NEONATAL Flashcards

1
Q

INTRODUÇÃO A NEONATOLOGIA

A

PERÍODO NEONATAL
- Do nascimento até o 28° dia.
- Nesse período ocorrem as adaptações da vida intra para extra uterina.

CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM NASCIDO

1) IDADE GESTACIONAL
I. Pré-termo: <37 semanas
- tardio: 34-36 semanas
- moderado: 32-33 semanas
- muito pré-termo: 28-31 semanas
- extremo: <28 semanas
II. Termo: 37-41 semanas
III. Pós-termo: >42 semanas

2) PESO DE NASCIMENTO
I. Normal: 2500-3500g
II. Baixo peso: 1500-2500g
III. Muito baixo peso: 1000-1500g
IV. Extremo baixo peso: <1000g
V. Macrossômico: >4000g

3) ADEQUAÇÃO DO PESO PARA A IDADE GESTACIONAL
I. PIG (pequeno para idade gestacional): peso de nascimento abaixo do percentil 10
II. AIG (adequado para idade gestacional): peso entre percentil 10 e 90
III. GIG (grande para idade gestacional): peso de nascimento acima do percentil 90

  • Curva de Fenton: muito utilizada.
  • Curva Intergrowth: mais nova, mais recomendada.

4) PEQUENO PARA IDADE GESTACIONAL (PIG)
- Relacionado a algum grau de restrição de crescimento intrauterino (RCIU).
- Decorrente de alterações patológicas maternas, placentárias e fetais.
I. Simétrico: desde o início da gravidez se encontra abaixo do percentil 10. Comprometimento global de crescimento (peso, comprimento e PC proporcionais). Causas: cromossomopatias ou infecções congênitas.
II. Assimétrico: comprometimento apenas no 3° trimestre abaixo do percentil 10. Seria uma fase que estaria ganhando peso, então apenas o peso é abaixo do percentil. Causas: insuficiência placentária.

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2
Q

SISTEMA CARDIOVASCULAR FETAL

A

PULMÃO
- Na circulação fetal o pulmão é excluído.
- Resistência vascular pulmonar é alta.

PLACENTA
- É quem realiza as trocas gasosas, oxigenação.
- Representa a circulação sistêmica.
- Baixa resistência vascular.

SHUNTS
- Permite que o sangue oxigenado chegue ao SNC.
1. DUCTO VENOSO
2. FORAME OVAL
3. CANAL ARTERIAL

CIRCULAÇÃO
- Sangue oxigenado vem da placenta pela VEIA UMBILICAL.
- Chega a VEIA CAVA INFERIOR pelo DUCTO VENOSO (que liga circulação placentária ao coração do bebê).
- Chega ao AD.
- Passa do AD para o FORAME OVAL para o AE.
- Do AE vai para o SNC.

  • Sangue desoxigenado chega pelo AD -> VD -> ARTÉRIA PULMONAR (mas pra que eu usaria o pulmão?) então ele vai para -> CANAL ARTERIAL
  • CANAL ARTERIAL liga ARTÉRIA PULMONAR e a AORTA
  • Sangue desoxigenado vai pela aorta até as ARTÉRIAS UMBILICAIS retornando a placenta.

OBS: então aqui a veia umbilical tem sangue oxigenado e a artéria umbilical sangue desoxigenado, é ao contrário mesmo.

APÓS O NASCIMENTO

  1. CONTRAÇÃO DO CANAL ARTERIAL
    - Elevação da pressão arterial de oxigênio + queda das prostaglandinas, que são relaxantes do músculo liso do canal arterial (produzidas pela placenta) = CONTRAÇÃO DO CANAL ARTERIAL.
    - Esse fechamento é dinâmico nos primeiros 4 dias de vida e anatômico na 1° semana de vida.
  2. FECHAMENTO DO FORAME OVAL
    - Com a saída da placenta ocorre aumento da resistência vascular sistêmica e diminuição da resistência pulmonar (vasodilatação pulmonar + ar diminuem a pressão do coração direito) = aumento do retorno venoso para o AE = fechamento do forame oval.

O choro vigoroso faz com que ocorra aeração pulmonar e, consequentemente, redução da pressão pulmonar, que diminui o shunt direita-esquerda pelo forame oval, favorecendo seu fechamento.

