CIRURGIA PEDIÁTRICA Flashcards

1
Q

FIMOSE

A

Pomada de corticoide (Postec - Betametasona) por 4-8 semanas + tração delicada do prepúcio. Não pode doer.

PREPÚCIO: Dobra de pele com função de proteger glande e meato uretral.
- É comum ao nascimento prepúcio estar aderido parcial ou completamente a glande.
- Desfeito com: secreção sebácea entre as estruturas e ereções fisiológicas.
- 1 ano de vida: 50% realizam retração prepucial
- 3 anos de vida: 90% realizam retração prepucial

FIMOSE: condição patológica em que a glande não é exposta devido à presença de um anel fibrótico de constrição no prepúcio.

  1. Clássica: com sutura
  2. Plastibell: molde plástico ao redor da glande, ressecção sem sutura.

Ambas tem o mesmo resultado.

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2
Q

PARAFIMOSE

A

Após a resolução, marcar postectomia eletiva.

Complicação grave da fimose.

APÓS RETRAÇÃO FORÇADA DO PREPÚCIO ESTREITO, ELE É INCAPAZ DE RETORNAR À POSIÇÃO ORIGINAL
ANEL FIBRÓTICO GARROTEIA GLANDE.

QUADRO CLÍNICO
- Dor e edema local: glande inchada impede retorno do prepúcio.
- Comprometimento arterial da glande: firme, azul, preta (necrose).

TRATAMENTO
1º REDUÇÃO MANUAL DO PREPÚCIO: dois dedões apoiados na glande e o resto dos dedos tracionam o prepúcio para frente.
- Analgésicos: realizar dedo de luva com lidocaína e açúcar (reduz edema) e deixar por 20min antes de realizar a retração. Fazer bloqueio nervoso na raiz do pênis (anestésico SEM VASOCONSTRITOR!)
- Compressas geladas
- Lubrificantes

2º CIRURGIA: Pequena incisão no anel parafimótico. Chamar cirurgião pediátrico.

3º POSTECTOMIA DE URGÊNCIA: poucos casos são necessários.

# DEIXAR ANTIBIÓTICO: Cefalexina, Bactrin.

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3
Q

GRANULOMA UMBILICAL

A

COTO UMBILICAL
- 4º - 8º dia RN: Processo de mumificação -> desprendimento da parede abdominal.
- 12º - 15º dia: coto seco, com forma característica.

GRANULOMA UMBILICAL
- Defeito na cicatrização: é um broto de tecido de granulação.
- Lesão saliente, rosada, aspecto
úmido com secreção serosa ou
sanguinolenta.
- Aparente após queda do coto.
- Causa atraso na cicatrização umbilical.
- Mais frequente nos casos que tiveram infecção
local prévia, mas não é causado por um microrganismo.
- Assintomático.

TRATAMENTO
1. Aguardar resolução espontânea no período neonatal (28 dias) + higiene com água, sabão e álcool 70%.

  1. Massinha de sal de cozinha (1 colher de café) + pingos de água + oclusão: ressecamento por osmose.
  2. Nitrato de prata bastão/ solução aquosa com nitrato de prata 10%: muito difícil achar para comprar. Risco de queimadura química: Feito na UBS, 1 a 2 vezes por semana, durante 2 a 3 semanas, com cotonete. Poucas aplicações são suficientes para o tratamento. Proteger a pele da região periumbilical com vaselina.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
1. Onfalite: sinais flogísticos
2. Persistência do úraco ou do canal onfalomesentérico: persistência do sinal após dias de tratamento.

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4
Q

ONFALITE

A

Sinais flogísticos ao redor do umbigo.

SEMPRE INTERNAR! Risco de morte.

Ampi + genta

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5
Q

HÉRNIA UMBILICAL

A

UMBIGO EMBRIÃO: vasos, saco vitelínico, alatoide, âmnio. Perde função ao nascimento.

