Arritmias Cardíacas (Taquicardias e Bradicardias) Flashcards
Quais são os critérios para o diagnóstico de Fibrilação Atrial (FA) no ECG? (2)
- Ausência de onda P;
* Intervalos RR irregulares
Quais são os principais fatores predisponentes para FA? (9)
- Doença mitral reumática;
- Cardiopatia hipertensiva;
- Hipertensão arterial;
- Tireotoxicose;
- Doença do nodo sinusal;
- DPOC;
- Idade avançada;
- CIA;
- Anomalia de Ebstein
A FA pode ser classificada em: (3)
- Paroxística;
- Persistente;
- Permanente
O que é Fibrilação Atrial Paroxística?
FA com duração < 7 dias
O que é Fibrilação Atrial Persistente?
7 dias < duração da FA < 1 ano
O que é Fibrilação Atrial Permanente?
Duração da FA ≥ 1 ano
O que se espera encontrar no exame físico típico da FA? (4)
- Pulso irregular;
- Anisocardiosfigmia (Ausculta sem palpação de pulso periférico);
- Variação na fonese de B1;
- Ausência de B4
Por que fenômenos embólicos são comuns em pacientes com FA (10~15%)?
Qual o mais comum?
- A longo prazo, podem se formar trombos na auriculeta esquerda devido a estase sanguínea local;
- AVEi
Qual a causa mais comum de AVEi cardioembólico?
FA
Qual o primeiro ponto a ser avaliado no paciente com FA?
Estado hemodinâmico
Quais casos caracterizam instabilidade hemodinâmica? (5)
- Hipotensão arterial;
- Edema Agudo de Pulmão;
- Fase aguda do IAM;
- Dor anginosa em repouso;
- Rebaixamento do nível de consciência
Como manejar o paciente com FA hemodinamicamente instável? (5)
- Heparinização plena;
- Administração de antiarrítmico (para aumentar a eficácia da cardioversão);
- Analgesia com opióide e sedação com propofol/midazolam
- Cardioversão elétrica sincronizada (100~200J monofásicos e 50~100J bifásicos);
- Anticoagulação mantida por ≥ 4 semanas após o choque
Quais os 2 objetivos principais do manejo do paciente com FA estável hemodinamicamente?
- Controle de frequência cardíaca;
* Anticoagulação
Qual o objetivo do contontrole da frequência cardíaca do paciente com FA hemodinamicamente estável?
Como ele é feito?
- Alívio sintomático;
* Drogas inibidoras do nodo AV (Diltiazem, Verapamil, β-block)
O que significa “FC controlada”? (2)
- Repouso: 60~80bpm;
* Exercício: 90~110bpm
Quando usar digitálicos para contontrole da frequência cardíaca do paciente com FA hemodinamicamente estável?
Qual é a droga preferencial nesse caso?
- IC sistólica sintomática;
* β-block
Como manejar o paciente com FA hemodinamicamente estável refratário ao tratamento otimizado com drogas para controle de frequência?
Medidas invasivas: Ablação do nodo AV, Implante de marca-passo definitivo (VVIR)
Qual o objetivo da anticoagulação do paciente com FA hemodinamicamente estável?
Prevenção de tromboembolismo
Quais são os dois segmentos das indicações de anticoagulação do paciente com FA hemodinamicamente estável?
- Pacientes que serão submetidos à reversão da FA;
* Pacientes que não serão submetidos à reversão da FA
Qual o tempo chave para decisão de como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA?
48h
Como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA instalada há menos de 48h? (2)
- Heparinização antes da reversão;
* Anticoagulação cumarínica por 4 semanas após a reversão
Como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA instalada há mais de 48h (ou duração indeterminada)?
