Abortamento Flashcards

1
Q

Qual a dfinição de abortamento segundo a OMS?

A

Interrupção da gestação com feto pesando > 500 gramas ou com IG > 20 semanas.

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2
Q

Quais os tipos de abortamento?

A
  1. Subclínico: quando ocorre antes da próxima falha menstrual.
  2. Clínico: quando ocorre após gravidez confirmada pela dosagem de beta-hCG ou ultrassonografia. Ocorre entre 10 e 15% das gestações diagnosticadas.

* 80% das gestações são interrompidas até a 12a semana.

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3
Q

Quais são as causas de abortamento?

A
  1. Anormalidades cromossômicas.
  2. Desordens anatômicas
  3. Doenças endócrinas
  4. Distúrbios imunológicos
  5. Infecções
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4
Q

Qual a causa mais comum de abortamento?

A

Anormalidades cromossômicas (50 a 80% dos abortamentos espontâneos clínicos ou subclínicos), sendo as aneuploidias a causa mais frequente.

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5
Q

No abortamento: O Que são as anormalidades cromossômicas?

A
  1. São a causa mais comum de abortamento (50 - 80%)
  2. As Aneuploidias são as mais frequentes (trissomia em 50%, principalmente 16, 22,21, 15,13, 2 e 14.
  3. Depois das trissomias, a monossomia do X (7 a 10%) é a mais frequente.
  4. Decorrem de fertilização por gametas anormais, de fertilização anômala ou de irregularidades na divisão embrionária.
  5. São mais comuns em mulheres com a idade avançada.
  6. A idade do pai parece ter menor importância.
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6
Q

Quais desordens anatômicas são responsáveis pelo abortamento?

A
  1. Incompetência istmocervical: Abortamento tardio. Colo não se mantém fechado -> Feto não é retido até o fim da gestação.
  2. Miomas: especialmente os do tipo submucoso.
  3. Malformações uterinas: útero unicorno, bicorno, didelfo ou septado.
  • O útero bicorno tem uma taxa de insucesso gestacional maior que o didelfo e nos dois casos há uma incidência maior de incompetência istmocervical.
  • O útero septado (mais prevalente), tem melhor prognóstico, mas deve ser corrigido antes da gestação.
  1. Sinéquias uterinas: síndrome de Asherman (Decorre de agressões às camadas profundas do endométrio, como curetagens; dx é feito por histeroscopia e o tratamento é a lise endoscópica. A inserção temporária de DIU após o procedimento é preconizada por alguns autores.
  2. Distopias uterinas.
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7
Q

Quais doenças endócrinas são responsáveis pelo abortamento?

A
  1. Insuficiência lútea: ↓ produção de progesterona pelo corpo lúteo, logo, inadequado desenvolvimento do endométrio.
  2. Doenças da tireoide: o hipotireoidismo e a presença de anticorpos antitireoperoxidase são considerados fatores de risco para abortamento.
  3. Diabetes mellitus insulinodependente, principalmente se a doença estiver mal controlada no período da concepção.
  4. Síndrome de ovários policísticos: a incidência de abortamento em pacientes com SOP é de 20 a 40%.
    * Há relação com os altos níveis de LH, testosterona e androstenediona presentes na síndrome, e também com a resistência insulínica geralmente associada a estes casos.
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8
Q

Qual a relação entre Corpo Lúteo x Progesterona x Abortamento?

A
  1. O corpo lúteo é o maior responsável pela produção de progesterona e pela manutenção endócrina da gravidez nas primeiras 6-7 semanas.
  2. Assim, qualquer falha na sua produção hormonal poderia levar ao abortamento.
  3. O tratamento se baseia na complementação exógena de progesterona.
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9
Q

Quais são os Disturbios imunológicos ligados ao abortamento?

A
  1. Destaque: Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF).
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10
Q

O que é a Síndrome do Anti-corpo Antifosfolipídeo (SAF)?

A
  1. É uma trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas
  2. Diagnosticada pela presença de pelo menos um critério laboratorial e um clínico.
  3. Presente em 15 a 20% das mulheres com abortamento habitual
  4. Caracteriza-se pela presença no plasma materno de três variedades de autoanticorpos que conferem um maior risco de trombose (principalmente de vasos placentários):
  • anticoagulante lúpico
  • anticardiolipina
  • anti-beta-2-glicoproteína-1.
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11
Q

Quais são as manifestações da SAF?

