Aula 11 - Serpentes Flashcards

1
Q

Como são os primeiros socorros no atendimento com serpentes?

Como se prevenir de acidentes com serpentes?

A

Nenhumas das crenças populares é indicada: corte na picada, chupar o sangue, jogar terra ou café e beber álcool ou querozene, pelo contrário, podem piorar o quadro do pct - fazendo uma infecção ou intoxicação associada

  • Lavar o local da picada com água e sabão
  • Manter o pct em repouso e hidratado
  • Procurar o serviço médico prox, se possível, leve o animal
  • NÃO FAZER GARROTE OU TORNIQUETE
  • Elevação do membro pode ser feita

Prevenção:

  • Não andar descalço: sapatos, botinas, botas devem ser usados
  • Olhar com atenção os caminhos a percorrer
  • Usar luva de couro em atividades rurais e de jardinagem
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2
Q

Quais são as Gêneros de serepente de importância médica?

A
  • Família Viperidae
    • Bothrops (Jararaca): 90% dos acidentes
    • Lachesis (Surucucu): 2% dos acidentes (não ocorre no PR)
    • Crotalus (Cascavel): 7% dos acidentes
  • Família Elapidae
    • Micrurus (Coral): 1% dos acidentes
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3
Q

Como realizamos a distinção entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas?

A
  • Todas as serpentes que possuem fosseta loreal são peçonhentas, mas nem todas as peçonhentas possuem fosseta (ex; cobra coral)
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4
Q

Serpentes Bothrops

(Quais suas características? - hábitos, ambientes, caracterísitcas corporais, agressividade, fosseta)

A
  • Fosseta loreal
  • Muito agressivas
  • Hábitos noturnos
  • Ambientes úmidos
  • “V” invertido
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5
Q

Ações do veneno botrópico

A
  • Inflamatória aguda (proteolítica)
  • Hemorragia
  • Coagulante
  • Repercussão renal
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6
Q

Qual a ção proteolítica (inflamatória aguda) do veneno botrópico?

A

Patogênse complexa: envolve a ativ de proteases,hialuronidases e fosolipases. Liberação de mediadores inflamatórios, ação pró-coagulantes e de hemorraginas no endotélio

  • Manifestações locais
    • Dor
      • Insuportável e que irradia pelo membro acometido
    • Calor // Rubor
    • Edema
      • 3 a 4+/4 progressivo e endurecido, pele de aspecto brilhante
    • Vesículas, bolhas, abcessos e necrose tecidual
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7
Q

Como ocorre a ação hemorrágica do veneno botrópico?

  1. Ação local
  2. Ação sistêmica

(Bothrops)

A

Hemorraginas presentes no veneno —► Lesões na memb basal do capilares —► alterações da coagulação: com plaquetopenia

(devido à ativação da cascata de coagulação - consumo de plaquetas pela adesão e agregação plaquetária)

  1. Ação local: sangramentos nos pontos de inoculação, bolhas sanguinolentas, presença de equimoses
  2. Ação Sistêmica: Hematúria, gengivorragias, sangramentos por feridas já presentes no corpo, equimoses difusas e o estado de choque
    1. ​Sangramento Pulmonar, intracraniano e de TGI
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8
Q

Como é a ação coagulante do veneno dos botrópicos?

A

Ativa a cascata da coagulação —► tem o consumo do fibrinogênio —► culminando na incoagulabilidade sanguínea

Semelhante à: coagulação intravascular disseminada (CIVD)

  • Exames pedidos:
    • ​TAP e KPTT
    • Na falta do TAP e KPTT ⇒ Tempo de Coagulação
      • TC até 9 min = normal
      • TC de 10 a 30min = prolongado
      • TC > 30 min = incoagulável
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9
Q

Como ocorre a ação nefrotóxica do veneno botrópico?

A
  1. Ação direta
    1. Agressão direta das cel renais
  2. Ação indireta
    1. Isquemia renal
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10
Q

Como estão os exames laboratoriais nos acidentes com bothrops?

A
  1. Coagulação
  2. Urina 1
  3. Função renal
  4. Hemograma (não é primordial, mas adiciona informações)
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11
Q

Quais as diferenças entre um acidente com jararaca adulta e filhote?

A
  • Filhote: fração inflmatória aguda está reduzida
    • Predominância das ações hemorrágicas e coagulantes
      • Quadro local: em geral, discreto (sem edema)
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12
Q
  1. Como definir se o acidente botrópico é provavel ou confirmado?
  2. Qual o seguimento do paciente com acidente confirmado? (explique estadiamento)
  3. Como é o tratamento de acordo com o estadiamento do acidente botrópico?
  4. Após o tratamento, o qur fazer?
A
  • A evolução/admissão com clínica de envenenamento por bothrops confirma o acidente
  • Sem clínica na admissão (local e sistêmica)
    • Exames laboratoriais
    • Observação mínima de 12 hrs: T2, T6 e T12 (novos ex lab + clínica)
      • Alteração clinica e/ou lab ⇒ confirmadoestadiar o acidente
  1. Quadro leve → 3 ampolas de soro antibotrópico (SAB)
  2. Quadro moderado → 6 ampolas de SAB
  3. Quadro Grave → 12 ampolas de SAB

** Verificar evolução após tratamento: T12 e, se necessário, T24

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13
Q

Como é a adminstração de soro nos acidentes com serpentes?