  1. DUCTO VENOSO
    - O fechamento do ducto venoso ocorre pela contração do seu esfíncter, possibilitando que o sangue que entra no fígado percorra os sinusóides hepáticos.
    - O ducto venoso se transforma no ligamento venoso do fígado.
  2. DESENVOLVIMENTO PULMONAR
    - Depende do líquido pulmonar, espaço do caixa torácica e movimentos respiratórios fetais.
    - Oligodramnio = hipoplasia pulmonar
    - hérnia diafragmática toma mais espaço da caixa torácica = hipoplasia pulmonar

Fases pulmonares:
I. FASE CANALICULAR
- 16-26 semana
- Desenvolvimento do bronquíolo respiratório e da barreira hematoaérea.
- A partir dessa fase que o pulmão se torna viável para trocas gasosas.

II. FASE SACULAR
- 24-38 semana
- Formação de ácinos pumonares e pneumócitos tipo 2.
- Ocorre a produção do surfactante.

OBS: SURFACTANTE ESTÁ EM MAIOR QUALIDADE E QUANTIDADE APÓS 35 SEMANAS.

Função do surfactante:
- Possui fosfatidilcolina
- Reduz a tensão superficial dos alvéolos e impede que eles colabem ao final da expiração.

III. FASE ALVEOLAR
- >36 semanas
- Ocorre septação alveolar e desenvolvimento dos capilares alveolares.

Fatores que aceleram a maturação pulmonar (produção de surfactante):
I. Estresse fetal (pré-eclâmpsia ou rotura prematura de membranas ovulares)
II. Corioamionite
III. Uso materno antenatal de corticoide

Substâncias que inativam surfactante
I. Excesso de líquido intrapulmonar
II. Proteínas no espaço alveolar (albumina, fibrinogênio e hemoglobina).
III. Aspiração meconial

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3
Q

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL

A

1) DUM / REGRA DE NAGGELE
2) USG DE 1° TRIMESTRE

3) EXAME CLÍNICO DO RECÉM NASCIDO
- Vários métodos:
I. Método de Dubowitz: 11 critérios somáticos e 10 neurológicos.

II. MÉTODO DE CAPURRO
- Deve ser aplicado nas primeiras 6h de vida.
- Não é muito fidedigno para RN prematuro. Usado em maiores de 30 semanas.
- 2 tipos:
- Método somático: características físicas (formato da orelha, glândula mamária, formação mamilo, textura da pele com rugas e quantidade de pregas plantares).
- Método somatoneurológico: apenas 4 características somáticas (formato da orelha, glândula mamária, textura da pele e pregas plantares) + 2 neurológicas (sinal do cachecol -até onde atinge o cotovelo quando puxado- e queda da cabeça -em decúbito dorsal elevo a criança e vejo quanto ela cai-).

SINAL DE MATURIDADE = PELE COM RUGAS + DESCAMAÇÃO EM PALMAS E PLANTAS + ORELHA ENCURVADA + MUITAS RUGAS PLANTARES

III. MÉTODO DE NEW BELLARD
- Aplicado nas primeiras 96h de vida.
- Pode ser usado em prematuros extremos: 20-44 semanas.
- 6 características somáticas: formato da orelha e olhos, glândula mamária, textura da pele, pregas plantares, quantidade de lanugo, aspecto genital (quanto mais desenvolvido maior a idade gestacional).
- 6 características neurológicas: sinal do cachecol, calcanhar a orelha, ângulo poplíteo, ângulo flexão punho, retração do braço e postura.

SINAL DE PREMATURIDADE = PELE LISA, SEM RUGAS, COTOVELO ULTRAPASSA A LINHA MÉDIA (maior flexibilidade), POSTURA FLÁCIDA

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4
Q

CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL

A

Levo em conta 3 fatores:

1) IDADE GESTACIONAL
2) CONDIÇÕES DO NASCIMENTO
3) INTEGRIDADE PLACENTÁRIA

I. CLAMPEAMENTO IMEDIATO
- Placenta não intacta: descolamento prematuro de placenta, placenta prévia, rotura/ colapso ou nó verdadeiro de cordão.
- RN não vigoroso: não respira, tônus flácido: TIRA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL PARA INICIAR AS MANOBRAS DE REANIMAÇÃO.

