Aula 07 Flashcards

Descrever o metabolismo da glicose e interpretar suas alterações plasmáticas nos envenenamentos e intoxicações; - Rever a fisiologia do equilíbrio ácido-base; - Descrever os principais distúrbios do equilíbrio ácidobase; - Discorrer sobre os parâmetros avaliados no exame de gasometria arterial; - Realizar as correlações clínico-laboratoriais dos distúrbios ácido-base.

1
Q

Explique o metabolismo básico da entrada da glicose na célula

A
  • Tecidos periféricos: requerem a insulina para a expressão do GLUT4 que permite a entrada da glicose na cel

Quando a insulina se liga ao seu receptor nas cel periféricas promove a autofosforilição desse receptor. A partir dai há a atividade tirosina cinase nesse receptor, que, então, age sobre as proteínas de substrato de receptor para insulina-1 (IRS-1), a qual sinaliza ao núcleo a necessidade da transcrição de recptores de glicose (GLUT) tipo 1 e 4, que irão à membrana

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2
Q

Substâncias contra-reguladoras da glicose

A
  • Glucagon
  • Epinefrina (catecolaminas)
    • Glicogenólise: (hepática e muscular)
    • Lipólise: Î Î ác. graxos (ação cetogênica)
  • Cortisol
  • Hormônio do crescimento
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3
Q

Hiperglicemia nas intoxicações

A
  • Em geral, leve e transitória
  • Grave (> 500mg/dL) ou sustentada: desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos, com passagem de H2O do cérebro ao plasma, podendo levar ao coma hiperosmolar.
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4
Q

Hipoglicemia nas intoxicações

A
  • Pelos hormônios contra-regulatórios
    • Tremor, diaforese, palidez, taquicardia, náusea, vômito, tontura, nervosismo e fome
  • Pela redução da glicose no cérebro
    • Condusão mental, alteração nos níveis de consciência, pertubações visuais e de comportamento, cansaço, fraqueza e convulsões
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5
Q

Hipoglicemia por carbamatos e organofosforados

A

Mecanismo de ação tóxica:

Pela inibição da colinesterase permite a ação mais intensa e prolongada da Ach nas fendas sinápticas na membrana pós sinaptica

  • Hiperestimulação parassimpática
    • Liberação da insulina pelas b-pancreáticas
      • Hipoglicemia
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6
Q

Hiperglicemia por escorpianismo

A

Mecanismo de ação:

O tóxico atua sobre canais de Na+, levando a despolarização nervosa pós-ganglionares, culminando na liberaçãi intensa de neurotransmissores na fenda sináptica (epi, nora e Ach)

  • Catecolaminas: contra-reguladoras da insulina e estimulação da glicogenólise
    • Hiperglicemia
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7
Q

Alterações na glicemia pelo álcool

A
  • Ingestão de quantidades excessivas de bebidas alcoólicas:
    • Hipoglicemia:
      • Interferência no metabolismo da glicose (gliconeo e glicólise)
    • Hiperglicemia:
      • Estresse do organismo - cortisol (mais comum nas crianças)

Outros sintomas relacionados:

  • Acidose lática: aumento da produção de lactato (interferência do álcool na glicólise)
  • Coma alcoólico
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8
Q

Intoxicação por salicilatos

A
  • Hipo ou hiperglicemias podem ocorrer

Mecanismos:

  • Desacoplamento da fosforilação oxidativa e inibição de desdrogenases específicas
  • Aceleração do metabolismo: aumento da demanda por glicose
  • Produão e acúmulo do ac. orgânicos: distúrbio do eq ácido-base
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9
Q

Glicemia na intoxicação por carbamazepina

A
  • Em algumas situações pode levar a hiperglicemia
    • Hiperglicemia aumenta de acordo com a gravidade da intoxicação
  • Seu sintoma associado mais comum: acidose (estudo crianças)
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10
Q

pH sanguíneo

(valor referência, valores compatíveis com a vida e mecanismos regulatórios do pH)

A
  • Normal: 7,35 a 7,45
  • Níveis compatíveis com a vida: 6,8 a 8

Mecanismo regulatórios do pH:

  • Sistema tampão (instantâneo)
  • Função respiratória (minutos - aguda)
  • Função renal (horas a dias - tardia)
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11
Q

Sistema tampão

(tipos disponíveis)

A

Solução contendo sal de ác. fraco com capacidade de captação de íon H+

  • Tampão de ác. carbônico: bicarbonato (45% da capacidade de tamponamento do organismo)
  • Tampão fosfato (presente nas hemácias e cel tubulares renais)
  • Tampão de proteínas (cel dos tecidos)
  • Tmapão de hemoglobina dos eritrócitos
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12
Q

Fatores que afetam a função respiratória

A
  1. Frequência respiratória (CR no bulbo)
  2. Quantidade de ar inspirado em oposição ao expirado
  3. Capacidade dos alvéolos em realizar trocas gasosas
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13
Q

Ações do Rim à manutenção do eq ácido-base

A
  • Reabsorção dos íons HCO3- filtrados no glomérulo (1)
  • Excreção de íons H+
    • Amônia → Urina (2)
    • Ácido fosfórico → Urina (3)
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14
Q

Gasometria arterial

(o que avalia?)

