Criminologia Flashcards

1
Q

Os levantamentos estatísticos e a análise de dados que estabelecem a dinâmica e as variáveis do delito, entre outros elementos, caracterizam o método empírico da criminologia.

A

CERTO!

A criminologia utiliza o método empírico, que se baseia na observação e análise de dados concretos para compreender fenômenos criminais. Os levantamentos estatísticos e a análise de dados sobre a dinâmica e as variáveis do delito são características essenciais desse método. Um exemplo prático seria o uso de dados estatísticos para identificar padrões de criminalidade em determinadas regiões, possibilitando a formulação de políticas de segurança pública mais eficazes.

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2
Q

A função básica da criminologia é informar a sociedade e o poder público sobre o delinquente, a vítima e o delito, reunindo-se elementos para compreender o problema criminal, preveni-lo e intervir positivamente no delinquente.

A

CERTO!

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3
Q

O objeto de estudo da criminologia, na fase pré-científica, compreendia o ____ e ____ (2)

A

O objeto de estudo da criminologia, na fase pré-científica, compreendia o CRIME e o CRIMINOSO.

A criminologia ainda não tinha se desenvolvido plenamente como ciência e estava mais preocupada em entender o comportamento criminoso e a natureza do crime.

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4
Q

O princípio da ofensividade ou lesividade, segundo o qual somente devem ser criminalizadas condutas por violação a um bem jurídico, e não por mero enquadramento legal ou vontade legislativa, foi desenvolvido por Luigi Ferrajoli.

A

CERTO

Luigi Ferrajoli é um renomado jurista italiano que desenvolveu o conceito de garantismo penal, no qual o princípio da ofensividade é central. Ferrajoli argumenta que o direito penal deve ser uma última ratio, usado somente quando necessário para proteger bens jurídicos fundamentais.

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5
Q

Entre os modelos teóricos explicativos da criminologia, o conceito definitorial de delito afirma que, segundo a teoria do labeling approach, o delito carece de consistência material, sendo um processo de reação social, arbitrário e discriminatório de seleção do comportamento desviado.

A

CERTO

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6
Q

O modelo positivista analisa os fatores criminológicos sob a concepção do delinquente como indivíduo racional e livre, que opta pelo crime em virtude de decisão baseada em critérios subjetivos.

A

ERRADO

A escola positiva não considera o indivíduo racional e livre, mas sim preso ao que foi determinado por sua genética – o atavismo.

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7
Q

O modelo teórico de opção racional estuda a conduta criminosa a partir das causas que impulsionaram a decisão delitiva, com ênfase na observância da relevância causal etiológica do delito.

A

ERRADO

Para as escolas tradicionais, o modelo teórico que aceita a opção racional (livre arbítrio) é a clássica, que não dá ênfase na causa do delito ou na sua prevenção

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8
Q

A criminologia ambiental postula um determinismo ambiental.

A

ERRADO

A criminologia ambiental considera o CRIME na perspectiva de OFENSOR e VÍTIMA distribuídos em um ponto específico de ESPAÇO e tempo.

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9
Q

Na criminologia, a concepção do delinquente como um ser inferior, que é incapaz de dirigir por si mesmo a própria vida e cuja vontade requer uma eficaz e desinteressada intervenção tutelar do Estado, é típica da visão ____. (POSITIVISTA/CORRECIONALISTA)

A

CORRECIONALISTA

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10
Q

Diferencie o método experimental e o método empírico.

A

Empirismo nada mais é do que o conhecimento obtido por meio da experiência. Empirismo (que não é mero achismo), é calcado no tripé análise-observação-indução.

O método experimental traduz um processo científico que consiste em construir uma hipótese com apoio na observação de fatos, pondo-os à prova por meio de um artefato experimental construído para esse fim.

Portanto, o método experimental é um método empírico, de observação, mas nem todo método empírico é experimental.

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11
Q

Chama-se neutralização da vítima quando o delinquente consegue matar a vítima durante o cometimento do crime.

A

ERRADO

Chama-se neutralização da vítima o abandono da vítima na relação jurídico-processual penal.

Idade de ouro da vítima: fase marcada por grande protagonismo da vítima, notadamente em virtude da autotutela.

Fase da neutralização do poder da vítima: a vítima perde o seu protagonismo, perde o seu papel de reação, função que passa a ser exercida pelo Estado. Portanto, a pena passa ao encargo do Poder Público, saindo das mãos das vítimas, as quais são deixadas de lado nos estudos da criminologia.

Fase da revalorização do papel da vítima: em especial após a Segunda Guerra Mundial, notadamente em virtude das barbáries praticadas pelo nazifascismo, verifica-se uma revalorização da importância do papel da vítima.

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12
Q

Segundo a teoria do enraizamento social de Hirschi, o delito, como um comportamento natural do ser humano, é inibido pelo processo de assunção de normas sociais, pelo apego e afeto às pessoas e pelo medo de dano irreparável a essas relações interpessoais.

A

CERTO

A teoria de Hirschi, também conhecida como teoria do controle social, sugere que o comportamento criminoso é inibido por laços sociais fortes e significativos. Esses laços incluem o apego às pessoas, o comprometimento com normas sociais, a crença nos valores da sociedade, e o envolvimento em atividades convencionais. Quando esses vínculos são fracos ou ausentes, a probabilidade de comportamento delituoso aumenta.

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13
Q

Para a criminologia, as medidas despenalizadoras, com o viés reparador à vítima, condizem com o modelo integrador de reação ao delito, de modo a inserir os interessados como protagonistas na solução do conflito.

