Abdome Agudo Vascular Flashcards

1
Q

Classificações do abdome agudo vascular

A

Quanto a localização:
* Isquemia mesentérica: acomete o intestino delgado
* Isquemia colônica: acomete o intestino grosso

Quanto o tempo de evoluação:
* Isquemia mesentérica: aguda
* Isquemia colônica: crônica

Quanto ao segmento vascular acometido:
* Oclusão arterial
* Oclusão venosa

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2
Q

Embriologia do intestino primitivo:

A
  • Intestino anterior: boca, esôfago, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e a metade proximal do duodeno
  • Intestino médio: metade distal do duodeno, jejuno, íleo, cólon ascendente e dois terços do colon tranverso
  • Intestino posterior: terço distal do colon transverso, colon desccendente, reto e porção superior do canal anal
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3
Q

Inervação e irrigação do intestino primitivo

A

Intestino anterior: plexo celíaco; tronco celíaco
Intestino médio: plexo mesentérico superior; arteria mesentéria superior
Intestino posterior: plexo mesentérico inferior; artéria mesentérica inferior

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4
Q

Circulação colateral

A

Tronco celíaco <–> A. pancreaticoduodenais <–> AMS
AMS <–> A. marginal de Drummond <–> AMI
Artéria cólica média (AMS) <–> Arcada de Riolan <–> Artéria cólica esquerda (AMI)

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5
Q

Fisiopatologia do AAV

A

Insuficiência no aporte de oxigênio e nutrientes necessários para o metabolismo celular
Isquemia → necrose → perfuração → peritonite

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6
Q

Etiologias do AAV

A
  • Isquemia colônica: responsável por mais de 50% dos casos
  • Isquemia mesentérica aguda
  • Isquemia mesentéroca crônica
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7
Q

Isquemia colônica

A
  • Forma mais frequente de isquemia intestinal (< 50%)
  • É mais frequentemente em idosos e mulheres
  • Acomete vasos menores e mais distais
  • Mais localizada e atinge inicialmente a mucosa colônica = 85% isquemia sem necrose, se resolve sem cirurgia ou complicações
  • Geralmente é transitória e autolimitada
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8
Q

Causas da isquemia colônica

A
  • Isquemia colônica não oclusiva - 95%
  • Oclusão arterial embólica e trombótica
  • Trombose da veia mesentérica
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9
Q

Áreas vulneráveis à isquemia colônica

A
  • Ponto de Griffiths: local de comunicação da a. colonica esquerda ascendente com a a. marginal de Drummond, na flexura esplânica do cólon
  • Ponto de Sudeck: local de comunicação entre o ramo descendente da a. cólica esquerda forma uma anastomose com a a. retal superior, na junção retossigmoide
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10
Q

Principais FR para isquemia colônica

A
  • Idade > 65 anos
  • DM, vasculite
  • IAM, hemodiálise
  • Cirurgia de ruptura de aneurisma de aorta
  • CMV
  • Corrida de longa distância
  • Opioides, anfetaminas, cocaina, digitálicos, ACO
  • Arritmia cardíaca
  • SII, constipação
  • DPOC
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11
Q

Quadro clínico da isquemia colônica

A
  • Dor abdominal em cólica no lado esquerdo do abdome
  • Diarreia sanguinolenta ou hematoquezia
  • Febre
  • Isquemia transmural = peritonite
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12
Q

Laboratório na isquemia colônica

A

Podem indicar isquemia avançada
* Aumento de lactato sérico
* Aumento do LDH (lactato desidrogenase), CPK, amilase
* Queda da Hb (pelo sangramento retal)
* Leucocitose com desvio à esquerda
* Acidose metabólica (fase mais avançada de isquemia)

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13
Q

Exames de imagem da isquemia colônica

A
  • Rx de abdome: sinal das impressões digitais = edema e espessamento da parede intestinal, em um padrão segmentar
  • TC de abdome: pneumatose intestinal, gás portal/mesentérico
  • AngioTC e arteriografia: pouca utilidade (pequenos vasos)
  • Colonoscopia: exame de escolha
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14
Q

Achados colonoscópicos na isquemia colônica

A
  • Mucosa edemaciada, friável, pálida, hemorrágica
  • Nódulos hemorrágicos azulados: sangramento submucoso
  • Distribuição segmentar, transição abrupta (bem delimitada) entre mucosa lesada e normal e preservação retal
  • Mucosa cianótica e erosões hemorrágicas dispersas ou ulcerações lineares; doença mais grave
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15
Q

Tratamento da isquemia colônica

A

Medidas de suporte:
* Jejum (repouso intestinal)
* Descompressão GI se houver íleo (SNG)
* Hidratação endovensa
* Suporte cardiovascular
* Correção das condições de baixo fluxo
* Retirada de medicamentos que predispõem à isquemia colônica (vasopressores, digitálicos)
* Atbterapia empírica de amplo espectro (pelo risco de translocação bacteriana)
* Terapia antitrombótica: a principio não está indicada

