Clinica 3 Anest 1 ( monitorização anestésica) Flashcards
Os monitores são obrigatórios, exigindo
- Oxímetro de pulso;
- Cardioscópio (ECG);
- Pressão arterial (pode ser um aparelho
de pressão comum ou ser o específico
para o centro cirúrgico); - Capnógrafo (necessário apenas para
anestesia geral); - Estetoscópio;
- Temperatura (usado em grandes
cirurgias, para conferir a perda de
temperatura do paciente → o
termômetro usado é o esofágico).
Oxímetro de pulso:
Avalia a saturação de oxigênio da
hemoglobina e realiza o diagnóstico de
hipoxemia.
* A saturação normal é em torno de 96 a
98%;
* O oxímetro de pulso apresenta um
delay na queda da saturação → em
alguns casos conseguimos primeiro
observar sinais físicos no paciente
(cianose) antes mesmo do oxímetro
demonstrar a redução da saturação a
níveis capazes de gerar cianose.
Causas de hipoxemia:
* Queda da SpO2: pode acontecer
durante a sedação do paciente, visto
que o paciente rebaixa o nível de
consciência e a língua “cai” e obstrui a
via aérea. Outras causas da queda de
oxigenação são pacientes com muita
secreção em vias aéreas, recémnascidos que podem ter o pulmão
colabado;
* Má oxigenação;
* Hipoventilação (fármacos anestésicos);
* Troca ao nível alveolar diminuída;
* Edema pulmonar;
* Shunt;
* Atelectasia (comum em cirurgias de
grande porte, como bariátricas e
torácicas) ou pneumoperitônio.
Tratamento da hipoxemia:
* O2 suplementar (cateter, máscara);
* Ventilação não invasiva (sem
intubação);
* Intubação e ventilação com pressão
positiva;
* PEEP (pressão expiratória final
positiva);
* FiO2 alta;
* Fisioterapia (bom para pacientes com
secreção e atelectasia → a manipulação da via aérea auxilia na
melhora da respiração);
* Decúbito ventral.
Monitorização da ventilação:
Auxilia no diagnóstico e tratamento da
hipoxemia:
* Volume corrente medido;
* Pressão de via aérea;
* Fração de oxigênio inspirada;
* Frequência respiratória;
* PEEP.
Por meio desse equipamento conseguimos
controlar a quantidade de gás enviada ao
paciente.
Toda vez que um paciente é intubado, realizase cálculos para saber qual o volume
adequado para cada indivíduo.
- Ex.: paciente de 70kg deve ser
ventilado de 7 a 10ml/kg/min.
Além da quantidade, esse monitor também
mostra qual gás está sendo enviado, se está
sendo enviado e se ocorreu alguma obstrução
ou problema com a ventilação.
A fração de O2 inspirada (FiO2) também pode
ser controlada por meio desse equipamento:
corresponde a quantidade de oxigênio
enviada ao indivíduo. Naturalmente nós
respiramos 21% de oxigênio, mas um
paciente intubado fica com oxigenação de em
torno de 50% (podendo ser maio ou menor de
acordo com a necessidade e a saturação de
cada paciente ao longo da cirurgia).
A pressão de expiração final (PEEP)
corresponde a compressão do diafragma sob
o tórax, a fim de eliminar o máximo de CO2
residual nos pulmões, para que na próxima
inspiração tenhamos mais oxigênio. A PEEP
pode ser controlada pela máquina, que auxilia
na retirada do CO2
Fluxo sanguíneo tecidual:
Corresponde ao débito cardíaco, que varia de
4,5 a 6 L/min em um paciente saudável.
A partir desse bombeamento, sabemos se
todos os tecidos estão bem perfundidos e com
boa viabilidade → ou seja, estamos avaliando
a oferta de oxigênio e a viabilidade celular.
Ao longo da cirurgia, sabe-se que diversos
parâmetros fisiológicos são alterados, como a
temperatura, FC e PA → a variação de alguns
desses fatores (FC e PA) podem influenciar no
comportamento do organismo e afetar o DC.
A medição direta do DC é difícil e ocorre de
forma invasiva. A avaliação da PA, por outro
lado, é de fácil medição e envolve métodos
não invasivos, porém apresenta uma relação
ruim com o DC.