II. CLAMPEAMENTO TARDIO / OPORTUNO DO CORDÃO UMBILICAL:
- RN vigoroso: tônus em flexão, respiração regular.
- Circulação placentária intacta.
- Ai sim vai depender da idade gestacional

> 34 semanas: posso esperar pelo menos 1min. Pode ser feito entre 1-3min de vida. Devendo-se manter o RN em contato pele a pele com a mãe antes e após o clampeamento.

menor que 34 semanas: posso esperar pelo menos 30seg. Mas depois vai para a mesa de reanimação.

O retardo do clampeamento está relacionado com:
- melhores níveis hematimétricos e da ferritina entre 3 e 6 meses de vida.
- redução da anemia fisiológica no RN
- Maiores níveis de bilirrubina e necessidade posterior de fototerapia.

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5
Q

BOLETIM DE APGAR

A

DEFINIÇÃO
- Medida de avaliação de vitalidade do 1° e 5° minuto de vida.
- É retrospectivo. NÃO É UTILIZADO PARA INDICAR PROCEDIMENTO DE REANIMAÇÃO.
- 1° minuto: avalia assistência pré-natal e do parto.
- 5° minuto: avalia a reanimação neonatal.

o que indica reanimação é: FC, RESPIRAÇÃO E TONUS

PARÂMETROS
1) FREQUÊNCIA CARDÍACA
- 0 pontos: ausente
- 1 ponto: <100bpm
- 2 pontos: >100bpm

2) RESPIRAÇÃO
- 0 pontos: ausente
- 1 ponto: irregular
- 2 pontos: regular

3) TÔNUS MUSCULAR
- 0 pontos: flacidez total
- 1 ponto: alguma flexão
- 2 pontos: movimento ativo

4) IRRITABILIDADE REFLEXA
- 0 pontos: ausente
- 1 ponto: alguma reação
- 2 pontos: tosse e espirros

5) COR
- 0 pontos: cianose ou palidez global
- 1 ponto: cianose periférica
- 2 pontos: róseo

PONTUAÇÃO MÁXIMA: 10

SE APGAR DO 5° MIN ABAIXO DE 7 É NECESSÁRIO REPETIR A CADA 5MIN ATÉ 20MIN DE VIDA.

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6
Q

DESCONFORTO RESPIRATÓRIO DO RECÉM-NASCIDO / SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO (SDR)

A

DEFINIÇÃO
- Antigamente era chamado de síndrome da membrana hialina, mas esse termo não é mais usado pois reflete mais o achado patológico da doença do que a doença em si.

FISIOPATO
- Deficiência quali e quantitativa de SURFACTANTE = INSTABILIDADE ALVEOLAR = ATELECTASIA = DIMINUO VENTILAÇÃO RESIDUAL E SUA PERFUSÃO = SHUNTS PULMONARES (ÁREA NÃO VENTILADA).
- São produzidos pelos pneumócitos tipo II entre 20-24 semanas com pico em 35 semanas (com maior concentração de fosfatidilcolina).
- Aceleradores da produção: pré-eclâmpsia, rotura prematura de membranas ovulares, restrição do crescimento e uso antenatal de corticoides.

FATORES DE RISCO
- Prematuridade
- Sexo masculino
- Mãe com DM
- Asfixia perinatal

QUADRO CLÍNICO
- bebê nasce desconfortável.
- Piora progressiva: pico 48h. Geralmente melhora após 72h de vida.
- Complicações: apneia, atelectasias, deteriorização do estado hemodinâmico.

1) HIPOXEMIA
- Leva a vasoconstrição pulmonar = aumento da pressão da artéria pulmonar = shunt via forame oval da direita pra esquerda (ao contrário do normal).

2) HIPERCAPNIA
3) ACIDOSE

DIAGNÓSTICO
RAIO-X: infiltrado reticulogranular difuso (em vidro moído) distribuído uniformemente nos campos pulmonares + broncogramas aéreos.

TRATAMENTO
1) SURFACTANTE:
- Naturais (porcino ou bovino): melhor terapêutica que os sintéticos.
- Sintéticos

I. Profilático: prematuros <28 semanas ou <1000g
II. Sinais clínicos: de preferência nas primeiras 2h de vida, podendo ser repetido 2-4x ao dia.
- Protocolo INSURE: INtubate, SURfactant, Extubate to CPAP.