ECOTE (para descatar trombos atriais);
Como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA instalada há mais de 48h (ou duração indeterminada) na ausência de trombo identificável pelo ECOTE? (2)
- Heparinização plena do paciente 6~12h antes da reversão;
* Manter varfarina por 4 semanas após a reversão
Como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA instalada há mais de 48h (ou duração indeterminada) com trombo identificável pelo ECOTE? (2)
- Anticoagulação por 3~4 semanas;
* Repetimos ECOTE (evolução)
Como manejar Pacientes que serão submetidos à reversão da FA instalada há mais de 48h (ou duração indeterminada) na ausência de ECOTE? (2)
- Anticoagulação plena com varfarina por 3 semanas antes da reversão (INR = 2~3);
- Mater varfarina por 4 semanas após a reversão
Para definirmos se o paciente que não será submetidos à reversão da FA deve ser anticoagulado ou não, devemos avaliar:
Risco de embolização
Os critérios de risco tromboembólico da ACC/AHA são: (3)
- Alto risco;
- Médio risco;
- Baixo risco
Quem é classificado como Alto risco tromboembólico pela ACC/AHA? (3)
- Embolia prévia;
- Estenose mitral;
- Valva mecânica
Quem é classificado como Médio risco tromboembólico pela ACC/AHA? (4)
- ≥ 75 anos;
- IC;
- FE < 35%;
- Diabetes
Quem é classificado como Baixo risco tromboembólico pela ACC/AHA? (4)
- Mulher;
- Doença coronariana;
- 65~74 anos;
- Tireotoxicose
Como manejar os pacientes que não serão submetidos à reversão da FA a depender do resultado obtido pelos critérios de risco tromboembólico da ACC/AHA? (3)
- Sem fatores de risco: AAS profilático (81~325mg/dia);
- 1 fator de risco médio: AAS e cogitar Varfarina;
- 2+ fatores de rico médio ou 1+ fator de risco alto: Anticoagulação plena
O que o critério CHA²DS²VASc stands for?
Quando vale cada um de seus componentes? (8)
- C: ICC - 1 ponto;
- H: Hipertensão - 1 ponto;
- A²: ≥ 75 anos - 2 pontos;
- D: Diabetes - 1 ponto;
- S²: AVE - 2 pontos;
- V: Doença vascular periférica - 1 ponto;
- A: Idade 65~74 anos - 1 ponto;
- Sc: Sexo - 1 ponto
Como manejar os pacientes que não serão submetidos à reversão da FA a depender do resultado obtido pelos critérios CHA²DS²VASc?
Paciente que pontua 2+ deve ser plenamente anticoagulado
Qual o anticoagulante mais utilizado?
Como saber se ele está “funcionando”?
- Varfarina;
* INR = 2~3
Quando reverter FA? (2)
- Pacientes sintomáticos, < 65 anos, refratários ao controle de frequência;
- Causa de FA identificada e reversível, sem cardiopatia estrutural associada
Como reverter a FA farmacologicamente? (4)
- Amiodarona IV: Dose de ataque (150~300mg em 30min) + Manutenção (1mg/min nas primeiras 8h e 0,5mg/min nas próximas 16h);
- Propafenona VO 600mg dose única (CI em pacientes com disfunção miocárdica);
- Flecainida IV;
- Ibutilida IV
Após reversão para ritmo sinusal, devemos iniciar antiarrítmico profilático oral para evitar recidiva da FA.
Quais são as drogas possíveis? (4)
- Sotalol;
- Propafenona;
- Dofetilida;
- Amiodarona
Qual o antiarrítmico profilático de escolha para evitar recidiva de FA após a reversão para ritmo sinusal?
Amiodarona 200mg/dia
Qual o antiarrítmico profilático de escolha para evitar recidiva de FA após a reversão para ritmo sinusal em pacientes com disfunção de VE?
Amiodarona
Quais são os critérios para o diagnóstico de Taquicardia Supraventricular Paroxística (Taqui-Supra/TSVP) no ECG? (3)
- QRS estreito;
- Ausência de onda P;
- Intervalos RR regulares
Qual a fisiopatologia da TSVP?
Mecanismo de reentrada pela via Nodal (75%) ou Acessória (25%)
Como se comporta a FC na Taqui-Supra?
120~250bpm
TSVP predomina em ______ (jovens/idosos) e frequentemente provoca sintomas que variam desde palpitações até síncope. Palpitações no pescoço é altamente sugestivo de Taqui-Supra por via:
- Jovens;
* Nodal
Qual a primeira medida para o manejo do paciente em TSVP hemodinamicamente estável?
