Ação penal Flashcards
Conceitue ação penal
Direito público subjetivo de pedir ao estado juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto
Quais os princípios que regem a ação penal pública?
Obrigatoriedade – o MP tem que patrocinar a ação
Indisponibilidade – não pode desistir da ação ou recurso proposto
Oficialidade – parte de um cargo oficial (MP)
Oficiosidade – não depende de autorização
Indivisibilidade – para o STJ e STF, tal princípio, enquanto à validade do processo, não é aplicação à ação penal pública, pois o ajuizamento de ação contra uns não impede posterior denúncia contra outros.
O MP é obrigado a denunciar todos os envolvidos?
Na ação penal pública, o MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado. Isso porque, nessas demandas, não vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o Parquet é livre para formar sua convicção incluindo na increpação as pessoas que entenda terem praticados ilícitos penais, mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade. Ademais, há possibilidade de se aditar a denúncia até a sentença. Precedentes citados: REsp 1.255.224-RJ, Quinta Turma, DJe 7/3/2014; APn 382-RR, Corte Especial, DJe 5/10/2011; e RHC 15.764-SP, Sexta Turma, DJ 6/2/2006. RHC 34.233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014. 6ª Turma.
Qual a natureza jurídica da representação para início da ação penal pública condicionada?
A representação é uma condição de procedibilidade.
A representação é retratável?
A representação é retratável até o OFERECIMENTO da denúncia
Quais os requisitos formais para representação?
A representação não tem rigor formal
Quais os princípios que regem a ação penal privada?
Oportunidade – pode escolher ou não ajuizar a ação
Disponibilidade – pode desistir, pelo perdão ou perempção
Indivisibilidade – deve ajuizar ação contra todos os envolvidos
Se o querelante propor composição civil de danos para alguns dos réus, o que deve acontecer?
Caso o querelante proponha, na própria queixa-crime, composição civil de danos para parte dos querelados, a peça acusatória deverá ser rejeitada em sua integralidade – isto é, em relação a todos os querelados. Isso porque a composição pelos danos, sendo aceita e homologada judicialmente, implica a renúncia ao direito de queixa, nos termos do disposto no art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/1995, tratando-se a renúncia, expressa ou tácita (art. 104 do CP), de causa extintiva da punibilidade, sendo irretratável (art. 107, V, CP). Por força do princípio da indivisibilidade, a todos se estende a manifestação do intento de não processar parte dos envolvidos, de modo que a renúncia beneficia a todos eles.
Quando surge o direito de ajuizar ação penal privada subsidiária da pública?
(i) o ajuizamento da ação penal privada pode ocorrer após o decurso do prazo legal, sem que seja oferecida denúncia, ou promovido o arquivamento, ou requisitadas diligências externas ao Ministério Público. Diligências internas à instituição são irrelevantes;
Se depois de ajuizada uma ação penal privada subsidiária da pública, há algum prejuízo se o Ministério Público tomar medidas posteriormente?
(ii) a conduta do Ministério Público posterior ao surgimento do direito de queixa não prejudica sua propositura. Assim, o oferecimento de denúncia, a promoção do arquivamento ou a requisição de diligências externas ao Ministério Público, posterior ao decurso do prazo legal para a propositura da ação penal, não afastam o direito de queixa. Nem mesmo a ciência da vítima ou da família quanto a tais diligências afasta esse direito, por não representar concordância com a falta de iniciativa da ação penal pública.
Na ação pena privada, é possível a condenação em honorários advocatícios?
É pacífica a orientação de possibilidade de condenação em honorários advocatícios em caso de ação penal privada (AgRg no REsp 1.206.311-SP) Quinta Turma, DJe 11/6/2014),
Quais as modalidades de inicial acusatória?
Denúncia – ações penais públicas
Queixa-crime – ações penais privadas
Quais as consequências jurídicas do não oferecimento da denúncia no prazo legal?
1) Dá ensejo à ação penal privada subsidiária; 2) pode gerar o relaxamento da prisão cautelares; 3) em caso de dolo, responsabilidade criminal do promotor por prevaricação
Qual a natureza jurídica do ato judicial de recebimento da denúncia?
O STF tem julgados no sentido de que o recebimento é mero despacho, e não precisa de fundamentação. A doutrina entende que precisa de fundamentação, ainda que sucinta.
Em que hipóteses é possível a rejeição da denúncia ou queixa?
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).