A
  1. Tromboses venosas (2/3 dos casos) e arteriais (1/3 dos casos) A trombose venosa (mais comum).
  2. Manifestações neuropsiquiátricas.
  3. Abortamento no 1o Trimestre
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12
Q

Quais alterações laboratoriais podem estar presentes na SAF?

A
  1. Presença dos autoanticorpos
  2. VDRL falso-positivo
  3. Trombocitopenia
  4. Prolongamento do tempo de tromboplastina parcial (PTT)
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13
Q

Quais são as três variedades de autoanticorpos encontradas na SAF e quais as suas atuações?

A
  1. Anticoagulante lúpico = Gera alargamento de testes de coagulação (PTT, dRVVT) in vitro, que utilizam um ou mais fosfolipídeos.
    * Apesar do nome anticoagulante, está relacionada à trombose e a maioria das pacientes que o apresentam não tem lúpus eritematoso sistêmico.
  2. Anticorpo anticardiolipina = autoanticorpo dirigido contra fosfolipídeos de membrana.
  • Pode ser do isotipo IgG, IgA ou IgM.
  • O mecanismo de aborto envolve trombose e infarto placentário.
  1. Anticorpo anti-beta-2-glicoproteína-1 = inibe a ação do anticoagulante natural beta-2-glico-proteína-1, também resultando em trombose.
    * É o anticorpo encontrado isoladamente com menor frequência nas pacientes com SAF.
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14
Q

COMO É FEITO O DX DE SAF?

A

Deve ter pelo menos 1 critério clínico e 1 laboratoria

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15
Q

Quais os critérios clínicos para SAF?

A

1) Um ou mais episódios de trombose arterial, venosa ou de pequenos vasos em qualquer tecido ou órgão, comprovada por imagem ou histopatologia e sem evidência de inflamação na parede dos vasos.
2) Uma ou mais mortes intrauterinas de fetos morfologicamente normais após 10 semanas de gravidez.
3) Um ou mais partos prematuros de fetos morfologicamente normais com menos de 34 semanas, em decorrência de eclâmpsia, pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária.
4) Três ou mais abortamentos espontâneos consecutivos com menos de 10 semanas, excluindo-se anormalidades anatômicas e hormonais, bem como anomalias cromossômicas maternas e paternas.

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16
Q

Quais os critérios laboratoriais para SAF?

A

1) Anticorpos anticardiolipina: IgG ou IgM presentes em quantidade moderada a alta (acima de 40 GPL ou MPL) em duas situações espaçadas por pelo menos 12 semanas.
2) Anticorpo lúpus anticoagulante: encontrado em duas ou mais situações espaçadas por pelo menos 12 semanas entre elas.
3) Anticorpo anti-beta-2-glicoproteína-1 IgG ou IgM em altos títulos (≥ percentil 99) em duas ou mais ocasiões com intervalo de no mínimo 12 semanas.

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17
Q

Grávidas com baixos títulos de anticorpos anticardiolipina devem ser tratadas para SAF?

A

NÃO

o tratamento deve ser evitado, pois até 2% das gestantes normais podem apresentar níveis aumentados dessa imunoglobulina.

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18
Q

Qual o tratamento recomendado nas pacientes que preenchem os critérios diagnósticos de SAF a partir de eventos obstétricos, ou seja, nunca apresentaram trombose arterial ou venosa?

A

O tratamento recomendado é feito com AAS e heparina em doses profiláticas.

Nas pacientes com história anterior de trombose, a profilaxia de novos eventos deve ser realizada com AAS e doses terapêuticas de Heparina não fracionada ou de baixo peso molecular, como a Enoxaparina 1 mg/kg a cada 12 horas.

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19
Q

Como são as infecções que causam abortamento?

A
  1. São infrequentes.
  2. As principais infecções são:
  3. Rubéola: quando adquirida próximo à implantação ovular.
  4. Parvovirose: adquirida na diferenciação ovular inicial.
  5. Citomegalovirose.
  6. Listeriose.
  7. Herpes-simples.
  8. Hepatite B.
  9. HIV.
  10. Infecção do Trato Urinário (ITU).
  11. Infecções ascendentes, principalmente
  12. vaginoses, clamídia e gonorreia.
  13. Sífilis: a doença não tratada pode levar ao abortamento entre 9 e 12 semanas de gestação, em especial pela infecção placentária dela resultante.
  14. Toxoplasmose.
  15. Malária.
  16. Estreptococos do grupo B no trato genital inferior.
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20
Q

Quais os fatores de risco para abortamento?

