TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO Flashcards
TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO
Podem estar associados. O mais comum em conjunto ao TDAH é o T de aprendizagem.
Está dentro dos transtornos do neurodesenvolvimento, que são eles:
- TDAH
- T espectro autista
- T específicos de aprendizagem
- T de comunicação
- T motores do neurodesenvolvimento
- Deficiência intelectual
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE // T HIPERCINÉTICO
DEFINIÇÃO
- Falta/ dificuldade de manter atenção, controle insatisfatório de impulsos e a hiperatividade com excessiva atividade motora.
EPIDEMIOLOGIA
- É o distúrbio neurocomportamental mais comum da infância.
- Mais comum no sexo feminino e em crianças, mas existe em adultos.
FISIOPATOLOGIA
- Atividade reduzida, menor volume e lentificação da maturação do córtex pré-frontal (funções executivas, escolha do comportamento mais adequado, memória operacional -mantem informações temporárias para finalizar tarefa-, controle inibitório de impulsos).
- É considerado nível brando de hiperatividade isolada em crianças de até 4 anos, idade em que a região pré-frontal finaliza seu processo de mielinização.
QUADRO CLÍNICO
- É apenas com a entrada na escola que os sintomas se tornam mais evidentes, podem ser confundidos com o comportamental antes dessa faixa etária.
Pré-escola: predomínio dos sintomas
- Hiperatividade
- Desatenção
- Prejudica rendimento escolar
Adolescência: estabilização
- Comportamento antissocial pode surgir.
Vida adulta:
- Hiperatividade mais sutil
- Sintomas de desatenção predomina: dificuldade de planejamento, não cumpre prazos.
- A maioria dos casos persiste na vida adulta.
DIAGNÓSTICO -> clínico
- Inicia antes dos 12 anos, pelo menos 6 meses
- Interfere/ reduz a qualidade do funcionamento social, acadêmico e profissional. Precisa estar presente em 2 ou mais ambientes (casa, escola, trabalho, amigos, parentes).
- Padrão persistente do transtorno precisa de:
- Criança: 6 ou + sintomas de desatenção ou de hiperatividade
- Adolescente/adulto (>17): 5 ou + sintomas de desatenção ou hip.
Sintomas de desatenção
# Não presta atenção em detalhes / Comete erros por descuido em tarefas escolares.
# Tem dificuldade em manter atenção em atividades lúdicas: conversa, aula, leitura.
# Parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente, mesmo na ausência de qualquer distração.
# Não segue instruções até o fim, não consegue terminar os trabalhos escolares.
# Dificuldade de organizar tarefas e atividades: desorganizado, desleixado
# Evita, não gosta, reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço prolongado.
# Perde coisas necessárias para tarefas/atividades
# Facilmente distraído por estímulos externos.
# Esquece de realizar atividades cotidianas.
Sintomas de hiperatividade e impulsividade
# Remexe e batuca as mãos/pés ou se contorce na cadeira
# Se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo
# Se levanta quando precisa ficar sentado
# Incapaz de brincar/ atividades de forma calma
# Corre/sobe em situações inapropriadas
# Interrompe/ intromete nas conversas/brincadeiras dos outros
# Responde antes da pergunta ter sido concluída
# Dificuldade para esperar a vez
# Fala demais
-> Se isso tudo for apenas em um local, é mais explicado por um distúrbio comportamental.
DIAGNÓSTICO NO ADULTO
- Escala ASRS-18: Parte A desatenção e parte B hiperatividade. Perguntas respondidas com nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente e muito frequentemente. Se tiver 4 ou mais de alguma das duas partes sugere o distúrbio.
SUBTIPOS
1. Apresentação combinada
2. Predominantemente desatento: ambos sexos
3. Predominantemente hiperativo: mais meninos
PREJUÍZOS
- Redução desempenho escolar
- Rejeição social
- Pior desempenho profissional
TRATAMENTO
- Terapia cognitivo comportamental
- Medicamentos estimulantes: >6 anos.
# Metilfenidato (Ritalina) (inibidor da recaptação de dopamina): dose aumentada a cada 4 semanas até atingir patamar bom controle dos sintomas.
# Anfetamina
# Atomoxetina: inibidor da recaptação de noradrenalina
OBS: eventos adversos: redução do apetite, perda de peso transitória, distúrbios do sono e eventos cardiovasculares diversos.
