Apendicite Aguda Flashcards
Definição da apendicite aguda
Inflamação do apêndice
Abdome agudo inflamatório mais comum
Epidemiologia da apendicite aguda
- Principal causa de abdome agudo
- População geral 6-7%
- Maior incidência em homens, raça branca
- Incidência 2ª -3ª décadas de vida (5-10% idosos)
- Gestante: principal causa de abdome agudo não obstétrico
Etiologias da apendicite aguda
- Fecalito (mais comum)
- Hiperplasia linfoide (crianças)
- Neoplasia
- Ascaris
Fisiopatologia da apendicite aguda
Obstrução (fecalito) ➝ distensão e proliferação bacteriana (inflamação) ➝ após 12h de evolução: diminuição do suprimento arterial/isquemia (evoluindo para necrose da parede do apêndice) ➝ após 48h: perfuração ➝ abcesso (mais comum, homem jovem/ omento isola a perfuração) ou peritonite difusa (idoso, criança, imunocomprometido)
História natural da doença
- Inflamação do apêndice
- Comprometimento do apêndice
- Acometimento periapendicular (periviscerite)
- Abcesso periapendicular
- Coleções cavitárias
- Peritonite difusa
Principais bactérias envolvidas na apendicite aguda
Geralmente gram negativas e anaeróbicas
B. fragiles (anaeróbico restrito)
E. coli (aeróbica, gram negativa)
Quadro clínico da apendicite aguda
- Dor (mesogastro ➝ FID)
-> Primeiras 12h (visceral): Dor vaga epigástrica/mesogástrica, de localização mal delimitada, inespecífica
-> Após 48h (parietal): Dor em pontada, bem localizada (FID), sinal de Blumberg - Anorexia
- Náusea
- Vômito
- Febre baixa
- Sintomas relacionados a inflamação dos órgãos vizinhos
Sinais e sintomas de complicação da Apendicite Aguda
- Plastrão/abcesso palpável
- Peritonite difusa
- Leucocitose elevada
Sinais clássicos da apendicite aguda
- Sinal de Blumberg: descompressão brusca dolorosa
- Sinal de Rovsing: dor na FID após compressão da FIE
- Sinal de Dunphy: dor na FID que piora com a tosse
- Sinal do Obturador: dor hipogástrica com a rotação interna da coxa direita flexionada
- Sinal do Psoas: dor à extensão da coxa direita com paciente em decúbito esquerdo
Fases da apendicite aguda
Fase 0: apêndice normal
Não complicada:
Fase I: apêndice com hiperemia e edema (catarral)
Fase II: apêndice com exsudato fibrinoso (flegmonosa)
Complicada:
Fase III: apêndice com necrose e abcesso
Fase IV: apendicite perfurada (gangrenosa)
Diagnóstico da apendicite aguda
Clínico: história clássica de jovem, masculino, com quadro típico de apendicite aguda e < 48h de evolução = dx de apendicite
Na dúvida (idoso; criança; mulheres; obesos; gestantes): exames complementares
Exames complementares na apendicite aguda
Idoso; criança; mulheres; obesos; gestantes
Imagem:
* TC constrastada (padrão ouro): diâmetro apendicular > 6 mm; espessamento da parede apendicular > 2mm (imagem em alvo); borramento da gordura periapendicular; fecalito; líquido livre e ar periapendicular (sugestivo d eperfuração); reave da parede do apêndice; abcesso periapendicular; pneumoperitôneo (perfuração)
* USG/RM (para crianças e gestantes): apêndice aumentado, imóvel, não compressível, diâmetro apendicular > 6 mm; espessamento da parede apendicular > 2mm (imagem em alvo); borramento da gordura periapendicular; visualização de fecalito (25% dos casos); líquido livre na pelve ou presença de coleções
* LaboratórioLeucocitose com desvio a esquerda; PCR aumentado; Urina tipo I: pode apresentar leucocitúria e aumento da flora bacteriana; BHCG
Escore de alvorado
Três sintomas:
* Anorexia (1 ponto);
* Náusea e/ou vômitos (1 ponto);
* Dor típica migratória (1 ponto).
Três sinais:
* Defesa à descompressão (2 pontos);
* Dor em fossa ilíaca direita (1 ponto);
* Temperatura > 37,5°C (1 ponto).
Achado laboratorial:
* Leucocitose > 10.000/mm³ (2 pontos).
* Desvio à esquerda.
0-3: baixa probalidade
4-6: provável apendicite
≥ 7: alto risco de apendicite
Diagnósticos diferenciais da apendicite aguda
Divertículo de Meckel:
* Anomalia congênita mais comum no TGI; crianças pré-escolares
* Divertículo verdadeiro; borda intestinal anti-mesentérica; 45-60 cm da válvula ileocecal
* Tratamento: diverticulectomia simples (excisão do divertículo em sua base) ou por ressecção segmentar do intestino delgado e anastomose primária
Divertículo Aguda Cecal:
* 1,5% doas casos de diverticulite nos países ocidentais, mas 78-90% dos casos em países asiáticos
* TC contrastada
* Tratamento clínico ou cirúrgico
Ileite Aguda:
* Infecção bacteriana autolimitada aguda (Yersinia, Campylobacter, Salmonella e outras)
* Clínica: diarreia aguda é um sintoma proeminente, dor abdominal no QID, febre, náusea e/ou vômito
Doença de Crohn:
* Exacerbação aguda
* Clínica: fadiga, diarreia prolongada com dor abdominal, perda de peso e febre, com ou sem sangramento intenso, episódios anteriores e recorrentes; mantém dor no pós-operatório e apêndice é normal
Ginecológicos: DIP, abcesso TO, cisto ovariano roto, gravidez ectópica rota, torção dos ovários e trompas de falópio, endometriose, mittelschmertz
Urológicos: cólica renal, pielonefrite
Tratamento da apendicite aguda
Simples (< 48 horas e sem complicações):
* ATB profilático (cefoxitina) + apendicectomia (aberta ou vídeo)
Suspeita de complicação (> 48h ou massa):
* Com peritonite difusa: ATBterapia (7 a 10 dias) + cirurgia de urgência
* Sem peritonite difusa ➝ imagem:
-> Sem complicação: apendicite simples
-> Fleimão: ATB (7 a 10 dias) + colono (> 40 anos; após 4 a 6 sem) +/- apendicectomia de intervalo (após 6 a 8 sem)
-> Abcesso (> 4cm?): ATB (7 a 10 dias) + drenagem percutânea + colono (> 40 anos;após 4 a 6 sem) +/- apendicectomia de intervalo (após 6 a 8 sem)