Afecções benignas do ânus Flashcards
Sobre a fissura anal:
- Trauma à evacuação
- Ulceração no epitélio escamoso estratificado do canal anal, mais frequente na linha média e posterior
- Espasmos - isquemia - não cicatrização
Fisiopatologia/anatomia da região
Reto: epitélio cilindrico e inervação autonômica sem dor
Anus: epitélio pavimentoso/escamoso estratificado - inervação somática com dor
Reto - linha anorretal/pectínea - ânus
Diagnóstico de fissura anal:
- Toque retal e anuscopia não são possíveis devido a dor
- Exame físico sistemico em posição de sims para inspecionar
- Retossigmoidoscopia ou retoscopia podem ser úteis?
Tratamento clínico da fissura anal:
- Mais utilizado
- Objetiva corrigir espasmos do esfincter anal inferior e melhorar a circulação e a cicatrização
- Nitratos, BCC e neurotoxinas (botox) para relaxar o esfincter
- Utilização de dietas
- Botox: pode levar a incontinencias e o efeito é curto
Tratamento cirúrgico da fissura anal
- Casos refratários
- Esfincterotomia anal interna (EAI) lateral: risco de incontinencia. Faz um corte na transição dos esfíncteres e com a pinça consegue separar um segmento do esfíncter interno e secciona. Se a fissura vai até a linha pectínea faz uma secção até o nível da fissura. Ainda sobra um pouco de esfíncter
- Fissurectomia com fechamento primário ou aberto: sem risco de incontinencia. Retira o tecido cronificado e faz a esfincterotomia na fissura. Tem como desvantagem a redução do canal e acúmulo de fezes
Qual a conduta final da fissura anal:
Após controle da dor:
Anuscopia, retossigmoidoscopia ou colonoscopia e instruir paciente a não segurar fezes
Pré operatório:
Manometria anorretal caso não identifique a contração do esfíncter só com o toque
Sobre o abcesso anal:
Obstrução da glândula anal em decorrencia de uma inflamação que pode gerar um acúmulo de pus
Obstrução dos ductos com estase - crescimento bacteriano - abcesso
Classificação do abcesso anal:
Perianal Isquiorretal: ultrapassou o EAI Submucoso Supraesfincteriano * Quanto mais longe do anus - atravessa a linha pectínea e alcança esfíncter interno
Diagnóstico e quadro clínico do abcesso anal:
- Dor anal aguda, eritema, inchaço, flutuação
- Toque retal e anuscopia podem ser possíveis
Tratamento do abcesso anal
- Drenagem próxima ao anus
- Resolução em 50% dos casos: complementa com colonoscopia ou anuscopia ou retossigmoidoscopia
- Indicar banho de assento e laxantes e retorno em 15 dias
- Em 50% dos casos progride para fístulas (abcessos distantes)
- Pode realizar operações e utilizar antibióticos
Fístula anal:
- Abcesso mais próximo do anus: fístula mais externa
- É a fase crônica do abcesso
- Trajeto ligando duas superfícies epiteliais
Classificação da fístula anal:
- interesesfincteriana (mais comum)
- transesfincteriana
- supraesfincteriana
- extraesfincteriana
Diagnóstico da fístula anal:
- Atenção a dor, inchaço, drenagem
- Trajeto fistuloso
- Orifício externo: margem anal
- Orifício interno: linha pectínea
. Regra de Goodsall-Salmon: imagina uma linha transversalmente ao anus, todos os orifícios externos posteriores terminam na cripta mediana posterior obedecendo a um trajeto curvo, enquanto os orifícios externos anteriores à linha terminarão na cripta correspondente, através de um trajeto
retilíneo. Atenção a fístula de ferradura - Imagem: US endoanal, RNM para identificar o trajeto
. Manometria anorretal e colonoscopia para ajudar na terapia
Cirurgia de fístula:
Objetivos: eliminar focos sépticos e trajetos, obter alteração funcional, pouca recidiva e rápida cicatrização
Casos simples: fistulotomia em livro aberto - secciona 30% do esfíncter e trajeto fistuloso, raspa, cureta e deixa aberta
Casos complexos: cirurgia em dois tempos - primeiramente retira o trajeto sem seccionar o musculo e amarra. Segundamente secciona o músculo para prevenir a incontinencia e recidiva
* Avanço de retalho mucoso: cureta para destruir o trajeto, secciona a mucosa e tenta enxertar internamente
* PLUG de submucosa de intestino de porco: parece categute. Ponto na base
* Cola de fibrina
Complicações: recidivas e incontinencia
Como são geradas as hemorroidas?
os coxins vão deslizando junto com a mucosa → gravidade externa puxa → coxins perdem a sustentação → nos coxins internos podem ficar só a musculatura. Eles podem deslizar tanto, causando a exteriorização do canal anal