A
  1. Abortamento espontâneo prévio
  2. Múltiplos abortamentos provocados prévios
  3. Uso de lcool
  4. Uso excessivo de cafeína
  5. Uso de cocaína
  6. Doença celíaca
  7. Uso de DIU
  8. Idade materna avançada
  9. Medicações: misoprostol (Cytotec®), retinoides, metotrexate, AINEs (exceto acetoaminofen)
  10. Nova gestação nos primeiros três meses após o parto anterior
  11. Peso materno (IMC < 18.5 ou > 25 kg/m2)
  12. Radiação em altas doses
  13. Tabagismo materno e paterno
  14. Uso de gás anestésico
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21
Q

Como classificamos o abortamento?

A

Classificamos o abortamento quanto à idade gestacional de ocorrência e quanto à sua periodicidade.

  • Abortamento precoce – interrupção da gestação até a 12a semana gestacional.
  • Abortamento tardio – após a 12a semana gestacional.
  • Abortamento habitual – ocorrência de três ou mais episódios consecutivos de abortamento. Sua importância reside na etiologia, visto que se distingue daquela dos abortamentos esporádicos.
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22
Q

Quais as apresentações Clínicas do abortamento?

A

1 - Ameaça de Abortamento

  1. Abortamento Inevitável
  2. Abortamento completo
  3. Abortamento incompleto
  4. Abortamento infectado (ou séptico)
  5. Abortamento Retido
  6. Ovo anembrionado
  7. Abortamento habitual ou recorrente
23
Q

O que é a ameaça de abortamento?

A

sangramento discreto + cólicas leves ou ausentes + colo fechado + tamanho uterino compatível com IG + Embriao e BCE presentes + BhCG Positivo

  1. “Quase” abortamento. Pode não ocorrer. Presente entre 15 e 20% das gestações. 50% evolui p/ aborto espontâneo. Após ver Atv. Cardiaca no USG, reduz 10%.
  2. Sem alterações na USG.
  3. Dx com gravidez ectópica.
24
Q

Qual a conduta na Ameaça de Aborto?

A
  1. Repouso relativo
  2. Abstinência sexual
  3. Antiespasmódicos
  4. Apoio psicológico.
  5. Progesterona exógena é controversa. Está indicada apenas para os casos de abortamento habitual por insuficiência do corpo lúteo.
25
Q

O que é o Abortamento Inevitável?

A

Sangramento Intenso + Cólicas Cíclicas + Útero compatível ou não com IG + Colo Aberto + BhCG positivo (diminuido e decrescente) + Presença ou ausência de BCE, descolamento ovular (SG em processo de expulsão)

  1. Não foi expelido nenhum material pelo colo, mas é certo de ocorrer o abortamento.
  2. Presença de ovo íntegro, porém inviável.
  3. Bolsa amniótica pode estar herniada pelo canal cervical.
  4. USG = Sinais de descolamento decidual com formação de hematoma retrocorial, saco gestacional irregular, com presença ou não de batimentos cardíacos fetais.
26
Q

Qual a conduta para o Abortamento Inevitável?

A

Em 70% dos casos que ocorrem até 8

semanas, a resolução é espontânea no prazo máximo de 72 horas.

  1. A paciente deve ser internada, submetida à hidratação venosa para correção dos distúrbios da volemia.
  2. Nos casos que não se resolveram espontaneamente, deve- se instituir o esvaziamento uterino.
  3. Caso haja manipulação da cavidade uterina (abortamento provocado), administra-se antibioticoterapia profilática.
  4. Prescrever a imunoglobulina anti-Rh para prevenção da aloimunização em pacientes Rh negativo.
27
Q

O que é o Abortamento Completo?

A
  1. Já ocorreu expulsão espontânea e total do feto e dos anexos.
  2. Parada ou diminuição súbita do sangramento e das cólicas, sendo mais frequente antes de 8 semanas de gestação.
  3. Útero contraído e pequeno para a IG.
  4. Colo fechado.
  5. Paciente ocasionalmente refere eliminação de material amorfo pela vagina.
  6. À ultrassonografia: Imagens compatíveis com coágulos. A espessura endometrial > 15 mm ao corte longitudinal da ultrassonografia transvaginal tem sido considerada indicativa de abortamento completo por alguns autores.
  7. O dx diferencial com gestação ectópica.
28
Q

Qual a conduta no Abortamento Completo?

