Semiologia em GO Flashcards
Quais são as principais queixas no consultório ginecológico? (6)
- Fluido vaginal anormal > lembrar que na fase lútea os fluidos vaginais são naturalmente mais espessos (mais proteína presente), mas a mulher sabe reconhecer sua regularidade e odores indesejados (costuma ser vaginose)
- Sangramento uterino anormal > primeiro excluir gravidez, depois avaliar estado geral, por fim prosseguir com a investigação de SUA
- Dor pélvica > avaliar duração, associar com ciclo, localizar, intensidade e irradiação
- Queixas urinárias > comum receber ITU, porém quando queixa acompanhado de dor pélvica e infertilidade, avaliar possibilidade de endometriose profunda com acometimento de ureter
- Disfunção sexual > comum, sempre perguntar, a paciente dificilmente irá falar
- Infertilidade > investigar a causa, comum ocorrer por obstrução de tuba, USG ou histerosalpingografia avaliam
Quais os tópicos a serem abordados na anamnese ginecológica? (9)
- QP
- HDA
- IS (interrogatório sintomatológico)
- Antecedentes pessoais > uso de álcool e outras drogas, atividade física, comorbidades, cirurgias prévias e alergias
- Antecedentes familiares > principalmente câncer, malformações congênitas e doenças crônicas
- Antecedentes menstruais
- Antecedentes sexuais
- Antecedentes ginecológicos
- Antecedentes obstétricos
O que avaliar nos antecedentes menstruais das pacientes? (6)
- DUM (data da última menstruação)
- Ciclo menstrual
- Intervalo > espaço entre os ciclos
- Duração > da menstruação
- Regularidade
- Intensidade
- Menarca
- Dismenorreia e síndrome pré-menstrual
- Métodos contraceptivos
- Atual e prévios, pedir para explicar a experiência com cada um
- Se disser que não faz uso, garantir que ela ou o parceiro não tem um método definitivo
- Menopausa > idade e causa
- Uso de terapia hormonal (TH)
Paciente relata fluxo irregular. Como saber se é irregular mesmo?
Quando seu ciclo mais longo e o mais curto, dos últimos 6 meses, possuem uma diferença maior que 9 dias entre os dois.
Exemplo: 25 dias em um mês e 35 dias no outro (irregular, pois 10 dias de diferença)
O que avaliar nos antecedentes sexuais das pacientes? (5)
- Coitarca ou sexarca
- Número de parceiros ao longo da vida > perguntar: “mais ou menos de 3?””
- Libido
- Orgasmo
- Dispareunia > dor durante sexo, pode ser superficial ou profunda
O que avaliar nos antecedentes ginecológicos das pacientes? (6)
- História de biópsia, cauterização ou cirurgia de alta frequência
- IST > se já feve/tem e como tratou/trata
- Colpocitologia oncótica e mamografia > se já fez, quando fez e o resultado do último exame
- Corrimento ou irritação vaginal
- Duração
- Coloração
- Odor
- Associação com ciclo
- Alterações vulvares > cor, aspecto, prurido, abaulamento
- Queixa mamária
Qual a importância de valorizar alterações vulvares e prurido na mulher pós-menopausada?
Porque é comum CA de vulva nessa faixa etária
O que avaliar nos antecedentes obstétricos das pacientes? (5)
- GPA > esclarecer se há história de:
- Gestação gemelar ou ectópica
- Parto vaginal ou cesário (GN ou PC) e porquê
- Aborto espontâneo ou provocado
- Intervalo de tempo entre o primeiro e o último parto
- Peso e idade gestacional dos RN
- Puerpério normal?
- Amamentou? Se sim, por quanto tempo?
Paciente que não tem queixas pode não precisar de exame físico?
Melhor haver uma decisão conjunta, algumas preferem ser examinadas para se sentirem mais seguras, outras preferem evitar se possível.
OBS: Há casos que se precisa examinar sempre:
- Se houver história de lesão precussora de câncer
- Paciente acamada ou idosa, é importante examinar
- Vigilância pós tratamento de CA ginecológico
- Mulheres de alto risco para CA de ovário e mama
Estabeleça o roteiro do exame físico ginecológico (8)
- Estado geral (bom, regular, ruim)
- Dados antropométricos (peso, altura, circunferência abdominal e IMC)
- Sinais vitais (PA, temperatura, FC, FR)
- Ausculta cardiopulmonar
- Exame da tireoide
- Exame das mamas
- Exame do abdome > ausculta e palpação, especialmente palpação de baixo ventre
- Exame ginecológico
Por que examinar tireoide no exame físico ginecológico?
Porque hipotireoidismo pode estar associado a anovulação, que consequentemente causa sangramento uterino anormal e outros sintomas
Como deve ser o exame da tireoide?
1º: inspeção
2º: palpação
3º: ausculta
Existem diferentes técnicas de palpação tireoidiana, as 3 mais comuns são:
- Abordagem Posterior: o paciente se encontra sentado e o médico em pé, atrás do mesmo. A mão esquerda do examinador palpa o lobo direito da tireoide enquanto a mão direita afasta o músculo esternocleidomastóideo, e o contrário para o outro lado. Os polegares, nesse caso, estão sempre localizados na nuca do paciente, enquanto os demais dedos se anteriorizam.
