Obstetrícia Flashcards
Quais os parâmetros limítrofes para não precisar de atestado de óbito no aborto
20 a 22 semanas gestacionais, ou o peso do bebê até 500g
Como definir o melhor método para avaliar idade gestacional?
No padrão, se utiliza a DUM (data da última menstruação).
De preferência, a USG deve ser entre 8 sem e 13 sem 6 dias (1º trimestre). Se essa USG estiver com uma diferença maior que 5 dias para a DUM, deve-se considerar a USG.
Como calcular a IG pela DUM?
Somar os dias que se passaram desde a DUM até o dia atual (somar de mês em mês). Depois dividir tudo por 7. O resultado será as semanas, a sobra marcará os dias.
Fatores que indicam gravidez de alto risco
- Idade materna
- Presença de comorbidade materna, doença crônica, IST
- Condição socioeconômica e nível educacional
- Realização inadequada de pré-natal, dos exames e da suplementação
- Uso de fatores iatrogênicos, como álcool, cigarro e outras drogaa
- História obstétrica com complicação: bolsa rota prematura, eclâmpsia, aborto espontâneo, etc
FC cardíaca normal do RN
Entre 110 e 160 bpm
(Antes se tinha 120 bpm como mínima, isso mudou)
Delimite 1º, 2º e 3º trimestres gestacionais
1º trimestre: até 14 sem
2º trimestre: até 28 sem
3º trimestre: até nascer (40 semanas, em média)
Delimite a IG que o bebê deixa de ser embrião e passa a ser feto
Embrião: até 9 semanas e 6 dias
Feto: a partir de 10 semanas
Defina a regra de Nagaele (IG pela DUM)
Se utiliza a data da última menstruação (DUM) para calcular a data provável do parto (DPP), que é: DUM + 7 dias e - 3 meses
Ex: DUM 12/12/23
Então a data provável do parto será: 19/09/24
Defina a regra de McDonald
Correlação da IG (idade gestacional) e a AFU (altura de fundo de útero). OBS: Só utilizar entre 20 e 34 semanas gestacionais!
Cálculo:
IG = AFU x 8 / 7
Quais exames complementares se faz de rotina no pré-natal?
- Hemograma (1º, 2º e 3º T) > avaliar anemia
- Glicemia em jejum (1º e 3º T) > avaliar diabetes gestacional (92-126) e melitus (acima de 126 se supõe que seja prévio)
- Sumário de urina e urocultura (1º e 3º) > para avaliar ITU, uma das principais causas de parto prematuro
- TR de sífilis (1º e 3º T)
- TR de hepatite B = HBsAg (3º T, 34 semanas) > obs: hepatite C não faz de rotina, só se for grupo de risco. Se a mãe tiver hep B, fazer imunoglobulina ao nascer (soro) pelo risco de CA hepático
- Anti HBs > ver se tem anticorpos, alguns postos pedem comprovação que não vacinou, apesar de não ter necessidade
- TR de HIV (1º e 3º T) > se faz profilaxia antiretroviral durante toda a gestação e no nascimento faz AZT venoso
-
Sorologia de toxoplasmose
obs: rubéola está praticamente erradicada e não faz na gravidez, citomegalovírus não trata, então não faz de rotina nenhum dos dois - CS + fator Rh Ag D > antígeno D é o mais mais associado a complicação obstétrica, se for o primeiro filho, o risco não é grande de complicar, mas para evitar que acometa o próximo filho, se faz imunoglobulina anti-AgD
- Coombs indireto
-
TOTG (2º T, entre 24 e 28 sem) > teste oral de glicose a 75%, feito em todas as pacientes que não alteram GTT
OBS: Hb glicada não se faz de rotina - Citologia oncótica > CA de colo de útero é altíssimo no BR, precisa aproveitar o momento para investigar
- Eletroforese de Hb > para avaliar anemia falciforme
- USG > ao menos um durante a gravidez, preferencialmente de 1º T
Por que a pré-eclâmpsia só acomete o segundo filho?
Em contato com o Rh - da mãe e + do filho, pode ser produzido AgD.
Porque a o antígeno D produz primeiro IgM no contato com o primeiro filho, porém IgM é uma molécula muito grande (não avança a barreira placentária), depois que produz IgG, que acomete o próximo filho
O antígeno gera anemia, cardiopatia e pode evoluir para o evoluir para óbito
Paciente com glicose em jejum alterada. Como avaliar se é diabetes gestacional ou melitus?