A
  1. A conduta se restringe ao encaminhamento da paciente para acompanhamento ambulatorial.
  2. Nas gestantes Rh negativo, deve-se administrar a imunoglobulina anti-Rh.
29
Q

O que é o Abortamento Incompleto?

A

Dois quadros clínicos:

Abortamento incompleto com colo fechado** ou **colo aberto.

  1. Percebe-se a presença de material ovular ao toque e o colo aberto, com sangramento moderado e cólicas moderadas.
  2. Paciente chega eliminando o material, porém ainda não o fez por completo, também chamado abortamento em curso.
  3. Em alguns casos, ocorre a eliminação quase total dos produtos ovulares.
  4. As cólicas e o sangramento regridem substancialmente e o diagnóstico é feito exclusivamente pelo encontro de restos ovulares à ultrassonografia.
  5. Em ambos os casos, o útero é menor do que o esperado para a IG e a conduta deve ser o esvaziamento uterino.
  6. A dosagem de beta-hCG é normalmente negativa.
  7. A conduta consiste em “facilitar” o que já começou ou está em vias de começar. Assim, deve-se realizar o esvaziamento uterino.
30
Q

O que é o abortamento infectado (ou séptico)?

A
  1. É uma complicação do abortamento incompleto
  2. Associado à manipulação da cavidade uterina em tentativas de provocar o abortamento.
  3. Inicia-se pela endometrite e, se não tratada adequadamente, pode progredir para peritonite, choque séptico, insuficiência renal, coagulopatia, síndrome de angústia respiratória e morte materna.
  4. São infecções polimicrobianas a partir da ascensão de germes que fazem parte da flora que coloniza o trato genital inferior, produzindo infecção local ou sistêmica.
31
Q

Quais são os agentes mais envolvidos no abortamento infectado?

A

Os agentes mais envolvidos são germes encontrados na flora genital e intestina:

  1. coco anaeróbios (peptococcos e peptoes-treptococcos)
  2. Gram-negativos (E. coli)
  3. Clostridium perfingrens (ou welchii)
  4. bacteroides.
32
Q

Qual o quadro clínico do Abortamento Séptico?

A

O quadro clínico pode variar de acordo com a extensão da infecção:

Infecção limitada à cavidade uterina e miométrio:

  1. Febre baixa
  2. Dores discretas e contínuas, com algumas cólicas.
  3. Sangramento é escasso.

Infecção abrange o miométrio, paramétrio, anexos e peritônio pélvico:

  1. Sangramento associado a um líquido de odor fétido (presença de anaeróbios).
  2. Febre alta (>39°C)
  3. Taquicardia,
  4. Desidratação
  5. Paresia intestinal
  6. Anemia
  7. Dores constantes e espontâneas com defesa à palpação pélvica.
  8. Útero amolecido, com redução da mobilidade e colo entreaberto,
  9. TV dificultado pela presença da dor.

Infecção é generalizada: Bactéria Gram-negativa;

Infecção por Clostridium

  1. Peritonite e choque séptico.
  2. Febre Alta
  3. Taquisfigmia e hipotensão arterial
  4. Vômitos, desidratação e anemia.
  5. Abdome distendido
  6. Crepitações uterinas.
  7. As condições hemodinâmicas e infecciosas podem levar a icterícia, coagulopatia, falência cardíaca e insuficiência respiratória.
  8. Podemos encontrar ainda abscessos abdominais e pélvicos.
33
Q

Qual a classificação do abortamento séptico segundo a Febrasgo?

A

Classifica de acordo com a extensão da infecção:

Grau 1: É o mais frequente, a infecção está limitada ao conteúdo da cavidade uterina.

Grau 2: A infecção já se expande à pelve (pelviperitonite).

Grau 3: Peritonite generalizada e infecção sistêmica com grave comprometimento do estado geral com coagulação intravascular disseminada, insuficiência renal, falência de múltiplos órgãos e choque séptico.

34
Q

O que é encontrado na USG em Abortamento Séptico?

A

imagens de restos ovulares e/ou de coleções purulentas no fundo de saco de Douglas.

