Imagens em GO Flashcards
Na USG, diferencie as indicações e manejo da via abdominal e transvaginal
Abdominal:
- Necessário em pacientes virgens, com vaginismo ou lesão estrutural importante
- Imagem tem menos qualidade
- Exige que a bexiga esteja bem cheia para gerar janela acústica
Transvaginal:
- Maior especificidade, a imagem é melhor
- A bexiga deve estar vazia para adentrar a vagina
USG diagnostica aproximadamente 90% das patologias da imagem. Cite exemplos que se utiliza RNM
- Lesão benigna rara ou suspeita de malignidade
- Limitação técnica por lesão extensa > como na endometriose
- Necessidade de melhor caracterização tecidual
- Casos inconclusivos
Pouco se fala da TC na pelve, por quê?
Porque tem pouquíssima definição, quando se precisa de mais especificidade, é mais comum lançar mão de RNM.
Até por ter 100x mais ionização, por mais que esteja abaixo dos 50mGy permitido, o ideal é evitar. Mas mesmo assim, não é útil, apenas para estadiar lesão pré-existente
Quais exames de imagem são mais utilizados na avaliação da pelve?
- USG > abdominal ou transvaginal
- RNM
- Histerosalpingografia
Defina a histerosalpingografia
É a injeção de contraste via vaginal para o útero e tubas durante acatação de RX. É um método bastante doloroso e incômodo.
Tem a finalidade, geralmente, de avaliar infertilidade pra ver se há tuba uterina obstruída
O que é a prova de Cotte?
É exame da histerosalpingografia, se as tubas nãp estiverem obstruídas, a imagem mostrará a passagem do contraste. Será negativa se houver obstrução
Se houver obstrução, com pressão se trata “empurrando” a estrutura (segue a mesma linha de raciocínio da invaginação)
Grávidas fazem pré-natal com USG (exame não-ionizante). Mas e se a paciente sofrer uma TCE no trânsito? Faz ou não TC de crânio?
Faz. Por mais que não se possa garantir a segurança íntegra do bebê com a exposição a radiação ionizante, deve-se prezar pela realização nos casos de necessidade.
Mas em uma apendicite, por exemplo, dá para tentar ver por USG antes!
É seguro realizar RX e TC em gestante?
Sim. Os efeitos determinísticos (efeito direto, conhecido e igual sempre) desses exames são inferiores ao máximo suportado por uma grávida sem que haja complicação, ou seja, < 50mGy .
Mas, os efeitos estocásticos, são aqueles que variam de pessoa para pessoa, por isso não dá para garantir com 100% de certeza que não haverá complicação pela exposição à radiação. Mesmo assim, quando necessário, se recomenda fazer!
Na decisão de realizar exame com radiação na gestante, quais são as 3 ações que ajudam a agir de forma prudente?
- Protetores de chumbo no abdome
- Colimação (suavização de determinados feches de RX) na região do abdome
- Dose mínima efeita
Qual o principal risco da ionização direta na pelve em mulheres férteis?
Infertilidade ao irradiar ovário, risco de lesionar o estoque de oócitos
RNM não tem radiação ionizante, então pode ser amplamente utilizada pela gestante? Explique
Não é bem assim. O exame utiliza um campo magnético 10.000 vezes superior ao da terra, o que pode gerar:
- Danos biológicos durante a migração, proliferação e diferenciação das células
- Aquecimento dos tecidos
- Lesão ao ouvido fetal
Por isso, assim como nos outros exames e como tudo na medicina: nem nunca, nem sempre. Avaliar riscos-benefícios! Mas evitar sempre RNM no 1º trimestre
Qual exame de imagem não pode, de jeito nenhum, ser realizado no primeiro trimestre de gestação?
Ressonância magnética, pois gera danos graves às células na fase de proliferação, diferenciação e migração!
Em mulheres grávidas, pode-se realizar contraste iodado para exames de imagem?
Sim, em quase todas as situações, exceto no hipotireoidismo fetal, que é raro e reversível
Preferir contraste iodado ou gadolíneo em mulheres grávidas?
Iodado. O gadolíneo deve ser evitado pela falta de estudos acerca de sua segurança em grávidas
Qual o período ideal para se realizar USG pré-natal?
Entre 8 semanas e 13 sem 6 dias, ou seja, na metade final do primeiro trimestre
Tempo de diferença cronológica em relação à USG de 1º trimestre
1 semana (margem de erro, atraso em relação ao que está na imagem de fato)
Entre 7-10 semanas: 5 dias
Entre 11-13 semanas: 7 dias
Qual o principal objetivo na USG de 1º trimestre gestacional?
Datação da idade gestacional
Quais os 5 objetivos a avaliar na USG de 1º trimestre gestacional?