Gestacional: 92-126 mg/dL
Melitus: acima de 126 se supõe que seja prévio
Exames complementares no pré-natal para pacientes hipertensas
- Ácido úrico
- Biomarcadores para pré-eclâmpsia
- Creatinina
Exames complementares no pré-natal para pacientes anêmicas
- Ferro sérico, ferritina
- Parasitológico de fezes
- Vitamina B12 (megaloblástica)
Vacinas da grávida
- DTPa
- Hepatite B
- Influenza
- Covid
O que é avaliado na estática fetal? Cite os 5 tópicos
- Atitude > eutócica ou distócica
- Situação > longitudinal, transversal e oblíquo
- Posição > dorso à esquerda ou à direita (sotuação longitudinal), dorso anterior ou posterior (situação transversa)
- Apresentação > cefálica ou pélvica na situação longitunidal, córmica na situação obíqua
- Altura > pelo plano de DeLee geralmente (-3 a +3)
Defina atitude no parto (estatica fetal)
Relação entre as parte do corpo fetal e a apresentação
Na apresentação cefálica:
- Atitude fisiológica é a flexão generalizada (mento encostado no esterno)
- Atitude anômala é a deflexão, em seus 3 estágios (1, 2 e 3)
Enquanto na apresentação pélvica:
- Atitude fisiológica é a pélvica completa (coxas fletidas aconchegadas no abdome e as pernas fetidas junto a coxa)
- Situação anômala é com as pernas estendidas
Defina situação fetal (estatica fetal)
É a relação entre o maior diâmetro fetal e o maior diâmetro da cavidade da mãe
Situação fetal pode ser:
- Longitudinal > eixos grandes na mesma direção (95% dos casos)
- Transversal > eixos grandes em direção oposta (exige cesária)
- Oblíqua (parto vaginal dificultado)
Defina posição fetal (estática fetal)
Posição do dorso do bebê em relação ao abdome da mãe
- Se estiver na situação longitudinal, estará na posição direita ou posição esquerda
- Se estiver na situação transversal, será Anterior ou posterior
Defina apresentação fetal (estática fetal)
Região fetal que ocupa o estreito superior da pelve, podendo ser
Na situação longitudinal:
- Apresentação cefálica > 95% dos casos
- Apresentação pélvica
Na situação transversal:
Apresentação córmica (o ombro encaixado, utiliza acrômio como referência)
Ao definir a posição que o feto está alojado, se usa pontos de referência do bebê e da mãe e os conecta. Explique a variedade de posição
Une letras, a primeira é o pontos de referência do bebê e a segunda o ponto de referência da mãe.
Na apresentação cefálica:
- Occipto, utiliza a lambda como referência (O) > cabeça fletida
- Bregma (B) > deflexão de 1º grau
- Naso (N) > deflexão de 2º grau
- Mento (M) > deflexão de 3º grau
Na apresentação pélvica:
- Sacro (S)
Na pelve da mãe:
- Púbis (P)
- Anterior direita ou anterior esquerda (DA ou EA)
- Transversa direita ou transversa esquerda (DT ou ET)
- Posterior direita ou posterior esquerda (DP ou EP)
- Sacro (S)
Defina a altura fetal e quais as duas formas de avaliá-la
É a altura que está apresentado o bebê em relação a pelve da mãe
- Pelos planos de DeLee, pode ser de -3 a 3, sendo o nível médio 0 a altura da espinha isquiática > mais o menos 1cm a cada plano
- Pelos planos de Hodge, será entre I e IV, sendo III a altura da espinha isquiática
Ao atingir o plano 0 de DeLee ou III de Hodge, o bebê estará incinuado, ou seja, “querendo nascer” ou “coroado”
Descrevas como ocorrem as 4 manobras de Leopold e qual parâmetro de cada uma delas avalia
- 1a manobra: deprime o fundo do útero para avaliar situação (transversal, longitudinal ou oblíqua)
- 2a manobra: desliza a mão do fundo de útero pelas laterais para o polo inferior do útero para sentir a posição do feto (direita/esquerda ou anterior/posterior)
- 3a manobra: com o polegar e os dedos, pinçar o polo inferior do útero, procurando apresentação cefálica. Se estiver encaixada, a mobilidade será pequena
- 4a manobra: avalia a altura, ou seja, o grau de penetração (grau de insinuação) da apresentação pélvica, o examinador fica de frente aos pés da gestante, exerce pressão da cabeça a entrada da pelve
Diferencie as contrações do tipo A e tipo B
Contrações tipo A:
- Desde o começo da gestação
- Menos intensidade, maior frequência
- Mais localizadas
Contrações tipo B ou de “treinamento””
- A partir das 28 semanas
- Maior intensidade, especialmente nas últimas 4 semanas de gestação
Defina o que é o triplo gradiente descendente e como atua no período de dilatação do parto
Força em três diferentes gradientes, sendo maior no fundo do útero, que faz com que o útero seja empurrado de cima para baixo pelo estímulo decrescente > para ir preparando o útero a cada contração pré-parto
Assim, é possível definir o apagamento do colo, ou seja, o colo é grosso e vai se afinando/esvaiecendo ao passo que o gradiente atua. Marcado no parto grama por % de apagamento pela diminuição da espessura
E ocorre também a dilatação gradual do colo do útero, de forma que as paredes se separem
Diferencie o apagamento e a dilatação do colo do útero entre multíparas e primíparas
Multíparas:
Já têm o colo um pouco mais dilatado, por isso durante o trabalho de parto, vai dilatando e depois ocorre a afinação (apagamento) do colo
Primíparas:
Primeiro ocorre afinação do colo e depois ele vai se dilatando simultaneamente
Diferencie o termo multípara e primípara
Primípara: primeira gestação
Multípara: segunda gestação em diante
Roterize o mecanismo do parto propriamente dito
- Cabeça flutuando antes da insinuação (esvaiecimento e dilatação das partes moles)
- Insinuação e flexão da cabeça > insinuação = apresentação pélvica na pelve menor da mãe
- Rotação interna da cabeça na altura da espinha isquiática (Plano 0 de DeLee) > para que seu maior diâmetro se encaixe no maior diâmetro da mãe (posição occipto púbica), a rotação estará completa na altura da pelve menor
- Extensão (defleção) da cabeça > para exteriorizar a primeira parte, com desprendimento da cabeça
- Rotação externa (restituição) da cabeça > geralmente para o lado que estava antes para que o maior comprimento do tronco (ombro a ombro) passe pelo maior comprimento da mãe
- Liberação do ombro anterior > alguns obstetras abaixam a cabeça do bebê para isso
- Liberação do ombro posterior > para isso, elevam a cabeça do bebê, mas também nã precisa
Quando podemos considerar iniciado o trabalho de parto? Defina fase latente e fase ativa do primeiro período do parto
Por um conjunto de fatores, que incluem contrações dolorosas e rítmicas + dilatação uterina e alterações cervicais
- Fase latente: até os 5 cm de dilatação
- Fase ativa: a partir dos 5 cm até 10 cm de dilatação
Quando começar a marcar o partograma?