35
Q

Qual a conduta para Abortamento Séptico?

A
  1. Internação hospitalar, isolamento do agente etiológico através de hemoculturas e culturas de material do canal cervical, correção da volemia, avaliação do estado hemodinâmico, do sistema de coagulação e da extensão do processo infeccioso.
  2. Realizar a profilaxia antitetânica.
  3. Promover a perfusão de ocitocina (80 mUI/minuto)
  4. Antibioticoterapia:

O esquema sugerido pelo MS é a combinação de:

Ampicilina (500 mg a 1 g 6/6h) ou Penicilina cristalina (20 a 40 milhões de UI/dia)

+

Gentamicina (1,5 mg/kg/dose 8/8h) ou Amicacina (15 mg/kg/dia 8/8h)

+

Clindamicina (600 a 900 mg a cada 6 a 8 horas) ou metronidazol (500 a 1 g 6/6h).

As doses podem ser ajustadas para administração uma vez ao dia (gentamicina 5,0 mg/kg IV e clindamicina 2.700 mg ao dia IV).

Ampicilina ou penicilina só devem ser associadas ao esquema em caso de falha de resposta ao tratamento.

O esquema preferencial de tratamento é a associação da gentamicina com a clindamicina por 7 a 10 dias.

  1. Esvaziamento uterino (sempre com administração de ocitocina antes e durante o procedimento, para diminuir o risco de perfuração uterina).
  2. Caso haja abscessos, estes devem ser drenados.
  3. Depois, o esquema antibiótico deve ser direcionado de acordo com o resultado das culturas.
  4. Nas gestantes Rh negativo, deve-se administrar a imunoglobulina anti-Rh.
36
Q

O que fazer nos casos de Abortamento Séptico sem melhora e com febre persistente?

A

Em casos graves com peritonite e sepse, sem melhora após 48 horas do início da antibioticoterapia e esvaziamento uterino, pode ser necessária a histerectomia, além da abordagem extensa da cavidade peritoneal com lavagem exaustiva.

Se houver febre persistente após o esvaziamento uterino e o início da antibioticoterapia, e for afastada a presença de abcessos tubo-ovariano ou peritonite generalizada, deve-se pensar em tromboflebite pélvica séptica.

O diagnóstico é de exclusão e o tratamento recomendado é a administração de heparina em doses terapêuticas. A melhora do quadro após o uso da heparina confirma o diagnóstico.

37
Q

O que é o abortamento Retido?

A
  1. Interrupção da gravidez com retenção do ovo morto por período prolongado.
  2. Também denominado “gestação interrompida”.
  3. Min. 4 Semanas
  4. Pode ocorrer pequeno sangramento vaginal, colo fechado, mas em geral a paciente é assintomática.
  5. Caracteriza-se por regressão dos sintomas da gravidez, como sonolência, náuseas, polaciúria e sialorreia.
  6. O volume uterino se estabiliza ou involui.
  7. Pode complicar com discrasia (Coagulação Intravascular Disseminada – CID), especialmente após um período maior que quatro semanas, e mais raramente com infecção.
38
Q

Como é feito o diagnóstico de Abortamento Retido?

A
  1. É realizado pela USG de rotina no pré-natal.
  2. À USG:
  3. irregularidade do saco gestacional
  4. Alterações da vesícula vitelínica
  5. Ausência de atividade cardíaca fetal.
  6. Deve-se repetir o exame em 15 dias para confirmação caso a estimativa da IG seja menor que sete semanas.
  7. Em USG transvaginal, a ausência de batimento cardíaco em embrião com comprimento cabeça-nádega maior ou igual a 5 mm indica interrupção da gestação.
39
Q

Qual a conduta para Abortamento Retido?

A
  1. Esvaziamento uterino.
  2. Conduta expectante ( costuma apresentar resultados piores – sangramento imprevisível, maior intensidade de dor, demora na recuperação e, ocasionalmente, necessidade de curetagem de urgência).
40
Q

O que é o Ovo Anembrionado?

A
  1. Também denominado “ovo cego”.
  2. Consiste na ausência de embrião no saco gestacional íntegro em gestação > 6 semanas de evolução (IG na qual já se espera poder visualizá-lo.
  3. À USG: não é possível identificar eco embrionário em saco gestacional de 20 mm ou mais de diâmetro.
  4. Outro parâmetro utilizado é a ausência de vesícula vitelínica em saco gestacional com mais de 10 mm.
41
Q

O que é o abortamento Habitual ou Recorrente?

