Amiloidose Flashcards

1
Q

Definições

A
  • A amiloidose é uma condição em que certas proteínas endógenas adquirem a capacidade de formar FIBRILAS PROTEICAS AMILOIDOGÊNICAS, as quais se combinam entre si e com elementos do plasma e MEC, formando estruturas moleculares insolúveis denominadas “folhas beta pregueadas”.
  • Esses polímeros formados por fibrilas amiloides se depositam em diversos órgãos e tecidos, causando disfunção desses.
  • Identificados a presença dessas proteínas alteradas através da COLORAÇÃO VERMELHO CONGO, que sob luz polarizada evidencia birrefrigência VERDE.
  • O tipo de fibrila amiloide define a expressão clínica da doença
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Q

Tipos de amiloidoses

A
  • Existem 25 tipos de amiloidoses com características clínicas próprias.
  • Entretanto as mais prevalentes na prática médica são as seguintes:
    –> Subtipo AA (amiloide sérico A): forma mais comum no mundo, tanto em países de baixa renda, quanto nos de alta renda. Só acontece em estados inflamatórios crônicos, sendo por isso denominada amiloidose SECUNDÁRIA ou REATIVA
    –> Subtipo AL (cadeia LEVE de imunoglobulina): forma mais prevalente nos países ricos e tem como causa principal o grupo das DISCRASIAS PLASMOCITÁRIAS. Sempre, repito, SEMPRE é denominada de AMILOIDOSE PRIMÁRIA, mesmo se a discrasia for relacionada com o mieloma múltiplo
    –> Subtipo ATTR (transtirretina): principal forma FAMILIAR. Tem alguns exemplos: PAF - polineuropatia amiloidótica familiar endêmica no norte de Portugal e conhecida como doença dos pezinhos. Ocorre também no Japão e norte da Suécia (acredita-se que os vikings em suas viagens marítimas carrearam o gene mutante para essas regiões - isso é só curiosidade tá, achei legal po)
    –> Subtipo beta-2-M (beta-2-microglobulina): denominada também de ARTROPATIA ASSOCIADA À DIÁLISE, aparece em pacientes submetidos à hemodiálise há muito tempo
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3
Q

Especificidades de cada tipo de amiloidose

A
  • Amiloidose AA:
    –> A proteína alterada nos tecidos é o AMILOIDE SÉRICO A
    –> Denominada SECUNDÁRIA ou REATIVA pois só ocorre nos estados inflamatórios crônicos
    –> Causas nos países pobres: TUBERCULOSE, HANSENÍASE e osteomielite crônica
    –> Causas nos países ricos: artrite reumatoide (mais prevalente), artrite psoriásica, artrite idiopática juvenil (AIJ), doença de Crohn, espondilite anquilosante, febre familiar do Mediterrâneo (origina cerca de 60% dos casos no Oriente Médio)
    –> Quadro clínico: síndrome NEFRÓTICA, HEPATOESPLENOMEGALIA, sem causa aparente em pacientes portadores de doenças inflamatórias crônicas
    –> É a única forma de amiloidose que acomete CRIANÇAS (AIJ)
  • Amiloidose AL:
    –> A proteína alterada nos tecidos é a CADEIA LEVE DE IMUNOGLOBULINA
    –> Sua principal causa são as DISCRASIAS PLASMOCITÁRIAS (mieloma múltiplo)
    –> Chamada de AMILOIDOSE PRIMÁRIA, sendo mais prevalente nos países RICOS
    –> Apresentação clínica típica: perda de peso e fadiga, síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca, neuropatia periférica e hepatomegalia
    –> O SINAL DO GUAXINIM e MACROGLOSSIA são sinais clínicos sugestivos da doença
  • Amiloidose ATTR:
    –> A proteína presente é a TRANSTIRRETINA
    –> Relacionada a doenças de origem FAMILIAR, sendo AUTOSSÔMICA DOMINANTE
    –> As formas mais comuns são a NEUROPÁTICA e CARDÍACA (cardiopatia amiloidótica familiar)
  • Amiloidose beta-2-M:
    –> Proteína encontrada: beta-2-microglobulina
    –> Quadro clínico: após anos de diálise o paciente desenvolve uma SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO ou DOR NOS OMBROS CRÔNICA
    –> Achados radiológicos sugestivos: CISTOS ÓSSEOS em margens levemente escleróticas que tendem a se confluir
    –> Risco de fratura aumentado, inclusive de fêmur
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4
Q

Diagnóstico

A
  • Suspeitar de amiloidose nos seguintes cenários:
    Proteinúria NEFRÓTICA
    CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA
    HEPATOMEGALIA SEM EXPLICAÇÃO APARENTE
    NEUROPATIA PERIFÉRICA IDIOPÁTICA
    ESPESSAMENTO CUTÂNEO COM TENDÊNCIA A FORMAÇÃO DE EQUIMOSES (mais raro)
    PSEUDO-HIPERTROFIA MUSCULAR (MACROGLOSSIA, OMBRO DO JOGADOR DE FUTEBOL AMERICANO - também raro)
  • A biópsia e estudo da peça é MANDATÓRIA PARA O DIAGNÓTICO!
  • A peça obtida pela biópsia é corada pelo VERMELHO CONGO e demonstra BIRREFRIGÊNCIA VERDE sob luz polarizada
  • Procede-se em seguida à IMUNO-HISTOQUÍMICA (imunofluorescência) para identificar o tipo de proteína amiloide
  • Se a imuno-histoquímica for INCONCLUSIVA, deve-se solicitar ESPECTOMETRIA DE MASSA
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5
Q

Tratamento

A
  • Amiloidose A (secundária): tratamento da causa base, ciclofosfamida.
  • Amiloidose AL (primária): na atualidade, consiste na combinação de melfalano EV em altas doses, seguido de transplante autólogo de células hematopoiéticas. Talidomida pode ser uma opção em pacientes não candidatos ao transplante.
  • Amiloidose ATTR (familiar): consiste no TRANSPLANTE ORTOTÓPICO DE FÍGADO. O tratamento da CARDIOPATIA AMILOIDÓTICA FAMILIAR é feito com TAFAMIDIS que estabiliza a transtirretina.
  • Amiloidose beta-2-M (associado à diálise): o tratamento consiste no TRANSPLANTE RENAL, que por si só pode diminuir o metabolismo da beta-2-microglobulina. O manejo de outras condições como a síndrome do túnel do carpo ou ainda as lesões císticas ósseas também deve ser realizado.
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