Na fase ativa do primeiro período do parto, ou seja, a partir dos 5 cm de dilatação do colo uterino com contrações ritmicas e dolorosas, esse será o “tempo 0” do partograma
Melhor momento para internação para trabalho de parto e conduta em cada período (falso trabalho de parto, fase latente e fase ativa)
Período dilatatório (ativo) se BA íntegra, se BA rota, independe de dilatação
Conduta:
- Se não estiver em trabalho de parto: alta médica e orientação dos sinais de alerta
- Se estiver na fase latente: examinar a cada 2h, evitar internamento precoce
- Na fase ativa: internamento
Quais são os sinais de alerta antes do trabalho de parto?
- Contrações ritmicas a cada 5cm
- Sangramento
- Perda de líquido
- Perceber dminuição da movimentação fetal
Durante internação para o parto, explique a conduta
- Mínimo de intervenções possível, autonomia da paciente deve ser estimulada
- Tem direito a ter um acompanhante
- Partograma deve ser realizado na fase ativa
- Alimentação nutritiva e ingesta de líquidos
- Evitar decúbito dorsal, porque diminui o retorno venoso
- Movimentar-se para estimular a dilatação
- Ausculta com sonar a cada 15-30 min (depende)
- Métodos não farmacológicos de alívio de sintomas, tais como: banho morno, bola de pilates, massagem, música, etc
Intervalo de tempo e como deve ser a ausculta fetal no trabalho de parto?
A cada 30 min > gestante de baixo risco
A cada 15 min > gestante de alto risco
Iniciar imediatamente após uma contração, mantendo-se por, no mínimo, mais duas contrações
Quais casos têm indicação de cardiotocografia no trabalho de parto?
- Febre ou corioamnionite
- Taquicardia materna
- Placenta com mecônio
- Sangramento
- PA alterada
- Contrações com duração > 60seg
- Uso de ocitocina
Quando pensar em usar ocitocina para acelerar o parto?
Em caso de parada secundária de dilatação + diminuição das contrações (bradissistolia)
Quando pensar em usar analgesia durante o parto?
Em caso de parada secundária de dilatação + aumento das contrações (taquissistolia)
Há indicação de episiotomia no trabalho de parto? Defina e explique
Não tem indicação! Além de desnecessária, a incisão da musculatura do períneo (transverso superficial, bulbocavernoso e puborretal) pode atrapalhar o mecanismo fetal, pois ao topar no peritônio, o bebê realiza a rotação da cabeça
Depois do 1º período do parto (fase latente e ativa), inicia a fase de expulsão. Defina e explique o 2º período
Inicia com 10 cm de dilatação do colo uterino, associado ao aumento de contrações involuntárias (são esperadas 5 ou 6), geralmente associado aos “puxos” (vontade de empurrar, contrações voluntárias) e nesse momento pode ocorrer evacuação e/ou micção
No 2º período, a ausculta com sonar deve ser realizada de quanto em quanto tempo?
Alto risco: 5 min
Baixo risco: 15 min
O médico tem duas possíveis condutas durante o parto: hands off ou intervencionista, explique as duas
- Hands off não interfere no parto
- Intervencionista pode agir de diversas formas, como:
- Compressas e lubrificantes
- Manobra de Ritgen modificada > comprimindo a musculatura perineal com uma compressa em uma na mão, enquanto a outra controla a deflexão da cabeça
- Atenção, episiotomia está obsoleta!
Nas informações do partograma, o que é importante anotar? (6)
- Nome
- Idade > avançada ou precoce
- Idade gestacional > prematuro, a termo ou pós-data
- Paridade
- Gravidez de risco ou não
- Comorbidades importantes