A

CERTO

O modelo integrador de reação ao delito busca a flexibilização da atuação estatal por compreender que o crime é um conflito interpessoal. Por esse modelo, a solução do conflito seria obtida pelos próprios envolvidos, mediante a composição, a conciliação, a mediação com ênfase na reparação à vítima.

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14
Q

A Escola clássica, utilizou entre outros, fundamentos da teoria do contratualismo.

A

CERTO!

O crime para os clássicos seria então uma opção do homem que resultava na “quebra do contrato social”, ou seja, mesmo diante do livre arbítrio optava por ser um delinquente, infrator da norma.

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15
Q

O conceito de ciência total do direito penal e sua divisão em pressupostos de punibilidade derivados de um Estado Liberal de Direito e em sanções baseadas nas necessidades sociais, a fim de se lidar com as divergências entre o direito penal e a política criminal, foi desenvolvido por Claus Roxin.

A

ERRADO.

Foi desenvolvido por Franz Von Liszt.

Ele é conhecido por defender uma ciência total do Direito Penal, na qual deviam ser incluídas a antropologia criminal, a psicologia criminal e a estatística criminal. Para VON LISZT a política criminal é luta contra o crime, e estabelece uma separação entre Direito Penal, criminologia e penologia.”

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16
Q

De acordo com a teoria positivista, o criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta por haver debilidade em sua vontade: a intervenção estatal se faz necessária para correção da direção de sua vontade.

A

ERRADO!

A escola CORRECIONALISTA, e não a positivista, afirma que o criminoso é um ser inferior, incapaz de guiar livremente a sua conduta, por haver debilidade em sua vontade, de modo a merecer intervenção estatal para corrigi-la. Para a escola correcionalista, o criminoso não é um ser forte e embrutecido, como diziam os positivistas, mas sim um débil, cujo ato precisa ser compreendido e cuja vontade necessita ser direcionada.

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17
Q

Teoria que defende a ideia de que a conduta criminosa resulta de uma série de estímulos contínuos na vida do indivíduo, sendo produto de suas experiências passadas. ____

A

TEORIA DO CONDICIONAMENTO OPERANTE

“Teoria propugna que a conduta criminosa deriva de uma série de estímulos na vida do sujeito relacionando a sua vida passada, então o indivíduo que sofreu abuso na infância, por exemplo, ele tende a sofrer abuso também na vida adulta”.

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18
Q

O Que é a Política criminal Alternativa?

A

O movimento de política criminal alternativa, tem como proposta o direito penal mínimo, com objetivo reduzir o Direito Penal e humanizar o sistema penal, como tarefa tática necessária dirigida ao objetivo estratégico final de abolição do sistema penal, por meio da transformação social revolucionária.

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19
Q

O fenômeno do crime organizado se ajusta aos fundamentos da teoria da associação diferencial, para a qual a conduta delitiva não é intrínseca às condições sociais ou a fatores outros como gênero, raça e idade do agente.

A

CERTO!

O crime organizado se ajusta aos fundamentos da teoria da associação diferencial. Isso ocorre porque indivíduos envolvidos em organizações criminosas aprendem e adotam comportamentos delitivos através das interações e associações com outros membros do grupo. A prática criminosa é, portanto, um comportamento aprendido, em vez de uma característica inata ou determinada por fatores sociais como raça, gênero ou idade.

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20
Q

Albert Cohen, um dos precursores da teoria da subcultura delinquente, assinala como características do fenômeno da delinquência juvenil a versatilidade, o hedonismo-imediatista e a autonomia do grupo

A

CERTO!

Teoria da subcultura delinquente (Albert K. Cohen – “Delinquent boys”, de 1955)

São características da subcultura delinquente:

a) não utilitarismo da ação (muitos crimes não possuem motivação racional);

b) malícia da conduta (simples prazer em prejudicar o outro);

c) negativismo da conduta (= polo oposto aos padrões da sociedade).

Obs: hedonismo - dedicação ao prazer como estilo de vida

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21
Q

A prevenção primária consiste na prática de ações concretas que sejam eficazes, como a sanção de um novo tipo penal, e que apresentem efeitos imediatos na diminuição de crimes.

A

ERRADO!

A sanção de novos tipos penais faz parte da prevenção terciária, que envolve a intervenção após a ocorrência do crime, visando a repressão e a reabilitação do infrator.

A prevenção primária refere-se a ações que buscam evitar que o crime ocorra, focando em causas sociais, econômicas e educativas antes que o comportamento criminal se manifeste. Ela foca em políticas públicas que melhorem a qualidade de vida, como educação, saúde, geração de empregos e urbanização, sem a aplicação direta de medidas penais.

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22
Q

A prevenção terciária do delito ocorre por meio da implementação de medidas efetivas voltadas à ressocialização do apenado.

A

CERTO

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23
Q

Prevenção primária consiste na implementação de medidas sociais indiretas de prevenção para evitar que fatores exógenos sirvam como estímulo à prática delituosa.