HÉRNIA UMBILICAL: Fusão incompleta dos elementos musculares, fibrosos e elásticos durante fechamento do anel umbilical.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO
- Assintomática
- Anel herniário durante palpação
- Abaulamento umbilical intermitente
- FR: afro-americanas, com peso inferior a 1200 gramas, bebês com becwith-wiedemann e trissomias.

COMPLICAÇÃO
- Encarceramento
- Estrangulamento
- Menos de 1% dos pacientes, pode esperar.

TRATAMENTO
- Potencial de resolução espontânea até 4-5 ANOS
- 90% fecham até 1 ano
- Defeitos maiores que 1,5cm (tamanho no anel) -> improvável de fechar até 6 anos

INDICAÇÕES DE HERNIORRAFIA
- Quando conduta expectante não observar alterações na oclusão do defeito fascial.
- Hérnia umbilical presente após 4-5 anos
- Anel herniário > 1,5cm
- Encarceramento -> urgente -> independente da idade
- Técnica não coloca tela em criança.

CINTAS PARA CONTENÇÃO/ MOEDAS
- Não mudam evolução, não favorecem fechamento
- A própria região solta favorece processo inflamatório e cura mais rapidamente.

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6
Q

HÉRNIA INGUINAL

A

EPIDEMIOLOGIA
- Sexo masculino: o canal inguinal feminino é mais estreito.
- Mais comum nos primeiros meses de vida.
- Mais comum a direita.

FISIOPATOLOGIA
- O testículo é originado perto do rim, no retro-peritônio. Durante o desenvolvimento, migra para o testículo, trazendo parte do peritônio, isso é chamado de processo vaginal.

QUADRO CLÍNICO
- Abaulamento ou protusão após aumento da pressão intrabdominal.
- Encarceramento é muito comum (10%): primeira causa de abdome agudo obstrutivo no 1º semestre de vida.
- Tentar reduzir na consulta e ensinar a mãe a reduzir

DIAGNÓSTICO
- Clínico!
- Classificada como I nos critérios de Nyhus.

TRATAMENTO
- CIRURGICO LOGO APÓS O DIAGNÓSTICO! Devido ao risco de encarceramento.
- Se for estrangulada: cirurgia imediata.
- Herniorrafia inguinal.

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7
Q

HIDROCELE

A

DEFINIÇÃO
Coleções líquidas benignas de quantidade variável que se forma entre os folhetos parietal e visceral da túnica vaginal testicular.

ETIOLOGIA
1. Congênita: disfunção embrionária
2. Adquirida: deficiência de drenagem da túnica vagina

CLASSIFICAÇÃO
1. COMUNICANTE: entrada de líquido proveniente da cavidade peritoneal. O abaulamento da região escrotal é cístico e caracteriza-se pela variação de volume identificada ao decorrer do dia.

  1. NÃO COMUNICANTE: líquido produzido por seu próprio epitélio. Observa-se ao exame, aumento da bolsa testicular do lado comprometido, de consistência cística, cujo volume não varia ao longo do dia ou à manipulação.

TRATAMENTO
1. Comunicante: como há comunicação entre a cavidade peritoneal e o escroto, a passagem de uma alça intestinal e seu encarceramento podem ser iminentes. Assim, impõe-se o tratamento cirúrgico ao diagnóstico, à semelhança da hérnia inguino-escrotal.

  1. Não comunicante: Expectante até o sexto mês de vida pois, em muitos casos, o líquido é absorvido espontaneamente e, além disso, não há risco de encarceramento de alça intestinal pois a túnica vaginal não se comunica com a cavidade peritonial.
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8
Q

CRIPTOQUIRDIA

A

Quando bilateral, requer exame de cariótipo!

DEFINIÇÃO
Falha na descida do testículo ao escroto.
Tem até 9 meses de idade para descer.

EPIDEMIOLOGIA
Mais comum em prematuros (30%).
Mais comum a direita..

DIAGNÓSTICO
- Clínico!
- Se palpou e não encontrou o testículo no canal inguinal (local mais comum) não adiante pedir exames de imagem, é preciso fazer videolaparoscopia.

