Crise asmática Flashcards
Definição e diagnóstico
Mudança do controle habitual com alteração sintomática levando a modificação das medicações habituais;
Diagnóstico clínico, pode ter auxílio do PFE
Crise leve a moderada
Estado mental normal, retrações leves, frases completas, PFE > 50% do previsto, pouca alteração de pH, FC, FR, PaCO2, satO2 > 95%
*Alcalose respiratória (PaCO2 < 40mmHg)
Crise muito grave
Agitado ou sonolento ouconfuso, retrações acentuadas, fala monossilábica, PFE < 30% do previsto, aumento do lactato, acidemia, taquicardia, taquipneia, PaCO2 > 45mmHg, satO2<90%
Crise grave
Agitado ou estado mental normal, saturação de 91 a 95%, PFE de 30 a 50%, frases incompletas, dispneia moderada
Achado gasométrico esperado
Alcalose respiratória (taquipneia e hipocapnia)
*Acidose respiratória hipercápnica é sinal de gravidade (iminência de PCR)
Arsenal terapêutico da crise
SABA, SAMA, LABA, GC sistêmico, MgSO4, metilxantinas (última escolha por baixo limiar terapêutico e EAs em SCV, TGI e neurológicos)
Medidas iniciais
Nebulização com SABA (4 a 8 jatos a cada 20 minutos) em 1 hora (3 doses total);
Oxigenioterapia sempre orientada pela saturação de O2;
Reavaliar em 30 minutos e classificar a resposta
Boa resposta a medidas iniciais - parâmetros e conduta
PFE > 70%, sat > 95%, melhora clínica;
Alta com medicações otimizadas
Resposta parcial a medidas iniciais - parâmetros e conduta
Dispneia mantida, PFE de 50 a 70%;
Manter SABA e adicionar SAMA (5mg ipratrópio) e GC sistêmico
Pouca resposta a medidas iniciais - parâmetros e conduta
Dispneia mantida, PFE < 50%;
Além de adicionar SAMA e GC sistêmico e manter SABA, adicionar MgSO4 e considerar aminofilina
Piora apesar das medidas iniciais - parâmetros e conduta
PFE < 35%, cianose, alteração da consciência, falência cardiorrespiratória;
IOT (preferência para cetamina), VM, encaminhar ao CTI
Configuração da VM na crise asmática
Volume corrente e frequência respiratória baixos para aumentar o tempo expiratório (I:E diminuirá de 1:3 para 1:5, p.e) e evitar complicações
Fatores que dificultam o controle
Exposição a desencadeantes, comorbidades, técnica inadequada, má adesão
Fatores de risco para crise quase fatal
Crise grave prévia com VM ou CTI, 3 ou mais visitas ao DE, 2 ou mais hospitalizações por asma nos últimos 12 meses, uso frequente de GC sistêmico, problemas psicossociais, comorbidade cardiovascular ou psiquiátrica, má percepção da obstrução, asma lábil
Complicações mais temidas da VM
Auto-PEEP e barotrauma
Medicações pós-alta
Otimizar tratamento de asma (corticoide inalatório obrigatoriamente!)
Prednisona 1mg/kg/dia (máx 50 a 60mg) 5 a 7 dias após a alta (3 a 7 crises mais leves, 7 a 10 nas mais graves), associado ou não a LABA
Utilidade PFE e quando fazer
Aferir a queda da função pulmonar, que é a principal alteração da crise.
Fazer sempre que possível, entretanto, não deve atrasar diagnóstico e tratamento.
Quando usar corticoide inalatório
Na crise, não há benefício que indique (pode prescrever após a alta)
Quando usar corticoide sistêmico
Não é em toda crise! Indicado se crise não melhorada com medidas iniciais (SABA na primeira hora)