- Localizar a gestação
- Tópica, ectópica e heterotópica
- Número de fetos/embriões
- Datação da idade gestacional
- Avaliação da morfologia fetal
- Rastreamento para aneuploidias
Marcos (2) da morfologia fetal na imagem de 4 semanas gestacionais
Inicialmente espessamento endometrial > não marca gravidez, porque ocorre normalmente na fase secretora para preparar para nidação
No final da quarta semana, é possível ver o saco gestacional com 2-3mm (ponto anecoico dentro do endométrio)
Marco da morfologia fetal na imagem no final de 5 semanas gestacionais
Com 5 semanas já é possível ver a vesícula vitelínica (margem hiperecoica dentro do saco gestacional anecoico)
Marcos (3) da morfologia fetal na imagem de 6 semanas gestacionais
Embrião começa a aparecer (1-2mm), formando o sinal do anel de diamante > o diamante é o embrião em cima da vesícula vitelínica que tem formato de anel, ambos hiperecoicos dentro do saco gestacional
Com 6,5 semanas:
- Já é possível escutar o coração (geralmente entre 110-115)
- O embrião passa a ser do tamanho da VV (5mm)
Marcos (3) da morfologia fetal na imagem de 7 semanas gestacionais
- Embrião com 7mm
- Embrião maior que a VV
- Já é possível definir a porção cefálica e a caudal
Marcos (3) da morfologia fetal na imagem de 8 semanas gestacionais
- Rombencéfalo visível > se não estiver, é um sinal de anencefalia
- Movimentos embrionários começam a surgir
- FC elevada, mantendo-se entre 170-180bpm
3 critérios ecográficos de uma gestação não viável
- BCE ausentes em embrião > 7 mm (7 semanas gestacionais geralmente, mas deveria iniciar com 6,5)
- Diâmetro médio do SG > 25mm sem embrião dentro
- Não visualização do embrião após 2 semanas de exame ecográfico que evidenciava SG e VV (como inicia nas 4-5 primeiras semanas, seria entre 6-7 semanas gestacionais)
Como é realizada a datação da IG na USG?
Através da medição do embrião/feto > comprimento cabeça-nádegas (CCN)
Qual a utilidade de só realizar a 1a USG a partir das 8 semanas gestacionais?
Porque o indicado é fazer uma por trimestre, sendo assim, faria só uma no 1º trimestre, pois a partir das 8 semanas já [e possível identificar marcadores de mal formação
Quais são os 4 marcadores para aneuploidias na UGS de 1º trimestre?
- Translucência nucal > o acúmulo de líquido atrás da nuca em uma espessura > 25mm pode indicar cromossomopatia (mas isolado não costuma ser nada)
- Osso nasal > ausência de osso nasal
- Ducto venoso > DV com onda “a” reversa
- Fluxo da válvula tricúspide > insuficiência tricuspide mostrado pelo eco
Na USG de 1º e de 3º trimestre de observa o fluxo do ducto venoso, porém com finalidades diferentes, explique
No 1º trimestre é um dos marcados de anomalia cromossômica > quando há onda A reversa no ducto venoso
Porém, no 3º trimestre, é um marcador de sofrimento fetal importante, avaliado durante a doppler velocitometria para definir conduta para essa gestante
Descreva DV com onda “a” reversa e o que pode indicar
Significa que, depois do pico de passagem de sangue pelo duvto venoso, a onda “a” está negativa em relação ao eixo zero, porém a passagem de sangue nessa região não deveria zerar em nenhum momento do gráfico do DV.
Não indica necessariamente mal formação do embrião/feto no ducto venoso, e sim que há falha na circulação ampla, comum ser por sindrome de Down
Se houver alteração nos marcadores de aneoploidia pela USG de 1º trimestre, o que fazer?
Solicitar ecocardiograma e cariótipo para avaliar a estrutura genética do bebê
Como deve ser o método combinado no rastreio de pré-eclampsia?
Estudo doppler colorido com incisura protodiastólica de artéria uterina > platô na diástole por aumento da resistência da artéria uterina (levando a um aumento do índice de pulsatilidade)
+
Marcadores de pulsatilidade cardíaca (DHEG, CIUR e OF)
+
Avaliação de fatores de risco maternos:
- Raça negra
- Obesidade materna
- Hipertensão materna
- História materna de pré-eclâmpsia
Em caso de pré-eclâmpsia, como estará o estudo doppler da paciente?
