Sifilis e toxo Flashcards
principais vias de transmissão da sífilis:
sexual (genital, oral e anal);
vertical (da gestante para o feto –
intraútero, ou neonato – periparto)
● contágio por transfusão sanguínea
ou por material perfurante
contaminado acidental (mais raro)
Etiologia
Treponema pallidum
● não se cora pela técnica de Gram
Diagnóstico clínico
adquirida e congênita
+
recente ou tardia
Sífilis adquirida classificacao quanto ao tempo
→ Recente: lesões infectantes transitórias
ricas em bactérias com menos de um ano
de evolução após o contágio
→ Latente: ausência de manifestações
clínicas, mantendo-se as sorologias
reatoras; precoce se até um ano de
evolução e tardia após um ano do contágio
→ Tardia: lesões destrutivas com poucos
ou sem treponemas após o primeiro ano de
infecção
Sífilis congênita classificacao quanto ao tempo
● Recente: quando se manifesta até o
segundo ano de vida
● Tardia: quando se manifesta após o
segundo ano de vida
Sífilis adquirida classificacao quanto a lesao
só é infectante na fase recente
● sífilis primária: lesão circunscrita
infectante (cancro duro) → mais
comuns no sexo masculino (onde a
bactéria penetrou)
● sífilis secundária: lesões
generalizadas infectantes
(exantemáticas e papulosas) →
lesões de pele e mucosas (genital,
anal, bucal) → disseminação
hematogênica das bactérias
● sífilis terciária: lesões circunscritas
não infectantes (gomas)
pode haver cura espontânea (60%
dos casos)
Sífilis primária
cancro duro ou protossifiloma de
21 a 30 dias após o contato
infectante
● lesão geralmente única, indolor,
como erosão ou ulceração com
bordas endurecidas em rampa,
fundo limpo
na mulher: colo uterino e raramente
a vulva
pode ocorrer em localizações
extragenitais (boca e ânus)
● não tratado, cancro duro permanece
por 30 a 90 dias
● após 10 dias de aparecimento da
lesão → adenopatia satélite
bilateral, indolor, múltipla, sem
sinais inflamatórios, não
fistulizante geralmente na região
inguinal → pode se generalizar de
30 a 40 dias
● casos raros: não desenvolvimento
do cancro duro → sífilis por
transfusão ou uso de ATB
Secundária
50 dias a 180 dias do contágio →
treponema entra na circulação e se
multiplica → lesões exantemáticas
generalizadas, simétricas e não
pruriginosas = roséola sifilítica
● pode involuir em 45 dias ou surgir
novas lesões maculares, papulosas,
papuloescamosas ou (raramente)
pustulosas na pele = sifílides
● áreas úmidas ou de atrito = = condilomas planos → pode
confundir com HPV
acometimento de pelos =
madarose ou alopecia em clareira
manifestações sistêmicas: astenia,
anorexia, febre baixa,
micropoliadenopatia generalizada,
mialgia, artralgia, cefaleia,
meningite, iridociclite, hepatite,
esplenomegalia, periostite,
glomerulonefrite
involuem com ou sem tratamento
Latente
não há manifestações clínicas
visíveis → silêncio clínico
● precoce: diagnosticada até um
ano após o contágio
● tardia: prazo maior de infecção
● diagnóstico condicionado ao
encontro de sorologias reagentes
Terciária/tardia
final da fase latente tardia e
estende-se por vários anos
● tegumentares: cutaneomucosas
● viscerais: oculares. ósseas e
cardiovasculares
● sistema nervoso: meningovascular
e parenquimatosa
● acometimento nervoso pode ser
precoce (fases iniciais) → reação
inflamatória da bainha de mielina
efaleia,
insônia, ansiedade, obnubilação,
preocupações hipocondríacas e até
mesmo alucinações
Sífilis congênita
● Treponema pallidum acomete o
concepto em qualquer período da
gestação
infecções não tratadas → óbito
fetal (espontâneo ou natimorto) ou
morte neonatal precoce, alterações
anatômicas no feto
lesão no feto → lesão inicial no
fígado, dissemina para pele,
mucosas, ossos, pulmões e SNC
Sífilis congênita recente
● hepatoesplenomegalia
● anemia, icterícia, púrpura,
hidropsia, derrame cavitário
pênfigo sifilítico
● lesões ósseas → mais frequente.