2) CORTICOIDE
- Betametasona ou Dexametasona
- Efeito após 24h
- Duração de 7 dias

I. Profilático: IG 24-34 RISCO DE TRABALHO DE PARTO PREMATURO.

PRINCIPAL DIAGNÓSTICO: PENIMOMIA BACTERIANA NEONATAL (MESMO ACHADO DE RAIO-X).

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7
Q

TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA DO RN / SÍNDROME DO PULMÃO ÚMIDO

A

VAI TER LÍQUIDO !!!

FISIOPATOLOGIA
- Retardo na reabsorção do líquido pulmonar (secretado 17 semana, faz desenvolvimento pulmonar, faz pressão de distensão que faz crescer ácinos).
- A maioria do líquido é reabsorvido antes do parto por meio de canais de Na e Cl.
- Durante o parto: reabsorve também devido prostaglandinas (dilatação) e passagem pelo canal de parto (vai para terceiro espaço).

FATORES DE RISCO
- Cesárea eletiva fora do trabalho de parto.
- Asfixia perinatal
- Policitemia
- DM materno
- Asma materna

QUADRO CLÍNICO
- Desconforto respiratório LEVE (BSA <5): TAQUIPNEIA é o mais pronunciado.
- Nas primeiras horas de vida com melhora em 24-48h.

QUANTIFICAÇÃO DO ESFORÇO RESPIRATÓRIO
- BOLETIM DE SILVERMAN-ANDERSEN (BSA):
I. Batimento de asa nasal
II. Gemido expiratório: audível com esteto e depois até sem esteto.
III. Retração xifóide
IV. Tiragem intercostal
V. Movimentos respiratórios de tórax e abdome (balanço toracoabdominal): tiragem subdiafragmática vira balancim.

0: ausente
1: moderado
2: intenso

BSA <5 = leve!

RAIO-X TÓRAX
- Excesso de líquido pulmonar; CONGESTÃO PERIHILAR + ESPESSAMENTO DE CISURA PERILOBAR + hiperinsuflação pulmonar + cardiomegalia / derrame pleural

TRATAMENTO
- VAI SE RESOLVER EM 2-5 DIAS DE VIDA!

1) SUPORTE VENTILATÓRIO
- Oxigenioterapia
- CPAP nasal

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8
Q

SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO MECONIAL (SAM).

A

MECÔNIO
- Composto de lanugo, bile, enzimas pancreáticas, líquido amniótico, muco.
- Presente no cólon descendente apenas a partir de 34 semanas (pode sim estar no prematuro tardio).
- Precisa ter sofrimento fetal para gerar relaxamento do esfíncter anal
- Compressão do abdome durante o parto.

DEFINIÇÃO
- Aspiração do mecônio.
- Não é comum.

preciso de
MATURIDADE FETAL
+
SOFRIMENTO FETAL e GASPING (movimentos ventilatórios involuntários).

FISIOPATOLOGIA
- Aspiração do mecônio leva a inflamação (pneumonite química), inativação surfactante (atelectasia).
- Obstrução com mecanismo valvular, áreas com atelectasia e áreas de obstrução total.
- inflamação (pneumonite química e maior risco de infecção secundária)
- inativação do surfactante

FR
Tudo que aumentar risco de asfixia:
- Macrossomia fetal
- Apresentação pélvica

QUADRO CLÍNICO
- Maturidade fetal: termo ou pós-termo (PRA CIMA DE 41/42).
- Líquido amniótico meconial
- Asfixia perinatal: desconforto respiratório, piora progressiva e estertores grossos.

PRINCIPAL COMPLICAÇÃO: HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE NEONATAL

Outras:
- Hemorragia pulmonar
- Baro/volumotrauma: pneumotórax, pneumomediastino.

Na ausência de complicações, o mecônio é gradativamente absorvido, com melhora do processo inflamatório e resolução do quadro em cinco a sete dias.