TRATAMENTO
- Orquidopexia/ Orquipexia: cirurgia para encontrar onde está esse testículo. Entre 6-9 meses é o ideal. O mais comum é encontrá-lo no canal inguinal.
- Se tiver anorquidia: prótese.

5 RISCOS DO TESTÍCULO DENTRO DA CAVIDADE:
1. Infertilidade: tanto pela diminuição da produção de um dos lados quanto de um suposto processo autoimune contra células do testículos.
2. Câncer: do tipo seminoma, na vida adulta (20-30 anos). Se o testículo está dentro do escroto o diagnóstico é mais fácil. Se não fizer cirurgia e colocar prótese, atrofia e depois não tem como colocar na vida adulta.
3. Biopsicossocial: de não ter os dois escrotos.
4. Risco de trauma testicular: rompe mesmo testículo com esportes, bicicletas, quando ele está fora do escroto.
5. Risco de torção testicular

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9
Q

HIPOSPÁTIA // EPISPÁDIA

A

LOCAL INCORRETO DE IMPLANTAÇÃO DA URETRA

HIPOSPÁTIA: LOCALIZAÇÃO VENTRAL DO PÊNIS. GLANDE TAMBÉM FICA DEFORMADA.

EPISPÁDIA: LOCALIZAÇÃO DORSAL NO PÊNIS (EM CIMA).

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10
Q

ÚRACO

A

CISTO DO ÚRACO

DEFINIÇÃO
- Comunicação entre bexiga e umbigo.
- Facilita a eliminação das escórias nitrogenadas do feto através da placenta, via cordão umbilical no 1º trimestre.
- Some no 2º trimestre: bexiga começa a descer em direção a pelve (estiramento do úraco -> obliteração do lúmen -> LIGAMENTO UMBILICAL MÉDIO.

-> PERSISTÊNCIA DO ÚRACO
- Incomum, maior parte assintomática.
- Sintomas inespecíficos: secreção umbilical intermitente (urina), inchaço abdominal, febre, dor/desconforto.
- Infeccioso ou neoplásico.
- Descoberta acidental ou autópsia

  • Extremidade involuem, mas porção medial persiste.
  • É o mais prevalente.
  • Sintomas: dor abdominal, se infectado (sintomas urinários, massa inflaumbilical sensível, abcesso e sepse), abdome agudo quando rompido.
  • Persistência completa do trajeto todo entre umbigo e bexiga.
  • Sintomas em neonatos: edema umbilical, cicatrização tardia do coto, dor abdominal periumbilical, massa suprapúbica palpável.
  • Sintomas pós-natal: drenagem de urina pelo umbigo, infecção do trato urinário, nefrolitíase suprapúbica palpável,
  • Dilatação da extremidade superior, não ocorre conexão com a bexiga urinária.
  • Mais comum em crianças do que adultos.
  • Pode haver infecção com abcesso ou ser concomitante a um tumor.
  • Na ponta da bexiga, seio interno é obliterado.
  • Menos prevalente.
  • Maioria assintomático
  • Síndrome de Prune-Belly: tríade com deficiência de musculatura da parede abdominal, criptoquidismo bilateral e malformação do trato urinário
  • Obstrução crônica do trato urinário: causa estase urinária e infecções recorrentes de urina.

DIAGNÓSICO
- Acidental em exame de imagem ou durante cirurgia.
- USG: mais utilizado
- TC/RNM: diagnóstico de neoplasia

TRATAMENTO
- Se assintomático: Não há recomendação de excisão profilática, pois a transformação maligna é rara nesses casos.
- Sintomático:
1. Antibióticoterapia + drenagem da secreção
2. Cirurgia aberta com incisão umbilical, ressecção laparoscópica com cistectomia parcial

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11
Q

DUCTO ONFALOMESENTÉRICO

A

DIVERTÍCULO DE MECKEL

DEFINIÇÃO
- Comunicação entre o intestino médio e o saco vitelino no início da vida embrionária.
- Oblitera entre a 9-18ª semana de gestação e é reabsorvido completamente, após estabelecimento da nutrição placentária.
- Falha na reabsorção pode gerar:

  • Mais frequente em homens.
  • Sintomatologia inicia antes dos 2 anos, risco maior de complicações no 1º ano de vida.
  • Sintomas: adulto (obstrução intestinal) e crianças (sangramento intestinal). Pode causas distensão, vômito, fezes com sangue, massa palpável, diverticulite, drenagem da secreção pela cicatriz umbilical. MAIORIA ASSINTOMÁTICO.

