clínico da colelitíase
- Maioria assintomática
- Cólica biliar: dor de início súbito, progressiva que permanece em um platô por 2 a 3 horas e depois cede; localizada no epigástrio e QSD do abdome; inicia após alimentação copiosa ou rica em gordura
- Náuseas e vômitos
- Sintomas dispépticos
Diagnóstico da colelitíase
• História clínica + exame físico + exame de imagem
• US: exame preferencial para detectar cálculos radiotransparentes
- Achados: massa hiperecogênica no interior da vesícula associada à sombra acústica posterior
- detecta cálculos maiores que 2 mm
• TC: complicações
Tratamento da colelitíase
Uso de AINE para cólica biliar Colecistectomia videolaparoscópica • Sintomático • Complicações • Assintomático se: - > 3 cm (>2,5) - pólipos - porcelana - anomalia congênita - anemia hemolítica - cirurgia bariátrica e transplante cardíaco
Complicações da colelitíase
- Colecistite (principal)
- Coledocolitíase
- Pancreatite aguda
- Colangite aguda
- Vesícula hidrópica
- Fístula biliar
- Íleo biliar
- Síndrome de Mirizzi
- Vesícula em porcelana
Definição de colecistite aguda
- Inflamação da vesícula, geralmente por um cálculo obstruindo-a
- Ocorre em até 10% dos pacientes com colelitíase sintomática
Epidemiologia da colecistite
- Complicação mais frequente da colelitíase
- 90% litiásica e 10% alitiásica
- Maior incidência em mulheres (3:1)
- Alitiásica: mais comum em homens, idosos e diabéticos
- Gestante: 2ª causa de abdome agudo não obstétrico (1ª apendicite aguda)
- Idosos: principal indicação de cirurgia de urgência
Fatores de risco da colescistite aguda
- Sexo
- Idade
- Obesidade
- Multiparidade
- Dislipidemia
- Gravidez
Fisiopatologia da colecistite aguda
- Impactação do cálculo no infundíbulo ou ducto cístico → aumento da pressão intravesicular → congestão venosa, comprometimento do fluxo sanguíneo arterial e diminuição da drenagem linfática
- Liberação de de mediadores inflamatórios pela mucosa insquêmica → conversão da lecitina em lisolecitina → tóxico para mucosa
- Edema inflamatório + congestão vascular + hemorragia intramural → espessamento da parede da vesícula biliar
Úlceras na mucosa desenvolvem-se com áreas focais de necrose - Pode haver infecção bacteriana secundária com acúmulo de bile purulenta e formação de empiema, perfuração com peritonite e sepse
MEDCURSO:
- Obstrução do ducto cístico + ação irritante da lisolecitina
- Fosfolipase A2 tranforma a Lecitina (bile) em lisolectina → inflamação da vesícula biliar
- Obstrução → Isquemia → Necrose → Perfuração → Abcesso/Peritonite
- Infecção bacteriana é secundária: E. coli (mais frequente), enterococcus, klebsiella e outros bacilos gram negativos e anaeróbios (ex: bacterioides fragilis)
Quadro clínico da colecistite aguda
- Dor abdominal > 4-6h no QSD ou epigástrio - pode se agravar, tornando-se mais parietal do que visceral; nesses casos, o paciente evita movimentar-se
- irradiação da dor para a região infraescapular ou dorso
- Histórico de cólica biliar anterior = relacionada à ingesta de alimentos gordurosos
- Sintomas associados: febre, náuseas, vômitos, anorexia e icterícia leve (10%)
- Sinal de Murphy positivo (interrupção súbita, devido à dor, da inspiração à palpação profunda do HD)
- Massa palpável dolorosa no QSD (20-30%)
- Sinal de Kehr
Diagnóstico da colecistite aguda
Diretrizes de Tokyo - TG 2018
A - Sinais locais de inflamação:
1) Sinal de Murphy
2) Massa QSD / dor / sensibilidade
B - Sinais sistêmicos de inflamação:
1) Febre
2) PCR elevado
3) Contagem elevada de leucócitos
C - Resultado da imagem:
1) Achados de imagem característicos da CA
Dx suspeito: um item em A + um item em B
Dx definitivo: um item em A + um item em B + C
Critérios diagnósticos da colecistite aguda
É necessário 2 dos 3 critérios, sendo obrigatório o critério de imagem
A. Clínicos:
* Dor à palpação, plastrão em QSD
* Sinal de Murphy positivo
B. Laboratoriais:
* Hemograma com leucocitose (12000)
* Proteína C-reativa elevada
C. Imagem:
* Cálculo biliar
* Espessamento da parede da vesícula biliar ≥ 5mm
* Sinal de Murphy ultrassonográfico
* TC, RM ou cintilografia positiva de vias biliares
Medcurso:
- Suspeita diagnóstica: A + B
- Diagnóstico: A + B + C