Qual o seu mecanismo de ação?
- Manobra vagal (compressão do seio carotídeo/manobra de Valsalva);
- Inibição do Nodo AV, bloquia a reentrada da Taqui-Supra
Qual a medida tomada para manejo do paciente em TSVP hemodinamicamente estável resistente à Manobra vagal?
Adenosina IV, 6mg em bolus por acesso venoso central (meia vida muito curta, 10s)
Qual a medida tomada para manejo do paciente em TSVP hemodinamicamente estável resistente à infusão venosa central de 6mg de Adenosina em bolus?
Infusão venosa central de 12mg de Adenosina em bolus
Qual a medida tomada para manejo do paciente em TSVP hemodinamicamente estável resistente à infusão venosa central de 12mg de Adenosina em bolus? (2)
•Verapamil venoso 5~10mg;
ou;
•Diltiazem venoso 20~25mg
(βblock também podem ser utilizados)
Como manejar o paciente com Taqui-Supra hemodinamicamente instável?
Cardioversão elétrica (150J)
O que fazer após reversão da TVSP?
Uso profilático de Verapamil/Diltiazem orais, com ou sem Digoxina
Quais são os critérios para o diagnóstico de Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) no ECG? (2)
- onda Δ;
* Intervalo PR curto (<120ms)
Qual a fisiopatologia da Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW)?
Via acessória congênita permite a condução do átrio para o ventrículo sem passar pelo Nodo AV, gerando uma pré-excitação ventricular
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) pode se manifestar como Taqui-Supra de repetição: (2)
•Ortodrômica (mais comum);
ou
•Antidrômica
Quais os aspectos eletrocardiográficos da Taqui-Supra Ortodrômica? (3)
- onda P’;
- QRS estreito;
- intervalo RR regular
Quais os aspectos eletrocardiográficos da Taqui-Supra Antidrômica? (3)
- Sem onda P;
- QRS alargado;
- RR regular
Qual a primeira escolha de tratamento para WPW com TVSP Ortodrômica?
E a segunda escolha?
- Adenosina;
* Verapamil/Diltiazem
Como se faz o manejo de WPW com TVSP Antidrômica?
Procainamida/Amiodarona
Como se faz o manejo de WPW com FA?
Procainamida
Como se faz o manejo do paciente com WPW hemodinamicamente instável?
Cardioversão elétrica
Drogas inibidoras de qual estrutura são contraindicadas para pacientes com WPW associada a Fibrilação/Flutter Atrial?
Quais são elas?
Por que?
- Nodo AV;
- Adenosina, Diltiazem, Verapamil, Digitais e βblock;
- Ao inibirem o Nodo AV libram estímulos pela via acessória, facilitando taquiarritmias e predispondo à FV
Quais são os 4 subtipos básicos de Taquicardia Ventricular (TV)?
- Monomórfica;
- Polimórfica não-Trsades;
- Torsades de Pointes;
- Ritmo Idioventricular Acelerado (RIVA)
Quais são os critérios para o diagnóstico de Taquicardia Ventricular Monomórfica no ECG? (3)
- FC 100~130bpm;
- QRS alargados e de mesma morfologia;
- Ausência de onda P
Qual a diferença entre Taquicardia Ventricular Monomórfica e Polimórfica não-Torsades no ECG?
complexos QRS de morfologias diferentes
Qual a causa mais comum de Taquicardia Ventricular Polimórfica?
Isquemia
Quais medicamentos prolongam o intervalo QT, assim, predispõem Torsades de Pointes? (6)
- Haloperidol;
- Procainamida;
- Quinidina;
- Sotalol;
- Cloroquina;
- Eritromicina
Quais medicamentos prolongam o intervalo QT, assim, predispõem Torsades de Pointes? (3)
- Hipocalemia;
- Hipomagnesemia;
- Hipocalcemia
Quais critérios determinam uma Taquicardia Ventricular Sustentada (TVS)? (2)
•Duração de TV ≥ 30s;
e/ou;
•Causa instabilidade hemodinâmica (sintoma: síncope)
Como se maneja TVNS na ausência de cardiopatias?
Tratamento sintomático bom βblock
Como se maneja TVNS na fase aguda pós IAM?