RAIO-X
- áreas de atelectasia
- áreas de opacidade granular, grosseira.
- alternadas com áreas de hiperinsuflação (DPOC apenas em algumas áreas).

pode mimetizar achado de pneumonia (consolidação e infiltrado reticulonodular), pois mecônio é meio de cultura para gram negativo.

TRATAMENTO

1) SUPORTE VENTILATÓRIO

2) ATB
- Ampicilina + gentamicina

3) SURFACTANTE
- Controverso, é indicado pois mais ou menos se tem comprovado que em algumas áreas o surfactante fica inativo.

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9
Q

PNEUMONIA NEONATAL

A

CLASSIFICAÇÃO
1) PNM neonatal PRECOCE:
- Ocorre nas primeiras 48h de vida.
- Gram negativos e streptococo do grupo B.

mas para prova: principal agente é STREPTOCOCCUS AGALACTIEAE DO GRUPO B (mesmo da sepse neonatal precoce).

2) PNM neonatal TARDIA
- Ocorre após 48h de vida.
- Gram positivos e atípicos (clamídia tracomatis): germes hospitalares

QUADRO CLÍNICO
- Desconforto respiratório
- Sinais inespecíficos: intolerância alimentar com resíduo gástrico, distensão abdominal, letargia, hipotonia, hipo/hipertermia

FATORES DE RISCO PARA SEPSE
- Corioamnionite
- RPMO >18h
- Trabalho de parto prematuro sem causa.

DIAGNÓSTICO
- QC + FR + exames
- Hemograma, PCR, hemocultura, líquor.
- RAIOX- TORAX: consolidação BILATERAL com broncograma aéreo de permeio. Infiltrado reticulogranular: denota secreção e líquido dentro do alvéolo, então esse mesmo achado pode aparecer na hemorragia pulmonar e síndrome do desconforto respiratório (RN prematuro que não teve tempo de produzir surfactante).

PRINCIPAL DD: síndrome do desconforto respiratório (MESMO RAIO-X!)

TRATAMENTO

1) ATB: SGB e E.coli
- Penicilina cristalina + Amicacina
- Ampicilina + Gentamicina

2) SUPORTE VENTILATÓRIO

3) SUPORTE NUTRICIONAL

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10
Q

HIPERTENSÃO PULMONAR RESISTENTE NEONATAL (HPPN)

A

PERSISTÊNCIA DE PADRÃO DA CIRCULAÇÃO FETAL.
- Alta resistência arterial pulmonar.
- Baixa resistência sistêmica.
- Shunt D-E forame oval e canal arterial.

TESTE DO CORAÇÃO ALTERADO

FISIOPATOLOGIA
- Fatores que interferem na adaptação cardiorrespiratória do RN após o parto.

ETIOLOGIA
- Idiopática
- Secundária: SAM**, SDR, hipoplasia pulmonar, cardiopatia congênita e asfixia perinatal.

QUADRO CLÍNICO
- Quadro pulmonar com desproporção entre hipoxemia (maior) e desconforto respiratório.
- Labilidade de Sat02
- Necessidade de Fi02 elevada

HIPERFONESE DE B2 E SOPRO DE REGURGITAÇÃO TRICÚSPIDE

DIAGNÓSTICO
- ECODOPPLER-CARDIOGRAMA: identifica o shunt, quantifica quanto está acometido.
- Raio-x: vasculatura pulmonar pouco proeminente (mais preto). Proeminência do tronco da artéria pulmonar.

TRATAMENTO
1) SUPORTE VENTILATÓRIO
- EVITAR HIPERVENTILAÇÃO, a hipo/hiperinsuflação pulmonar e a hipo/hiperoxia.

2) OXIGENIOTERAPIA

3) VASODILATADORES PULMONARES: ON inalatório (está indicado em RN com, no mínimo, 34 semanas), sildenafil e milrinona.

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11
Q

SEPSE NEONATAL

A

CLASSIFICAÇÃO
1) PRECOCE: 48-72H de vida
2) TARDIA: após.

COMO É ADQUIRIDA:
- INTRA-UTERO
- CANAL DE PARTO

ETIOLOGIA
1) Strepto agalatiae (beta hemolítico do grupo B)
2) E-coli
3) Listeria monocitogene

Já a tardia tem germes hospitalares: S/aureus, stafilo coagulase negativo e enterococcus. Ou fungo candida.