comprometimento simétrico de
ossos longos
osteocondrite metaepifisária:
mais precoce, mais frequênte no
fêmur e no úmero, muito dolorosa,
pode levar à paralisia postural
antálgica (pseudoparalisia de
Parrot)
● lesões viscerais
- hepatite: icterícia
- esplenomegalia: mais frequente
-síndrome nefrótica
- fibrose pancreática
● outras lesões
- anemia (predominantemente
hemolítica, com Coombs negativo)
-leucocitose
- meningite
- lesões oculares: coroiderretinite
(fundo de olho com aspecto de sal
e pimenta), uveíte, ceratte
intersticial, glaucoma, catarata,
atrofia ótica
Sífilis congênita tardia
● penetração dos treponemas nos
últimos meses de gestação
● pouco virulentos
● clínica mais evidente no terceiro
ano de vida
● Tríade de Hutchinson → ceratite
parenquimatosa, surdez labiríntica
e dentes de Hutchinson
● lesões da córnea, ossos e SN são as
mais importantes
Diagnóstico diferencial
cancro duro → diferencial com
cancro mole
herpes simples
roséola sifilítica → pitiríase rósea,
farmacodermias, hanseníase
virchowiana
condiloma plano → lesões
verrucosas do HPV
lesões gomosas→ tuberculose,
leishmaniose
neurossífilis → aneurisma
congênito
INFECÇÕESQUE CAUSAM ÚLCERAGENITAL
Herpes genital
● Herpesviridae
● predomínio do tipo 2 nas lesões
genitais e 1 nas periorais
● lesões avermelhadas de bordas
irregulares com pequenas bolhas
muito dolorosas, que evoluem em
pequenas úlceras arredondadas
● pode haver linfonodomegalia
inguinal dolorosa
● sintomas associados: prurido,
formigamento, febre, cefaleia,
mialgia e disúri
Cancro mole/cancroide
● Haemophilus ducreyi
● lesões dolorosas, geralmente
múltiplas, de borda irregular com
contornos eritemato-edematosos e
fundo heterogêneo
● exsudato necrótico, amarelado,
com odor fétido → quando
removido, há tecido de granulação
de sangramento fácil
Linfogranuloma venéreo - LGV
Chlamydia trachomatis
● linfadenopatia inguinal e/ou
femoral
Donovanose
Klebsiella granulomatis
ulceração de borda plana ou
hipertrófica, bem delimitada, com
fundo granuloso, de aspecto
vermelho vivo e de sangramento
fácil
Exames diretos de sífilis
● pesquisa ou detecção do T.
pallidum em amostras coletadas
diretamente das lesões
exame em campo escuro ou
pesquisa direta com material corado
**sifilis primaria e secundaria
Testes treponêmicos
testes que detectam anticorpos
específicos produzidos contra os
antígenos de T.pallidum
reagentes por toda a vida em 85%
dos casos → não indicados para
monitoramento da resposta ao
tratamento
→ testes rápidos: mais indicados para
início de diagnóstico
→ testes de hemaglutinação
→ teste de imunofluorescência indireta
fta-abs
Testes não treponêmicos
detectam anticorpos
anticardiolipina não específicos
para os antígenos do T. pallidum
● análise qualitativa e quantitativa
● expresso em títulos
● são utilizados para diagnóstico
(primeiro teste ou teste
complementar) e para
monitoramento da resposta ao
tratamento e controle de cura
● queda dos títulos → sucesso do
tratamento
mais utilizado: VDRL, RPR
DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS
● dados clínicos + resultados de
testes laboratoriais + histórico de
infecções passadas + investigação
de exposição recente.
● fases sintomáticas → exames
diretos
● testes imunológicos → sintomática
e assintomática
● iniciar investigação com teste
rápido (treponêmico)
Interpretação dos testes diagnósticos e
conduta
trep + nao trep + : sifilis ou cicatriz sorologica
trep + nao trep - : realizar terceiro teste treponemico diferente do primeiro
trep - nao trep + : realizar terceiro teste treponemico diferente do primeiro
trep - nao trep - : ausencia de infeccao ou periodo de incubacao
TRATAMENTO
1 semana entre as doses
● gestantes: reiniciado se o intervalo
ultrapassar os sete dias entre as
doses
● não gestantes: reiniciar o esquema
se transcorrerem mais de 14 dias
entre as doses
sifilis recente,primaria,secundaria,latente recente:
benzilpenicilina benzatina 2,4 milhoes UI (1,2 milhoes em cada nadega) IM dose unica
alternativa: doxiciclina 100mg VO de 12h/12h por 15 dias
(nao gestantes)
teste nao treponemico trimestre
mensal para gestantes
sifilis tardia, sifilis latente tardia,latente com duracao desconhecida e sifilis terciaria:
benzilpenicilina benzatina 2,4 milhoes UI (1,2 milhoes em cada nadega) IM 1x por semana por 3 semanas
alternativa: doxiciclina 100mg VO de 12h/12h por 30 dias
(nao gestantes)
teste nao treponemico trimestre
mensal para gestantes
neurossifilis:
benzilpenicilina cristalina/potassica 18-24 milhoes UI 1x/dia, administrada em doses de 3-4 milhoes UI a cada 4h por 14 dias
alternativa: ceftriaxona 2g,IV,1x ao dia por 10-14 dias
exame de LCR de 6 em 6 meses
Reação de Jarisch-Herxheimer
pode ocorrer durante as 24 horas
após a primeira dose de penicilina
● por exacerbação das lesões
cutâneas, mal-estar geral, febre,
cefaleia e artralgia
● regridem espontaneamente após 12
a 24 horas
● controlada com o uso de
analgésicos simples
● alertara pessoas com prescrição de
tratamento
● alergia: urticária e exantema
pruriginoso
● gestantes com essa reação: risco de
parto prematuro
“cicatriz sorológica” (serofast)
persistência de resultados reagentes
em testes não treponêmicos após o
tratamento adequado e com queda
prévia da titulação em pelo menos
duas diluições, quando descartada
nova exposição de risco durante o
período analisado
Critérios de retratamento: reativação ou
reinfecção
ausência de redução da titulação
em duas diluições no intervalo de
seis meses (sífilis recente, primária
e secundária) ou 12 meses (sífilis
tardia) após o tratamento adequado
ou
● aumento da titulação em duas
diluições ou
● persistência ou recorrência de
sinais e sintomas clínicos
→ investigação de neurossífilis por meio
de punção lombar
→ retratamento com três doses de
penicilina benzatina 2,4 milhões de
UI, IM (uma vez por semana, por três
semanas).