Pressão arterial:
A PA deve ser controlada ao longo de toda a
cirurgia, com o intuito de não causar danos
teciduais → o intuito sempre é manter o
paciente normotenso, não deixando que
ocorra variações (tanto aumento da PA quanto
redução).
A perfusão adequada dos tecidos permite a
manutenção das taxas e comportamentos
fisiológicos do corpo:
- Perfusão cerebral: prevenção de
isquemia e AVC; - Perfusão coronariana: mantém o débito
cardíaco; - Perfusão renal: eliminação adequada
das escórias; - Perfusão hepática: metabolização dos
fármacos
Os métodos para avaliação da PA de forma
não invasiva são:
- Método palpatório: palpamos a artéria
radial e avaliamos a amplitude do pulso
→ apenas conseguimos saber se a PA
está aumentada ou não; - Método auscultatório: realização da
aferição pelo profissional, da forma
tradicional. Conseguimos obter os
valores da PA sistólica e diastólica.
Pouco usado durante a cirurgia; - Método oscilométrico: realizada por
meio de monitores eletrônicos
automatizados, onde podem ser
configurados para aferição da PA em
espaços de tempo pré-determinados.
o Se durante uma aferição os
valores vierem fora dos
parâmetros configurados, ele
sinaliza o médico;
o Desvantagem: demora para
aferir a PA (em torno de 45 a 50
segundos para cada aferição),
sujeito a interferências externas
(ex.: médico pisar em um dos
componentes do aparelho,
afetando seu desempenho).
Método de pressão arterial invasiva:
* Ele é o padrão ouro de medição da PA;
* Corresponde a aferição diretamente do
interior da artéria (normalmente a
radial), por meio de um cateter intraarterial;
* Esse cateter é ligado a um transdutor
de pressão (DOMUS), o qual
demonstra os valores referentes a cada
sístole e diástole que acontece → sua
vantagem é mostrar a PA
imediatamente;
- Normalmente esse método é usado
quando temos grandes cirurgias
(cardíacas, neurocirurgias,
politraumas, UTI); - Além da aferição da PA, ele permite a
coleta de sangue para realizar
gasometria e administração de
medicamentos.
Fatores que alteram a PA
Hipertensão: Anestesia superficial (reflexo
simpático
Hipervolemia
Excesso de vasopressores
Pneumoperitônio (causa aumento
da resistência vascular periférica)
hipotenção: Anestesias profundas / excessiva
Hipovolemia
Vasodilatação
Eletrocardiograma:
Sua função é detectar arritmias ou alterações
cardíacas.
O eletroscópio do anestesista, diferentemente
do ECG comum, não detecta todas as
derivações → detecta apenas grandes
arritmias (taquiarritmias sinusais,
ventriculares e supraventriculares, flutter
atrial, supra desnivelamentos, bradiarritmias
sinusais ou BAVT e alterações do segmento
ST).
A frequência cardíaca pode ser monitorada e
avaliada, como em casos que temos falhas no
oxímetro.
Capnógrafo:
Usado apenas em pacientes intubados. Ele
avalia o CO2 liberado em cada expiração (VR:
35 a 45).
*Obs: ele não está relacionado com a taxa de oxigênio, apenas
gás carbônico.
A importância de controlar essa taxa de CO2
advém do fato de que essas variações podem
estar relacionadas a patologias especificas,
que são tratadas no momento da cirurgia.
Usos/intercorrências identificadas pelo
capnógrafo:
* Identifica intubação correta e/ou
esofágica;
* Mostra anestesia superficial e/ou
pouco curarizado;
* Sinais de hipertermia maligna;
* Desconexão do tubo;
* Acotovelamento do tubo;
* Broncoespasmo.
Outras formas de monitorização:
Monitor multi-parâmetro:
Aparelho TOF: mede o grau de contração da
musculatura do paciente.
*Um paciente totalmente relaxado é parâmetro para
extubação do paciente, visto que ele não entrará em apneia.
Indice espectral: mede o sono do paciente.
Valores acima de 90 referem-se ao paciente
acordado. Quando o efeito da anestesia
ocorre, esse valor diminui para em torno de 40
a 60. O excesso de anestésicos pode reduzir
esses valores < 40 e que a longo período são
deletérios, podendo gerar consequências
neurológicas.