SÍFILIS - DIAGNÓSTICO Flashcards
Agente Etiológico da Sífilis
O Treponema pallidum é uma espiroqueta - bactéria de formato helicoidal - que não é visualizada à microscopia convencional. A microscopia em campo escuro é indicada na avaliação - o resultado positivo é o encontro de formas finas e esbranquiçadas (“pálidas”).
O T. pallidum é o agente etiológico da sífilis, que em sua forma primária apresenta-se como úlcera indolor, de borda indurada, com fundo liso e limpo (cancro duro).
Os agentes etiológicos infecciosos mais comuns nas úlceras genitais são
o Treponema pallidum (sífilis primária e secundária), HSV-1 e HSV-2 (herpes perioral e genital), Haemophilus ducreyi (cancro mole), Clamydia trachomatis (linfogranuloma venéreo) e Klebsiella granulomatis (donovanose).
A úlcera da sífilis (cancro duro) geralmente é
única, indolor, base endurecida e fundo liso, que desaparece espontaneamente. Essa lesão primária é acompanhada de linfadenopatia regional, caracterizada por ser indolor e próxima à lesão inicial.
Já as úlceras por herpes são
iniciadas com pequenas lesões eritemato-papulosas que rapidamente evoluem para vesículas em base eritematosas, com conteúdo citrino, que evoluem para pequenas úlceras arredondadas e extremamente dolorosas. As lesões têm regressão espontânea em sete a dez dias, com ou sem cicatriz.
As úlceras causadas pelo H. ducreyi classicamente são
múltiplas, dolorosas, com borda irregular, contornos eritemato-edematosos e fundo irregular, recoberto por exsudato necrótico, amarelado, com odor fétido e que, quando removido, revela tecido de granulação com sangramento fácil. Outra característica marcante é o acometimento de linfonodos inguinais em até 50% dos casos (bubão), com tumefação sólida e dolorosa, evoluindo pra liquefação, fistulização e drenagem, geralmente por orifício único, da secreção purulenta.
Já a úlcera por C. trachomatis é
indolor e efêmera, raramente observada pelo paciente. A principal característica da doença é o acometimento dos linfonodos da cadeia inguinal, 6 semanas após a lesão inicial, com supuração e fistulização, por múltiplos orifícios (bico de regador).
A donovanose tem como características
múltiplas úlceras genitais crônicas, com borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de aspecto vermelho vivo e de sangramento fácil. Na prova, pode ser alertada por sua configuração “em espelho”, pela auto-inoculação.
A sífilis primária tem como principal manifestação
o cancro duro, lesão que geralmente é única, indolor, base endurecida e fundo liso, e que desaparece espontaneamente. Essa lesão primária é acompanhada de linfadenopatia regional, caracterizada por ser indolor e próxima à lesão inicial.
O quadro clínico clássico da sífilis secundária costuma acontecer
de seis semanas a seis meses após o cancro duro. Geralmente inicia-se com exantema macular (tronco e raiz dos membros), podendo apresentar também placas acinzentadas em mucosas. As lesões cutâneas progridem para pápulas eritemato-acastanhadas, com comprometimento palmo-plantar (característica que pode ser mencionada nas questões). Condilomas planos podem ser observados em dobras de mucosa (podem ser confundidas com lesões por HPV). Além dos achados muco-cutâneos, é comum a presença de febre baixa, mal estar, cefaleia, micropoliadenopatias e adinamia. Mesmo sem tratamento, os sintomas desaparecem em algumas semanas
Na sífilis latente não existe qualquer sinal ou sintoma, o diagnóstico é
apenas laboratorial. A sífilis latente é dividida em latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção).
Quando há acometimento de SNC, temos a neurossífilis, que pode acontecer em
qualquer fase da infecção.
A sífilis terciária é bem mais incomum nos dias atuais.
Pode acontecer até 40 anos após a infecção inicial, com destruição tecidual, principalmente em sistema nervoso e cardiovascular. Pode ter ainda formação de gomas sifilíticas, especialmente em pele, mucosas e ossos.
Na presença de um primeiro teste treponêmico reagente,
solicita-se um segundo teste. Caso seja não-reagente, realiza-se um terceiro teste treponêmico com metodologia diferente do primeiro.
Se reagente, diagnóstico de sífilis ou cicatriz sorológica.
Se não reagente, considera-se resultado falso reagente para o primeiro teste, sendo excluído o diagnóstico de sífilis.
Se terceiro teste treponêmico não disponível, avaliar exposição de risco, sinais e sintomas e histórico de tratamento para definição de conduta.