- Abordagem anterior: o paciente e o examinador se encontram sentados ou em pé, um em frente ao outro. Nessa técnica, os polegares examinam a glândula enquanto os demais dedos são apoiados na região supraclavicular
- Abordagem anterior: nessa abordagem anterior, as posições do médico e paciente são as mesmas, entretanto a glândula é palpada com apenas uma mão por vez e é feita a flexão ou leve rotação do pescoço para relaxar o músculo esternocleidomastóideo
No exame da tireoide, se ela estiver aumentada, deve-se caracterizar. Descreva:
- Aumento global ou localizado
- Dimensões ou limites
- Consistência
- Mobilidade
- Temperatura
- Presença de frêmito ou sopro
- Presença de nódulos
Como deve ser a inspeção das mamas?
- Inspeção estática: observar as estruturas
- Papila > projetada no 4º EIC
- Aréola > pele enrugada que circunda a papila
- Cauda de Spencer > prolongamento axilar da mama
- Glândulas de Montgomery > glândulas areolares que aumentam durante a gravidez e puerpério
- Inspeção dinâmica (observar o contorno mamário e as axilas > avaliar mobilidade e abaulamentos)
- Elevar lentamente as mãos
- Pressionar cintura com as duas mãos
- Se mamas grandes: pressionar as duas mãos anteriormente
Como deve ser a palpação das mamas?
- Posição: em pé ou decúbito dorsal com as mãos na cabeça
- Melhor período: após a menstruação
- Técnica: uni ou bimanual, desde que seja realizada no sentido cranio-caudal. Geralmente, nas mamas, se inicia de forma circular, da periferia para o centro, depois de forma linear.
- Palpar clavícula e ir descendo pelo peitoral (buscar linfonodos e nódulos)
- Palpar região axilar (cauda de Spencer)
- Palpar as mamas > com mão espalmada ou ponta dos dedos, palpar todos os quadrantes
- Expressão papilar > bimanual, funciona como uma ordenha
Diferencie as técnicas de palpação das mamas de Vealpeau e Blood Good
Veaupeau: mão espalmada
Blood Good: ponta dos dedos
Roterize o exame físico ginecológico (6)
- Inspeção estática
- Inspeção dinâmica > manobra de Valsava
- Palpação > vulva, glândula de Bartholin, linfonodos e expressão da uretra
- Exame especular > durante, se for o caso, faz o citológico
- Exame vaginal > toque vaginal bimanual
- Exame anorretal > útil para avaliar pacientes vírgens sintomáticas, algumas famílias acham mais tranquilo
Descreva os critérios de avaliação no exame especular, onde precisa ser avaliado:
1- Parede vaginal
2- Colo
3- Conteúdo vaginal
4- Exames
- Parede vaginal: Tamanho, pregueamento, coloração (mulher jovem será mais roseada), secreções, elasticidade
- Colo: Tamanho, fenda cervical, coloração, epitelização ou mácula
- Conteúdo vaginal: Cor, odor, bolha, quantidade e sinais inflamatórios
- Exames: Colpocultura, biópsias, colposcopia (lente aumentada para avaliar o colo), etc
Descreva o teste de Whiff
Teste de Whiff: coloca KOH (hidroxido de potássio) a 10% na região do colo. Se houver infecção (geralmente vaginose bacteriana) as aminas da infecção se tornam mais voláteis (viram gás), aumentando o odor de “peixe podre”
Descreva o teste de Schiller
Durante o exame especular, passa iodo no colo. A reação do iodo com o colo formará normalmente uma película marrom, pela presença do glicogênio no epitélio escamoso. Nesse caso, o teste será iodo positivo e Schiller negativo
Na patologia, se parte do colo não corar de marrom, será um sinal de desquilíbrio e baixa de glicogênio na região. Nesse caso, seria teste de iodo negativo e teste de Schiller positivo
Como deve ocorrer o toque vaginal e o que ele avaliará
O avaliador deve estar em posição ortostática. O toque deve ser bimanual, com a mão dominante deve ser intravaginal e a contradominante sustenta a sínfise púbica e aproximando as estruturas.
Deve ser analisado:
- Posição do útero > anterovertido ou retrovertido
- Parede vaginal
- Colo e corpo do útero
- Fundo de saco posterior
- Anexos > de difícil palpação
Deve-se buscar se há massa pélvica, se sim, caracterizar
Instrumentos ginecológicos (cite o máximo que conseguir)
- Foco de luz
- Mesa ginecológica
- Banco giratório
- Luvas de procedimento
- Algodão
- Pinça Cherron
- Espéculo vaginal (de Collins) > tem vários tamanhos: 0, 1, 2 e 3
- Lâmina de vidro e recipiente > para citologia
- Soro fisiológico
- Lugol
- Espátula de Ayre
- Escovinha endocervical
Defina dor ginecológica nos seguintes aspectos:
- Aguda x crônica
- Cíclica x acíclica
- Dor aguda < 7 dias /Dor crônica > 6 meses
- Cíclica tem relação com ciclo menstrual (CM) , nem sempre durante a menstruação propriamente dita, inclui pré-menstruação por exemplo. Enquanto acíclica não tem relação com CM
Cite e defina as 3 causas de distúrbio da dor sexual
1.Dispareunia > dor durante penetração
- Superficial acomete vulva e vagina > pode ser por vulvovaginite, mioma,etc
- Profunda > acomete hipogástrio, intestino e mais associado a doenças mais complexas
2.Vaginismo > de origem psicogênica como: traumas, crenças
- Contração involuntária da mustulatura pélvica
- Medo ou ansiedade recorrente a dor em antecipação, durante a penetração ou depois por resultado dela
3.Vulvodínia > sensação crônica de ardor/queimação vulvar sem causa específica, deve durar ao menos 3 meses
- Digestésica: Difusa é comum na pós-menopausa
- Vestibulodínea: Na região vestibular é mais comum em mulheres jovens