A

CERTO

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24
Q

Qual teórico que classificava os criminosos nas três categorias seguintes: criminoso assassino, criminoso enérgico ou violento, e ladrão ou neurastênico.
(Lombroso/Ferri/Garófalo)

A

Raffaele Garófalo

GARÓFALO:
Criminoso assassino
Criminoso Energético ou Violento
Criminoso Ladrão ou Assassino

LOMBROSO:
Criminosos Nato
Criminoso Louco
Criminoso Ocasional
Criminoso Passional

FERRI:
Criminosos Nato
Criminoso Louco
Criminoso Ocasional
Criminoso Passional
Criminoso HABITUAL

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25
São exemplos da aplicação do pensamento abolicionista penal no Brasil a implantação dos juizados especiais criminais e a instituição de penas alternativas à prisão.
ERRADO! O Abolicionismo defende o fim do sistema penal e da pena de prisão. MINIMALISMO => REDUZIR a amplitude O minimalismo penal defende que o direito penal é um mal necessário, uma forma de reação social dolorosa, porém legítima. É fundamental, então, que os direitos humanos sejam o fundamento de todo o sistema penal. É crucial, ademais, reduzir o âmbito de incidência da lei penal a situações em que se queira proteger bens jurídicos relevantes e de forma subsidiária, isto é, quando insuficientes as outras formas de controle social.
26
Os estudos sociológicos do final do século XIX; a influência da religião; a secularização, co- roada pela aproximação da elite instruída com as pessoas comuns, deram origem à _________, que também convencionou-se chamar de “teoria da ecologia criminal” ou “teoria da desorganização social.”
ESCOLA DE CHICAGO
27
O autor __________escreveu o livro “O criminoso e sua vítima”, em 1948, onde esboçou uma relação de ajuda da psicologia com o estudo do binômio “ofensor/vítima”.
HANS VON HENTIG
28
Quais os modelos de reação ao delito? (3)
1-DISSUASÓRIO (ou Clássico, Retribucionista); 2-RESSOCIALIZADOR (Reabilitador, Terapêutico); 3-INTEGRADOR (ou Restaurador, Reparador, Consensual.)
29
Características do modelo Dissuasório de reação ao delito?
* Dissuadir as pessoas à prática criminal, pois baseia-se na ideia da racionalidade do criminoso. * O sistema de persecução penal deve contar com normas completas e órgãos sólidos. * Posições centrais: Estado e delinquente. * Recrudescimento do sistema penal. * Hoje Sistema penal retribucionista não funciona, apenas potencializa as situações problemáticas. * Sua medida é o mal que oferece àqueles que praticaram o mal, opera a partir de simplificações e dualidades: separa-se razão e emoção; bem e mal; culpado e inocente; sociedade e criminosos. * A vítima real é negligenciada. Ela passa a ser o próprio Estado. * Ofensa e culpa são definidas em termos legais, de modo que questões éticas e sociais relacionadas ao evento são afastadas.
30
Características do modelo Ressocializador de reação ao delito?
* Reinserção social do infrator, em teoria modelo mais humanista * Papel central: delinquente * Pressuposto de solidariedade social * Direito Penal deve olhar para o futuro e reconhecer seu poder de transformação social * Efeitos estigmatizantes das engrenagens penais e buscar a neutralização dos efeitos nocivos do castigo * Idéias correcionalistas, de que o criminoso é um fraco que precisa ser corrigido. * Historicamente, o discurso de reabilitar ou curar, com sua pretensa benevolência, foi responsável por grandes violações de direito. * Ex:penas pelo tempo que durar a patologia (medida de segurança)
31
Características do modelo integrador de reação ao delito?
* O delito não é apenas um problema entre o Estado e o criminoso, pois possui dimensão interpessoal * Busca conciliar o conflito, reparar o dano e pacificar as relações sociais * Gestão participativa do conflito * Confere à vítima papel mais ativo na resposta do delito * Propugna as ideias de “Justiça restaurativa”: procedimentos de mediação, conciliação e reparação. * Geralmente, ficam de fora do alcance dos procedimentos de justiça restaurativa tanto os delitos muito graves como os delitos muito leves.
32
A justiça ____ é um processo pelo qual todas as partes que têm interesse em determinada ofensa juntam-se para resolvê-la coletivamente e para tratar suas implicações futuras.
RESTAURATIVA Segundo a Resolução CNJ nº 225/2016 * A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modoestruturado.
33
34
O Direito Penal do Inimigo é a teoria cunhada pelo jurista alemão Claus Roxin que preconiza dois direitos penais.
ERRADO. Essa teoria foi criada por Günther Jakobs, não por Claus Roxin.
35
O Direito Penal Mínimo defende a limitação do poder punitivo com respeito aos direitos e às garantias fundamentais.
CERTO O Direito Penal Mínimo quer evitar que o governo abuse do poder de punir e defende que só crimes realmente graves devem ser punidos.
36
A Política Criminal Atuarial se baseia em análises quantitativas e previsões estatísticas com foco na prevenção do delito.
CERTO
37
As criminologias pós-modernas assumem que as realidades são fluidas, que as pessoas não são realidades unívocas. E os saberes devem se fragmentar, considerando as pluralidades de sujeitos, as especificidades das diferentes realidades.
CERTO
38
Exemplos de criminologias pós-modernas? (3)
CULTURAL, FEMINISTA E QUEER
39
Quais as etapas na evolução do papel da vítima?(3)
- IDADE DE OURO DA VÍTIMA - NEUTRALIZAÇÃO DO PODER DA VÍTIMA - REVALORIZAÇÃO DO PODER DA VÍTIMA
40
_______ em 1947, proferiu a palestra “Um horizonte novo na ciência biopsicossocial”, em que apresentou sua tipologia de vítimas, desenvolvida com base na correlação de culpabilidade entre a vítima e o vitimador (delinquente): quanto maior a culpabilidade de um, menor a culpabilidade do outro.
Benjamin Mendelsohn
41
Quais os tipos de vítima segundo Mendelsohn?(5)