DIAGNÓSTICO
- Cintilografia digestiva: tecido gástrico ectópico

TRATAMENTO
- Estabilização hidroeletrolítica e hemodinâmica do paciente.
- Antibioticoterapia
- Definitivo: enterectomia com enteroanastomosose
- Neoplasias são raras.

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12
Q

ONFALOCELE

A

DEFINIÇÃO
- Alteração no retorno do intestino médio à cavidade celômica na 11º semana de gestação.
- Defeito central no fechamento da parede abdominal: intestino recoberto pelo peritônio visceral e membrana amniótica. Pelo menos 4cm de diâmetro.
- Cordão umbilical: inserção no ápice.

QUADRO CLÍNICO
- Frequente associação com anomalias: trissomias, turner, cardiopatias congênitas (tetralogia de Fallot, defeito no septo atrial), síndrome de beckwith-Wiedman (macroglossia, feto GIG, visceromegalia

DIAGNÓSTICO
- USG > 12 semanas: pré-natal entre 12-14 semanas.

MANEJO
- Ao nascimento: parto cesáreo, envolver saco herniário com compressa molhada com soro quente ou plástico (perde calor muito mais rápido). Realizar reposição volêmica e antibioticoterapia.
- Não precisa ter pressa, precisa investigar anomalias antes de realizar cirurgia -> UTI neonatal.
- Se gigante: nitrato de prata ou iodo-polvidine tópico: espessamento gradual do saco herniário.
- Cirurgia: em um ou mais tempos operatórios. Usa-se enxertos

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13
Q

GASTROQUISE

A

DEFINIÇÃO
- Exteriorização das alças intestinais por defeito na parede abdominal.
- Não possui saco herniário.
- Cordão umbilical: a direita ou esquerda da lesão.

FISIOPATOLOGIA
Involução anormal da veia umbilical direita, que pode levar à necrose da parede abdominal.

DIGNÓSTICO
- USG pré-natal a partir de 12 semanas.

QUADRO CLÍNICO
- Pouco associado com anomalias. Quando presentes, as mais frequentes são: Atresia intestinal; Má rotação intestinal; Criptorquidia.

  • Complicações: simples X complexo (atresia, volvo, necrose).

TRATAMENTO
- Não ultrapassar 37 semanas de gestação. Via de parto controversa.
- Envolver as vísceras com gaze com solução salina aquecida ou plástico;
- Decúbito lateral direito;
- Estabilização + antibioticoterapia. Fluidos apenas se hipovolemia ou acidose.

Cirurgia:
Abordagem primária: redução + rafia.
Abordagem em mais tempos cirúrgicos: silo.
Nutrição parenteral total.

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14
Q

TULAREMIA ULCEROGLANDULAR

A

DEFINIÇÃO
- Infecção zoonótica causada pela Francisella tularensis (bactéria gram- aeróbica).

TRANSMISSÃO
- Após contato com animais infectados ou vetores invertebrados (pulgas, carrapatos). Convívio com gato e cachorro. “Carrapato no umbigo”.

QUADRO CLÍNICO
1. Sintomas inespecíficos (3-5 dias): febre, calafrios, anorexia e mal-estar.
2. Lesão cutânea: pápulo ulcerativa eritematosa com escada central no local da inoculação. Pode ser no umbigo. Dor local.
+
Linfadenopatia na região: inguinal..

DIAGNÓSTICO
- Teste sorológico: titulação de anticorpos para Francisella tularensis.

TRATAMENTO
- Ciprofloxacino oral

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