Aula 7 - Regras ABNT Flashcards
1 Para que e por que citamos?
Para se escrever um trabalho acadêmico também é preciso seguir regras. Algumas têm
suas razões de ser e outras são simples convenções por motivos de organização, padronização
e homogeneização, que ajudam na compreensão das ideias, além da caracterização de uma
linguagem específica da ciência.
No trabalho acadêmico é preciso citar o tempo todo para dar fundamento e base ao que se está afirmando e
argumentando.
Razões para se fazer citações nos motivos
para as normatizações em geral:
- Permitir o compartilhamento de ideias, que também chamam de “intercâmbio
intelectual”, através de seminários, congressos e
outros eventos em que os trabalhos apresentados têm que seguir certo padrão para poderem comunicar e interagir entre si. - Evitar o plágio e promover a honestidade intelectual. Não é proibido usar as ideias de outra pessoa, até as próprias palavras dele, numa citação direta, desde que você as cite da forma correta e adequada às normas da ABNT.
- Identificação e localização de fontes. Se você não citar o autor, a data, a página da citação (no caso da citação direta) e, ao final do trabalho, o nome da obra e da editora, fica difícil para o leitor localizá-la e conferi-la.
- Segurança da informação. Quanto mais normatizada a forma de citar um autor, maior a chance de suas ideias serem preservadas sem distorções.
Já entre as fontes possíveis estão livros, artigos,
monografias, fotos, dados estatísticos, documentos, vídeos, entrevistas, depoimentos,
músicas, filmes, etc. E para que o trabalho seja organizado e inteligível, além de ético, é
preciso ainda distinguir nas fontes o que são as palavras próprias de um autor e suas ideias
originais de interpretações destas feitas por outros e das feitas por você.
As fontes podem ser primárias ou secundárias.
A fonte primária é aquela que tem o dado direto que se está pesquisando e a secundária, aquela colhida indiretamente por outras pesquisas sobre o mesmo tema, outros autores sobre o autor pesquisado, etc.
Quando se faz uma citação de autor feita por outro autor, usa-se o recurso do apud,
palavra em latim que significa “citado por”.
O tipo de fonte primária e secundária que você vai usar, depende muito do tipo de pesquisa que você vai realizar. Se a pesquisa for bibliográfica ou documental, as fontes serão basicamente bibliográficas e documentais. Mas, se a pesquisa é de campo, nunca se abrirá mão das fontes bibliográficas, ainda que também haja fontes provenientes da realidade pesquisada, como determinadas entrevistas, arquivos, etc. É claro que se deve dar preferência às fontes primárias em relação
às secundárias, até por um respeito ao leitor interessado na obra primária e para evitar a ocorrência de erros, mas as obras secundárias são inevitáveis, pois não se pode ir à origem de tudo.
O autor estabelece ainda a distinção entre fonte de primeira e de segunda mão. A de primeira existe quando se trata de uma fonte primária ou de uma secundária muito confiável. Ou seja, uma fonte secundária, que pode ser a reprodução de uma foto, pode ser de primeira mão, desde que seja de boa qualidade. Então, nem toda fonte secundária pode ser considerada
de segunda mão. São coisas diferentes. Entre as obras de primeira mão, temos, além das edições originais, “uma edição crítica da obra em apreço”, ou seja, ideias e discussões geradas por esse autor e essas obras. E as fontes de segunda mão são as apresentadas por outros autores e pesquisadores, ou colhidos em outros meios que não a obra, documento ou mídia original – por exemplo os dados de outra pesquisa sobre o mesmo assunto em pauta, ou informações dadas por informantes que são testemunhas indiretas dos fatos, e não diretas.
No mesmo contexto, Eco exclui como fonte de qualquer tipo as traduções; as antologias, que são as coletâneas de textos e trechos de um autor, que nem sempre trazem as fontes primárias; e as resenhas, ou seja, resumos críticos feitos por outros autores de determinada
obra de um autor.