A
  1. Caracterizado pela ocorrência de ≥ 3 episódios consecutivos de abortamento espontâneo.
  2. 0,5% de todas as gestações.
  3. Pode ser classificado em:
    * *a) Primário:** quando todas as gestações se interromperam.
    * *b) Secundário:** quando as interrupções consecutivas foram antecedidas por gestações a termo.
  4. Em mulheres com diagnóstico de abortamento habitual, o risco de abortamento na gravidez subsequente é de 30% para os casais que já tiveram pelo menos um filho vivo e de 46% para casais que não tiveram lhos vivos.
42
Q

Dentre as causas de abortamento, quais as que mais frequentemente levam ao abortamento habitual?

A
  1. Doenças cromossomiais.
  2. Anormalidades anatômicas do útero, como útero septado, didelfo, bicorno etc.
  3. Incompetência istmocervical.

4, Doenças da tireoide, especialmente pacientes com níveis séricos aumentados de anticorpo antitireoperoxidase.

  1. DM.
  2. Insuficiência do corpo lúteo.
  3. Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo.
  4. Trombofilias.
  5. Baixa reserva ovariana.
  6. SOP.
  7. Hiperprolactinemia.

O tratamento depende da causa ou conjunto de fatores que levam ao abortamento recorrente.

43
Q

Quais São os métodos para esvaziamento uterino?

A

1. Tratamento Cirúrgico:

  1. AMIU (Aspiração Manual Intrauterina)
  2. Aspiração à Vácuo
  3. Curetagem uterina
  4. Microcesariana

2. Tratamentos Clínicos:

  1. Ocitocina + Esvaziamento uterino
  2. Misoprostol

3. Conduta Expectante

44
Q

Quais as indicações e vantgens da AMIU (Aspiração Manual Intrauterina)?

A
  1. Indicado para gestações com até doze semanas.
  2. Realizado ambulatorialmente
  3. Sem necessidade de anestesia geral ou internação.
  4. Menor risco de perfuração uterina, de necessidade de dilatação cervical e risco de sinéquias.
  5. É menos traumática que a curetagem uterina, diminuindo o risco de sinéquias
45
Q

Quais indicaçoes e risco da curetagem?

A
  1. Na Impossibilidade de realização da AMIU ou
  2. Presença de grande quantidade de material, devendo ser reservado onde a AMIU não for disponível ou
  3. IG > 12 semanas (caso o feto ainda esteja na cavidade uterina, expulsar com misoprostol ou ocitócitos para então realizar a curetagem).
  4. Tem o maior risco de perfuração uterina.
46
Q

O que fazer na suspeita de perfuração uterina durante a curetagem?

A
  1. Parar imediatamente o procedimento e manter conduta expectante com infusão venosa de ocitocina.
  2. A paciente só deve ser submetida à laparotomia se houver sinais de irritação peritoneal (abdome agudo) por provável comprometimento de alça intestinal ou instabilidade hemodinâmica.
  3. Uma nova curetagem só deve ser realizada através de visão direta laparoscópica ou guiada por ultrassonografia.
47
Q

Quais as contra-indicações absolutas ao uso de Misoprostol?

A
  1. Gravidez ectópica suspeita ou confirmada.
  2. Doença trofoblástica gestacional.
  3. Alto risco de rotura uterina (por exemplo, indução no segundo ou terceiro trimestre em mulheres com mais de uma histerotomia anterior; incisão uterina clássica ou em “T” anterior).
  4. Presença de DIU intrauterino (nestes casos, o DIU deve ser removido antes da administração do misoprostol).
  5. Alergia a prostaglandinas.
48
Q

Como a Norma Técnica de Assistência Humanizada do Ministério da Saúde (2005) indica o uso de misoprostol em abortamento incompleto com mais de 12 semanas?

A
  1. Na dose de 200 mcg de 12 em 12 horas, via vaginal, em ciclos de 48 horas de tratamento, com três a cinco dias de intervalo, podendo ser associado à indução com ocitocina.
  2. Nos casos de abortamento retido no primeiro trimestre, a dose será de 800 mcg por dia, via vaginal durante dois dias, que podem ser administradas da seguinte forma:
    a) 800 mcg em dose única a cada 24 ho- ras, nos casos em que a mulher optar por esperar o aborto no seu domicílio;
    b) 400 mcg de 12 em 12 horas; c) 200 mcg de 6 em 6 horas.
  3. No segundo trimestre, a dose recomendada é de 200 mcg de 12 em 12 horas, via vaginal.
49
Q

O que é a Incompetência Istmocervical?