* Vítima TOTALMENTE INOCENTE (ou ideal); * Vítima MENOS culpada que o delinquente (ou por ignorância); * Vítima TÃO culpada quanto o delinquente (ou voluntária); * Vítima MAIS culpada que o delinquente (ou por provocação); * Vítima EXCLUSIVAMENTE CULPADA (ou agressora, simulada, simuladora,imaginária ou pseudovítima).
42
Vitimização ______ (Primária/Secundária/Terciária): é aquela em que a vítima primária é objeto da insensibilidade, do desinteresse e da atuação meramente burocrática dos operadores do sistema criminal estatal.
SECUNDÁRIA (sobrevitimização ou revitimização)
43
Vitimização Secundária ocorre quando a vítima do crime é abandonada ou ridicularizada em seu meio social.
ERRADO! VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA.
44
VITIMIZAÇÃO _____ É o medo de se tornar vítima de um delito, que se internaliza pela falsa percepção da realidade a partir das informações veiculadas pela mídia.
VITIMIZAÇÃO QUATERNÁRIA. Ainda não caiu em prova. Medo de um novo crime, ou de um crime que já viveu.
45
Quais os tipos de vitimização?
46
CIFRA _____ é diferença entre a criminalidade real – isto é, a totalidade de delitos praticados – e a criminalidade conhecida ou revelada.
CIFRA NEGRA
47
CIFRA _____ é criminalidade do colarinho branco que não chega ao conhecimento das instâncias de controle social formal.
CIFRA DOURADA, também pode ser sinônimo dos crimes de colarinho branco. Atenção!
48
CIFRA _____ crimes que são de conhecimento das instâncias policiais, mas que não chegam a virar um processo penal.
CIFRA CINZA
49
CIFRA ______ casos em que as vítimas sofrem algum tipo de violência praticada por servidor público e deixam, por temor, de denunciar o ilícito às unidades competentes pela apuração.
CIFRA AMARELA
50
CIFRA ______ delitos que têm por objeto o meio ambiente e que não chegam ao conhecimento policial ou não são processados porque impossível tentar descobrir a autoria.
CIFRA VERDE
51
CIFRA _____crimes de caráter homofóbico que não chegam ao conhecimento das autoridades.
CIFRA ROSA ou ARCO-ÍRIS. Cifra rosa pode ser crimes contra as mulheres também.
52
CIFRA ______ crimes praticados pelas classes desfavorecidas. O azul remete às cores dos uniformes e camisas dos trabalhadores das classes marginalizadas.
CIFRA AZUL, já utilizada pelo STF.
53
CIFRA _____ homicídios praticados pelos assassinos em série, cujo modus operandi se repete e funciona como assinatura do criminoso.
CIFRA VERMELHA.
54
CIFRA _____ Trata-se dos crimes solucionados, que passaram por todas as etapas da persecução penal, independentemente de haver uma condenação.
CIFRA BRANCA
55
Prevenção Geral ____ (positiva/negativa) A pena reforça a confiança da população no sistema jurídico como umtodo, promovendo integração social.
POSITIVA
56
Prevenção Geral _____ (positiva/negativa) A pena é uma ameaça dirigida a todos os cidadãos para que se abstenham de cometer crimes. Baseia-se na intimidação, na utilização do medo
NEGATIVA
57
Prevenção Especial _____ (positiva/negativa) a pena deve objetivar a ressocialização do condenado. Aqui, a pena teria caráter pedagógico.
POSITIVA
58
Prevenção Especial _____ (positiva/negativa) a pena deve segregar a pessoa que cometeu um delito para defender a sociedade. Trata-se de isolar, de inocuizar, de neutralizar.
NEGATIVA
59
PREVENÇÃO _____ * É aquela voltada para as causas do cometimento do crime. * Preocupa-se em neutralizar o problema antes que ele se manifeste. * Opera a médio e longo prazo. * Destina-se à coletividade. * É considerada muito eficaz.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA Ex: Fornecimento de educação, condições dignas de vida, moradia, salários justos, saneamento básico, saúde, emprego, lazer.
60
PREVENÇÃO ______ * Atua considerando os potenciais e eventuais criminosos e vítimas, além dos locais e momentos em que os crimes ocorrem. * Também chamada de prevenção situacional, pois procura neutralizar situações de risco. * Ataca as oportunidades que oferecem maior atrativo para o infrator. * Opera a curto a médio prazo.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Ex: policiamento, colocação de grades, campanhas sobre delitos, intervenção arquitetônica.
61
PREVENÇÃO _____ * Voltada para o preso e o egresso. * O objetivo é evitar que voltem a delinquir. * Busca afastar a reincidência e a estigmatização. * Opera tardiamente.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA Ex: progressão de regime, laborterapia, remição de pena, condicional, livramento penas alternativas, etc...
62
Quais as correntes/ modelos de POLÍTICA CRIMINAL ? (3)
-ABOLICIONISMO PENAL; -DIREITO PENAL MÍNIMO (GARANTISMO); -DIREITO PENAL MÁXIMO.
63
A criminologia se utiliza dos métodos biológico e sociológico. Como ciência empírica e experimental que é, a criminologia se utiliza da metodologia experimental, naturalística e dedutiva.
ERRADO Aa criminologia embora seja uma ciência empírica e experimental, não utiliza o método dedutivo, mas sim o INDUTIVO. Memorize a diferença, pois pode ser cobrada em sua prova. Vejamos o conceito: Método indutivo – parte da situação particular para a situação geral, pois primeiro analisa a realidade, para depois estabelecer algum tipo de hipótese geral, de conclusão.
64
A escola positivista nega o livre-arbítrio, pois entende que o ser humano é um animal selvagem e perigoso, portador de uma doença (determinismo biológico), ou de processos causais alheios (determinismo social).
A escola positivista realmente nega o livre-arbítrio do criminoso. A escola positivista foi uma reação à racionalidade dos clássicos e considerada o marco científico da Criminologia. A pena não deve ser aplicada com o fim de retribuição (diferente da Escola Clássica), mas em razão da periculosidade do delinquente como instrumento de defesa social. O estudo da criminalidade abandona a escola clássica, defensora do livre arbítrio e migra para o terreno do determinismo. Cesare Lombroso (fase antropológica do positivismo) é o seu principal expoente.
65