A
  • Adminstrado endovenoso em ambiente hospitalar
  • Pode ser diluído de 1:2 a 1:5 (1vol de soro antiveneno para 2 até 5vol de soro fisiológico / glicosado)
  • Tempo de correr/adminstração: 30 a 60 min
  • Hidratação do paciente → objetiva um déb urinário de:
    • Adulto: 30 a 40ml/hr (sem contraindições - ICC)
    • Criança: 0,5 a 1 ml/kg*hr
  • Observação de reações adversas
  • Exames laboratoriais após o termino: 12 hrs (T12)
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14
Q

Quais são os outros pontos no Acidente Botrópico?

A
  • Acompanhamento clíinico e laboratorial
  • Antibióticos APENAS SE HOUVER INDÍCIO DE INFECÇÃO
  • Avaliar eficácia da soroterapia
  • Não dar alta precoce
  • Profilaxia do Tétano
  • Bom prognóstico
  • Letalidade nos casos tratado: baixa
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15
Q

Quais as características do gênero crotalus (Cascavel)?

A
  • Fosseta loreal
  • Menos agressivas (sinal com o balaço do guizo)
  • Morbimortalidade elevadas
  • Presença de losângulos no corpo
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16
Q

Quais são as ações do veneno crotálico

A
  • Neurotóxica
  • Miotóxica
  • Coagulante (50% dos acidentes não alteram o coagulograma)
17
Q

Como ocorre a ação neurotóxica no evenenamento por Crotalus?

Quais suas manifestações?

A

Ação neurotóxica pré-sináptica

  • Inibição da liberação de Ach pelo terminal nervoso
    • Ocasionada pela alteração no metabolismo do Ca2+

Manifestações –► Fácies neurotóxica

  • Ptose palpebral uni ou bilateral
  • Flacidez da musculatura da face
  • Distúrbios da deglutição
  • Diplopia e visão turva
18
Q

Em que situações de envenenamento por serpentes ocorre Fácies neurotóxica?

A
  • Acidentes com:
    • Cascavel
    • Cobra coral
19
Q

Como ocorre a ação miotóxica no envenenamento por Crotalus

A

** Mioglubinúria ⇒ IRA (12 hrs após a picada)

20
Q

Perfil sanguíneo de enzimas musculares no acidente com crotálicos

A
  1. CK ⇒ aumento muito expressivo
  2. AST ⇒ na casa dos milhares
  3. LDH (lactato desidrogenase)

VALORES IMPORTANTES DE ALTERAÇÕES

  • A depender do:
    • Tempo da picada
    • Adminstração de soro
21
Q

Como é a manifestação local no acidente crotálico?

A
  • Discreta (assim como no acidente com cobra coral)
22
Q

Quais as ações renais do acidente com Cascavel?

A
  • Ação direta do veneno
  • Ação indireta
    • Rabdomiólise sistêmica
23
Q

Exames laboratoriais nos acidentes com crotálicos

A
24
Q

Considerando que a confirmação do acidente crotálico segue a mesma lógica do botrópico, após confirmado:

  1. Como ocorre o estadiamento do acidente crotálico?
  2. Qual o tratamento sorológico do acidente com crotálico?
  3. Como é o seguimento desses pacientes?
A
  • Quadro leve → 5 ampolas IV de anticrotálico
  • Quadro moderado → 10 ampolas IV (na dúvida, estadie como moderado)
  • Quadro grave → 20 ampolas IV
  • Hidratação → minimar o risco de IRA (semelhante à Jararaca)
25
Q

Quais os outros tratamento gerais que devem ser feitos no acidente cortálico?

A
  • Higienização vigorosa do local da picada
  • Alcalinização da urina (se necessário - o meio básico facilita a excreção da mioglobina, mas, em geral, a hidratação vigorosa já é suficiente)
  • Diuréticos de alça (furosemida): em casos de oligúria mesmo em hidr adeq
  • Diálise: paciente com IRA
  • Ventilação mecânica: se entrar em insufiência respiratória
  • Profilaxia para tétano
  • Não dar alta precoce
26
Q

Características das micrurus (coral)

A
  • Acidentes elapídicos são raros
  • Bem menos agressivas, mas com peçonha potente
  • Anéis coloridos e completos
  • Habitat subterrâneo
  • Sem fosseta loreal (exceção)
27
Q

Qual o mecanismo de ação neurotóxica da micrurus?

A
  • Ação pré-sináptica: semelhante à cascavel
    • Inibição da libeiração da Ach na fenda sináptica nervosa muscular
  • Ação pós-sináptica
    • Antagonistas competitivos dos receptores colinérgicos na fenda pós sináptica da junção neuromuscular
28
Q

Qual o quadro clínico dos acidentes com micrurus?

A
  • GRAVE
    • Pode haver parestesia local
    • Fraqueza muscular progressiva
    • Dificuldade de deambular
    • Fácies miastênica
    • Insuficiência respiratória aguda
29
Q
  1. Como é o quadro do acidente com micrurus?
  2. Como é seu tratamento sorológico ?
  3. Como funciona o seguimento?
A
  • Quadro leve → tratamento sintomático
  • Quadro moderado → 5 ampolas IV de soro antielapídico
  • Quadro grave → 10 ampolas IV de SAE

** Observação mínima de 24 horas

30
Q

Como identificar a etiologia do acidente com a serpente?

A

De acordo com as atividades respectivas do veneno

31
Q

Serpentes não peçonhentas comuns no Paraná

(sem importância médica - visualização)

A
  • Dormideira
  • Cobra verde (quadro leve e sem importância médica)
  • Coral falsa
  • Mussurana