FATORES DE RISCO MATERNOS
1) CORIAMNIONITE:
- Febre materna (>38°C) + 2 alterações (hipotonia uterina, cheiro fétido do útero, leucocitose acima de 20.000, taquicardia materna ou taquicardia fetal (>160).

2) RPMO >18H (prolongada)
3) ITU NO PARTO
4) COLONIZAÇÃO POR S. AGALACTIAE*******identificado durante a gestação

SWAB VAGINAL E ANAL ENTRE 35-37 SEM

FATORES DE RISCO NEONATAIS
1) TAQUICARDIA FETAL
2) PREMATURIDADE*****
3) ASFIXIA PERINATAL
4) SEXO MASCULINO
5) 1° GEMELAR

FR SEPSE TARDIA: prematuro extremo, extremo baixo peso, ATB amplo espectro e nutrição parenteral prolongada.

QUADRO CLÍNICO
- Instabilidade térmica
- Desconforto respiratório
- Irritabilidade / letargia
- Vômitos / distensão
- Icterícia idiopática: bb direta (fisiológica é indireta).
- PREMATURO SEM MELHORA DO DESCONFORTO A MEDIDAS DE SDR.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
1) > 3 sinais clínicos
ou
2) 2 sinais clínicos + FR

Já indica antibiótico empírico.

LABS
- Hemocultura em veia periférica (umbilical é muito contaminada): padrão-ouro.
- Líquor: em todo RN sintomático que tenha indicação de tratamento. Precisa ter condições clínicas pra isso.
- Hemograma: neutropenia (relação neutrófilo maduro/ neutrófilo total > 0,2)!
- PCR: melhor seriada
- Procalcitonina: mais sensível, elevação 6h depois do quadro.
- Urocultura: só se sintomático com malformação do trato urinário, se não não colher.

TRATAMENTO - EV

PRECOCE
1) ATB por 7-10 dias
- PENICILINA CRISTALINA = cobre agalatiae
+
- AMICACINA = gram negativo

Ou
- AMPICILINA = cobre agalatiae
+
- GENTAMICINA = gram negativo

mantém até resultados labs normais e cultura negativa.

TARDIA
1) ATB
- OXACILINA = gram positivos
+
- CEFEPIME = gram negativo

VANCOMICINA = gram positivos
+
CEFOTAXIMA = gram negativo

Prolongar por 14-21 dias se meningite

Usar ANFOTERICINA B se for por fungo.

PROFILAXIA PRIMÁRIA INTRAPARTO (LOGO APÓS O INÍCIO DO TRABALHO DE PARTO OU RUPTURA DE MEMBRANAS).
- Principal forma de prevenção da sepse precoce, já que o principal FR materno é a colonização pelo S. agalactiae (strepto do grupo B).

TRIAGEM materna para SGB: universal, swab vaginal e anal entre 35-37 semanas.

Quando profilaxia está indicada?
1) História de RN anterior com doença invasiva (sepse, pneumonia, meningite) SGB. Nem precisa ter positivo nessa gestação.

2) Triagem positiva para SGB

3) Bacteriúria assintomática ou ITU por SGB na gestação, mesmo que curada.

4) SGB desconhecido + FR para sepse (prematuro, RPMO com tempo superior a >18h e temperatura intraparto >38).

EXCEÇÃO: mãe com teste de triagem positivo, mas que vai fazer CESÁREA COM MEMBRANAS ÍNTEGRAS EM PERÍODO FORA DE TRABALHO DE PARTO. Feto não tem contato com o canal de parto.

NO PARTO !!!!! Se fizer antes tem recolonização.
PENICILINA CRISTALINA ou AMPICILINA ataque + manutenção de 4/4h.
- Se alergia a penicilina: CEFAZOLINA 4h antes do parto e 8h após parto (sem anafilaxia) ou CLINDAMICINA (com anafilaxia), mas essa ultima não é uma profilaxia adequada.

  • Profilaxia adequada quando tem > 2 doses de penicilina ou ampicilina EM UM INTERVALO DE 4H ANTES DA RESOLUÇÃO DO PARTO !!!!
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12
Q

ICTERÍCIA NEONATAL

A

acomete 60% dos termos e 80% dos prematuros tardios.

