Rotura Prematura das Membranas Flashcards
Quando a Rotura das membranas é dita Pré-Termo, Precoce, Oportuna e Tardia?
Pré-termo (RPPMO) : antes de 37 semanas.
Precoce: quando se dá no início do trabalho de parto;
Oportuna quando ocorre ao final do período de dilatação;
Tardia: quando ocorre concomitante à expulsão fetal, que ao nascer envolto pelas membranas é designado como “empelicado”.
Qual a incidência da Rotura das membranas?
10% do total dos nascimentos
8% das gestações a termo
3% das pré-termo
Menos de 1% no segundo trimestre de gestação.
A RPMO é responsável por quantos % dos casos de prematuridade?
40 %
Quais são as principais causas de Rotura Prematura das Membranas?
Infecção e Inflamação.
Porque a infecção causa rotura prematura das membranas?
Enzimas proteolíticas produzidas pelas bactérias enfraquece as membranas e causa rotura.
Paralelamente a isso, fatores inflamatórios produzidos pela decídua (interleucina-1, interleucina-6 e fator de necrose tumoral), atuando através da produção de prostaglandinas, também estão envolvidos.
Quais as causas de Rotura Prematura de Membrana?
- Infecção
- Diminuição do colágeno do cório (leva ao amadurecimento das membranas e também pode explicar em parte a fisiopatologia da RPMO).
- Diminuição do fosfatidilinositol nas membranas (atua como lubrificante na interface entre o cório e o âmnio). Este processo leva a uma menor distensibilidade das membranas, favorecendo a rotura.
Quais os fatores de Risco Para RPMO?
- Exames invasivos: amniocentese e cordo- centese (risco de 1 a 2%)
- Incompetência istmocervical
- Inserção baixa de placenta
- Macrossomia
- Polidramnia
- Trabalho de parto prematuro
- Infecções genitais (strepto B, gonococo)
- Tabagismo
- Sangramento genital
- Vaginose bacteriana
- Gestação múltipla
- Deficiências nutricionais
- Doenças maternas (deficiência de alfa-1-antitripsina, síndrome de Ehlers-Danlos, doença falciforme)
- Atividade sexual
- Traumatismo
- Passado de parto prematuro
Qual o fator de risco mais importante para RPMO?
Ruptura em gravidez anterior, com taxa de recorrência de 15 a 30%.
Qual o quadro clínico da Paciente com RPMO?
- QPD: líquido claro ou amarelado escorrendo subitamente pelas pernas.
-
Exame Físico:
- Observacr o líquido saindo pelo colo ou acumulado em fundo de saco.
- Se isso não for possível: elevar a apresentação fetal pela palpação abdominal e realizar compressão uterina (manobra de Tarnier)
- ou aguardar uma contração uterina que poderá evidenciar a presença franca de líquido, através do exame especular.
* na ausência de trabalho de parto franco, o toque vaginal deve ser evitado, pois aumenta o risco de infecção.
Como fazer o diagnóstico de RPMO?
- Detecção do pH vaginal: normal = entre 4,5 e 5,5; já o LA tem pH alcalino (6,5 a 7,5). Utilizar o Teste do Papel de Nitrazina.
- Teste do Fenol Vermelho
- Teste da cristalização da secreção vaginal
- Presença de elementos fetais em secreção vagina
- Injeção de contrastes na cavidade abdominal:Pouco utilizado na prática devido aos riscos associados.
- Ultrassonografia: permite avaliar a diminuição do líquido amniótico.
- Alfafetoproteína: a AFP é enzima produzida pelo rim fetal que está presente em altas concentrações no líquido amniótico, mas não na vagina de mulheres grávidas em condições normais.
- AmniSure.
Quais são as complicações do RPMO?
- Infecção (pode ocorrer corioamnionite e parto pre- maturo, principalmente nas primeiras 72h após a rotura).
- Prematuridade (50% entram em trabalho de parto em no máx uma semana, 70/75% em duas semanas e 80/85% em no máximo 28 dias)
- Acidentes de parto (> frequência de apresentações distócicas)
- Compressão de cordão (pela oligoidramnia)
- Sofrimento fetal
- Malformações: Sequência de Oligoidramnia (ou Potter), decorrente da compressão fetal na oligoidramnia
- Retenção placentária
- Risco de cesariana
Qual o quadro clínico clássico da corioamnionite (ou infecção intra-amniótica)?
Presença de febre materna (≥ 37,8oC) e pelo menos dois dos seguintes critérios:
- Leucocitose materna (leucometria > 15.000 cels/mm3).
- Taquicardia materna (> 100 bpm).
- Taquicardia fetal (> 160 bpm).
- Sensibilidade uterina.
- Líquido amniótico com odor fétido.
Qual a conduta na Aminiorrexe Prematuraa com Infecção?
É obrigatória a interrupção da gravidez, independente da idade gestacional
Imediatamente: ampicilina (2 g IV 6/6 horas) e gentamicina (5 mg/kg por dia ou 1,5 mg/kg 8/8 horas), que deverá ser mantida até 48 horas após o último episódio febril, não sendo necessária a administração de manutenção oral.
É possível a adição de clindamicina 900 mg IV 8/8h ou metronidazol 500 mg IV 8/8h para ampliar a cobertura anaeróbia, caso seja realizada cesariana.
Qual a conduta na amniorrexe com ausência de infecção?
IG maior ou igual a 34 semanas: Obrigatório a interrupção da gestação. Não está indicado o uso de tocolíticos neste período ou de corticoides.
IG entre 24 e 34 semanas: Conduta conservadora, visando o amadurecimento pulmonar fetal (maior responsável pela morbimortalidade fetal é a síndrome de angústia respiratória)
A pct deve ficar hospitalizada, em repouso, com hidratação.
A pesquisa de infecção e de sofrimento fetal frequente, através de curva térmica
Hemograma seriado (duas vezes por semana)
Proteína C reativa ou VHS (se disponível), ausculta fetal, cardiotocogra a e perfil biofísico fetal.
Corticoterapia.
Tocolíticos para prolongar até a corticoprofilaxia ter efeito.
Antibióticos: Ampicilina 2 g IV a cada 6 horas por 48 horas (cobertura de GBS, muitos bacilos anaeróbios Gram-negativos e alguns anaeróbios); + Azitromicina 1 g VO dose única (cobertura de micoplasma e Chlamydia trachomatis); seguido de Amoxacilina 500 mg 8/8 horas por mais 5 dias (cobertura de bacilos gram-positivos e Gram-negativos, principalmente E. coli).
IG menor que 24 semanas: paciente deve ser acompanhada em casa com repouso absoluto e controle da temperatura corporal até 24 semanas, quando passariam ao protocolo apresentado anteriormente para os casos com >24 semanas.
Não asd tocolíticos, antibióticos e corticoesteroides.
Durante o trabalho de parto, é imperativa a profilaxia para Streptococcus do Grupo B.