- Ambiente calmo, libre de distrações em casa e escola (próximo ao professor, longe janelas e portas).
TRANSTONO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Descartar déficit auditivo primário!! em pacientes com atraso na fala -> BERA potencial evocado auditivo do tronco encefálico.
DEFINIÇÃO
- Distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado pelo prejuízo persistente na comunicação e interação social, com padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades.
- Não é um transtorno neurodegenerativo! Ocorre aprendizagem e compensação do sintomas. Mas minoria dos pacientes vive e trabalha de forma independente na fase adulta.
EPIDEMIOLOGIA
- Desenvolvido e diagnosticado antes dos 3 anos.
- Mais comum em meninos.
- Maioria com outro transtorno mental associado (intelectual, linguagem), macrocefalia, síndromes genéticas.
FISIOPATOLOGIA
- Multifatorial: influencia muito forte genética
- 100 genes, distribuídos em quase todos os cromossomos, principalmente no 7 e 15.
- FR: idade parental avançada, prematuridade, baixo peso ao nascer e exposição fetal ao acido valproico. Não tem relação com tríplice viral!
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Variam de acordo com: gravidade da doença, nível de desenvolvimento e idade cronológica -> espectro autista.
- Pode ocorrer platô ou regressão do desenvolvimento no 1º ano, com regressão principalmente da linguagem e dos comportamentos sociais.
SINAIS DE ALERTA
- Atraso na aquisição do sorriso social
- Desinteresse pela face humana
- Olhar não sustentado ou ausente
- Preferência por dormir sozinho ou irritabilidade quando ninado no colo
- Ausência de ansiedade de separação e indiferença quando pais se ausentam
- Não comunicar o que deseja e não olhar quando chamado
- Platô ou regressão do desenvolvimento quanto ao comportamento social e a linguagem.
DIAGNÓSTICO
- Presença atual ou história prévia de deficits persistentes na comunicação/interação social em múltiplos contextos:
$ Déficit na reciprocidade socioemocional $
- Abordagem social anormal
- Dificuldade para estabelecer conversa normal
- Compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afetos
- Dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais
$ Déficit nos comportamentos comunicativos não verbais $
- Comunicação verbal e não verbal pouco integrada
- Anormalidade no contato visual e linguagem corporal
- Déficit na compreensão e uso de gestos
- Ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal
$Déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos $
- Dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos.
- Dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas e fazer amigos
- Ausência de interesse por amigos ou colegas.
- Pelo menos 2 padrões restritivos e repetitivos de comportamento/ interesse:
$Movimentos motores, objetos ou fala$
- estereotipias motoras simples: balançar tronco
- Alinhar brinquedos ou girar objetos
- Escolalia hábito ou mania de fazer rimar palavras, falando ou escrevendo.
- Frases idiossincráticas: frases utilizadas em situações não habituais
$ Insistência nas mesmas coisas, rotina inflexível, padrão de comportamento$
- Sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldade com transições
- Padrões rígidos de pensamento
- Rituais de saudação
- Necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente.
$ Interesses fixos e altamente restritos$
- Forte apego ou preocupação com objetos incomuns
- Interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos.
$ Hiper ou hiporreatividade a estímulos $
- Indiferença aparente a dor e temperatura
- Reação contrária a sons e texturas específicas
- Cheirar ou tocar objetos de forma excessiva
- Fascinação visual por luzes ou movimentos
TRATAMENTO
- Quanto mais precoce, melhores os resultados a longo prazo devido a neuroplasticidade.
- Terapia cognitivo comportamental INTENSIVA (40h/semana) iniciada ANTES DOS 3 anos, direcionada a fala e linguagem.
- Medicamentos: para amenizar comportamentos inadequados: agressividade, hiperatividade, automutilação, ansiedade. Ex: Risperidona, Clopramina (triciclico) e inibidores da decapitação de serotonina.
PREVENÇÃO
- Triagem para TEA entre 18 e 24 meses, mesmo na ausência de sinais de alerta ou atrasos do DNPM!!
- Questionário M-CHAT-R: on-line, 20 questões sim e não, aplicado pelo pediatra. Alto risco deve ser encaminhado ao neurologista pediátrico e baixo risco manter acompanhamento de rotina.