VALORES
Bilirrubina > 5mg/dL, as custas de aumento de bilirrubina INDIRETA.

ETIOLOGIA
- Fisiológica: metabolismo da bilirrubina ainda está nascendo. Tem maior carga de bilirrubina indireta por (maior volume eritrocitário, menor meia vida de hemácia e doenças hemolíticas. Redução do clearence hepático de bilirrubina. Devido a menor flora intestinal, transforma menos bilirrubina direta em urubinogênio, sendo novamente absorvida).

  • Patológica: ICTERÍCIA É SEMPRE PATOLÓGICA QUANDO INICIAR ANTES DE 24H DE VIDA

Sobrecarregam o hepatócito:
1) Doenças hemolíticas: Incompatibilidade materno fetal ABO ou Rh
2) Coleções sanguíneas: cefalohematoma
3) Policitemia: PIG, FM e DM.

Deficiência de conjugação:
1) Hipotireoidismo congênito
2) Síndrome de Gilbert
3) Síndrome Crigler-Najjar

QUADRO CLÍNICO
- Cor amarelada devido depósito de bilirrubina.

CLASSIFICAÇÃO
- Correlaciona a cor do bebê ao nível de bilirrubina no sangue.
- Avaliação prejudicada em peles mais pigmentadas, ambientes claros ou pouca luz.

—-> ZONAS DE KRAMER
Z 1) BT 6 = compromete apenas face.
Z 2) BT 9 = compromete face até umbigo.
Z 3) BT 12 = compromete face até cotovelos e joelhos.
Z 4) BT 15 = compromete face até braços e pernas
Z 5) BT 18 = compromete face até palma de mão e pé

DIAGNÓSTICO
1) BILIRRUBINA SÉRICA ou TRANSCUTÂNEA

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13
Q

TESTE DO PEZINHO / TRIAGEM NEONATAL BIOLÓGICA

A

QUANDO
- Entre 3° e 5° dia de vida (48h de amamentação).
- Até 28-30 dias de vida

COMO
- Punção em região lateral do calcanhar

PREMATUROS
- Maior risco de falso-positivo, maior dificuldade de coleta.
- Sangue periférico com três amostras: (1) admissão UTI (2) 48-72h (3) 28 dias/alta

SE TRANSFUSÃO DE SANGUE NEONATAL
- Recoletado em 120 dias.

FASES DE IMPLANTAÇÃO (começou em 2001):
- Fase I: fenilcetonúria + hipotireoidismo congênito
- Fase II: doença falciforme
- Fase III: fibrose cística
- Fase IV: hiperplasia adrenal congênita + deficiência de biotinidase

Praticamente todos os estados do BR chegaram a fase IV.

2020: adicionou TOXOPLASMOSE CONGÊNITA.

2021: surgiu o teste do pezinho ampliado (rede particular está disponível, no SUS será lançado também em etapas).
- Etapa I: hiperfenilananinemias, patologias relacionadas com hemoglobina e toxoplasmose congênita.
- Etapa II: erros inatos do metabolismo (galoctosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia e da betaoxidação de ácidos graxos.
- Etapa III: doenças lisossômicas
- Etapa IV: imunodeficiências primárias
- Etapa V: atrofia muscular espinhal

DOENÇAS DETECTADAS NO TESTE:

(1) FENILCETONÚRIA
- Dosa quantidade de fenilalanina no filtro e se positivar depois no sangue.

(2) HIPOTIREOIDISMO
- Dosa TSH no filtro e depois TSH e T4 livre no sangue.
- Desenvolvem SNC.

(3) DOENÇA FALCIFORME
- Eletroforese de Hb: padrão normal de Hb é HbAA ou HbA. No feto é normal ter HbFA. Se ocorrer a presença de HbSS e HbS indica anemia falciforme no adulto e HbFS anemia falciforme no RN. Traço falciforme: HbAS ou HbFAS.

(4) FIBROSE CÍSTICA
- Dosagem da tripsina monoreativa (IRT).

(5) HIPERPLASIA ADRENAL
- 17-OH-Progesterona aumentada

(6) DEFICIÊNCIA BIOTINIDASE
- Biotina

(7) TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
- IgM T. gondii
- assintomática no RN, mas da sequela.