Controle social são mecanismos de freios e contrapesos, que interferem direta ou indiretamente nas atitudes do potencial sujeito criminoso. O controle social informal é exercido pela família, igreja e escola.
CERTO Assertiva está correta, pois descreve acertadamente o controle social informal. Controle social: são mecanismos de freios e contrapesos, que interferem direta ou indiretamente nas atitudes do potencial sujeito criminoso. Existem dois tipos de controle social: a) Controle social formal: é o controle exercido pelo Estado (Ministério Público, Polícia, Poder Judiciário, Forças Armadas, Administração Penitenciária). b) Controle social informal: mais sutil e praticado por organismos que não o Estado. Ex: família, igreja, escola, profissão, clubes, etc. Tem função preventiva e educacional.
66
A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi desenvolvida por Robert Merton e Emile Durkheim.
CERTO A anomia é um estado de falta de objetivos e regras e de perda de identidade, provocado pelasintensastransformações ocorrentes no mundo social moderno. A teoria da anomia é também conhecida como teoria estrutural-funcionalista, tendo a sua gênese na obra de Durkhein e, posteriormente, nos trabalhos de Robert Merton. Esta teoria parte do princípio de que o crime é um fato social normal.
67
Dentro da perspectiva criminológica, os órgãos de polícia e justiça se referem a instâncias de controle social formal.
CERTO Controles Formais são exercidos pelos diversos órgãos públicos que atuam na esfera criminal, como as polícias, o Ministério Público, o Sistema Penitenciário etc. Em geral, na ausência ou fracasso das instâncias informais, passam a atuar as instâncias formais, bem mais coercivas e repressoras que as instâncias formais.
68
Para a criminologia, as medidas despenalizadoras, com o viés reparador à vítima, condizem com o modelo ressocializador de reação ao delito, de modo a inserir os interessados como protagonistas na solução do conflito.
ERRADO Trata-se do modelo **INTEGRADOR (restaurador ou justiça restaurativa)**, o qual procura restabelecer, da melhor maneira possível, o status quo ante, **gera a restauração, mediante a reparação do dano causado**.
69
Qual teórico que classificava os criminosos nas categorias seguintes: criminoso nato, criminoso louco, criminoso de ocasião e criminoso por paixão:
Cesare Lombroso Pois Cesare Lombroso, principal expoente da escola positivista, classificou os criminosos como: -** criminoso nato:** é o tipo de criminoso que tem instintopara a prática de delitos, é a espécie de um selvagem para a sociedade. -** criminoso louco:** é aquele tipo de criminoso malvado, perverso, louco, que deve sobreviver em manicômios. - **criminoso de ocasião**: este aponta uma tendência hereditária, possui hábitos criminosos influenciados pela ocasião. - **criminoso por paixão:** esse tipo de criminoso utiliza de violência para resolver problemas passionais, geralmente são nervosos, irritados e levianos.
70
Constitui dois exemplos de programa de prevenção secundária a melhoria da saúde e saneamento básico, e os programas de combate à fome e financiamento de moradias.
ERRADO. São exemploes de **prevenção primária.** Exemplo de** prevenção secundária** seria a circulação de viaturas policiais em bairros considerados perigosos e instalação de Delegacia de Polícia numa área com alto índice de criminalidade.
71
A teoria da anomia a teoria ecológica e a da associação diferencial são exemplos de teoria do consenso.
CERTO
72
A vitimização terciária se manifesta quando a vítima se vê negligenciada, desamparada ou humilhada, seja pela inação de autoridades estatais ou pela falta de apoio da sociedade.
CERTO A vitimização terciária se manifesta quando a vítima se vê negligenciada, desamparada ou humilhada, seja pela inação de autoridades estatais ou pela falta de apoio da sociedade.
73
A prevenção terciária no campo da criminologia concentra-se em intervenções direcionadas a indivíduos que já cometeram crimes, visando evitar a reincidência e reabilitar os infratores.
CERTO Tem-se, por exemplo, ações de reabilitação de egressos do sistema prisional, com incentivos para empregos e educação.
74
Direito penal e criminologia são ciências que estudam o crime, mas a primeira se ocupa do delito enquanto fato social, e a segunda, enquanto norma.
ERRADO A criminologia se ocupa do delito enquanto fato social e o direito penal enquanto norma. Apesar de estudarem o crime, as duas ciências possuem abordagens distintas.
75
A punição para os positivistas não deveria se fundamentar em uma culpabilidade centrada no livre-arbítrio e a pena deveria servir à defesa social contra a periculosidade do delinquente.
CERTO Trata corretamente da abordagem positivista, diversa da visão da escola clássica.
76
O modelo integrador de reação ao crime busca, precipuamente, a reinserção social do infrator, de modo que ele seja resgatado e tenha um novo papel na construção dos anseios sociais. Nesse modelo, o Estado busca ressocializar o indivíduo criminoso, reeducando-o a fim de reintegrá-lo à sociedade, após o cumprimento da pena imposta.
ERRADO No modelo **integrador**, chamado ainda de **“justiça restaurativa”**, **busca-se o retorno da vítima ao status quo ante ao cometimento do delito, de forma a tentar resgatar o momento anterior à violação dos bens jurídicos**. Passam a compor, de forma principal, esse modelo de reação, a vítima e o condenado, ficando de fora o Estado. **O principal enfoque é a busca pela conciliação entre autor e vítima, daí muitos chamarem esse modelo também de conciliatório.** No modelo **ressocializador**, que tem como fundamento **a reinserção social do condenado após o cometimento do delito**. Observa-se que nesse modelo a pena possui um caráter utilitário, pois afasta-se da ideia de que a pena deve cumprir meramente sua finalidade retributiva, mas também a de **ressocialização do agente. Aqui, portanto, a prisão não é um instrumento de vingança, mas sim um meio de reinserção mais humanitária do indivíduo na sociedade** No modelo **clássico**, a imposição da **pena como resposta ao crime produz o efeito de dissuadir as pessoas à prática criminal.** Nesse sentido, observa-se que o referido modelo está intimamente relacionado à **prevenção geral negativa da pena**. Com efeito, não se preocupa com a ressocialização do agente, mas **tão somente com a retribuição ao mal causado pelo agente.**