Lidocaína/Amiodarona, caso haja sintoma
Qual a obrigatoriedade no tratamento de TVS?
Cardioversão
Como se faz o manejo da TVS Monomórfica? (2)
- Cardioversão elétrica (100J emergencial);
* Antiarrítimo após (Amiodarona: dose de ataque + manutenção, Procainamida: dose de ataque + manutenção)
Como se faz o manejo da TVS Monomórfica causada por intoxicação digitálica?
Lidocaína/Fenitoína
Como se faz o manejo da TVS Monomórfica causada por intoxicação com cocaína?
Lidocaína
Como se faz o manejo da TVS Polimórfica? (2)
- Desfibrilação (360J);
* Antiarrímico após reversão
Quais as peculiaridades do manejo de Torsades de Pointes? (3)
- Sulfato de Magnésio IV, 2g em bolus, pode repetir em 15 min, se necessário;
- Manutenção de 3~20g;
- Correção de distúrbios eletrolíticos
Qual o antiarrítmico de escolha para o maneja de TV Polimórfica não-Torsades?
Amiodarona
O que fazer em caso de TV Polimórfica não-Torsades na presença de isquemia?
Revascularização imediata (Angioplastia/Cirurgia)
Qual o antiarrítmico de primeira escolha para prevenção de novos episódios de TVS (morte súbita)?
E a segunda escolha?
- Amiodarona;
* Sotalol
Como manejar o paciente com TVS associada à disfunção de VE (FE 35~40%)?
Implante de CDI + Amiodarona
Quais são as causas mais comuns de Bloqueios Atrioventriculares (BAVs)? (5)
- Doença de Lev-Lenegre;
- Degeneração Senil do Sistema de Condução;
- IAM de parede anterior ou inferior (BAVT);
- Amiloidose;
- Miocardiopatia Chagásica
O que são BAVs Benignos?
BAV acima do Feixe de His (Supra-Hissiano)
O que são BAVs Malignos? (2)
Como diferenciá-los?
•BAV no Feixe de His (Intra-Hissiano) - QRS estreito;
ou
•Abaixo dele (Infra-Hissiano) - QRS alargado
Como se caracteriza o BAV 1º no ECG?
intervalo PR > 200ms (5 quadradinhos)
Como se caracteriza o BAV 2º Mobitz I no ECG? (2)
- ondas P eventualmente bloqueadas (sem QRS);
* Fenômeno de Wenckebach: aumento progressivo do intervalo PR, até o bloqueio da onda P
Quando se faz o Manejo do BAV 1º Mobitz I?
Qual a droga de escolha?
Por que?
- Na presença de sintomas;
- Atropina;
- Bradiarritmia Benigna
Como se caracteriza o BAV 2º Mobitz II no ECG? (4)
- Bloqueios eventuais da onda P;
- intervalos PR constantes antes do bloqueio;
- QRS alargado (Infra-Hissiano);
- FC < 40bpm
Quando BAV 2:1 é Benigno?
Quando ele é Maligno?
- QRS estreito (Supra-Hissiano);
* QRS alargado (Infra-Hissiano)
Como se caracteriza o BAV 3º (BAVT) no ECG? (4)
- Dissociação átrio-ventricular completa: onda P diversa em relação ao QRS;
- Intervalos RR regulares;
- Intervalos PP regulares
- Dissociados entre si
Característica eletrocardiográfica do BAVT com Escape Juncional:
QRS estreito
Característica eletrocardiográfica do BAVT com Escape Ventricular:
QRS alargado
Como se faz o manejo do BAVT?
- Remoção de fatores desencadeantes;
* Implante de marca-passo
Como se faz o manejo do BAVT na instabilidade hemodinâmica?
Marca-Passo transcutâneo sob sedação seguido de implante de Marca-Passo transvenoso
Como se faz o manejo do BAVT no paciente hemodinamicamente estável (mesmo sintomático)?
Marca-Passo transvenoso
Como se faz o manejo do BAVT quando não há Marca-Passo disponível? (2)
•Dopamina 2~10mcg/kg/min;
ou
•Adrenalina 2~10mcg/kg/min