Algumas recoletas devem ser realizadas imediatamente, outras, dentro de algumas semanas, mas em geral dentro dos primeiros 45 dias de vida.

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Q

TESTE DO OLHINHO / TESTE DO REFLEXO VERMELHO

A

QUANDO?
- Primeiras 24h de vida

  • Deve ser repetido em toda consulta até os 2 anos! E durante 3-5 anos 1x ao ano.

COMO?
- Luz na retina = reflexo vermelho.
- Sala em penumbra (dilatação da pupila).
- Oftalmoscópio 30-50cm.
- Reflexo em ambos os olhos ao mesmo tempo.

ALTERADO
- Leucocoria: teste do reflexo negativo.

O QUE PODE SER ELE ALTERADO?

(1) CATARATA CONGÊNITA
- Maioria bilateral.

(2) GLAUCOMA CONGÊNITO

(3) RETINOBLASTOMA
- Mais comum unilateral.

(4) RETINOCOROIDITE

(5) PERSISTÊNCIA VÍTREO HIPERPLÁSICO

O QUE FAZER?
- Encaminhar para o oftalmologista.

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15
Q

TESTE DA ORELINHA

A

DETECÇÃO PRECOCE DAS PERDAS AUDITIVAS

QUANDO?
- 24-48h de vida até 1 mês de vida.

FATORES DE RISCO
- HF surdez congênita
- anomalias craniofaciais
- síndromes
- sepse, meningite neonatal
- hiperbilirrubinemia
- PIG

QUAIS SÃO OS TESTES:

(1) EOAE : EMISSÕES OTO ACÚSTICAS EVOCADAS
- Todas as crianças
- Sistema auditivo pré-neural: registra energia sonora gerada pelas células da cóclea em resposta ao som.
- simples, rápido e barato.
- só colocar um fone no bebê.
- Pode ter falso-positivo quando tem vérnix caseoso no canal auditivo do bebê.

1° falha: repete EOAE
2° falha: faz BERA
3° falha: faz BERA em 1 mês

(2) PEATE/ BERA : POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO TRONCO ENCEFÁLICO
- Em bebês com perda retrococlear: bilirrubinemias e infecções congênitas (FATORES DE RISCO).
- Avalia o sistema auditivo neural: eletrodo na cabeça.
- Teste complexo, caro e precisa de sedação.
- Imaturidade do SNC pode dar falso-positivo até 4 meses.

Se falhar: tem perda auditiva!

Encaminhar no máximo em 3 meses para permitir tratamento adequado antes dos 6 meses.

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Q

TESTE DO CORAÇÃOZINHO

A
  • Triagem cardiológica neonatal.
  • Feita em todo o RN saudável que nasceu acima de 35 semanas.

COMO?
- Oximetria de pulso em MSD (saturação pré ductal) e em um dos MI (saturação pós ductal).
- Precisa que os membros estejam aquecidos e que a onda do monitor mostre um traçado homogêneo.

QUANDO?
- Entre 24 e 48h de vida.
- Antes da alta.

RESULTADO
- Normal = Teste negativo. Com saturação de O2 em ambas as medidas >95% com a diferença entre as medidas sendo < 3% -> criança seguimento de rotina.

  • Teste duvidoso: saturação O2 90-94% em qualquer medida ou se a diferença entre as medidas for maior que > 4% -> Repito oximetria em 1h (até 2x) -> se manter encaminho criança para avaliação cardiológica e ecocardiográfica ANTES DA ALTA HOSPITALAR.
  • Teste positivo: saturação 02 <89% em qualquer uma das medidas -> avaliação cardiológica e ecocardiográfica no momento! Provavelmente se trata de CARDIOPATIAS CONGÊNITAS DEPENDENTES DE CANAL ARTERIAL (precisa ser manejado rápido, infusão de prostaglandina E1 EV até correção cirúrgica da criança). São elas:
    1) Atresia pulmonar: fluxo pulmonar depende do canal arterial.
    2) Hipoplasia ventrículo esquerdo: fluxo sistêmico depende do canal arterial.
    3) Coarctação de aorta crítica: fluxo sistêmico depende do canal arterial.
    4) Transposição de grandes artérias: circulação em paralelo, em que o canal arterial comunica as duas.