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A quebra das expectativas sociais quanto à punibilidade de crimes de colarinho-branco, não raras vezes inatingidos pelo sistema punitivo, corresponde à falha na desejada prevenção geral positiva a que se propõem as sanções criminais.
CERTO → **Prevenção geral**: analisa o efeito da **aplicação da pena na sociedade** como um todo. → **Prevenção especial**: estudo dos **efeitos da pena na pessoa do condenado**. → **Prevenção geral positiva**: ocorre quando **a sociedade sente os efeitos da aplicação da sanção penal, acreditando que o sistema punitivo é funcional e crível. ** → **Prevenção geral negativa**: possui o viés de exemplo, de **“coação” para que não se deseje praticar qualquer delito,** uma vez conhecidas as agruras da pena. A impunidade em relação aos crimes de colarinho-branco não raramente reflete no desapreço/descrédito/falta de crença da sociedade para com o sistema penal nacional e referidas espécies delitivas. Assim, se a sociedade não sente que o Direito Penal cumpre seu papel com relação aos crimes de colarinho-branco, é certo dizer que, nesse tocante, a desejada prevenção geral positiva não ocorre ou ocorre de modo bastante falho. Por essa razão a questão encontra-se correta
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A teoria do desamparo aprendido, embora pretenda explicar o porquê de alguém voltar à condição de vítima, falha por não explicar as razões pelas quais alguém se torna vítima apenas uma vez ou ocasionalmente.
CERTO A teoria do desamparo aprendido, também chamada de teoria da vulnerabilidade aprendida, aduz que experiências traumatizantes ou consequências decorrentes de eventos incontroláveis podem ter como resultado um déficit de conduta da vítima. Nesse sentido, a vítima torna-se incapaz de livrar-se da situação de perigo, vez que não aprendeu a evitá-la de modo exitoso. O decisivo no critério, portanto, não é que a situação seja objetivamente incontrolável pela vítima, senão que ela, a vítima, não consegue controlá-la.
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A extinção da punibilidade, em virtude da realização de transação penal e composição dos danos civis, representa a chamada cifra cinza
CERTO A cifra cinza corresponde **ao resultado das ocorrências que, a despeito de registradas juntamente aos órgãos policiais, não chegam ao Judiciário. **Diversos são os fatores que desencadeiam esse fato, a exemplo do seguinte: - Quando o fato já é solucionado na própria Delegacia de Polícia, em razão, por exemplo, da obtenção de certeza de que não se trata do autor do delito, ou da inexistência de prática de qualquer infração penal; - Em virtude da realização de acordos extintivos da punibilidade, como a transação penal e a composição civil dos danos; - Quando há retratação da representação que, conforme art. 25, CPP, cabe até o oferecimento da denúncia, e, conforme art. 16, da Lei Maria da Penha, até o recebimento da denúncia. - Em razão da inoperância do próprios sistema de persecução, tendo como exemplo o trancamento de inquéritos policiais em razão do excesso de prazo, sem justificativa plausível para tanto.
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O chamado neorrealismo de esquerda consiste, precipuamente, na proposta de uma “inversão da balança” em termos de criminalização e punição, promovendo, assim, maior punição as crimes de colarinho-branco e aos delitos tradicionalmente mais caros à esquerda, tais como os crimes de preconceito e de ódio.
CERTO Surgiu como proposta ao chamado “neorrealismo de direita”, que propugnava maior repressão do Estado à criminalidade de massas, estigmatizando, ainda mais, os mesmos grupos de sempre. O neorrealismo de esquerda procura trazer a ideia de uma “balança invertida”, em que serão punidos com o mesmo rigor clamado pela direita não os menos favorecidos, ou as minorias sociais, mas, ao revés, os praticantes de delitos de colarinho-branco, de crimes de ódio, de discriminação, de crimes contra o meio-ambiente. As penas, assim, seriam mais severas nesses casos.
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O minimalismo penal, ou, como também é conhecido, o abolicionismo penal, pretende extirpar a pena de prisão, substituindoa por mecanismos de controle tidos como mais eficazes à reintegração e não reincidência, apesar de menos severos que o encarceramento.
ERRADO Minimalismo penal e abolicionismo penal NÃO se confundem. No **minimalismo penal** não propugna a extirpação total da pena privativa de liberdade, mas sim sua redução drástica, aplicando-a tão somente em casos mais graves, ofensores aos bens jurídicos mais relevantes, e, principalmente, de forma subsidiária a outros ramos jurídicos ou a outras formas de punição menos severas, mais humanizadas, amplamente subservientes às máximas garantias do Direito Penal. Já o **abolicionismo penal** é a mais radical vertente crítica, propugnando o abandono do cárcere e do próprio sistema penal (até mesmo das penas restritivas de direito e da pena de multa), uma vez que seria este um problema em si mesmo, ou seja, seria ele fomentador das desigualdades estruturais e, por conseguinte, da própria criminalidade. Nas palavras de Zaffaroni: “O abolicionismo nega a legitimidade do sistema penal tal como atua na realidade social contemporânea e, como princípio geral, nega legitimação de qualquer outro sistema penal que se possa imaginar no futuro como alternativa a modelos formais e abstratos de solução de conflitos, postulando a abolição radical dos sistemas penais e a resolução dos conflitos por instâncias ou mecanismos informais”
