Aula 9 - Pesquisa e sua estrutura Flashcards

1
Q

1 Justificativa

A

Antes de abordarmos a justificativa, vamos fazer mais algumas considerações a respeito
da introdução nas produções, mas agora, vista como um todo, e não no aspecto dos seus
componentes.
É importante ressaltar que a introdução, embora necessite ser esboçada desde
o começo, deve ser redigida por último no fluxograma de escrita do trabalho, pois é
preciso ter uma visão geral bem clara do projeto para poder introduzi-lo.
De acordo com Pacheco (2002, p. 57-60), ela pode ser: do tipo roteiro, ou seja, em que
são previstas todas as partes do trabalho; tese, em que é apresentada a ideia central do
trabalho; exemplo, em que é citado um exemplo ou caso recente do problema que se queira
investigar; ou interrogação, em que se começa com um questionamento ou indagação.
[FIGURA 1]
Exemplo de introdução-tese: Já nos idos da década de 1930, o cientista “fulano” defendia
a ideia de que havia outros sistemas solares e planetas habitáveis nos mesmos, mas não
tinha como prová-lo. Hoje, com o envio das sondas espaciais e os modernos equipamentos
de óptica podemos chegar mais perto de uma comprovação. É isso que o presente estudo
pretende averiguar.
Exemplo de introdução-interrogação, que também usa um exemplo: A crise no
abastecimento de água na região sudeste, que mal poderia ter sido imaginada há dez anos, é
uma realidade hoje. Enquanto as causas estão praticamente investigadas e determinadas, as
consequências ainda são incertas. Será esta crise apenas passageira ou um sinal de processo
de desertificação do território, a exemplo do que ocorreu e ocorre no sertão nordestino?
ndependentemente do tipo de introdução que é feita, todas elas precisam ter
uma justificativa. E trata-se de uma das partes mais importantes da introdução. Ou seja, neste quesito, você
vai realçar o lado ético do trabalho, para que ele vai ser bom e adequado e em que ele
contribuirá. Em outras palavras, o que tornará justo o investimento que você, o leitor
e os fomentadores do projeto farão nele em termos de tempo, atenção, investimento
financeiro etc.
Ao contrário do objetivo, que costuma ser prático e delimitado, e do qual trataremos
mais adiante, a justificativa é uma parte teórica que abrange o desenvolvimento da ideia do
projeto e a que ele veio. Trata-se da sua razão de ser, dos motivos que o tornam relevante,
atual, valioso em termos de contribuição para a sociedade, quer seja para a própria ciência,
quer para o bem social, econômico, político, cultural, religioso ou outro qualquer.
Algumas justificativas também servem para o aprendizado do pesquisador, principalmente
do iniciante, especialmente quando se trata de um trabalho de iniciação à pesquisa, como é
o caso da iniciação científica, pois é um exercício de reflexão sobre a própria pesquisa a ser
realizada. Segundo Reis (2015, p. 100), a justificativa envolve:
• os antecedentes do problema de pesquisa, ou seja, o histórico do problema a ser
estudado;
• a relevância da questão-problema para a área temática escolhida;
• o alcance do projeto diante do problema que será abordado;
• a dimensão, em tempo e espaço, e em termos de perspectiva que se quer tratar o
tema;
• as razões (motivos) que estimularam o desenvolvimento do estudo;
• a justificativa da escolha do tema e do objeto de estudo;
• a relação do problema com a justificativa;
• a fundamentação da viabilidade da pesquisa e as referências com os possíveis
aspectos inovadores do estudo;
• a delimitação do tema é onde se esclarece a abordagem a ser tratada nele, sem deixar
dúvidas quanto ao campo de abrangência da pesquisa.
É importante, principalmente, que na justificativa você aponte para uma necessidade
ou problema real, para o qual pretende apresentar uma solução e que faça tudo o que for
escrever daí para frente girar em torno dele.
Muitos confundem a justificativa do trabalho com os objetivos, dos quais trataremos a
seguir, ou a reduzem a eles. Tanto uma quanto os outros respondem à pergunta do porquê
e para que da pesquisa. Mas uma coisa é o alvo de um trabalho e outra é a sua finalidade,
que vai além do alvo.

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2
Q

2 Objetivos geral e específico

A

Da mesma forma como a justificativa, os objetivos
revelam-se no processo de planejamento ou desenvolvimento do projeto de alguma ação
pretendida. Em um trabalho acadêmico, o objetivo central e geral precisa ser posto no papel, pois o
que parece óbvio para um leitor pode não ser para outro. E nem sempre o objetivo óbvio é
aquele realmente pretendido.
O objetivo geral, que deve ser um só, é aplicável ao trabalho como um todo e voltado
para o resultado principal. Trata-se da meta perseguida por todo o trabalho, muito relacionada
à pergunta-problema.
Já os objetivos específicos são um detalhamento do geral e são mais pontuais. Reis
diz que eles também podem ser chamados de “intermediários” e “instrumentais”, mas
nós acrescentaríamos também “processuais”, porque eles apontam para o processo de
desenvolvimento do objetivo geral, dividido em subitens. Os objetivos específicos estão mais relacionados às subquestões derivadas da perguntaproblema
e que podem ser tratadas em itens diferentes do sumário ou lista de capítulos e
subcapítulos previstos para o seu trabalho.

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3
Q

3 Estabelecimento de um cronograma

A

Ele deve conter cada um dos passos práticos, tarefas ou atividades a serem desenvolvidas
na pesquisa em cada uma de suas etapas, em uma sequência cronológica, com indicação da
duração em dias, semanas e meses de cada uma. No caso de grupos de pesquisa, é necessário
indicar ainda a responsabilidade, ou seja, quem se encarregará da coordenação e execução
daquela atividade.
O cronograma pode ser confeccionado em uma tabela de duas entradas: uma
apresentando a atividade a ser desenvolvida; e outra com o período em que ela será
desenvolvida. Os campos formados pela tabela são preenchidos ou marcados com um X.
Existem programas de computação específicos e modelos no Word para o desenvolvimento
de cronogramas e fluxogramas do trabalho de pesquisa. Apresentamos, a seguir, um modelo
de cronograma:
[QUADRO 1]

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4
Q

4 Importância do fichamento na busca bibliográfica

A

O fichamento já foi visto em detalhe em outras aulas, mas não custa frisar a sua
importância na busca bibliográfica, no momento da introdução do seu trabalho, mas,
principalmente no seu desenvolvimento, pois, depois que você tem o seu conjunto de fichas
prontas e objetivos traçados, fica mais fácil você selecionar os livros, artigos e outras fontes
que estejam relacionados à sua justificativa e objetivos.

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