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16
Q

Tratamento cirúrgico da isquemia colônica

A
  • Evidência clínica de isquemia de toda a espessura da parede colônica, com necrose e/ou perfuração colônica e peritonite fecal (como sinais de peritonite e instabilidade hemodinâmica) ou radiológica (como pneumatose, gás no sistema venoso mesentérico ou portal, pneumoperitônio)
  • Nos pacientes que apresentam falha no tratamento conservador (febre persisente, leucocitose, irritação peritoneal, diarreia prolongada ou sangramento GI maciço)
  • Cirurgia: ressecção intestinal
  • Revascularização: sem indicação
17
Q

Complicações da isquemia colônica

A
  • Colite isquêmica crônica: crises recorrentes de febre ou sepse, diarreia sanguinolenta e dor abdominal
  • Estenose: constipação, dor abdominal e fezes em fita. Diagnóstico por enema ou colonoscopia
  • Cirurgia: sintomas obstrutivos, incapacidade de excluir neoplasia e de avaliar o colon proximal à estenose
18
Q

Prognóstico da isquemia colônica

A
  • 85%: isquemia transitória e autolimitada, que geralmente se resolve completamente sem sequelas com o tratamento conservador
  • Isquemia colônica leve, sem necrose: baixa mortalidade (< 5%)
  • Apx 15% dos pacientes desenvolvem necrose colônica e gangrena que está associada a altas taxas de mortalidade
19
Q

Classificação Isquemia Mesentérica Aguda

A

Arterial:
* Aguda
-> Oclusiva: embolia ou trombose
-> Não oclusiva
* Crônica

Venosa → trombose venosa mesentérica

20
Q

Etiologias da IMA

A
  • Embolia arterial (50%): ocorre devido a um trombo desalojado do AE, VE, válvulas cardíacas ou aorta proximal
  • Trombose arterial (15 a 25%): ocorre como um fenômeno sobreposto em pacientes com história de isquemia intestinal crônica por doença arterosclerótica
  • Trombose venosa (5%): pode ser idiopática (estados hipercoaguláveis) ou por causas secundárias (malignidade ou cirurgia abdominal anterior). Raramente envolve cólon
  • Isquemia mesentérica não oclusiva (20-30%): hipoperfusão esplânica e vasoconstrição
21
Q

Embolia arterial mesentérica

IMA

A
  • Local mais comum: artéria mesentérica superior (3 a 10 cm na sua origem)
  • Ausência de estenose pré-existente
  • Maior redução do fluxo sanguíneo em comparação com outras causas de isquemia intestinal
  • Falta de circulação colateral
  • Origem de êmbolos: AE, VE, válvulas cardíacas ou aorta proximal
  • FR:
    -> Doença cardíaca: arritmias (FA),IAM recente, doença valvular, aneurisma ventricular, endocardite infecciosa e IC
    -> Doença aórtica: aterosclerose e aneurisma de aorta
22
Q

Quadro clínico da EAM

A
  • Dor súbita, intensa, mesogástrica ou difusa
  • Náuseas e vômitos
  • Não responde aos opioides
  • Dor abdominal desproporcional ao EF
  • Isquemia avançada: taquicardia, hipotensão, taquipneia e febre
23
Q

Laboratório na EAM

A
  • Leucocitose com desvio à esquerda
  • Hematócrito elevado (hemoconcentração)
  • Aumento da PCR, amilase (elevada em 50% dos casos), fosfato e D dímero
  • Acidose metabólica
  • Aumento do lactato
  • TGO, TGP, LDH e CK podem estar elevados
24
Q

Achados do RX simples de abdome na EAM

A
  • Distensão de alças (íleo paralítico), espessamento da parede
  • Pneumatose intestinal e pneumoperitônio = isquemia avançada
25
Q

Exame inicial de escolha para EAM

A

Angiotomografia:
* Espessamento da parede intestinal focal ou segmentar
* Dilatação intestinal
* Falha de enchimento abrupto e arredondado (“sinal do menisco”) em segmento arterial não calcificado, localizado na porção mpedia e/ou distal da AMS
* Ausência de circulação colateral (processo agudo)
* Pneumatose intestinal, gás no sistema portal/mesentérico e pneumoperitônio = isquemia avançada

26
Q

Exame padrão ouro na EAM

A

Arteriografia

27
Q

Tratamento da EAM

A

Medidas de suporte:
* Jejum (repouso intestinal)
* Descompressão GI se houver íleo (SNG)
* Hidratação endovenosa
* Correção dos DHE e ácidobásicos
* Evitar vasopressores e suspender drogas vasoconstritoras (digoxina) que podem exacerbar a isquemia
* ATBterapia empírica de amplo espectro
* Anticoagulação sistêmica (HNF): prevenir e evitar a propagação do trombo
* Longo prazo: anticoagulantes orais e antagonistas da vitK (prevenir futuros eventos embólicos

28
Q

Tratamento cirúrgico na EAM

A

Embolectomia cirúrgica: tratamento de escolha
Laparotomia:
* Sinais clínicos (peritonite e instabilidade hemodinâmica), laboratoriais e radiológicos de isquemia avançada
* Ressecção intestinal das alças claramente necrosadas
* Second look: dúvida quanto a viabilidade intestinal e/ou o paciente instável
* Paliação?

29
Q
A