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A Criminologia Clássica não pretendeu formular uma teoria etiológica da criminalidade.
CERTO Etiologia é o ramo do conhecimento cujo objeto de pesquisa é a definição das causas e das origens de um certo fenômeno. A Escola Clássica da Criminologia situa-se, historicamente, no período Iluminista, em que importantes teorias sobre o crime, o Direito Penal e a pena foram desenvolvidas. Alguns expoentes merecem destaque, tais quais Feuerbach e Cesare Beccaria. A criminologia clássica ainda adotava o método lógico, dedutivo, abstrato do Direito Penal. Sendo assim, não é considerada enquanto etapa científica e absolutamente autônoma da criminologia, mas como etapa pré-científica. O princípio da legalidade, assim, era o grande cerne da Escola Clássica, e não havia à época grande preocupação em se entender o crime enquanto fato social, mas apenas enquanto ente jurídico. O crime, assim, era a violação ao direito, ao pacto social e a pena nada mais seria que a resposta racional e necessária para reestabelecimento do direito e da justiça. Em outras palavras, o período clássico não pretendeu formular uma teoria etiológica da criminalidade, ou seja, a estudar as causas do delito, o perfil do agente criminoso, as consequências do crime. Tais questionamentos vieram depois, já na fase científica da Criminologia.
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Robert Merton, ao desenvolver a teoria funcionalista da anomia, traçou cinco tipos de comportamento humano relacionados à adaptação individual aos meios institucionalizados. Dentre eles, a espécie comportamental ‘ritualismo’ engloba o indivíduo que renuncia às metas de sucesso, aos meios institucionais e às normas de convivência;
ERRADO Merton desenvolveu 5 tipos de adaptação individual à realidade, às metas sociais e aos meios institucionalizados (meios à disposição para atingimento das metas): a) Conformidade: indivíduos que aceitam os meios institucionalizados que estão a seu dispor para atingir as metas socioculturalmente estabelecidas; b) Inovação: aqui estão os indivíduos que aceitam as metas culturais, mas repudiam os meios disponíveis para as obter. É justamente a espécie em que se enquadram criminosos, uma vez que, desejando atingir as metas, não optam por seguir as normas, adotam comportamentos desviantes; c)** Ritualismo: renuncia-se aos fins culturais E às metas de sucesso. O indivíduo tem a consciência de que são inatingíveis. Porém, não inova, segue obedecendo às normas de conduta e convivendo em sociedade;** d) Retraimento/Apatia/Evasão: o indivíduo renuncia aos fins culturais E às metas de sucesso. Prefere viver à margem da sociedade, sem metas, ambições sociais. É o caso dos mendigos, hippies, viciados em drogas, dentre outros; e) Rebelião: indivíduos inconformados com o estabelecido. Refuta os padrões que se reproduzem e pregam novas metas e novos meios para as atingir. Almejam, assim, uma revolução social.
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O criminoso do tipo louco, teorizado por Enrico Ferri, compatibiliza-se com a original classificação do criminoso nato, trazida por Cesare Lombroso.
Cesare Lombroso e Enrico Ferri são dois dos grandes expoentes da Criminologia Positivista, que inaugura a etapa cientifica da Criminologia e passa a se preocupar com os aspectos etiológicos do crime (causas). Enrico Ferri, apesar de também Positivista, não se enraizou em aspectos biológicos, tal qual Lombroso, mas em elementos sociais e antropológicos. Em seu estudo, propôs a classificação dos delinquentes em cinco espécies: -** Nato**: seguia a classificação original de Lombroso; - **Louco**: levado ao crime não apenas pela doença mental, mas por atrofia do senso moral; - **Habitual**: nascido e crescido em ambiente de miséria material e moral. Começa a delinquir de modo leve (pequenos furtos, pichações) e escala na vida criminosa, passando a violar importantes bens jurídicos como a vida; - **Ocasional**: condicionado por influências ambientais como a injusta provocação, necessidades pessoais, dentre outras. Não ocorressem tais circunstâncias, não se estaria diante de um criminoso; -** Passional**: criminoso que delinque por paixões pessoais. Dito isso, nota-se que o criminoso louco de Ferri não é o criminoso original, nato, de Lombroso.
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Correspondem à chamada Cifra Azul os crimes de viés patrimonial praticados por pessoas menos favorecidas do ponto de vista do poder aquisitivo.
CERTO
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Conforme a classificação de Benjamin Mendelshon, a hipótese de homicídio privilegiado praticado sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima, enquadra-se na classificação de vítima tão culpada quanto o criminoso.
ERRADA **Vítima mais culpada que o criminoso**, uma vez que ela contribuiu de modo mais significativo à ocorrência do delito que o próprio autor. A **vítima tão culpada quanto o criminoso **é a **vítima provocadora**, sem a qual o crime não teria ocorrido, mas cuja contribuição é a mesma que a do ofensor. Os exemplos clássicos são: (1) o homicídio privilegiado por relevante valor moral (eutanásia) – aqui, há uma “reciprocidade de culpas” entre o enfermo e a pessoa que ministra, por exemplo, a injeção fatal; (2) a rixa; (3) o aborto com consentimento da mãe.
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A assunção de responsabilidade estatal pela reprodução dos comportamentos criminosos, denominada por Eugenio Raúl Zaffaroni Teoria da Coculpabilidade, tem justificativa nas profundas falhas com a prevenção primária.