A

Avalia a eficácia da respiração e o eq ácido-base total, além de auxiliar no monitoramento do tratamento

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15
Q

Valores de referência da Gaso

(visualização)

A
  • Bicarbonato: fornece informação quanto ao componte metabólico do eq ácido-base (aumento fornece basicidade)
  • pCO2: fornece informações sobre o componente respiratório do eq ácido-base (aumento fornece acidez)
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16
Q

O que é o Base Excess (BE) da Gaso? E o que seus valores significam?

A

Cálculo que avalia o aumento ou diminuição do total de bases do organismo

  • BE positivo: aumento no total de bases
    • Alcalose metabólica (retenção de base por distúrbio metabólico)
    • Acidose respiratória (retenção de base para compensar a acidose)
  • BE negativo: redução no total de bases
    • Acidose metabólica (perda de base devido ao distúrbio metabólico)
    • Alcalose respiratória (eliminação de base para compensar a alcalose)
  • Permite avaliar se o distúrbio é agudo ou crônico
    • Agudo: BE baixo (sem tempo do rim compensar a disfunção)
    • Crônico: BE alto
17
Q

Resposta compensatória

(o que é e como ocorre)

A

Como o pH depende diretamente da relação bicarbonato/pCO2, a resposta compensatória bisa manter essa relação o mais próximo do normal ⇒ um indica a fonte primária da alterção e o outro os esforços do corpo para compensar

Acidose metabólica: pCO2 esperada = (1,5 x bicarbonato) + 8

Alcalose metabólica: pCO2 esperada = bicarbonato + 15

Acidose respiratória crônica: bicarbonato + 3,5 a cada 10mmHg de pCO2

Alcalose respiratória crônica: bicarbonato - 4 a cada 10mmHg diminuído na pCO2

Obs¹ - distúrbios mistos (variação do pH mais evidente devido a soma dos distúrbios)

18
Q

Ânion GAP

(o que indica e como é calculado)

A

Medida indireta da concentração de ác. adicionado ao sistema.

► É determinado pela diferença entre o Na+ (cátion) e os ânions

AG = (Na+) - (Cl- + bicarbonato)

VR: 4 a 12 mEq/L (normal: normal, diarreia, IRC, I.Suprarrenal - perda de base)

Aumento de AG significa elevação de ânions plasmáticos não mensuráveis (ex: lactato, acetoacetato, salicilato, formladeído, fosfato, sulfato), sendo mais preocupante

*

19
Q

Valores de ânion GAP e significados

A
  • Aumentado: ganho de ácido + cloro normal
    • Acidose lática, cetoacidose diabética, IRA, intoxicação por metanol, salicilatos, etilenoglicol e rabdomiólise
  • Normal: perda de base + hipercloremia
    • IRC
    • Insuficiência suprarrenal
    • Acetozolamida
    • Diarreia
20
Q

Etiologias da acidose

A
  • Respiratória
    • Diminuição da excreção de CO2
      • Comprometimento do SNC (intoxicação exógena, coma)
  • Metabólica
    • Aumento da produção de ácidos orgânicos
      • Acidose lática e cetoacidose diabética
    • Aumento da ingestão de ácidos ou precursores
      • Toxinas, Metanol e salicilatos
    • Diminuição da excreção renal
      • Acidose tubular renal
    • Aumento da perda de bicarbonato
      • Diarreia
21
Q

Etiologias da alcalose

A
  • Respiratória
    • Aumento da excreção de CO2
      • Estímulo do cento respiratório (encefalite, febre, infecções sistêmicas, intoxicação por salicilatos)
  • Metabólica
    • Aumento da excreção de ácidos
      • Vômito
    • Ingestão de bases
      • Transfusão maçica de sangue (citrato) e ingestão/adminstração de bicarbonatos de sódio
    • Diminuição da excreção de bases
      • Deficiência de Cl-: reabsorção de bicarbonato para reabosrção conjunta do Na+
22
Q

Tratamento dos distúrbios ácidos base

A
23
Q

Por que o organismo lida melhor frente a acidose do que alcalose?

A
  • Mecanismos mais eficientes
    • Função renal elimina H+ e reabsorve bicarbonato
    • Capacidade de hiperventilação
    • Curva de dissociação da hemoglobina
      • Acidose: O2 se desprende mais fácil pela menor afinidade
      • Alcalose: Hb com mais afinidade pelo O2
24
Q

Sistematicamente, o que devo olhar na gasometria arterial?

A
  • Primeiramente o pH –> tenho uma …
    • Acidose (pH < 7,35) ou uma
    • Alcalose (pH > 7,45)?
  • Depois, olho para o HCO-3 e penso: corresponde à minha disfunção do pH?
    • Se sim –> origem metabólica
    • Se não –> origem respiratória
  • Olho para o pCO2 e confirmo
  • Uma vez confirmada a origem respiratória, para eu verificar se o desequilíbrio é crônico ou agudo, vejo o BE
    • BE dentro da normalidade –> agudo
    • BE for da normalidade –> crônico