Com incisura protodiastólica, ou sejá, aumento do índice de pulsatilidade na fase prodiastólica pelo aumento da resistência da artéria uterina
Definição, quadro clínico e fatores de risco para gestação ectópica
Definição:
Implantação gestacional fora da cavidade uterina. Boa parte das vezes nas trompas (na ampola mais especificamente), mas pode ocorrer até no abdome ou na cicatriz de cesária
Quadro clínico:
- Dor abdominal
- Sangramento > por isso a importância de garantir que um SUA não seja ectópica
Associado a:
- FIV (fertilidação in vitro)
- Ectópica materna prévia
- Lesão tubária prévia, comum na endometriose
- Associado a DIP
- Em uso de DIU
- Anomalias uterinas congênitas maternas
- Tabagismo
- Idade avançada materna
Sinais/achados de gravidez ectópica (6)
- Útero vazio
- Espessamento endometrial
- Beta HCG positivo
- Massa ecogênica nos anexos (geralmente tuba uterina, principalmente do lado de um ovário) > atípico, mas pode acontecer pela alta prevalência nessa região (sinal do anel tubário)
- Sinal do anel de fogo > no estudo Doppler, vascularização aumentada ao redor de estrutura, mas cuidado, pode ser corpo lúteo! E a ausência de vascularização não exclui ectópica!
- Líquido livre (sangue), podendo estar:
- Fundo de saco de Douglas
- Espaço de Morrison (recesso hepatorrenal) > atípico
Descreva os sinais abaixo:
1. Sinal do anel de diamanete
2. Sinal do anel tubário
3. Sinal do anel de fogo
- Sinal de gravidez normal, geralmente na 6a semana pelo surgimento do embrião, uma massa redonda ecogênica ecogênio acima da vesícula vitelínica, que tem formato de anel
- Sinal da vesícula vitelínica na tuba uterina > ocorre na gestação ectópica, 97% de especificidade
- É um achado que indica gravidez, com o aumento do fluxo vascular ao redor da VV, porém a ausência do anel de fogo não indica gestação não viável. A presença do sinal nem sempre indica gestação também, já que pode acender pelo corpo lúteo se formando
Por que o líquido livre em fundo de saco é inespecífico para ectópica rompida?
Porque nem sempre indica presença de sangue pelo rompimento da bolsa. Muitas vezes pode ser o acúmulo de líquido inflamatório pela gestação em local impróprio
Três principais sinais de gravidez ectópica
- Beta HCG positivo
- Útero vazio
- Líquido livre em fundo de saco
Líquido livre no espaço de Morrison (espaço hepatorrenal) indica o que?
Que há gravidez ectópica prolongada, necessitando boa parte das vezes de intervenção
Gestação intrauterina exclui ectópica?
Não exclui, pode haver gestação heterotópica.
Especialmente em gestantes com fatores de risco, como: história de ectópica, idade avançada, gravidez por FIV, portadora de endometriose, etc
Defina situações que classificam o aborto e explique a importância dessa determinação no quesito legal
Se houver ao menos uma das situações abaixo:
- Feto com IG abaixo de 22 semanas
- Estrutura menor ou igual a 25cm
- Nascido, porém com peso abaixo de 500g
Esses três parâmetros definem que o bebê não necessita de declaração de óbito e não deve ser enterrado (pela lei)
Fatores de risco de abortamento
- Idade materna elevada
- Tabagismo e etilismo
- Febre materna
- Trauma uterino
Diferencie os diferentes tipos de aborto (6)
- Ameaça de aborto (evitável) > colo fechado, FC presente, com leve sangramento
- Aborto inevitável > colo aberto, FC ausente, com hemorragia e dor (geralmente o embrião não está nem no útero mais, porque “cai” muito rápido)
- Aborto retido > colo fechado, FC ausente
- Aborto infectado > colo fechado, FC ausente e grávida com febre e pús ao exame especular
- Aborto incompleto > restos do embrião restaram no útero (útero fica heterogêneo), colo aberto com saída de tecido pelo colo e dor contínua
- Aborto completo > ausência de sinais de gravidez atuais (precisa-se confirmar que a gravidez houve mesmo)
Diferencie aborto retido e aborto infectado
Ambos se encontra o colo fechado e BCE ausentes.
Porém o aborto retido não tem clínica associada. Já o infectado gera febre a mãe e é possível perceber saída de secreção purulenta ao exame especular
Descreva o aborto incompleto (achados e clínica)
Paciente está com o colo uterino aberto, porém ainda se encontra restos de tecido embriológico. Na USG o endométrio fica heterogêneo
Na mãe há: dor contínua e saída de tecido pelo colo
Diferencie o aborto inevitável e o evitável
O aborto evitável é a ameaça de aborto, ou seja:
O colo está fechado e o BCE se encontra presente, o risco houve geralmente por um pequeno sangramento, exige atenção mas logo se resolve
Já no aborto inevitável, o colo se encontra aberto e o BCE já não se encontra mais presente.
Costuma haver cólica contínua e sangramento abundante em duas situações de aborto, quais?
- Aborto inevitável
- Aborto incompleto
OBS: no infectado, há peritonite ocasional, não é constante. o sangramento também não é constante nesse caso
Além de encefalopatia hipóxico-isquêmica E hemorragia intracraniana, quais os tocotraumatismos do parto?
- Paralisia de plexo braquial
- Paralisia de nervo facial
- Lesão medular