CERTO A Teoria da Coculpabilidade, de Eugenio Raúl Zaffaroni, propugna uma “meação de culpa” do Estado com certos infratores, uma vez que o Poder Público, ao falhar sistematicamente na implementação de direitos sociais e condições dignas, acaba também por fomentar a criminalidade. Pessoas expostas cotidiana e severamente às mazelas sociais são, não raras vezes, segundo o doutrinador, empurradas à delinquência, visto que mais vulneráveis. Tal fato não poderia passar despercebido pelo juiz que, ao realizar a dosimetria da pena, a compensaria com uma redução, ante o reconhecimento da ausência do Estado na consecução dos direitos mais basilares do indivíduo. Logo a **Coculpabilidade estaria ligada à falha já na prevenção primária** – lembre-se que esta é, justamente, **a implementação de políticas públicas, de dignidade humana e do mínimo existencial, atuante antes do cometimento do delito.**
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Dentre outras diversas premissas, Edwin Sutherland preconizava que delinquentes eram pessoas normais, mas com uma determinada origem social capaz de estimular a vida delitiva. O delito, como qualquer outra conduta, se aprenderia via processos de interação, de comunicação com outras pessoas.
CERTO Edwin Sutherland responsável pela chamada Teoria da Associação Diferencial,entendia que um delinquente profissional não era a tal posto convertido por apenas assim o desejar, mas porque fora treinado para isso em associação com outros que já são delinquentes profissionais. Assim, o delito seria uma conduta como qualquer outra, aprendida, de modo que todo indivíduo pode se converter em criminoso.
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Enquanto o Direito Penal parte da regra geral para o caso concreto de forma lógica e abstrata, a Criminologia faz o movimento contrário – observa o caso concreto para somente depois identificar uma regra a ele amoldável.
CERTO O método empregado pelo Direito Penal é o método dedutivo – parte-se da regra geral para o caso concreto. O crime lhe interessa enquanto fato descrito na norma legal, visando a perquirir a tipificação adequada. A criminologia, por sua vez, vale-se do método indutivo, em que se procura, previamente, analisar e observar, para somente depois encontrar uma regra para aquele caso concreto, podendo ela variar de um caso para outro. Não há uma equação fechada, não há um teorema deduzível para o caso
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A vitimização terciária – ou sobrevitimização – é a provocada pelo meio social, em decorrência de estigmas vinculados ao crime, assim como pela omissão do Estado na implementação de medidas destinadas a minimizar as consequências negativas advindas do delito.
ERRADO O conceito se adequa, sim, à **vitimização terciária** – trata-se de processo provocado tanto pelo meio social em geral (que nega ou escasseia a receptividade à vítima), como pela omissão estatal em prover medidas voltadas a arrefecer os mais diversos danos experenciados pelo ofendido. Porém, quando se fala em **sobrevitimização, está-se diante da vitimização secundária, e não terciária. ** A sobrevitmização/vitimização secundária/revitimização é a que ocorre no seio das instâncias formais de controle social (Polícias, Ministério Público, Poder Judiciário), em que a vítima sofre com o descaso da máquina pública, com a morosidade no atendimento, com o não atendimento às suas demandas, com a sua submissão a uma série de procedimentos que, de forma repetitiva, reforçam traumas e estigmas.
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A teoria da Identificação Diferencial desenvolvida por Daniel Glasser, entende que há a possibilidade do indivíduo aprender o crime a partir da identificação com o criminoso tomados como referência, independentemente de aproximação ou convívio pessoal.
CERTO O crime também pode ser aprendido por meio de reportagens de TV, rede social, filmes, novelas, Youtube. Não apenas no convívio presencial, conforme ensinava Edwin Sutherland (1883-1950) na teoria da associação diferencial.
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Para a teoria radical, o Direito Penal se ocupa de defender os interesses do grupo social dominante, defende compreensão e até simpatia pelo criminoso, criticando severamente a criminologia tradicional. Para ela, o capitalismo é a base da criminalidade.
CERTO Este é o pensamento da **escola crítica ou radical.** Para corrigir o sistema de controle social vigente na sociedade contemporânea, deve-se reduzir as desigualdades sociais, penalizando a criminalidade das classes dominantes, a exemplo dos crimes de colarinho branco, abuso de poder, do crime organizado, dos crimes contra a ordem tributária e sistema financeiro, etc. **A teoria crítica demonstra que a lei não é neutra, que a lei, na verdade, atende a interesses das classes que estão no poder.**
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Para a Teoria da Tolerância Zero devia ser aplicada a mesma pena para todos os que cometessem os mesmos crimes, independentemente do grau de culpa do indivíduo, até mesmo aqueles considerados mais leves, sem possibilidade de penas alternativas (a punição era certa sobre os criminosos). A finalidade era incutir no pensamento comum a ideia de que as leis e regras de convivência deveriam ser respeitadas.
CERTO Descreve acertadamente o conceito desta teoria Tolerância Zero. Implementada pelo ex-Prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, também decorrente do chamado movimento de Lei e Ordem. Aqueles que cometessem os mesmos crimes, independentemente do grau de culpa do indivíduo, até mesmo aqueles considerados mais leves, sem possibilidade de penas alternativas (a punição era certa sobre os criminosos). A finalidade era incutir no pensamento comum a ideia de que as leis e regras de convivência deveriam ser respeitadas