Então, uma das primeiras coisas que se deve verificar, ao estabelecer o objeto de pesquisa, são as fontes, se estas são confiáveis e acessíveis e estão em um meio
confiável. Quanto mais alto o grau do trabalho, mais se terá que evitar fontes secundárias e de segunda mão e ir a fontes primárias e originais. Então, mais uma vez, o grande guia orientador é a ética
2 Tipos e formas de citação
Resumindo, uma citação pode ser:
• Direta – quando as palavras do autor são reproduzidas ipsis litteris (literalmente,
palavra por palavra). É preciso ser tão honesto e fiel nisso que até os erros devem
ser reproduzidos, colocando um (sic) após o erro, para marcar que você se deu conta
dele em sua leitura atenta.
• Indireta – quando se faz uma paráfrase do texto original, isto é, quando você diz a
mesma coisa que o autor disse, mas em outras palavras, sem recair no problema do
plágio. Não é necessário colocar a página da citação nesses casos, pois muitas vezes
ela se refere a um trecho longo, mas apenas o autor e o ano.
Se a citação direta for curta, ou seja, menor ou igual a três linhas, ela aparece no corpo do texto, abrindo aspas antes e fechando aspas depois. Se for longa, ou seja, maior que três linhas, ela vem indentada no texto, ou seja, distanciada da margem esquerda, cerca
de 4 cm, em fonte de texto menor. Ambas as citações devem ser seguidas da fonte, mas, reiterando o frisado anteriormente, só a primeira tem que ter o número da página explicitado obrigatoriamente. Às vezes essa referência pode vir logo depois do nome do autor citado, se este vier relativamente perto da citação. Se o nome do autor vier muito antes da citação, usa-se
o sistema autor-data depois da citação.
Quanto à forma da identificação das fontes no texto ou referências, de acordo com a ABNT, ela pode ser parentética (sobrenome do autor em maiúsculas, data e página entre parêntesis, depois do texto), que também é conhecida como sistema autor-data, ou em forma de nota de rodapé. No Brasil, a maioria das IES e revistas científicas, da mesma forma
como o Senac em seu Guia de Normalização, usam o sistema autor-data. Mas tudo depende
das regras específicas da instituição.
Se há um ou dois autores, eles são citados primeiro com o sobrenome em maiúsculas,
depois o prenome e nomes do meio, colocando um ponto e vírgula entre eles. Se há três ou
mais autores de um mesmo artigo, não se precisa citar todos, apenas o primeiro, seguido
de et al., que em latim quer dizer “e outros”. Quando há vários autores e um organizador,
escreve-se o nome do organizador apenas, seguido de (org.).
Mas há outros motivos derivados desse e mais pragmáticos para se ser criterioso nas
citações:
• Para ajudar os leitores, com muita probabilidade também pesquisadores, na busca
de referências;
• Para legitimar os dados utilizados na pesquisa, dando autoridade ao pesquisador.
3 Tipos e formas de citação
Referências ao longo e no final do texto
Quando se trata de uma citação curta (três linhas ou menos), deve-se usar o sistema autor-data e o abre e fecha aspas:
[FIGURA 3]
Se a citação não vem acompanhada do nome do autor, a referência vem depois da citação, com o nome do autor em maiúsculas, ano e página no final, entre parêntesis:
O autor acredita que “o meio social necessita da formulação de políticas educacionais condizentes com a realidade existente e da implementação de programas de letramento.”
(PELANDRÉ, 2002, p. 132)
O sobrenome do autor só vem entre parêntesis quando não faz parte da sentença e está
depois da citação, em letras maiúsculas e dentro do parêntesis. Na citação com mais de três linhas, é necessário um recuo. Ou, quando o nome do autor não é apresentado antes da citação, sua referência vem
depois dela.
Se o autor tem mais de um livro nas referências,
podemos identificar a obra pela data, e, se ele tiver mais de uma obra com a mesma data,
convenciona-se usar as letras a, b, c, etc. para as diferentes obras, tanto no corpo do texto
quanto nas referências.
Quando há mais de um autor da obra citada, mais precisamente até três, citam-se
todos, separados por ponto e vírgula, a começar por sobrenome em maiúsculas e o nome em
minúsculas ou só as iniciais. Se passar de três autores, cita-se apenas o primeiro, seguido de
et al., que significa “e outros”.