A
  1. É a falência do sistema que mantém o colo uterino fechadode
  2. O colo se abre, expulsando o feto após 16 semanas.
  3. História clínica : ≥ 2 perdas gestacionais espontâneas no segundo trimestre, cada vez mais precoces, po- dendo ocorrer também amniorrexe inesperada.
  4. A dilatação cervical é indolor e normalmente o feto nasce vivo e morfologicamente normal.
  5. É Importante causa de abortamento tardio de repetição ou parto prematuro habitual. Responsável por 10 a 20% dos abortamentos de repetição.
  6. História de interrupção espontânea, sempre à mesma época da gestação e com amniorrexe inesperada.
  7. O trabalho de parto geralmente é curto e indolor, com o feto normalmente nascendo vivo e morfologicamente normal.
  8. É mais comum na multigesta.
50
Q

Quais fatores predisponentes para incompetência istmocervical?

A
  1. Antecedentes de amputações altas do colo.
  2. Dilatações rudes do colo para curetagens.
  3. Partos anteriores laboriosos.
  4. Fatores congênitos: o maior exemplo é a exposição intrauterina ao dietilestilbestrol, ocasionando a fraqueza dos tecidos regionais ou malformações da matriz.
  5. Contrações uterinas anômalas.
51
Q

Como diagnosticar e Tratar a Incompetência Istmocervical?

A
  1. História de dilatação cervical indolor recorrente no segundo trimestre, confirma o diagnóstico.
  2. Pode ser fimado durante ou fora do período gestacional

a) Fora da gravidez:

  • Dx através de histerossalpingografia durante a fase lútea ou histeroscopia, observando-se uma espessura do canal cervical maior do que 8 mm.
  • Outro método dx é a medida da dilatação do colo, a qual permite a passagem da vela de Hegar número 8 ou até mais calibrosas.
  • O tratamento é baseado na cirurgia de Lash, através de uma sutura da porção anterior do istmo (pregueamento).

b) Durante a gravidez:

  • Ao exame pélvico, constata-se a dilatação anômala, com formação da bolsa das águas, podendo chegar à vagina quando o parto é iminente.
  • À USG transvaginal, há encurtamento e dilatação do colo, podendo haver herniação do saco gestacional através do istmo incompetente.
  • Tratamento: circlagem do colo uterino pela técnica de MacDonald (sutura em bolsa de tabaco do colo uterino, próximo à junção cervicouterina com o não absorvível – ta cardíaca ou Ethibond). Os pontos devem ser profundos, sem alcançar o canal cervical, deixando o nó anteriormente e com pontas compridas (cerca de 2 cm) para facilitar sua remoção no final da gravidez.
52
Q

Em quais situações o aborto é permitido no Brasil?

A

a) Situações de risco para gestante.

  • Para a sua realização, deve haver uma anuência por escrito de dois médicos.
  • Importante para a hospitalidade do hospital onde será realizado o procedimento.

b) Abortamento para a gravidez decorrente de violência sexual:

  • Paciente deve, caso queira interromper uma gravidez, dirigir-se a uma unidade de saúde, informar a violência sexual e solicitar a interrupção da gestação, através do preenchimento de formulários específicos.
  • O Código Penal não requer a apresentação do boletim de ocorrência policial para a realização do procedimento.
  • The evaluation of clinical testing or real for evaluation of moralism (objeção for awareness) for the realization, from the patient for referenced a even on the follow the potential of a client lo.
  • Caso, posteriormente, que se apresente um caso de violência sexual, o profissional que exerceu a função não pode ser penalizado (artigo 20 do Código Penal).
53
Q

Os profissionais envolvidos em um procedimento de aborto pode comunica-lo às autoridades policiais?

A

NÃO

Somente com o expresso consentimento da paciente.

54
Q

Quais exames devem ser solicitados no caso de Violência Sexual?

A
  1. Sorologia para sífilis, HIV e hepatites B e C,
  2. Tiragem sanguínea/fator Rh
  3. USG para confirmar a idade gestacional.